Desenvolvimento Econômico Desenvolvimento Segundo os Economistas Clássicos.
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- Jerónimo Aragão de Sequeira
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1 Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana Desenvolvimento Econômico Desenvolvimento Segundo os Economistas Clássicos. Prof. Ms. Marcelo Vargas 1 INTRODUÇÃO Através de alguns autores determinaremos as origens das crises capitalistas, que afetam a acumulação de capital, o nível de emprego e o crescimento econômico. 2 1
2 OS PRECURSORES: MERCANTILISTAS A riqueza das nações depende da grande quantidade externo de metais preciosos. Procurava-se a maximização do saldo da balança comercial pela expansão das exportações e compreensão das importações. Tudo era feito para maximizar a acumulação de ouro e prata, metais considerados superiores ao ferro e aço, uma vez que suprem as necessidades de todos os homens. O sistema mercantilista de um lado tinha a preocupação em expandir as exportações e contribuía para desafogar os estoques de mercadorias e elevar o nível de renda e de emprego, de outro lado, a grande quantidade de moeda ajudava a reduzir a taxa de juros e, com isso, estimulava o nível do investimento e o crescimento econômico. 3 OS PRECURSORES: FISIOCRATAS (c) Combatiam a doutrina mercantilista ao propor uma conduta liberal por parte do Estado. Segundo eles, a indústria e o comércio apenas transformam e transportam valores; o produto líquido somente é gerado na agricultura, por meio do fator terra, que é uma dádiva da natureza. Segundo os fisiocratas, a terra produz valor por sua fertilidade, seguindo leis físicas. A produtividade natural da terra poderia contribuir mais com o desenvolvimento econômico, com o uso intensivo de capital, o que aumentaria o crescimento da agricultura. 4 2
3 OS PRECURSORES: FISIOCRATAS (b) Este uso intensivo de capital compreenderia, segundo os fisiocratas na: capitalização da agricultura, redução da carga tributária e da evasão fiscal, e estímulo ao comércio exterior. O aumento da produção agropecuária e de sua produtividade, por parte da classe produtiva, aumentaria o excedente a ser destinado ao desenvolvimento do resto da economia (trabalhadores). Desse modo, os preços dos produtos agrícolas deveriam ser altos, para estimular o aumento da produção e da produtividade. Com preços mais, altos os consumidores seriam compensados pela redução da carga tributária, através de um imposto único sobre a atividade agrícola. 5 OS PRECURSORES: FISIOCRATAS (a) A arrecadação pública deveria crescer pelo aumento do produto nacional e pela redução da evasão fiscal. Os fisiocratas viam a excessiva regulamentação do Estado como um elemento redutor da produtividade geral da economia. Portanto, a idéia dos fisiocratas era: aumento dos investimentos na agricultura elevando a produtividade agrícola; contenção dos gastos em bens de luxo; eliminação das restrições às exportações; e redução da carga tributária. 6 3
4 DESENVOLVIMENTO SEGUNDO ADAM SMITH A riqueza nacional está no trabalho produtivo. O volume de produto depende da intensidade do capital, da tecnologia e da divisão do trabalho. 7 A FILOSOFIA DA PSICOLOGIA INDIVIDUAL Presença do Estado na formulação de leis de navegação, em nome da defesa; na fixação da taxa máxima de juros em 5%, para evitar o desvio da população para especulação; na educação pública; no estabelecimento de certos monopólios temporários; na restrição da exportação de trigo. A idéia da psicologia individual é a de que o interesse coletivo fica assegurado quando os particulares procuram o benefício próprio. Para Smith, mais gastos expandem a renda e o emprego aumentando o estoque do capital financeiro, fator necessário para contratar trabalhadores produtivos e aumentar o nível do produto. 8 4
5 A RIQUEZA DAS NAÇÕES, 1776 (b) Obra de Adam Smith que enfatiza o trabalho produtivo. O trabalho se torna mais produtivo, com a adição de mais capital, ao qual aumenta a produtividade. O uso da máquina aumenta a destreza do trabalhador e reduz o tempo para a fabricação de um objeto. A medida que os trabalhadores estão dispostos a trocar bens, às necessidades aumentam, chegando a sobrar produtos em um determinado momento, precisando assim exportar. A aglomeração espacial da população condiciona ao surgimento das atividades; a concentração econômica e a localização dos recursos naturais e outros fatores ampliam os fluxos migratórios de fatores que aumentam as desigualdades regionais. 9 A RIQUEZA DAS NAÇÕES, 1776 (a) No início da formação das regiões, as populações tendem a concentrar-se junto aos rios e mares. Era necessário o aperfeiçoamento dos meios de transportes para reduzir os custos e estender os mercados, possibilitando que se produzisse produtos específicos. Mercado restrito determina reduzida divisão do trabalho, baixa produtividade e pouco dinamismo de crescimento. O mercado amplia-se pelo crescimento demográfico, pela elevação dos salários totais pagos, que aumenta o poder de compra dos trabalhadores, e pela maior abertura da economia ao exterior, ocasionando aumento dos investimentos. Modelo desenvolvimento Adam Smith pg. 61, 2 parágrafo. 10 5
6 PREÇO DE MERCADO E PREÇO NATURAL Preço de mercado forma-se pela interação entre a oferta e demanda de bens e mercado. Preço natural é determinado pelo custo de produção. No longo prazo, com a atuação da concorrência, o preço de mercado tende a convergir ao nível do preço natural. 11 O CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO (c) Adam Smith procura identificar as causas do crescimento econômico. Enquanto houver taxa de lucro positivo, decorrente da ampliação dos mercados e da divisão do trabalho, haverá poupanças que se transformarão em investimentos. O crescimento econômico cria um processo cumulativo, porque maiores rendas geram poupança e investimento em níveis ampliados. Chegará em um ponto em que a economia terá atingido o estado estacionário, de crescimento zero, quando serão máximos os níveis da população e do produto. A produtividade do trabalho depende do capital empregado e do meio sociocultural, o que eleva o produto total. 12 6
7 O CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO (b) Medidas governamentais podem beneficiar ou entravar o desenvolvimento do comércio internacional do país, afetando a acumulação do capital, o aumento da produtividade do trabalho e o crescimento econômico. A teoria dos clássicos, em relação à população, era a de que ela crescia toda a vez que os salários pagos no mercado fossem maiores do que o mínimo indispensável à sobrevivência. Assim, no longo prazo, há 3 situações para a população total e a oferta de trabalhadores: - crescimento; declínio e constância. Com melhores condições de alimentação e de saúde há redução da taxa de mortalidade e a população se expande. Maior crescimento demográfico eleva a oferta de trabalho, o que acaba reduzindo a taxa de salários no longo prazo. 13 O CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO (a) A idéia básica de Adam Smith é a de que maior crescimento econômico aumenta tanto o nível de vida da população, como o ritmo do crescimento demográfico. O crescimento ocorre porque capital mais produtivo e em maior volume aumenta a divisão do trabalho e a produtividade dos trabalhadores, gerando maior nível de produto. Uma sociedade que valorize o trabalho e os negócios, mantendo instituições estáveis e leis adequadas à livre iniciativa, estará estimulando a acumulação de capital e o crescimento econômico. 14 7
8 ACUMULAÇÃO DE CAPITAL A acumulação de capital no período depende do nível de renda e do diferencial entre a taxa de lucro do mercado e a taxa de lucro mínimo. Quanto mais elevado for o nível do produto ofertado na economia, período após período, tanto maiores serão os pagamentos aos fatores de produção, os gastos de consumo, o que estimula a demanda de bens de capital. Quanto maior o nível de renda, maior será o nível de poupança das empresas e das famílias, permitindo a expansão dos investimentos e do produto nos períodos subseqüentes. O aumento dos depósitos no sistema financeiro permite a expansão do crédito, que estimula ainda mais o crescimento econômico. Assim, o nível da taxa de juros depende da oferta e demanda de dinheiro no setor financeiro. 15 ESTADO ESTACIONÁRIO (b) À medida que o estoque de capital da sociedade converge a um ponto de máximo, o diferencial tende a zero. Sem acumulação de capital e contratação de trabalhadores produtivos, o crescimento econômico será nulo. A preocupação dos economistas clássicos era a de que a sociedade chegasse a esse estado estacionário sem antes ter atingido um nível relativamente elevado de bem-estar. O estado estacionário caracteriza-se por: acumulação de capital nulo, com taxa de lucro de mercado igual à taxa de lucro mínimo; salários de mercado iguais ao salário de subsistência; e população e renda constantes, tendo atingido o ponto de máximo. 16 8
9 ESTADO ESTACIONÁRIO (a) O estado estacionário pode ser adiado pelo aperfeiçoamento das instituições, abertura de mercados não tradicionais e adoção de inovações tecnológicas na produção. Para Adam Smith, as intervenções do Estado deveriam limitar-se à regulamentação da concorrência, à manutenção de sistemas de educação, à saúde e à segurança pública. O empresário, agindo livremente, na busca do interesse próprio, produz o bem comum ao ofertar novos produtos, criar novos empregos e expandir o nível de renda. 17 DESENVOLVIMENTO SEGUNDO DAVID RICARDO (b) Segundo ele, o grande problema do crescimento econômico estava na agricultura, incapaz de produzir alimentos baratos para consumo dos trabalhadores; isso elevava os salários nominais e os fundos de salários, necessários para adquirir meios de produção e aumentar o nível do produto. Sua grande preocupação era determinar as leis que regulam a distribuição do produto entre proprietários, capitalistas e trabalhadores, na forma de renda, lucros e salários. Essa distribuição dependerá da fertilidade do solo, da acumulação de capital e do crescimento demográfico. Para Ricardo, se o custo da alimentação se elevar, os salários sobem e o fundo de salários precisa aumentar mais do que proporcionalmente ao acréscimo do emprego. 18 9
10 DESENVOLVIMENTO SEGUNDO DAVID RICARDO (a) Quando a economia passa a ocupar terras menos produtivas, os salários sobem, porque fica mais caro produzir alimentos para consumo dos trabalhadores. Em virtude da necessidade de aumentar a produção de alimentos, pelo crescimento demográfico, o que leva a economia a utilizar terras cada vez menos férteis, estendendo a fronteira agrícola. Para Ricardo, os capitalistas desempenham papel fundamental no desenvolvimento, ao arrendar terras para produzir alimentos e contratar trabalhadores produtivos. As condições de produção na agricultura são fundamentais, porque a taxa de salário e a taxa de lucro prevalecentes nesse setor se refletem no resto da economia. 19 TEORIA DA RENDA DA TERRA Ricardo defendia a concentração da renda em favor dos capitalistas, porque são eles os responsáveis pela acumulação de capital e o desenvolvimento econômico. A expansão contínua da produção de alimentos, com mais eficiência, era necessária para alimentar os novos trabalhadores e evitar o aumento do custo de vida. No início do processo de povoamento de uma região, dados o estoque de capital e o contingente populacional, ocupam-se as melhores terras e a produção total atende a demanda de alimentos. TABELA 3.1 TABELA 3.2 baseando pela área E 20 10
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12 OS DIFERENTES TIPOS DE RENDA (b) A renda da terra decorre da utilização adicional de terras de menor fertilidade. As terras melhores apresentam renda diferencial. Ricardo considera também a existência de renda em função de vantagens locacionais. Ricardo conclui que: - a elevação dos salários monetários precisa ser acompanhada de acumulação de capital para elevar a produtividade do fator trabalho e manter constante ou em elevação a taxa de lucro; e 23 OS DIFERENTES TIPOS DE RENDA (a) - para reduzir os custos sociais, representados pela presença de uma elite agrária de peso significativo, e para bloquear a elevação dos custos de produção, em face do crescimento demográfico, que desloca as áreas de cultivo para as piores terras, torna-se necessário incentivar a adoção de inovações tecnológicas na agricultura e a livre importação de alimentos e matérias-primas agrícolas. O liberalismo comercial ricardiano encontra sua justificativa econômica, que é reforçada pela teoria das vantagens comparativas, proporcionando vantagens para todos os países envolvidos no comércio mundial
13 A DINÂMICA DA ECONOMIA RICARDIANA No processo de crescimento, pode-se utilizar mais trabalho com as mesmas quantidades de capital e terra. O crescimento econômico com mudança tecnológica expande a produção por hectare e por trabalhador, reduzindo o preço dos alimentos e a taxa dos salários. Os lucros elevam-se porque diminui o tempo de trabalho e os custos de produção. Quanto maiores forem os salários pagos no mercado, em relação ao salário de subsistência, tanto mais a população crescerá e tanto maior será o número de trabalhadores procurando emprego. 25 SALÁRIO DE SUBSISTÊNCIA (b) Para Ricardo o salário é uma variável temporal que depende da produtividade da terra e do meio sociocultural, dependendo da produtividade marginal da agricultura em função de variáveis como tecnologia, estrutura fundiária, migrações campo-cidade, crescimento demográfico, entre outros. Do lado institucional, ele dependerá também do poder de barganha dos trabalhadores e de leis que possam protegê-lo, como a do salário mínimo. O salário de mercado fica estabelecido no mercado pela interação entre a oferta e a demanda de trabalhadores. Os salários monetários de mercado subirão sempre que a demanda de trabalhadores crescer mais do que a oferta e baixarão quando ocorrer o contrário
14 SALÁRIO DE SUBSISTÊNCIA (a) O desenvolvimento depende do progresso tecnológico da agricultura e de legislação favoráveis à acumulação de capital, como as que possibilitam a importação de alimentos mais baratos para consumo dos trabalhadores. Assim, a conclusão de Ricardo é de que os lucros dependem da produção de alimentos para o sustento dos trabalhadores e da produtividade marginal da terra e dos fatores socioculturais e institucionais. A taxa de lucro subirá sempre que as inovações tecnológicas elevarem a produtividade da terra ou da mão de obra, reduzindo os preços dos alimentos na margem extensiva, que diminuem os salários pagos. Mesmo assim, em um dado momento, as inovações não serão suficientes para evitar o declínio da taxa de lucro, tendo em vista a elevação dos custos das inovações. 27 ESTADO ESTACIONÁRIO RICARDIANO A taxa de lucro cai porque o salário natural se eleva, devido aos rendimentos decrescentes da agricultura, que aumentam os preços dos alimentos. O estado estacionário muda no tempo com crescimento demográfico mais acelerado, que amplia a margem extensiva de cultivo para terras menos produtivas, elevando preços dos alimentos e os salários nominais, se melhorando com o progresso tecnológico e a livre importação de alimentos. Para Ricardo, economias com muita terra e pouca mão de obra teriam maiores possibilidades de crescimento: o estado estacionário estaria mais distante no tempo, em comparação com nações superpopulosas e com produção insuficiente de alimentos. Aponta como solução o controle de natalidade e a livre importação de alimentos, sem que o Estado compromete-se a alimentar os pobres estimulando o crescimento demográfico
15 DOUTRINA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS Mesmo que um não produza algum bem com custos mais baixos, Ricardo argumentava centrar-se nas vantagens relativas na produção dos bens, isto é, no fato de que pode ser vantajoso para um país produzir mais de um bem do que de um outro. TABELA 3.3 Desta forma, poderia haver uma transferência de capital e trabalho do país que tem vantagens absolutas. Mas diante da impossibilidade da perfeita mobilidade do capital e trabalho em direção dos países com maiores vantagens absolutas, os países deveriam dedicar-se à produção dos bens para os quais apresentassem vantagens comparativas de custo
16 IMPOSSIBILIDADE DE SUPERPRODUÇÃO: A LEI DE SAY Todo acréscimo da oferta gera um acréscimo na mesma proporção da demanda, mantendo o equilíbrio macroeconômico. Para Ricardo, não ocorre superprodução porque a interação entre a oferta e a demanda estabelece automaticamente um preço de equilíbrio. Um indivíduo produz um bem para adquirir outro de que necessita. A moeda serve de intermediário nas trocas, não tendo nenhuma outra função. A oferta de moeda pode ser aumentada pelo crédito. Uma boa safra dinamiza a economia das cidades do interior, porque o comércio venda mais do que nos anos de colheita menos favoráveis. A livre circulação de bens e meios de transporte eficientes, as regiões com produção em excesso de alguns produtos podem exportá-los para regiões com escassez dos mesmos. 31 CONCLUSÃO O estudo dos economistas clássicos indicou que o sistema capitalista direciona-se para um estado de rompimento de sua própria dinâmica, o estado estacionário. As inovações tecnológicas, a expansão do comércio mundial, a exportação de capitais e o controle de natalidade são os principais fatores do adiantamento do estado estacionário. Ao Estado caberia a função de preservar essa harmonia e a estabilidade social, assegurando a liberdade individual e o direito de propriedade. Isso seria feito atuando basicamente em áreas sociais básicas, como segurança pública, saúde e educação
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