Relatório de EDUCAÇÃO FÍSICA 2º semestre/2016. Turma: 5º Ano Professora: Andrea Desiderio Coordenadora: Maria Aparecida de Lima Leme

Transcrição

1 Relatório de EDUCAÇÃO FÍSICA 2º semestre/2016 Turma: 5º Ano Professora: Andrea Desiderio Coordenadora: Maria Aparecida de Lima Leme Voltamos das férias nos abraçando!!!!!! Agradeço e fico muito feliz com tal demonstração de carinho... ainda mais neste nosso ÚLTIMO SEMESTRE juntos. Fizemos um breve resgate dos acontecimentos de aula no primeiro semestre e retomamos a conversa sobre Esporte. Este ano, 2016, a cidade do Rio de Janeiro sediou os XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna e devido a este fato tão significativo para a área esportiva, decidimos estuda-lo com um pouco mais de profundidade. Fato marcante na cerimônia de abertura das Olimpíadas foi a presença de Vanderlei Cordeiro de Lima como atleta que acendeu a pira olímpica 1. O fato foi marcante para os alunos e alunas pois relembramos que estivemos com ele em uma saída de estudos que realizamos juntos no ano 2015 quando estudávamos atletismo. Estudando as Olimpíadas, fomos buscando respostas para as questões levantadas no primeiro semestre. Soubemos que estiveram presentes 208 países, atletas para competirem em 39 esportes diferentes. Este ano o golfe e o rugby de 7 foram os esportes iniciantes, mostrando que os Jogos Olímpicos também trazem novidades a cada edição, e já sabemos que para Tóqui, 2020 teremos: surfe, skate, basebol/softebol, escalada e karatê. Muitos alunos e alunas tiveram acesso a várias transmissões de jogos das Olimpíadas e isso sempre era comentado nas aulas. Viram novos países, tivemos um time de refugiados, com atletas da Síria, do Sudão do Sul, do Congo e da Etiópia, e pudemos conhecer esportes pouco presentes em nosso cotidiano ou cultura. 1 A pira olímpica é o local no qual é colocado o fogo olímpico, um símbolo olímpico desde a antiguidade que faz relação com a lenda de Prometeu, o qual entregou o fogo dos deuses gregos aos seres humanos e assim os aproximou. Provavelmente por isso, ouvimos que os atletas olímpicos também são deuses.

2 Ao conhecermos a lista de esportes fomos fazendo algumas seleções para definirmos quais estudaríamos: Atletismo, Basquete, Badminton, Boxe, Canoagem Slalon, Canoagem velocidade, Ciclismo BMX, Ciclismo estrada, Ciclismo de Pista, Ciclismo Mountains Bike, Esgrima, Futebol, Ginástica Artística, Ginástica de Trampolim, Ginástica Rítmica, Golfe, Handebol, Hipismo, Hóquei sobre grama, Judô, Levantamento de Peso, Luta Olímpica, Maratonas Aquáticas, Nado Sincronizado, Natação, Pentatlo Moderno, Pólo Aquático, Remo, Rugby de 7, Saltos Ornamentais, Taekwondo, Tiro com arco, Tiro esportivo, Triatlo, Tênis, Tênis de mesa, Vela, Voleibol, Vôlei de praia. Chegamos aos seguintes esportes: Atletismo, Handebol, Ginástica Rítmica e Artística, Esgrima e Badminton. Iniciamos por handebol, por ser o mais fácil de realizar na escola, devido aos materiais necessários, por ter sido escolhido por muitos e por ter pessoas ali que fazem handebol nas aulas extracurriculares aqui na escola e mostraram muito interesse em dividir o conhecimento com a turma. Parti das seguintes perguntas: Qual o princípio deste esporte? O que o caracteriza? As respostas tardaram um pouco em chegar, mas vieram e apresentaram dois princípios que denominamos como básicos: fazer gol/ponto e usar apenas as mãos na bola. Com estas ideias fomos a campo! Apresentei a área de gol e a desenhei no espaço. Fizemos pequenos grupos e dividimos nosso espaço em dois campos de handebol. Assim todos puderam vivenciar realmente o jogo e relataram isso ao final, pois puderam pegar na bola. Alguns se lembraram da similaridade com a brincadeira Passa 10, que fizemos em anos anteriores. O segundo esporte olímpico abordado foi o badminton. A grande maioria da turma fez esta opção e conseguimos vivenciar este esporte devido a uma ação coletiva entre as alunas e alunos do quinto, quarto e terceiro ano que trouxeram seus equipamentos para a escola e disponibilizaram para que as três turmas utilizassem. Partimos de perguntas bem similares as dos handebol. Qual o princípio deste esporte? O que o caracteriza? Fazer a peteca cair no campo da outra equipe. Essa resposta pareceu contemplar todo o jogo de badminton, porém ao apresentar uma situação problema várias outras explicações se juntaram a ela... usando essa raquete; por cima dessa rede; a rede tem que ser mais alta que o tênis.

3 Tudo vivenciado, experimentado corporalmente. Montamos quadras, tivemos zelo e cuidado com o material emprestado. Passamos literalmente correndo pelo Atletismo, pois o estudamos com maior profundidade em 2015 e neste ano demos ênfase às corridas (marcha atlética, corrida de revezamento, corrida de obstáculos e a maratona) e ao salto em distância. Adentramos no universo da conhecida Ginástica Olímpica e pudemos rever o motivo dela ter dois nomes, e talvez, por estarmos vivendo a Olimpíada, lembrarmos da mudança. Vale registrar aqui: Até a década de 1980, o que sabemos no Grupo de Pesquisa em Ginástica 2, é que o nome utilizado no Brasil era Ginástica Olímpica, porém por sugestão do presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) da época, professor Fernando Brochado, o nome foi modificado para Ginástica Artística pois era o termo utilizado internacionalmente. Esta modalidade gimníca também era única nas Olimpíadas até 1984, quando a Ginástica Rítmica também começou a fazer parte dos Jogos Olímpicos, havendo então a necessidade da diferenciação, pois as duas seriam ginásticas olímpicas. Da Ginástica Artística (GA) conseguimos vivenciar o solo, a trave de equilíbrio e o salto sobre a mesa e da Ginástica Rítmica (GR) a bola, a corda, o arco e a fita. Comentamos e relacionamos com as imagens das Olimpíadas e pudemos também conversar sobre gênero, uma vez que nestes dois esportes a questão de gênero é bem presente na execução dos aparelhos, por exemplo. Para gênero feminino, na GA temos: solo, trave de equilíbrio, paralela assimétrica e salto sobre a mesa, para gênero masculino temos: solo, barra fixa, cavalo com alças, argolas, paralelas simétricas e salto sobre a mesa. Já na GR temos: arco, bola, corda, fita e maças para gênero feminino e o masculino, que ainda não possui o reconhecimento da Federação Internacional de Ginástica (FIG), temos: bastão, corda, maças e aros. VOLEI Com as Paralimpíadas vieram também a curiosidade e a vontade de conhecermos os esportes paralímpicos e as deficiências dos jogadores e jogadoras. Começamos pelo vôlei sentado, o futebol de 5 e depois fizemos o golbol. 2 Grupo de Pesquisa em Ginástica é ligado a Faculdade de Educação Física da Unicamp e cadastrado no CNPq (Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)

4 Volei sentado: modalidade parecida com o voleibol, no qual os participantes são amputados ou deficientes motores (de diferentes naturezas), o princípio é volear a bola no seu campo e colocá-la no chão do campo adversário passando por cima da rede. Os jogadores só podem tocar a bola se estiverem em contato com o chão. Foi interessante e divertido e preferimos fazê-lo em roda, pois vivenciamos a dificuldade de fazê-lo em time e quadra. Para o futebol de 5 iniciamos com algumas dinâmicas com olhos vendados, atividades que já havíamos realizado em outros anos também. Percebemos algumas diferenças significativas, principalmente ligadas a orientação espacial, quando excluímos a visão. Utilizamos uma bola com guizo dentro e o jogo foi muito desastroso e engraçado! O golbol é um jogo que qualquer pessoa pode jogar, mas somente os cegos ou com baixa visão podem participar dos Jogos Paralímpicos. Tivemos uma experiência interessante motivada pela vontade de conhecer um esporte totalmente novo e criado especificamente para deficientes. No golbol temos 2 times com 3 jogadores cada. Todos são atacantes e goleiros ao mesmo tempo. A seguir veja a planta baixa da quadra de golbol: As linhas vermelhas simbolizam o gol de cada campo/equipe, e as bolas azuis e verdes são os jogadores de cada time. Os jogadores devem lançar a bola com as mãos, e pelo chão, respeitando o limite da área de lançamento, em direção ao gol adversário. Caso acerte o gol o árbitro faz o som de dois apitos. Lembramos da similaridade da quadra de golbol com a quadra de ultimate frisbee.

5 Terminando o assunto Olimpíada e Paralimpíada visitamos outros dois esportes coletivos bastante conhecidos e divulgados, que são o volei e o basquete. Fizemos rapidamente, partindo dos princípios dos esportes e seguindo as perguntas já citadas anteriormente e desenvolvemos quatro aulas. Para o volei a turma foi criando situações de jogo que mantivessem a bola no ar utilizando as mãos e atravessando um obstáculo. Para o basquete criamos alvos em locais altos e nos deslocamos quicando a bola. Nos próximos anos estes esportes serão revisitados e estudos com mais profundidade. O último assunto de estudos foi o Circo. Como sempre, iniciei com algumas perguntas disparadoras e trago alguns diálogos iniciais para ilustrar as conversas que fomos tendo durante este mês. Qual a relação entre circo e esporte? A relação, eu não sei, mas a diferença é que o esporte é uma competição e o circo não. Existe relação? Existe sim...só não sei qual! O objetivo no esporte é vencer... mas no circo não! Tem programa de TV que faz competição de circo. O circo é para entreter as pessoas, para mostrar o que você sabe. O esporte também é para entreter. Sim, tem relação, os dois são atividade física, usam corpo. Tem, as regras de cada um. No circo eu posso dar uma estrela toda torta... No circo não tem regra, eu posso fazer o que quiser no espetáculo. Começamos vivenciando algumas acrobacias coletivas, presentes no circo e que também se esportivizaram, assim como algumas práticas de malabarismo que vimos como nosso último assunto do ano. Mais um ano se encerra, e dessa vez a despedida finda um encontro de 1 ou até 8 anos. Nos encontraremos daqui pra frente como amigos e parceiros de uma história construída conjuntamente. Agradeço a cada aluna e a cada aluno a colaboração de vocês no meu estar/ser professora. Em vocês busco motivos e questionamentos para seguir em frente. Andrea Desiderio