INTRODUÇÃO O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS

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1 INTRODUÇÃO O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Autoria Desde o segundo século da era cristã, a tradição da Igreja atribui ao apóstolo Mateus a autoria do Evangelho que aparece em primeiro lugar nas várias edições da Bíblia (Mt 9.9 e 10.3). Eusébio, em sua obra História Eclesiástica, no início do século IV, já trazia citações de Papias, bispo do século II, de Irineu, bispo de Leão e de Orígenes, grande pensador cristão do século III. Todos os pais da Igreja (como ficaram conhecidos os notáveis discípulos de Cristo e teólogos dos primeiros séculos), concordam em afirmar que este Evangelho foi escrito (ou narrado a um amanuense, pessoa habilidosa com a escrita), primeiramente em aramaico (hebraico falado por Cristo e pelos jovens judeus palestinos de sua época) e depois, traduzido para o grego. Apesar das muitas evidências sobre a existência do original em aramaico, todas as buscas e pesquisas arqueológicas somente encontraram fragmentos e cópias em grego. Entretanto, os principais estudiosos e teólogos do mundo não duvidam que o texto grego que dispomos hoje em dia é o mesmo que circulou entre as igrejas a partir da segunda metade do século I d.c. Ainda que não apresentando explicitamente o nome do autor, o Evangelho Segundo Mateus, fornece pelo menos uma grande evidência interna que confirma sua autoria defendida pelos pais da Igreja. A história da narrativa de um banquete ao qual Jesus compareceu em companhia de grande número de publicanos e pecadores (pagãos e judeus que não guardavam a Lei e as determinações dos líderes religiosos da época) é descrita na passagem que começa com as seguintes palavras em grego original transliterado: kai egeneto autou anakeimeou em te(i) oikia(i). Ou seja: E aconteceu que, estando Jesus em casa,... (Mt 9.10). Considerando que os últimos três vocábulos significam em casa, o trecho sugere que o banquete fosse oferecido na casa de Jesus. Contudo, a passagem paralela em Mc 2.15 revela que essa festa aconteceu na casa de Levi, isto é, Mateus Levi. O texto em Marcos aparece assim transliterado: en te(i) oikia(i) autou, na casa dele. O sentido alternativo de Mt 9.10 esclarece que em casa quer dizer na minha casa, ou seja, na casa do autor, e isto concorda perfeitamente com Marcos e com os fatos apresentados em todos os Quatro Evangelhos. Mateus, que tinha por sobrenome Levi (Mc 2.14), e cujo nome significa dádiva do Senhor, era um cobrador de impostos a serviço de Roma, mas que abandonou uma vida de avareza e desonestidade para seguir Jesus, o Messias (Mt ). Em Marcos e Lucas é chamado por seu outro nome, Levi. Propósitos O principal objetivo do Evangelho Segundo Mateus é relatar seu testemunho pessoal sobre o fato de Jesus Cristo ser o Messias prometido no Antigo Testamento, cuja missão messiânica era trazer o Reino de Deus até a humanidade. Esses dois grandes temas: o caráter messiânico de Jesus e a presença do Reino de Deus são indissociáveis e devem ser analisados sempre como um todo harmônico. Cada qual representa um mistério uma nova revelação do plano remidor de Deus (Rm ). Antes do grande evento da vinda do Messias, como o Filho de Deus (também chamado no AT e pelo próprio Jesus de o Filho do homem ), em triunfo e grande glória entre as nuvens do céu, a fim de estabelecer Seu Reino sobre o planeta todo, terá em primeiro lugar, de vir sob a mais absoluta humildade entre os homens na qualidade de Servo Sofredor, cônscio de que sua missão será dedicar a própria vida em sacrifício voluntário a favor da humanidade, especialmente dos que, crendo em Seu Nome, se arrependerem dos seus pecados, nascendo para uma nova vida (Jo 1.12; 3.16). Esse é o mistério da missão messiânica. Era um ensino completamente desconhecido para os judeus do primeiro século da nossa era. Hoje, a maior parte dos cristãos que lêem o capítulo 53 de Isaías não sentem qualquer dificuldade em identificar a pessoa de Jesus Cristo com o Messias prometido. Entretanto, os judeus não observaram com cuidado a descrição do Servo Sofredor e deram mais atenção às promessas de um Messias que viria com grande poder e glória, o que realmente está registrado no contexto dessa passagem (Is 48.20; 49.3). Por esse motivo, os judeus do primeiro século esperavam ansiosamente pelo Filho de Davi, um Rei divino (uma vez que os reis humanos já haviam provado sua incompetência e limitação). O Filho de MT_B.indd 1 14/8/2007, 14:05

2 Deus e Rei governará o Reino messiânico (Is 9 e 11 com Jr 33). Nesse Dia, todo pecado e mal serão extirpados da terra; e a paz e a justiça prevalecerão. O Filho do homem é um ser celestial a Quem está entregue o governo de todas as nações e reinos da terra. O mistério do Reino é semelhante e está intimamente ligado ao mistério messiânico. No segundo capítulo do livro do profeta Daniel temos a descrição da vinda do Reino de Deus em pinceladas vigorosas e impressionantes. Todo poder que fizer resistência à vontade do Senhor será aniquilado. O Reino virá todo, completo, de uma só vez, varrendo da sua frente todas as hostes do mal e todo império contrário a Jesus Cristo. A terra será toda transformada e uma nova ordem, universal e perfeita será instaurada. Portanto, tanto a mensagem de Cristo como a Sua pessoa foram totalmente incompreendidas pelos Seus compatriotas e contemporâneos em geral, incluindo os próprios discípulos. Todavia, a nova revelação sobre o propósito de Deus é que o Reino deveria vir em humildade e doação: poder espiritual, antes de vir em plena glória triunfante. Mateus deixa claro que deseja apresentar, em ordem histórica, o nascimento, ministério, paixão e ressurreição de Jesus Cristo. Para tanto, ele reúne os fatos em cinco grandes discursos proferidos pelo Senhor: o chamado, Sermão da Montanha (Mt 5.1 a 7.27); a comissão aos apóstolos (Mt ); as parábolas (Mt ); o ensino sobre humildade e perdão (Mt ), e a palavra profética (Mt 24.1 a 25.46). Mateus cita várias passagens e profecias extraídas do Antigo Testamento e, de fato, interpreta essas profecias como tendo absoluto e certeiro cumprimento em Jesus Cristo; tudo é escrito e ensinado de um modo que seria para o judeu do século I prova irrefutável, a qual a Igreja cristã adota até nossos dias. Data da primeira publicação Embora alguns estudiosos considerem a forte possibilidade de o Evangelho Segundo Mateus ter sido escrito na Antioquia da Síria, as evidentes características judaicas do texto original apontam sua geração para alguma parte da antiga Palestina. Considerando o fato de a terrível destruição de Jerusalém, ocorrida por volta do ano 70 d.c., ser ainda considerada um acontecimento futuro (Mt 24.2), e que Mateus, assim como Lucas, terem sido beneficiados pela leitura dos escritos de Marcos, podemos entender que as primeiras cópias do livro de Mateus circularam entre os irmãos da recém igreja cristã (chamada de igreja primitiva), quando a Igreja era em grande parte judaica e o Evangelho pregado quase que exclusivamente aos judeus (At 11.19), por volta dos anos 50 e 60 da nossa era. Esboço Geral de Mateus 1. Nascimento e infância do Cristo, o Messias (caps. 1,2) A. A genealogia de Jesus (1.1-17). B. O anúncio do seu nascimento ( ) C. A adoração ao bebê, filho do Homem, o Salvador (2.1-12) D. A permanência de Jesus no Egito ( ) 2. Prelúdio do ministério de Jesus Cristo (caps ) A. João Batista e seu ministério preparatório para Jesus (3.1-12) B. O batismo de Jesus Cristo ( ) C. A grande tentação de Jesus (4.1-11) D. A investidura do Senhor ( ) 3. O ensino do Rei Jesus Cristo (caps ) A. A proposta da Vida no Reino (5.1-16) B. Os princípios espirituais para se viver no Reino ( ) C. A Torá e a Lei de Moisés ( ) D. A lei sobre o assassinato (5.21, 22) E. A lei sobre o adultério ( ) F. A lei sobre o divórcio (5.31, 32) G. A lei sobre os votos ( ) H. A lei da não resistência ( ) I. A lei do amor ( ) 4. Aspectos práticos da vida no Reino (caps ) A. Sobre as esmolas e ajudas (6.1-4) B. Sobre a oração (6.5-15) MT_B.indd 2 14/8/2007, 14:05

3 C. Sobre a disciplina espiritual do jejum ( ) D. Sobre o dinheiro ( ) E. Sobre a ansiedade e preocupações ( ) F. Sobre o Juízo (7.1-5) G. Sobre a prudência (7.6) H. Sobre a oração (7.7-11) I. Sobre o trato com outras pessoas (7.12) J. Sobre o caminho estreito do Reino ( ) 5. Demonstrações da soberania de Jesus (caps ) A. Poder sobre a impureza (8.1-4) B. Poder sobre a distância (8.5-13) C. Poder sobre as enfermidades ( ) D. Poder sobre os discípulos ( ) E. Poder sobre a natureza ( ) F. Poder para perdoar pecados (9.1-13) G. Poder sobre a lei e as doutrinas ( ) H. Poder sobre a morte ( ) I. Poder sobre as trevas ( ) J. Poder sobre os demônios ( ) K. Poder sobre doenças da alma e do corpo ( ) 6. A grande missão do Rei Jesus ( ) A. A missão é anunciada ( ) B. A missão é comprovada ( ) C. O consolo aos discípulos de João ( ) D. A condenação das cidades infiéis ( ) E. A convocação dos discípulos para Si ( ) F. As controvérsias sobre o uso do sábado ( ) G. O pecado imperdoável da incredulidade ( ) H. Alguns sinais extraordinários ( ) I. Relacionamentos transformados ( ) 7. A missão tem seu objetivo ampliado ( ) A. A parábola do semeador ( ) B. A parábola do trigo e o joio ( ) C. A parábola do grão de mostarda (13.31, 32) D. A parábola do fermento (13.33) E. A parábola do trigo e do joio é explicada ( ) F. A parábola do tesouro escondido (13.44) G. A parábola da pérola de grande valor (13.45, 46) H. A parábola da rede ( ) I. A parábola do pai de família (13.51, 52) 8. A missão sofre fortes ataques (caps ) A. Pelos conterrâneos do Rei ( ) B. Por Herodes seguido de milagres ( ) C. Pelos escribas e fariseus seguido de milagres ( ) D. Pelos fariseus e saduceus ( ) 9. A teologia prática de Jesus, o Messias (caps ) A. Quanto à Sua Igreja ( ) B. Quanto à Sua morte ( ) C. Quanto à Sua glória ( ) D. Quanto à Sua traição (17.22, 23) E. Quanto a impostos ( ) F. Quanto à humildade ( ) G. Alimentar uma fé pura e simples (18.1-6) H. Sincera preocupação com os perdidos ( ) I. Disciplina e restauração entre os crentes ( ) J. Disposição para perdoar tudo e sempre ( ) K. Quanto aos dramas humanos ( ) MT_B.indd 3 14/8/2007, 14:05

4 L. Problemas físicos (19.1, 2) M. Divórcio e novo casamento ( ) N. Quanto às crianças e os pequenos na fé ( ) O. Quanto ao acúmulo de riquezas ( ) P. Quanto ao Reino (caps ) Q. Recompensas no Reino ( ) R. Reconhecimento no Reino ( ) S. Graduação e promoções no Reino ( ) 10. A proclamação do Rei Jesus (caps ) A. O poder do Rei Jesus ( ) B. A aclamação do Rei Jesus ( ) C. A purificação realizada pelo Rei Jesus ( ) D. A maldição da figueira ( ) E. O desafio ao Rei Jesus ( ) F. As parábolas do Rei Jesus ( ) G. Quanto à rebeldia de Israel ( ) H. A retribuição a Israel ( ) I. A rejeição de Israel ( ) J. Os pronunciamentos do Rei Jesus (caps ) K. Em resposta aos herodianos ( ) L. Em resposta aos saduceus ( ) M. Em resposta aos fariseus ( ) N. Questionando os fariseus ( ) O. Contra os doutores da lei e fariseus ( ) P. Contra a cidade santa: Jerusalém ( ) 11. As terríveis profecias do Rei Jesus (caps ) A. A destruição do Templo (24.1, 2) B. As indagações dos discípulos (24.3) C. Os grandes sinais sobre o final dos tempos ( ) D. O sinal do glorioso retorno de Jesus ( ) E. Parábolas ilustrando as profecias ( ) F. A figueira ( ) G. Os dias de Noé ( ) H. Os companheiros (24.40, 41) I. O pai de família atento ( ) J. O servo leal ( ) K. As dez virgens ( ) L. Os talentos ( ) M. O grande julgamento dos gentios ( ) 12. O sacrifício do Rei Jesus por nossa Salvação (caps ) A. A preparação da Paixão ( ) B. A Páscoa da Paixão ( ) C. A traição predita ( ) D. Os interrogatórios e julgamentos ( ) E. Diante do sumo sacerdote ( ) F. Perante o Sinédrio ( ) G. Respondendo a Pilatos ( ) H. A crucificação ( ) I. Martírio e humilhação ( ) J. Jesus entrega sua vida ( ) K. O sepultamento ( ) 13. A ressurreição e a comissão do Rei Jesus ( ) A. O triunfo de Jesus sobre a morte ( ) B. A conspiração alegada ( ) C. A grande comissão dos discípulos ( ) MT_B.indd 4 14/8/2007, 14:05

5 O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS A linhagem real de Cristo (Lc ) Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão: 2 Abraão gerou Isaque, Isaque gerou Jacó, Jacó gerou Judá e seus irmãos, 3 Judá gerou Perez e Zera, de Tamar; Perez gerou Esrom; Esrom gerou Arão. 4 Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naassom; Naassom gerou Salmom, 5 Salmom gerou Boaz, de Raabe, e Boaz gerou Obede, de Rute; Obede gerou a Jessé. 6 Jessé gerou o rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão, daquela que foi mulher de Urias 1 ; 7 Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa, 8 Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9 Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias; 11 Josias gerou Jeconias e a seus irmãos no tempo em que foram levados cativos para a Babilônia. 12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13 Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim, e Eliaquim gerou Azor; 14 Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou Eliúde, 15 Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã, Matã gerou Jacó; 16 Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, denominado o Cristo Portanto, o total das gerações é: de Abraão até Davi, quatorze gerações; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze gerações; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze gerações. A linhagem divina de Cristo (Lc 2.1-7) 18 O nascimento de Jesus Cristo ocorreu da seguinte maneira: Estando Maria, sua mãe, prometida em casamento a José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. 19 Então, José, seu esposo 3, sendo um homem justo e não querendo expô-la à desonra pública, planejou deixá-la sem que ninguém soubesse a razão. 20 Mas, enquanto meditava sobre isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do SENHOR, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria como sua mulher, pois o que nela está gerado é do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o SENHOR havia dito através do profeta: 1 A expressão daquela que foi mulher não se encontra nos originais em grego; entretanto, desde 1611, a Bíblia King James traz, junto ao texto bíblico, essa explicação rabínica, cujo emprego passou a se observar na maioria das traduções e versões posteriores, em diversas línguas. 2 A expressão grega christos é o adjetivo verbal semita, equivalente a Messias, que, em hebraico, significa o Ungido. No AT, essa forma designava o rei de Israel (o ungido do Senhor, como em 1 Sm 16.6), o sumo sacerdote (o sacerdote ungido Lv 4.3). No plural, essa expressão se refere aos patriarcas em seu ministério de profetas ( meus ungidos Sl ). Jesus cumpriu a profecia messiânica, desempenhando essas três funções. 3 O noivado judaico da época era um compromisso tão solene, que os noivos passavam a se tratar como marido e mulher. A Lei, contudo, proibia qualquer relação sexual antes do casamento formal. O noivado só poderia ser desfeito por infidelidade, que era punida com repúdio público e apedrejamento (Gn 29.21; Dt ; Os 2.2). 4 Jesus (em hebraico Yehoshú a) significa Yahweh Salva ou O SENHOR é a Salvação. Yahweh é o nome judaico impronunciável, sagrado e sublime de Deus, na maioria das vezes traduzido por: SENHOR. Em hebraico: (Êx 6.3; Is 41.4). Em grego Egô Eimi. MT_B.indd 5 14/8/2007, 14:05

6 MATEUS 1, 2 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado de Emanuel, que significa Deus conosco José, ao despertar do sonho, fez o que o Anjo do SENHOR lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua mulher. 25 Contudo, não coabitou com ela enquanto ela não deu à luz o filho primogênito. E José lhe colocou o nome de Jesus. A visita dos sábios do Oriente 2 Após o nascimento de Jesus em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, eis que alguns sábios vindos do Oriente chegaram a Jerusalém. 1 2 E, indagavam: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do Oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. 2 3 Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado e toda a Jerusalém com ele. 4 Tendo reunido todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, 6 perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. 3 5 E eles lhe responderam: Em Belém da Judéia, pois assim escreveu o profeta: 4 6 Mas tu, Belém, da terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá; pois de ti sairá o Guia, que como pastor, conduzirá Israel, o meu povo. 5 7 Então Herodes, chamando secretamente os sábios, interrogou-os exatamente acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. 8 Mandou-os a Belém e disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e quando o achardes, comunicai-me, para que também eu vá e o adore. 9 Após terem ouvido o rei, seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no Oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino. 5 Mateus demonstra de forma clara e inquestionável que Jesus Cristo é o Messias prometido nas diversas profecias do AT, como nesse texto de Is (Mt ; 8.17; 12.17; 13.25; 21.4; ; 27.9; cf. 3.3; 11.10; 13.14, etc.) O próprio Jesus usa as Escrituras para comprovar sua identidade e ministério (Mt ; Lc 4.21; 18.31; 24.44; Jo 5.39; 8.56; 17.12, etc.) Capítulo 2 1 O primeiro calendário foi elaborado por Dionísio Exíguo, de Roma (no século VI) e adotado em todo o mundo predominantemente cristão. Com o surgimento de novas e mais precisas tecnologias para a medição do tempo, constatou-se que Dionísio errou em pelo menos 4 anos em relação ao mais antigo calendário romano. Herodes, chamado O Grande, recebeu, do Senado romano, o título de rei da Judéia e, por isso, ficou conhecido como rei dos judeus. Durante seu reinado (de 39 a.c. a 4 a.c.) mandou matar todas as crianças de Belém, de até 2 anos de idade. Nessa época Jesus estaria em seu segundo ano de vida. E os cálculos demonstram que teria nascido quase 5 anos antes do Anno Domini (ano oficial do nascimento do Senhor). Quanto à expressão sábios, como traduzida pela Bíblia King James, refere-se a um grupo de sacerdotes babilônios, gentios, reconhecidos entre os povos medo-persas como mestres, cientistas, astrônomos, e que se dedicavam ao estudo da medicina e da astrologia. Algumas versões trazem a expressão magos, mas em nossos dias essa palavra tem uma conotação estritamente mística e ocultista. A tradição das igrejas cristãs acrescenta que eles eram três reis, devido aos três presentes de alto valor monetário oferecidos a Jesus, mas isso não tem comprovação bíblica. 2 Séculos mais tarde, o astrônomo Kepler calculou que essa imagem de estrela reluzente se tratava da conjunção de Júpiter e Saturno na constelação de Peixes, em 7 a.c. Na China, o mesmo fenômeno foi observado no ano 4 a.c. e interpretado como o aparecimento de uma estrela variável, com surgimento e desaparecimento periódicos. 3 Herodes convoca os responsáveis pela vida religiosa e moral da nação judaica. Os sumos sacerdotes eram os membros das grandes famílias sacerdotais de Jerusalém. Os escribas geralmente pertenciam ao partido político dos fariseus; eram também doutores da Lei e estudantes profissionais, pagos para estudar e ensinar, ao povo, a Lei e as tradições rabínicas. Também funcionavam como advogados públicos, sendo-lhes confiada à administração da lei e da ordem, como juízes no Sinédrio (22.35). Esses dois grupos se unem contra Jesus, em Mateus associa com mais freqüência os sumos sacerdotes aos anciãos do povo (26.3,47; 27.1). O sentido em ambos os casos é o mesmo: os principais responsáveis pelo drama de um povo são seus líderes e chefes. 4 A palavra profeta deriva do grego pro que significa para adiante ou à frente e phemi que quer dizer o que fala. O profeta é aquele que traz a mensagem de Deus, o servo que anuncia prioritariamente, antes de tudo, a Palavra do Senhor. Esse ministério pode incluir a previsão de futuros eventos. Deus continua a falar através de seus profetas nas igrejas de hoje. Os arautos de Deus nos orientam e ensinam a ouvir o Espírito Santo e a obedecer à Palavra. Entretanto, a Bíblia também nos adverte quanto aos falsos profetas, pessoas que são lideradas por um espírito diferente do Espírito Santo e causam confusão à comunidade e grande dano a si próprios (Jr 7.4, Jr 14.14, Lm 2.4, Ez 13.6, Mt 7.15, Mt , 2Pe 2.1, Ap 19.20). 5 Mq 5.2; Jo 7.42; Ap 2.27 MT_B.indd 6 14/8/2007, 14:05

7 7 MATEUS 2, 3 10 E vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. 11 Ao entrarem na casa, encontraram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se o adoraram. Então abriram seus tesouros e lhe ofertaram presentes: ouro, incenso e mirra E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, retornaram para a sua terra, por outro caminho. A fuga para o Egito 13 Depois que partiram, eis que um anjo do SENHOR apareceu a José em sonho e lhe disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito. Permanece lá até que eu te diga, pois Herodes há de procurar o menino para o matar. 14 José se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito. 15 E esteve lá até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o SENHOR tinha dito através do profeta: Do Egito chamei o meu filho Quando Herodes percebeu que havia sido iludido pelos sábios, irou-se terrivelmente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e em todas as circunvizinhanças, de acordo com as informações que havia obtido dos sábios. 17 Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: 18 Ouviu-se uma voz em Ramá, pranto e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, pois já não existem. 8 O retorno para Israel 19 Após a morte de Herodes, eis que um anjo do SENHOR apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: 20 Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; porque já estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino. 21 Então, José se levantou, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. 22 Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Contudo, tendo sido avisado em sonho por divina revelação, seguiu para as regiões da Galiléia. 23 Ao chegar, foi viver numa cidade chamada Nazaré. Cumpriu-se assim o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno. 9 João Batista prepara o caminho 3 (Mc 1.2-8; Lc ; Jo 1.6-8,19-36) Naqueles dias surgiu João Batista pregando no deserto da Judéia; e dizia: 2 Arrependei-vos, porque o Reino dos céus está próximo. 1 3 Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR, endireitai as suas veredas. 4 João tinha suas roupas feitas de pêlos de camelo e usava um cinto de couro na cintura. Alimentava-se com gafanhotos e mel silvestre. 5 A ele vinha gente de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a província adjacente ao Jordão. 6 Sl ; Is Os Jr A expressão hebraica traduzida por nazareno significa: desprezível ou desprezado. Nazaré era o lugar mais improvável para o surgimento ou a residência do Messias, o Ungido de Deus e libertador do povo de Israel (Sl 22.6; Is 11.1; Is 53.3; Mc 1.24). Capítulo 3 1 João começa seu ministério no deserto da Judéia, uma região árida e estéril, ao longo da margem ocidental do mar Morto. O Reino dos céus sinaliza o domínio do céu e dos seus valores sobre a terra e o sistema econômico, político, social e religioso mundial. O povo judeu da época de Cristo esperava esse Reino messiânico (ou davídico) e seu estabelecimento. Foi exatamente esse o Reino que João anunciou como próximo. A rejeição de Cristo pelo povo adiou sua plena concretização até a segunda e iminente vinda de Cristo (Mt 25.31). O caráter atual do Reino está descrito na série de parábolas (histórias com objetivo didático) contadas por Jesus em Mt 13. MT_B.indd 7 14/8/2007, 14:06

8 MATEUS 3, 4 6 Confessando os seus pecados, eram batizados por João no rio Jordão. 7 E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 2 8 Produzi, sim, frutos que mostrem vosso arrependimento! 9 Não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão ; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode gerar filhos a Abraão. 10 O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 11 Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 Ele traz a pá em sua mão e separará o trigo da palha. 3 Recolherá no celeiro o seu trigo e queimará a palha no fogo que jamais se apaga. O batismo de Jesus (Mc ; Lc 3.21,22; Jo ) 13 Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João. 14 Mas João se recusava, justificando: Sou eu quem precisa ser batizado por ti, e vens tu a mim? 8 15 Jesus, entretanto, declarou: Deixe assim, por enquanto; pois assim convém que façamos, para cumprir toda a justiça. E João concordou. 16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele. 17 Em seguida, uma voz dos céus disse: Este é meu Filho amado, em quem muito me agrado. Jesus é tentado pelo Diabo (Mc 1.12,13; Lc ) Jesus foi então conduzido pelo Espírito, ao deserto, para ser tentado pelo 4 Diabo. 2 Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3 O tentador aproximou-se então dele e disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Jesus, porém, afirmou-lhe: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 1 5 Então o Diabo o conduziu à Cidade Santa, e colocou-o sobre a parte mais alta do templo e desafiou-lhe: 6 Se tu és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e com as mãos eles te susterão, para que jamais tropeces em alguma pedra. 2 2 Os fariseus eram a mais influente das seitas do judaísmo no tempo de Cristo. Embora apegados às doutrinas e à ortodoxia, seu zelo, sem o entendimento espiritual da Lei de Moisés levara-os, ao longo dos séculos, a uma observância estrita das normas e regras da Lei e das tradições rabínicas. Eram justos aos próprios olhos e inimigos implacáveis de Jesus Cristo (Mt 9.14; 23.2; 23.15; Mc 12.40; Lc 18.9). Os saduceus, que pertenciam à elite econômica e às famílias sacerdotais, eram anti-sobrenaturalistas (não criam em milagres e no poder sobrenatural de Deus). Opunham-se às tradições dos ensinos e interpretações dos fariseus e colaboravam abertamente com os governantes romanos. Uniram-se aos fariseus apenas em suas perseguições a Cristo (Mt ,6). 3 Algumas versões trazem a expressão:...e limpará a sua eira. A Bíblia King James optou por uma tradução mais clara dessa frase, a partir do original grego; pois a pá, que Jesus traz em sua mão, tem a ver com uma pá de madeira usada para lançar o cereal triturado ao ar, de modo que a palha, mais leve, fosse carregada pelo vento, e os grãos se amontoassem no solo. Isso significa limpar a eira e reforça o cumprimento da profecia de Malaquias (Ml e 4.1). Capítulo 4 1 O objetivo do Diabo era levar Cristo, o Ungido, Filho de Deus, a pecar. Apenas um pecado seria o suficiente, desqualificando o Salvador, frustrando assim, o plano de Deus para a redenção humana. O objetivo de Deus foi provar que seu Filho perfeitamente divino e perfeitamente humano viveu, contudo, isento de qualquer pecado; sendo, portanto, um Salvador perfeitamente digno e suficiente (2Co 5.21; Hb 4.15, Rm 8.3; 1Jo 2.16; Tg 1.13). Jesus escolhe uma passagem das Sagradas Escrituras (Dt 8.3) para responder ao tentador e a todos quantos têm seus valores invertidos por ganância, egoísmo e inveja. 2 O orgulho, arrogância e empáfia do Diabo não lhe permitiram compreender, muito menos aceitar, a resposta que Cristo lhe dera. O Diabo tenta, então, replicar, usando também uma passagem bíblica (Sl ), mas omitindo parte do texto sagrado MT_B.indd 8 14/8/2007, 14:06

9 9 MATEUS 4, 5 7 Contestou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o SENHOR teu Deus. 3 8 Tornou o Diabo a levá-lo, agora para um monte muito alto. E mostrou-lhe todos os reinos do mundo em todo o seu esplendor. 9 E propôs a Jesus: Tudo isso te darei se, prostrado, me adorares. 10 Ordenou-lhe então Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao SENHOR, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás Assim, o Diabo o deixou; e eis que vieram anjos, e o serviram. Jesus inicia seu ministério (Mc ; Lc ; ) 12 Jesus, entretanto, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galiléia. 13 E, deixando Nazaré, 5 foi habitar em Cafarnaum, situada à beira-mar, nos confins de Zebulom e Naftali. 14 Assim cumprindo-se o que fora dito pelo profeta Isaías: 15 Terra de Zebulom e terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios! 6 16 O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; e aos que estavam detidos na região e sombra da morte, a luz raiou. 17 Daquele momento em diante Jesus passou a pregar e dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus!. 18 E, caminhando junto ao mar da Galiléia, viu Jesus dois irmãos: Simão, chamado Pedro e André que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 19 Então, disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e Eu vos farei pescadores de homens. 20 Eles, imediatamente deixaram suas redes e seguiram Jesus. 21 Seguindo adiante, viu Jesus outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu e João, seu irmão, que estavam no barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os. 22 Eles imediatamente deixaram o barco e seu pai para seguirem a Jesus. 23 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e males entre o povo. 24 E sua fama correu por toda a Síria; e trouxeram-lhe, então, todos aqueles que sofriam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos. E Jesus os curava. 25 E uma grande multidão da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e de além do Jordão seguia a Jesus. O sermão do monte (Lc ) Jesus, vendo as multidões, subiu a 5 um monte e, assentando-se, os seus discípulos aproximaram-se dele. 2 E Jesus, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: que não se ajustava a seus intentos. Esse mesmo método de interpretação inescrupulosa da Bíblia tem-se repetido ao longo dos séculos, na criação e desenvolvimento de diversas seitas heréticas em todo o mundo. 3 Veja Dt Somente uma análise profunda e detalhada dos diálogos aqui travados entre Satanás e Jesus pode revelar a magnitude dessa batalha espiritual vencida por Cristo por meio da Palavra de Deus (Dt 6.13; 10.20), bem como a astúcia e o poder do Diabo para iludir seus oponentes. Satanás, como príncipe do sistema econômico, político e social do nosso planeta (em grego, Kosmos, que significa: mundo), estava em seu direito ao ofertar a Jesus as glórias de todos os reinos da terra, pois de fato estes lhe foram entregues por algum tempo (Jo 12.31; 1 Jo 2.15; 5.19; Jo 3.19; Tg 1.27; 4.4). Jesus manteve-se, porém, íntegro e fiel, resistindo e vencendo a tentação e o tentador. 5 Conforme Lc , Jesus foi expulso de Nazaré, terra onde fora criado, por ter se apresentado ao povo (em um sábado, na sinagoga) como sendo o Filho de Deus e aquele que veio cumprir as profecias sobre a vinda do Messias, registradas no AT (Is a. Veja também Is e ). 6 Os melhores originais em grego trazem a palavra gentios (todos aqueles que não são judeus) em vez de nações como consta em várias versões em português. MT_B.indd 9 14/8/2007, 14:06

10 MATEUS 5 3 Bem-aventurados 1 os pobres 2 em espírito, pois deles é o Reino dos Céus. 4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 5 Bem-aventurados os humildes, porque herdarão a terra. 3 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11 Bem-aventurados sois vós quando vos insultarem, e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa Exultai e alegrai-vos sobremaneira, pois é esplêndida a vossa recompensa nos céus; porque assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós. O cristão deve ser sal e luz 13 Vós sois o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, com o que se há de temperar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Uma cidade edificada sobre um monte não pode ser escondida. 15 Igualmente não se acende uma candeia para colocá-la debaixo de um cesto. Ao contrário, coloca-se no velador e, assim, ilumina a todos os que estão na casa. 16 Assim deixai a vossa luz resplandecer diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. 1 A KJ de 1611 traz a expressão inglesa blessed (abençoado, bendito, muito feliz) que foi adotada pela maioria das traduções em todo o mundo, inclusive pelas mais modernas. Bem-aventurados transmite melhor a idéia do original grego makarios referindo-se a uma felicidade que excede às circunstâncias, que tem a ver com o profundo sentimento de paz e alegria que todos os que foram abençoados com a Salvação em Cristo e Seu Reino devem sentir e desfrutar, mesmo em meio às aflições cotidianas. Esse discurso, conhecido como Sermão do Monte, é o primeiro dos cinco grandes temas tratados por Jesus (Mt 5 a 7; Mt 10; 13; 18 e em Mt 24 e 25). São ensinos primeiramente dirigidos aos discípulos (convertidos, que desejam proclamar ao mundo sua fé em Jesus Cristo). A expressão original: abre a boca, significa que Jesus passou a falar mais alto para que pudesse ser ouvido pelas demais pessoas ao redor. A proclamação do Reino dos Céus é o ponto central da pregação de Jesus. Essa expressão vem do hebraico malekhüth shãmayim. A KJ traduz como Reino do Céu mas tanto a palavra grega ouranos como a hebraica shãmayim estão no plural (céus) e têm o mesmo sentido de Reino de Deus. Os judeus, por respeito, não mencionavam o nome de Deus e por isso, Mateus, sensível a esse dado cultural, chamou o Reino de Deus de Reino dos Céus. O ser humano não tem em si mesmo força moral e ética para viver como Deus ordena. Por isso Jesus Cristo, que viveu essa plenitude de vida espiritual na terra e venceu o mundo, vem na forma do Espírito Santo habitar na alma humana para ajudar-nos a viver uma nova vida, com uma nova mentalidade, como cidadãos do Seu Reino, dirigidos por Deus.A plenitude dessa vida espiritual se dará no futuro (Ap ). 2 A primeira estocada de Jesus atinge diretamente o coração arrogante e presunçoso. Jesus conhecia bem os ensinos dos escribas e fariseus: Quem cumpre toda a Lei com exatidão é rico no Altíssimo. Quem, além disso, observa literalmente a Halachá (série de tradições judaicas transmitidas pelos pais de geração a geração) será ainda mais rico. Jesus não estava dizendo que não há bênção em obedecer a Lei, mas sim que um coração soberbo e orgulhoso por cumprir ordenanças e preceitos, não poderá entrar (viver com amor, paz, alegria e liberdade) no Reino de Deus. Assim, pobres em espírito não é uma contradição nem se refere a pessoas tímidas ou sem poder econômico. Significa sim, que o discípulo (seguidor) de Jesus, aquele que ama a Deus sobre todas as coisas, conhece suas limitações e fraquezas e reconhece que sem a graça do Senhor é impossível viver a vida cristã e que por isso não tem qualquer motivo para se orgulhar, pois o Reino dos Céus é também uma dádiva aos quebrantados, humildes e arrependidos (Jo 3), e não pode ser alcançado através de qualquer esforço, barganha ou talento humano. Reino dos Céus é o domínio de Deus sobre toda a criação, as pessoas e o mundo; tanto no presente como no futuro (Mt 5.3; e Rm 14.17). Às vezes refere-se também a um lugar e uma vida futura com Deus (2 Tm 4.18). 3 A KJ traz aqui a palavra inglesa meek que pode ser traduzida como: pacífico, gentil, brando, suave, amável, manso, dócil, submisso, resignado. Entretanto, a palavra: humilde é mais fiel ao sentido original do termo em grego e comunica melhor, em português, a idéia dessa qualidade cristã: defender a justiça com paciência e sem amargura, entregando lutas e desafios ao Senhor que tudo julga retamente. Esse caráter cristão, moldado pelo Espírito Santo, nos capacita a perseverar na fé em Cristo ainda que em meio às injustiças, ofensas e falta de reconhecimento neste mundo. A promessa é nada menos do que a terra por herança. Aqueles que aceitam perder algumas coisas nesta terra e neste tempo, mantendo uma fé serena no Senhor, serão os reis de toda a terra no futuro (Ap ), pois já vivem no presente como cidadãos do Reino. Seres humanos esses cujas vidas estão sendo transformadas pelo Espírito Santo e cujos frutos de caráter lhes conferem a bênção de serem conhecidos como bem-aventurados (muito felizes). MT_B.indd 10 14/8/2007, 14:06

11 11 MATEUS 5 A Lei se cumpre em Cristo 17 Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Eu não vim para anular, mas para cumprir. 18 Com toda a certeza vos afirmo que, até que os céus e a terra passem, nem um i 4 ou o mínimo traço se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. 19 Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus. 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus. 21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas quem assassinar estará sujeito a juízo Eu, porém, vos digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a juízo. Também qualquer que disser a seu irmão: Racá, será levado ao tribunal. E qualquer que o chamar de idiota estará sujeito ao fogo do inferno Assim sendo, se trouxeres a tua oferta ao altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa ali mesmo diante do altar a tua oferta, e primeiro vai reconciliar-te com teu irmão, e depois volta e apresenta a tua oferta. 25 Entra em acordo depressa com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho do tribunal, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao carcereiro, e te joguem na cadeia. 26 Com toda a certeza afirmo que de maneira alguma sairás dali, enquanto não pagares o último centavo. 7 4 A Lei e os Profetas representavam a totalidade do AT, que incluía os Escritos (Sl é um exemplo desses Escritos e se refere a Êx 7-12 e Nm 13.22, que fazem parte da terceira seção da Bíblia Hebraica). Jesus é o cumprimento das profecias sobre a vinda do Messias e Seu Reino. Ao mesmo tempo, Ele foi o único ser humano a cumprir de maneira plena e fiel a essência da vontade de Deus, não se limitando a uma obediência apenas religiosa, formal e exterior. Jesus levou seu amor pelo Pai e pela humanidade às últimas conseqüências e enfatizou que toda a Palavra de Deus se cumprirá. Nem a menor letra do alfabeto hebraico: (yod); em grego: i(iôta) que corresponde à letra i em português; nem mesmo o menor sinal gráfico (pequeno traço) que serve para distinguir certas letras hebraicas, e que pode alterar o sentido de uma expressão, serão suprimidos das Sagradas Escrituras. Jesus usa essa bem elaborada hipérbole para evidenciar a veracidade e autoridade da Palavra de Deus até o final dos tempos. As próprias Escrituras testemunham acerca de Jesus de Nazaré como Filho de Deus, Messias (Cristo), Rei dos Reis, Senhor do Universo, nosso Salvador para toda a eternidade (Mc 14.49; Lc 24.27; Jo 10.35; At 18.24; 2Tm 3.16, 2Pe ). Jesus desejava que os doutores da Lei observassem essa verdade nas Escrituras, uma vez que o povo já estava aceitando que Jesus Cristo era o Messias, pelas obras que realizava e o poder de suas palavras. 5 Jesus toma como exemplo a situação mais drástica da Lei: a morte (Êx 20.13; Dt 5.17) para demonstrar o que significa compreender e obedecer ao espírito da Lei e não apenas à letra. Ou seja, uma vida no sentido mais amplo e saudável dos mandamentos de Deus, em vez da interpretação meramente externa e restrita feita pela tradição rabínica. A KJ traz a palavra murder (assassinar), pois os verbos em hebraico e grego usados nesse texto e em Êx têm especificamente esse sentido claro. 6 Jesus demonstra como entender o sentido mais abrangente da Lei, ao relacionar o pecado de tirar a vida de alguém (assassinato) com erros, aparentemente menos graves, como irar-se contra um irmão ou insultar alguém. A KJ e as versões de Almeida acrescentam sem motivo se irar. Entretanto, os mais antigos e melhores originais gregos não trazem essa expressão. Jesus revela que a ofensa verbal está no mesmo nível de um assassinato. Racá era uma antiga expressão aramaica rêqâ que originou a palavra hebraica rêquïm usada no tempo dos juízes (Jz 11.3) para indicar pessoas de mau caráter, levianas e traidoras. De maneira curiosa, essa era uma expressão freqüentemente usada na tradição rabínica, associada ao vocábulo nãbhãl (néscio), para se referir aos insensatos e sem sabedoria. Já a palavra grega more, traduzida, em algumas versões, como louco, tem sua origem na expressão hebraica moreh (desgraçado), alguém que por não crer em Deus merecia o inferno. O cerne do ensino de Jesus está em que o pecado que leva alguém a ofender outra pessoa é o mesmo que motiva o assassinato. O vocábulo grego synedrio cujo correspondente hebraico é sanhedrïn refere-se ao mais alto tribunal dos judeus, que se reunia em Jerusalém. A KJ traduziu o termo para o inglês council (conselho), por se tratar da reunião dos sábios que julgavam as causas do povo. Synedrion deu origem à expressão grega presbyterion que significa corpo de anciãos (Lc 22.66; At 22.5) e gerousia senado (At 5.21). A expressão fogo do inferno tem a ver com o vale de Hinom em hebraico ge hinnom que deu origem ao nome grego do lugar: geena. Durante o reinado dos perversos Acaz e Manassés, sacrifícios humanos ao deus amonita Moloque foram realizados em geena. Josias profanou o vale por causa das oferendas pagãs que realizou naquele lugar (2Rs 23.10; Jr 7.31,32; 19.6). Com o passar do tempo, esse vale se transformou num grande depósito de lixo, constantemente em chamas, o que fez a palavra geena significar o lugar dos perdidos, imprestáveis e destinados ao fogo que nunca se apaga. 7 Graças a Jesus temos a bênção do perdão à nossa disposição. Não fosse essa graça seríamos todos consumidos pela Lei. Os cristãos devem, então, perdoar tudo e a todos, pedir perdão e procurar a paz com todos aqueles que se sentirem ofendidos MT_B.indd 11 14/8/2007, 14:06

12 MATEUS 5 Adultério no coração 27 Ouvistes o que foi dito: Não cometerás adultério. 28 Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela. 29 Se o teu olho direito te leva a pecar, arranca-o e lança-o fora de ti; pois te é mais proveitoso perder um dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado no inferno. 30 E, se tua mão direita te fizer pecar, corta-a e atira-a para longe de ti; pois te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. O casamento é sagrado 31 Foi dito também: Aquele que se divorciar de sua esposa deverá dar a ela uma certidão de divórcio. 32 Eu, porém, vos digo: Qualquer que se divorciar da sua esposa, exceto por imoralidade sexual, faz com que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério Entretanto, Eu vos afirmo: Não jureis de forma alguma; nem pelos céus, que são o trono de Deus; 35 nem pela terra, por ser o estrado onde repousam seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. 36 E não jures por tua cabeça, pois não tens o poder de tornar um fio de cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno. 8 Jamais use a vingança 38 Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas se alguém te ofender com um tapa na face direita, volta-lhe também a outra. 40 E se alguém quiser processar-te e tirar-te a túnica, deixa que leve também a capa. 41 Assim, se alguém te forçar a andar uma milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pedir e não te desvies de quem deseja que lhe emprestes algo. 9 Votos e juramentos 33 Também ouvistes o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente teus juramentos ao Senhor. Ame os que o odeiam 43 Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: Amai os vossos com alguma de suas atitudes. Jesus não entra no mérito se o cristão está certo ou não, apenas ordena que a reconciliação seja promovida o mais rápido possível e que a iniciativa seja sempre da parte daquele que crê em Deus. Jesus usa o exemplo do judeu religioso e temente ao Senhor em um de seus atos mais sublimes o sacrifício oferecido a Deus de acordo com a lei mosaica, para ensinar que não pode haver culto, oração ou oferta maior do que um coração limpo, sincero, humilde, perdoador e em paz com Deus e com os semelhantes. Em seguida, por meio de uma parábola, Jesus exorta os cristãos que estão em demanda com alguém a que se apressem a negociar um acordo e estabeleçam a paz, antes que a questão se prolongue demais e acabe na justiça onde não há misericórdia, apenas a lei. 8 No AT juramentos em nome do Senhor eram obrigatórios em determinadas ocasiões: quando a palavra necessitava de um fiador idôneo ou mesmo diante de um voto. A quebra da palavra empenhada era um ato sujeito às penas da Lei (Êx 20.7; Lv 19.12; Dt ). Deus era (e é) o juiz onisciente de toda a falsidade....tão certo como o Senhor vive (1Sm 14.39). Essa ênfase na santidade dos votos ocorria devido à falsidade costumeira entre as pessoas em seus acordos cotidianos. Jesus ensina que o verdadeiro cristão deve ser autêntico e sincero em suas afirmações; afastando-se de toda a ambigüidade e falsidade comuns neste mundo controlado pelas forças do Diabo. 9 Jesus trabalha as questões universais do direito. De fato toda a humanidade participa de um grande julgamento, envolvendo todos os povos de todos os tempos, no qual Cristo é nosso Advogado e garantia absoluta. Jesus começa citando a antiga Lei da Retaliação (Lv 24.20). Entre os judeus, na época de Jesus, o ato de bater na face direita de alguém, com as costas da mão, era um insulto e uma provocação; não exatamente uma agressão. O insultado poderia revidar ou ir ao tribunal pleitear uma punição, em dinheiro, pela ofensa. Jesus exorta seus discípulos a oferecer a outra face, em sinal de paz e disposição para um acordo. A próxima ilustração tem a ver com as leis dos fariseus: um credor tinha o direito de exigir a túnica do devedor por uma dívida não paga. Quando não a recebia por bem, tinha o direito de exigi-la por meio de um processo jurídico. Mas, de acordo com Dt , deveria ceder a roupa ao dono, conforme suas necessidades diárias de uso. Diante dessas questões jurídicas mesquinhas, MT_B.indd 12 14/8/2007, 14:06

13 13 MATEUS 5, 6 inimigos e orai pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois que Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. 46 Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos igualmente assim? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de notável? Não agem os gentios também dessa maneira? 48 Assim sendo, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus. Como viver no Reino Guardai-vos de fazer a vossa caridade 6 e obras de justiça diante dos homens, com o fim de serem vistos por eles; caso contrário, não tereis qualquer recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2 Por essa razão, quando deres um donativo, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Com toda a certeza vos afirmo que eles já receberam o seu galardão. 3 Tu, porém, quando deres uma esmola ou ajuda, não deixes tua mão esquerda saber o que faz a direita. 4 Para que a tua obra de caridade fique em secreto: e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. A oração modelo 5 E, quando orardes, não sejais como os hipócritas, pois que apreciam orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem admirados pelos outros. Com toda a certeza vos afirmo que eles já receberam o seu galardão. 6 Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente. 7 E, quando orardes, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos; pois imaginam que devido ao seu muito falar serão ouvidos. 8 Portanto, não vos assemelheis a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe tudo de que tendes necessidade, antes mesmo que lho peçais. 9 Por essa razão, vós orareis: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu Nome. 10 Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Jesus exorta os discípulos a serem altruístas. Se credores, a desistir do penhor; se devedores, a dar além do devido, entregando também a capa que era vestida sobre a túnica. Para o discípulo de Jesus, o direito jurídico já foi abolido na Cruz, a nova ordem é a Lei do Amor em Cristo. Outra metáfora de Jesus reforça essa idéia. Tem a ver com o costume judaico de se pedir a companhia de alguém numa viagem pelas perigosas estradas da época. Quando alguém se negava, e acontecia um crime, essa pessoa era responsabilizada pela sua comunidade local, por não ter atendido ao pedido do viajante. O verbo grego traduzido aqui por forçar advém de uma antiga palavra persa que significa recrutar à força. Curiosamente, é a mesma palavra que aparece no final deste livro, em Mt 27.32, quando os soldados romanos recrutam à força Simão, para ajudar Jesus a carregar sua cruz. Os fariseus haviam imposto uma lei: devemos acompanhar somente a outro fariseu, não devemos caminhar com os incrédulos. Jesus, entretanto, vai além, e ensina que seus discípulos, ao serem solicitados por qualquer viajante a andar metros (uma milha), devem graciosamente estar prontos para caminhar em sua companhia por mais de três quilômetros (duas milhas). Ou seja, exceder em amor, graça e misericórdia ao que pede a Lei. 10 O termo publicano (palavra latina com origem no grego telõnês) denominava um coletor de impostos a serviço do império romano. Esses homens eram odiados por causa da impiedade com que exploravam o povo. Para os judeus, o publicano era imundo, pois estava sempre em contato com os gentios. A palavra publicano tornou-se sinônimo de egoísmo, desonestidade, falsidade, impiedade e incredulidade. Gentios (em hebraico gôyïm e do grego ethnikoi ou Hellênes traduzido pela Vulgata, em latim, como gentiles) era um termo geral para significar nações. Entretanto, na época de Jesus, esse termo era usado pelos judeus para se referir, em tom discriminatório e preconceituoso, a todas as pessoas que não fossem israelenses. Para os mestres e doutores da Lei, os gentios eram idólatras, imorais e pecadores. Um judeu chamado de gentio significava um publicano; ou seja, uma pessoa impura, incrédula, mau-caráter, inescrupulosa, impiedosa e digna de todo o desprezo. Jesus resgata o valor real dos gentios (das nações) e convida a todos para Seu Reino (Rm 1.16; Cl 3.11; Gl 2.14; Ap 21.24; 22.2). Jesus conclui essa parte do seu ensino revelando o segredo da ética cristã: o amor deve fazer muito mais do que a obrigação. Este foi o testemunho de Cristo e este deve ser o objetivo maior dos cristãos: buscar o amor perfeito do Pai e agir assim, como filhos amados de Deus, para que outros vejam a luz de Cristo e sejam libertos das trevas deste mundo. MT_B.indd 13 14/8/2007, 14:06

14 MATEUS 6 11 Dá-nos hoje o nosso pão diário. 12 Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. 13 E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do Maligno. 1 Porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém. 14 Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, assim também vosso Pai celeste vos perdoará. 15 Entretanto, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. Jejuar é adorar a Deus 16 Quando jejuardes, não vos mostreis com aspecto sombrio como os hipócritas; pois desfiguram o rosto com a intenção de mostrar às pessoas que estão jejuando. 17 Tu, porém, quando jejuares, unge tua cabeça e lava o rosto. 18 Pois, assim, não parecerá aos outros que jejuas; e, sim, ao teu Pai em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. 14 Investir os recursos no céu 19 Não acumuleis para vós outros tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde ladrões arrombam para roubar. 20 Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde a traça nem a ferrugem podem destruir, e onde os ladrões não arrombam e roubam. 21 Porque, onde estiver o teu tesouro, aí também estará o teu coração. Um corpo iluminado 22 Os olhos são a lâmpada do corpo. Portanto, se teus olhos forem bons, teu corpo será pleno de luz. 23 Porém, se teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em absoluta escuridão. Por isso, se a luz que está em ti são trevas, quão tremendas são essas trevas!sse Servir somente a Deus 24 Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou será leal a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mâmon. 2 1 Jesus ensina a seus seguidores o caminho da verdadeira adoração e comunicação com Deus. O primeiro passo é a humildade, em contraste com o estilo dos fariseus, escribas, publicanos e gentios, que viviam uma religiosidade apenas de aparência, formal e estéril. Os discípulos deveriam também evitar as vãs repetições, pois essa era a maneira como os pagãos (aqueles que não passaram pelo batismo, também chamados de gentios ) tentavam sensibilizar seus deuses para obter favores. Nessa época, os adoradores de Baal (1Rs ) estavam cativando até judeus fiéis com suas hipocrisias (encenações teatrais, do grego hupokrites, ator). Por isso Jesus oferece um modelo de oração: O nascimento espiritual dá ao cristão o direito de ser filho de Deus (Jo 3) e, portanto, pode orar a Deus como quem conversa com seu pai amado (em aramaico: Abba, Mc 14.36; Rm 8.15, Gl 4.6). Devemos desejar e trabalhar pelo estabelecimento do Reino de Deus, em nossas vidas e comunidades, ao receber pessoalmente o Espírito Santo, que traz salvação, paz, alegria, e a justiça de Cristo. Reino esse que será estabelecido de forma plena no futuro iminente, quando Jesus voltar, e o último Inimigo for vencido definitivamente (2Ts 2.8; 1Co ). Assim a terra usufruirá a mesma glória de Deus que há nos céus (2Pe 3.13). O cristão reconhece que é o Senhor quem supre diariamente todas as nossas necessidades, e é grato por isso. A fome, as guerras e outros sofrimentos sociais não ocorrem por indiferença da parte de Deus, mas pelos pecados dos indivíduos (malignidade) e das nações. Devemos nos lembrar de perdoar as pessoas que nos devem (bens materiais ou justiça) com a mesma misericórdia e generosidade com que Deus nos perdoa sempre (1Jo 1.5-9). Observemos como Jesus ressalta a importância do perdão no Reino de Deus (6.14,15). O servo do Senhor é o alvo favorito dos ataques e artimanhas do Diabo. Mas Deus tem o poder de nos livrar de todo o mal e levar-nos, para lugar seguro, longe do alcance dos demônios. Não há amargura, decepção, fraqueza, vício, perda ou dor maiores do que o amor e o poder de Deus (Tg 1.13; 1Co 6.18; 10.14; 1Tm 6.11; 2Tm 2.22). A maioria das versões da Bíblia em português inclui a frase:...e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.... A KJ apresenta a expressão inglesa:...and do not lead us into temptation... (...e não nos induzas à tentação...). Os melhores originais gregos nos permitem traduzir:...e não nos conduzas à tentação.... A palavra grega peirasmos aqui significa tentação, podendo significar também: teste ou provação em outros trechos. Assim, a tentação, que do ponto de vista do Diabo é sempre uma cilada para nos destruir, do ponto de vista de Deus é uma oportunidade para fortalecimento da fé e crescimento espiritual (Lc 22.32). Deus controla o universo visível e invisível, incluindo o Maligno e seu reino; por isso, é ao Senhor que devemos pedir livramento das tentações e forças para vencer as provações (1Co 10.13). Jesus deixa bem claro em sua oração-modelo, que o cristão somente consegue a vitória, vigiando e orando. O próprio Jesus venceu sua grande batalha contra Satanás, com jejum (4.2), e recomendou que seus discípulos também usassem essa arma ao lado das orações, e do contínuo louvor a Deus, contra os desígnios do Inimigo (9.15; 17.21). 2 Jesus escolhe uma palavra aramaica Mâmon para personificar um dos mais poderosos deuses pagãos de todos os tempos: o Dinheiro. O adjetivo Mâmon, deriva do verbo aramaico amân (sustentar) e significa amor às riquezas e dedicação avarenta aos MT_B.indd 14 14/8/2007, 14:06

15 15 MATEUS 6, 7 Descanso na providência divina 25 Portanto, vos afirmo: não andeis preocupados com a vossa própria vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as roupas? 26 Contemplai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Não tendes vós muito mais valor do que as aves? 27 Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar algum tempo à jornada da sua vida? 3 28 E por que andais preocupados quanto ao que vestir? Observai como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. 29 Eu, contudo, vos asseguro que nem Salomão, em todo o esplendor de sua glória, vestiu-se como um deles. 30 Então, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? 31 Portanto, não vos preocupeis, dizendo: Que iremos comer? Que iremos beber? Ou ainda: Com que nos vestiremos? 32 Pois são os pagãos que tratam de obter tudo isso; mas vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas. 33 Buscai, assim, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. 34 Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações. É suficiente o mal que cada dia traz em si mesmo. Amar mais e julgar menos Não julgueis, para que não sejais 7 julgados. 1 2 Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros, igualmente medirão a vós. 3 Por que reparas tu o cisco no olho de teu irmão, mas não percebes a viga que está no teu próprio olho? 4 E como podes dizer a teu irmão: Permite-me remover o cisco do teu olho, quando há uma viga no teu? 5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho de teu irmão. 2 6 Não deis o que é sagrado aos cães, nem interesses mundanos. Jesus orienta seus seguidores a investir suas vidas na conquista de bens espirituais agradáveis ao Senhor e adverte para a impossibilidade de se servir com lealdade a Deus e ao mesmo tempo amar o deus Dinheiro. Isso não quer dizer que Jesus seja contra os ricos e prósperos, mas, sim, que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (Gn 13.2; Ec 3.13; ; 10.19; 1Tm 6.10). O dinheiro é para ser usado e as pessoas, amadas. A inversão desses valores tem sido a razão de muitas desgraças (Is 52.3; 55.1; Rm 4.4; 1Tm 5.18). 3 A palavra grega psyche (alma) significa: vida, pois nas Escrituras, alma tem um sentido de algo diferente do atual, derivado da filosofia grega, especialmente a partir de Platão. Na Bíblia, a palavra alma vem da expressão hebraica nephesh que significa personalidade e indica o centro das emoções e apetites. Por isso, em toda a Bíblia, o comer e o beber são considerados como funções da alma. Algumas vezes pode também se referir à vida natural em contraste com a vida espiritual (Hb 4.12). Jesus usa uma figura de linguagem para ensinar duas verdades: Deus existe, e você não é Ele. As preocupações tentam minimizar o poder de Deus e colocar um peso insuportável sobre nossas costas. A versão de Almeida traduz a expressão grega helikia por estatura ; porém, melhores originais e estudos mais acurados, mostram que o termo se refere a tempo e idade. Em certo sentido, essa expressão de Jesus poderia ser traduzida assim: Ninguém ultrapassa, nem por meio metro, o ponto final da sua existência na terra. Por isso, Jesus recomenda um estudo (análise, consideração filosófica) sobre a maneira cuidadosa, generosa e particular com que Deus trata cada um dos seres mais simples da terra, e os reveste de grande glória (1Rs 1-11; 1Cr 28; 2Cr 9; 1Rs ). Concluindo: temos uma visão distorcida da vida e de nossas prioridades. Somente a busca do Reino de Deus vai nos colocar em harmonia com o Criador, e, assim, descobriremos a tão almejada paz, justiça e real felicidade (Jo ; Jo 10.10, Rm e ). Capítulo 7 1 Jesus mostra que é possível ajudar nosso semelhante com conselhos e críticas (v. 5 e ), bem como devemos estar sempre dispostos a aprender, avaliar e ensinar (Rm 2.1; 1Co 5.9; 2Co 11.14; Fp 3.2; 1Jo 4.1; 1Ts 5.21).Entretanto, como cristãos, nosso dever é amar antes de julgar. Um coração repleto do amor de Deus não será acusador, mesquinho, invejoso, crítico contumaz ou difamador. A marca do cristão deveria ser seu amor irrestrito e altruísta pelo próximo, em especial por seus irmãos em Cristo (Jo 13.5; Jo 14.15; Rm 12.10; 1Pe 1.22). 2 Jesus usou muitas histórias (parábolas) e figuras de linguagem para ensinar. Em 19.24, por exemplo, Ele fala de um camelo passando pelo fundo de uma agulha. Nesta outra hipérbole, Ele compara uma partícula de serragem ou pedaço de qualquer MT_B.indd 15 14/8/2007, 14:06

16 MATEUS 7 jogueis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisoteiem e, voltando-se, vos façam em pedaços. Perseverança na oração 7 Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. 8 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá. 9 Ou qual dentre vós é o homem que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? 10 Ou se lhe pedir peixe, lhe entregará uma cobra? 11 Assim, se vós, sendo maus, sabeis dar bons presentes aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará o que é bom aos que lhe pedirem! 3 12 Portanto, tudo quanto quereis que as pessoas vos façam, assim fazei-o vós também a elas, pois esta é a Lei e os Profetas. 4 Os dois únicos caminhos 13 Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho. 14 Porque estreita é a porta e difícil o caminho que conduzem à vida, apenas uns poucos encontram esse caminho! 5 16 Pelo fruto se conhece a árvore 15 Acautelai-vos quanto aos falsos profetas. Eles se aproximam de vós disfarçados de ovelhas, mas no seu íntimo são como lobos devoradores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. É possível alguém colher uvas de um espinheiro ou figos das ervas daninhas? 17 Assim sendo, toda árvore boa produz bons frutos, mas a árvore ruim dá frutos ruins. 18 A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim produzir bons frutos. 19 Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e atirada ao fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo aquele que diz a mim: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos dirão a mim naquele dia: Senhor, Senhor! Não temos nós profetizado em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu nome, não realizamos muitos milagres? 23 Então lhes declararei: Nunca os conheci. Afastai-vos da minha presença, vós que praticais o mal. O sábio e o insensato 24 Assim, todo aquele que ouve estas material com uma grande trave (viga) de madeira usada na estrutura de construções, para destacar a humildade, carinho e sensibilidade que devemos ter para com nosso semelhante, quando tivermos de emitir um juízo, criticar ou aconselhar. Pois somos sujeitos a erros, fraquezas e dificuldades iguais ou maiores que os de qualquer pessoa. 3 Jesus explica que o bem e o mal têm, às vezes, certa semelhança inicial, podendo enganar alguém ingênuo ou desinformado. A pedra a que Jesus se refere era parecida com os pães orientais da época: redondos, achatados e endurecidos (por isso o pão suportava longas viagens e era quebrado para ser servido). A cobra peçonhenta é semelhante às enguias comestíveis, apreciadas pela culinária da época. O Senhor é Pai bondoso e fica feliz em dar os presentes (dádivas) que seus filhos lhe pedem, mas só Ele sabe o que é realmente bom para cada um de nós. 4 Este versículo é conhecido em todos os continentes como A Regra de Ouro, a manifestação prática do amor cristão. Orienta-nos Jesus aqui quanto ao procedimento diário: o amor, sem egoísmos, deve ser a força motriz das nossas ações (1Co ), concedendo ao próximo o que buscamos para nosso próprio bem. Devemos chegar ao ponto máximo do amor e da fé em Deus, que é retribuir com o bem a qualquer pessoa que, por algum motivo, nos ferir ou fizer qualquer mal. Foi assim que Deus respondeu à rebelião e indiferença da humanidade, oferecendo-se em sacrifício, para nos salvar pela Graça (Ef 2.8-9). A Lei e os Profetas é uma referência a toda a Escritura Sagrada, tanto em sua letra como em seu pleno conteúdo (Rm ; Mt 5.17). 5 Jesus denomina o caminho para o céu de porta estreita ou caminho difícil, em algumas versões caminho apertado. Não porque Deus tenha diminuído sua generosidade, graça e desejo de salvar a todos (2Pe 3.9), ao contrário, estamos vivendo a Época da Graça onde todos mais do que nunca são bem-vindos ao Reino de Deus. Entretanto, poucos permanecerão no Caminho, porque jamais foram dele realmente, e não suportam o negar-se a si mesmo, as renúncias do Eu nem os apelos de uma sociedade cada vez mais hedonista e materialista. A idéia e a figura dos dois caminhos é muito anterior a Cristo, data de 400 a.c e foi difundida através do trabalho filosófico de Sócrates. O mesmo pensamento reaparece em duas grandes obras do primeiro século depois de Cristo: Didaquê e Epístola de Barnabé. MT_B.indd 16 14/8/2007, 14:06

17 17 MATEUS 7, 8 minhas palavras e as pratica será comparado a um homem sábio, que construiu a sua casa sobre a rocha. 25 E caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e bateram com violência contra aquela casa, mas ela não caiu, pois tinha seus alicerces na rocha. 26 Pois, todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 27 E caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e bateram com violência contra aquela casa, e ela desabou. E grande foi a sua ruína. 28 Quando Jesus acabou de pronunciar estas palavras, estavam as multidões atônitas com o seu ensino. 29 Porque Ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei. 6 Jesus purifica o imundo Quando Ele desceu do monte, grandes multidões o seguiram. 8 2 E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o de joelhos e clamou: Senhor, se é da tua vontade podes purificar-me! 3 Então, Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Eu quero. Sê limpo! E no mesmo instante ele ficou purificado da lepra. 4 Em seguida, disse-lhe Jesus: Veja que não digas isto a ninguém, mas segue, mostra teu corpo ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho. 1 Um comandante romano crente 5 Entrando Jesus em Cafarnaum, dirigiuse a ele um centurião, suplicando: 2 6 Senhor, meu servo está em casa, paralítico e sofrendo horrível tormento. 7 Então, Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. 8 Ao que respondeu o centurião: Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto. Mas dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado. 9 Porque eu também sou homem debaixo de autoridade e tenho soldados às minhas ordens. Digo a um: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem. Ordeno a meu servo: Faze isto, e ele o faz. 10 Ao ouvir isto, Jesus maravilhou-se, e disse aos que o seguiam: Com toda a certeza vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei alguém com tão grande fé. 11 Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. 12 Entretanto, os herdeiros do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e da maneira como creste, assim te su- 6 Os doutores da lei (em grego grammateis, nomikoi) e os mestres da lei (em grego nomodidaskaloi) eram técnicos no estudo da lei de Moisés (Torah). Em princípio era uma função reservada aos sacerdotes. Esdras, um homem de Deus, acumulou as funções de sacerdote e escriba (em hebraico sôpherïm). Veja Ne 8.9. Com o passar do tempo, os escribas se tornaram extremamente formais e espiritualmente estéreis. Além disso, muitos se envolveram com o partido político dos fariseus e deixaram de ser imparciais em relação ao ensino da lei. Jesus, entretanto, ensinava com exousia, em grego, poder sobrenatural que a todos deixava maravilhados, pasmos, atônitos (1Co 2.4-5). Isso despertou a inveja e o ódio de muitos líderes religiosos contra Jesus Cristo. Capítulo 8 1 A lei de Moisés (Lv 13,14) ordenava que em casos de doenças de pele, especialmente a lepra, somente um sacerdote ou seu filho poderia realizar a cerimônia de purificação. O conceito de quarentena (para isolamento e tratamento de doenças infecciosas) teve início naquela época. Para os judeus, a çãra ath, palavra hebraica para um dos tipos de hanseníase, simbolizava o pecado, por ser nojento, contagioso e incurável. Além disso, o sacerdote que tocava no leproso tornava-se cerimonialmente imundo. Jesus ao curar um homem da mais terrível doença de sua época, revela ao mundo parte de sua natureza e ministério. As instruções mosaicas para o cerimonial de purificação dos imundos tipificam a nossa redenção em Cristo (Lv ). 2 A centúria era uma divisão do exército romano, formada por cem homens e comandada por um centurião. Cornélio, um outro centurião gentio, convertido, foi notável exemplo de cristão (At 10). 3 A tradição rabínica considerava o judaísmo como uma garantia herdada e absoluta de entrada no Reino de Deus, e por isso também se dizia: filhos do reino (Is 41.8). Embora, os judeus sejam de fato o povo escolhido, Jesus está comemorando a entrada dos gentios (todos os que não são judeus) no Reino do Pai, como verdadeiros filhos (Sl 107.3; Is 49.12; 59.19; Ml 1.11). Jesus demonstra seu lado humano ao ficar admirado (surpreso) com a fé e a compreensão que aquele homem, não-judeu, demonstrou MT_B.indd 17 14/8/2007, 14:06

18 MATEUS 8 cederá! E naquela mesma hora o servo foi curado. Jesus salva, cura e liberta 14 Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada, enferma e com febre. 15 Então, Jesus tocou a mão dela e a febre a deixou. Em seguida, levantou-se ela e passou a servi-lo. 16 No início da noite, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e Ele, com apenas uma palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes. 17 Assim se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e pessoalmente levou as nossas doenças. 4 A prioridade do discipulado 18 Quando Jesus viu que uma multidão o rodeava, ordenou que atravessassem para o outro lado do mar. 19 Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. 20 Jesus lhe respondeu: As raposas têm 18 suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça. 21 Outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai. 22 Ao que Jesus lhe respondeu: Segueme e deixa que os mortos sepultem os seus próprios mortos. Jesus domina as circunstâncias 23 Entrando Jesus no barco, seus discípulos o seguiram. 24 De repente, sobreveio no mar uma violenta tempestade, de tal maneira que as ondas encobriam o barco. Ele, contudo, dormia. 25 Então, seus discípulos vieram despertá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Vamos todos perecer! 26 Mas Jesus disse a eles: Por que estais com tanto medo, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e houve plena calmaria. 27 Então, os homens maravilhados, exclamaram: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?. ter acerca do seu poder e autoridade divina. Aproveita o evento para proclamar a salvação para todos os povos e raças ( ; Lc ), ao mesmo tempo em que adverte duramente aos judeus quanto ao fato de que a herança da vida eterna e do Reino está em crer em Deus e na aceitação de Seu Filho que veio ao mundo para salvar todos os seus. De agora em diante a humanidade não seria mais dividida entre judeus e gentios (os próximos e os distantes de Deus); mas, sim, entre crentes e descrentes. O padrão de reconhecimento da herança não repousa mais sobre a nacionalidade ou linhagem judaica, mas numa fé sincera e absoluta no Senhor (Sl ,20; Mt 4.17; 9.28; Mc 4.40; 11.22; Lc 5.20; Jo ; 8.45; At 14.16). Por isso acontecerá que do oriente e do ocidente (de todo o mundo) virão gentios para o Reino (Is 49.12) e terão o direito de se assentar ao lado dos grandes pais da fé, pois aceitaram a Graça da Salvação (Ef 2.8). Jesus conclui duramente, que muitos judeus, herdeiros do Reino (sacerdotes ou filhos do reino) tornaram-se filhos da desobediência (piores dos que os pagãos e gentios), razão pela qual serão expulsos para o reino dos mortos (sheol, em hebraico e hades, em grego), onde haverá tanto remorso e tristeza que se ouvirá o som do bater dos queixos das pessoas aterrorizadas. Nesse estado intermediário entre a morte e a ressurreição (sheol ou hades), os salvos gozarão de paz e descanso, enquanto os incrédulos estarão na escuridão (um lugar chamado: inferno) e sob tormentos. Na ressurreição, os salvos habitarão plenamente o Reino, e os incrédulos (judeus ou não) sofrerão a segunda morte e serão banidos para o lugar de punição e fogo eterno ou lago de fogo (em grego ten geennan tou pyros). Onde até mesmo o inferno será lançado (Ap 20). 4 Ao contrário do que alguns céticos e críticos afirmam, Jesus não andava com o AT nas mãos procurando cumprir profecias. Mas, a cada instante, um evento admirável ocorria e seus discípulos, e todos os que conheciam a Lei e os Profetas testemunhavam, na pessoa de Jesus o cumprimento de várias profecias messiânicas do AT. Tudo isso diante dos olhos atônitos de todos. Algumas dessas profecias haviam sido escritas há mais de anos antes que Jesus começasse a andar pelas terras da Palestina pregando a Nova Aliança, como é o caso do Salmo 22 e outros (Sl 2,8,16,40,41,45,68,69,89,102,109,110 e 118). A profecia de Isaías 53.4 (cerca de 750 a.c segundo os melhores estudos sobre os Papiros do Mar Morto) nos revela que Jesus, o Messias (Palavra hebraica que significa: Rei Ungido, e que foi traduzida para o grego como: Cristo), refere-se ao ministério de cura e libertação de Jesus, cuja obra lhe custou caro fisicamente (Mc 5.30, Lc 8.46). Os cristãos, hoje em dia, podem ter uma idéia desse desgaste físico e emocional quando participam ativamente de qualquer dos ministérios da Igreja: exposição da Palavra, evangelização, louvor, adoração, missões, cura, libertação, aconselhamento, administração, contribuição, ação social e outros, pois a verdadeira obra cristã requer do Espírito Santo (que é o próprio Jesus habitando na vida de cada indivíduo que crê) o mesmo poder demandado da pessoa de Jesus Cristo. MT_B.indd 18 14/8/2007, 14:06

19 19 MATEUS 8, 9 Jesus domina as forças do mal 28 Quando Ele chegou ao outro lado, à província dos gadarenos, foram ao seu encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros. Eram tão agressivos que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 E, de repente gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do devido tempo? 30 Não muito longe deles estava pastando uma grande manada de porcos. 31 Então, os demônios imploravam a Ele: Se nos expulsas, permite-nos entrar naquela manada de porcos! 32 E Jesus lhes disse: Ide! Assim que saíram entraram nos porcos. De repente, toda a manada correu em disparada e atirou-se violentamente precipício abaixo, em direção ao mar, e nas águas pereceram. 33 Aqueles que cuidavam dos porcos fugiram, foram para a cidade e contaram tudo, inclusive o que ocorrera com os endemoninhados. 34 Então toda a cidade saiu ao encontro de Jesus; e assim que o viram, suplicaram-lhe que se retirasse da sua região. Jesus perdoa e cura E, entrando Jesus num barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade. 9 2 E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado em sua maca. Observando-lhes a fé, disse Jesus ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; os teus pecados estão perdoados. 3 Diante disso, alguns escribas diziam consigo mesmos: Este homem blasfema! 4 Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, questiona: Por que cogitai o mal em vossos corações? 5 Pois o que é mais fácil dizer: Os teus pecados estão perdoados 1, ou: Levantate e anda? 6 Entretanto, para que saibais que o Filho do homem 1 tem na terra autoridade para perdoar pecados disse então ao paralítico: Levanta-te, toma a tua maca, e vai para tua casa. 7 Levantando-se, o homem partiu para sua casa. 8 Ao ver isso, a multidão se encheu de temor e glorificava a Deus, pois dera aos homens tamanha autoridade. Jesus veio para os necessitados 9 Saindo, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. 10 E aconteceu que, estando Jesus em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram para cear com Ele e seus discípulos Quando os fariseus viram isso, perguntaram aos discípulos dele: Por que 1 Freqüentemente Jesus refere-se a si mesmo como Filho do Homem (Mc 8.38; 13.26, 14.62; Lc 17.24; 21.27). Ele usou essa expressão do AT para descrever seu caráter e missão em termos da visão de Daniel (Dn 7.13). O Filho do Homem se humilhou como verdadeiro ser humano, sendo ao mesmo tempo, o Eterno Vitorioso (Mt 24.30). Além disso, Jesus revestiu essa expressão com a necessidade e o profundo significado dos seus sofrimentos, morte e ressurreição expiatória (Mc 8.31; 9.31; 10.33; ; Lc ; 19.10; Mt ; 26.45; Lc ; ; Mc ; ,62; Jo ). 2 Cafarnaum foi a cidade onde Jesus permaneceu mais vezes e por mais tempo, por isso era chamada de a cidade de Jesus (Mt 4.12,13; 9.9; Mc 2.1; Lc 4.13, 23, 31, 38). Mas, apesar de Cafarnaum ter sido um grande centro comercial, presenciado mais sinais e recebido mais da presença e da Palavra de Cristo do que qualquer outra localidade, Jesus encontrou ali apenas uns poucos seguidores. Por isso o Senhor exclama seu ai sobre a cidade (Mt 11.23). Hoje Cafarnaum é um campo de entulhos, chamado Tel Hum. Mateus era um cobrador de impostos a serviço de Roma. Os judeus se referiam a eles como publicanos e pecadores, pois os consideravam amaldiçoados como os gentios (Jo 7.49). Jesus viu, porém, em Mateus, um discípulo e o autor deste Evangelho o chamou, em aramaico akolutheo (Segue-me!), que é uma expressão que significa: ir atrás de. Na época, essa expressão era um convite de honra. O aluno do profeta, em sinal de respeito, passaria a caminhar atrás do seu mestre (rabino) e, por dois anos, aprenderia as leis do judaísmo. Mateus (Matias, em hebraico), deixa tudo e começa uma nova vida com Cristo (Lc 5.28). Oferece uma ceia, em sua casa (Lc 5.27), para Jesus, os discípulos e seus muitos amigos pecadores. No Oriente e naquela época, convidar alguém para cear em casa era uma grande demonstração de amizade e intimidade e por isso recebia o nome de: comunhão de mesa. Isso foi o suficiente para provocar a ira de um grupo de fariseus (hassïdïns leais a Deus - em hebraico; eram os sacerdotes e doutores da Lei, temidos por seu rigor e poder político). MT_B.indd 19 14/8/2007, 14:06

20 MATEUS 9 ceia o vosso mestre com publicanos e pecadores? 12 Mas Jesus, ouvindo, responde: Os sãos não necessitam de médico, mas sim, os doentes. 13 Portanto, ide aprender o que significa isto: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Pois não vim resgatar justos e sim pecadores. 3 O novo e definitivo vinho 14 Então, chegaram os discípulos de João e lhe perguntaram: Por que jejuamos nós, e os fariseus, muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? 15 Respondeu-lhes Jesus: É possível que os amigos do noivo fiquem de luto enquanto o noivo ainda está com eles? Dias virão, quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão. 16 Ninguém coloca remendo novo em roupa velha; porque o remendo força o tecido da roupa e o rasgo aumenta. 17 Nem se põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, os odres rebentarão, o vinho derramará e os odres se estragarão. Mas, põe-se vinho novo em odres novos, e assim ambos ficam conservados Jesus tem poder sobre a morte 18 Enquanto, Ele estava falando, um dos dirigentes da sinagoga aproximou-se e, ajoelhando-se diante dele, rogou: Minha filha acaba de morrer; mas vem, impõe a tua mão sobre ela, e viverá. 19 Jesus então levantou-se e seguiu com ele, e seus discípulos os acompanharam. 20 De repente, uma mulher que há doze anos vinha sofrendo de hemorragia, alcançou-o por trás e tocou na borda do seu manto. 21 Pois dizia essa mulher consigo mesma: Se eu conseguir apenas lhe tocar as vestes, serei curada. 22 Então Jesus voltou-se e assim que viu a mulher lhe disse: Anime-se grandemente, filha, a tua fé te salvou! E, desde aquele momento, a mulher ficou sã Quando Jesus chegou à casa do dirigente da sinagoga e viu os flautistas fúnebres e a multidão em alvoroço, ordenou: 24 Retirai-vos daqui! Esta menina não está morta, mas adormecida. E todos zombavam dele. 25 Assim que a multidão foi retirada, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela se levantou. 3 O maior e mais agradável sacrifício (holocausto) para Deus é o nosso amor sincero, sem restrições e em plena fé. A enfermidade da qual todos padecemos, inclusive muitos religiosos e líderes cristãos, é a distância do mais verdadeiro e puro amor (em grego: agape) ao Senhor (1Jo 4.16) e aos nossos semelhantes. Jesus pede que os doutores em teologia, filosofia, direito e ética da época, voltem às Escrituras, leiam atentamente Oséias 6.6, especialmente na edição grega do AT, a Septuaginta (cerca de 260 a.c.), e entendam que Ele não estava pactuando com o pecado, mas salvando todos aqueles que reconhecerem nele o Messias, o Filho de Deus. 4 Segundo a lei mosaica, apenas o jejum do Dia da Expiação era obrigatório (Lv 16.29,31; ; Nm 29.7). Após o exílio na Babilônia, outros quatro jejuns deveriam ser feitos durante o ano (Zc 7.5; 8.19). Na época de Jesus, os fariseus jejuavam duas vezes por semana (Lc 18.12). Os casamentos judaicos eram grandes celebrações familiares, cujas festas chegavam a durar uma semana e, nessas ocasiões, os convidados eram dispensados da obrigação do jejum, uma vez que esse ato era sempre associado à tristeza. Jesus então faz uma analogia entre as festividades das bodas e seu relacionamento com seus discípulos (os amigos do noivo), dispensando-os do jejum enquanto o noivo (Ele) estiver presente. Jesus jejuava em particular, mas rejeitava a observação da Lei de forma legalista e para autoglorificação (Is ). O jejum seria praticado por seus discípulos, após sua ascensão, voluntariamente e para edificação pessoal (Mt 4.2; ). Jesus veio estabelecer uma nova ordem para o relacionamento das pessoas com Deus. A lei deve ceder lugar à graça (o novo vinho, a nova aliança). Os odres eram bolsas feitas de pele de cabra, onde se conservava o vinho (Gn 27.28; Êx 29.40; Lv 10.9; Sl ; Ec 10.19; 1Tm 5.23; 1Tm 3.8; Tt 2.3; Rm 13.13; Rm 14.21). À medida que o suco de uvas frescas fermentava, o vinho se expandia. Os odres novos tinham maior resistência e flexibilidade, e se esticavam. Mas os odres usados e envelhecidos não suportavam a pressão e estouravam, colocando o vinho a perder. Jesus usa essa metáfora para revelar que seu novo, puro e poderoso ensino não pode ser recebido pelas antigas formas do judaísmo, nem pelo legalismo religioso. 5 Jesus se agrada da nossa fé e está sempre pronto para nos socorrer em qualquer necessidade. Basta que o procuremos com sinceridade. O verbo grego sõzein significa salvar e curar. A mulher pensou em salvar-se, livrar-se de uma doença horrível e antiga. Mas Jesus deu-lhe a cura integral, da alma e do corpo, quando a abençoou com a tradicional bênção dos rabinos da época: a tua fé te salvou. Jesus demonstrou que essa não era apenas uma frase religiosa, mas a indicação de que o Reino de Deus havia chegado para todos aqueles que nele cressem, pois que as palavras de Jesus são acompanhadas de poder. MT_B.indd 20 14/8/2007, 14:06

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