Protocolo de Normotermia Qual o papel do Enfermeiro?
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- Isabel Cordeiro Klettenberg
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1 Protocolo de Normotermia Qual o papel do Enfermeiro? ENFº FERNANDO MALGUEIRO ESPECIALISTA DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS AQUECIMENTO DO PACIENTE - DIVISÃO DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO
2 Hipotermia Perioperatória não intencional Hipotermia perioperatória se define como qualquer temperatura corporal inferior a 36,0 C (96.8 F) 1-3 Hipotermia perioperatória inadvertida ou não-intencional se considera uma complicação frequente e evitável da cirúrgia; A menos que se tomem medidas preventivas, a hipotermia acidental ocorre em 50% a 90% dos pacientes cirúrgicos As pesquisas demonstram que inclusive uma hipotermia leve pode dar lugar a importantes efeitos indesejados.
3 Hipotermia não intencional: Todas Tº < 36 C (96.8 F) Principais causas da hipotermia perioperatória incluem: A administração de fármacos anestésicos que induzem a redistribuição da temperatura; Anestesia Geral Anestesia Regional Salas operatórias frias; Cavidades do corpo expostas a temperatura ambiente; Infusão de fluídos frios e sangue;
4 Efeitos adversos da hipotermia não-intencional Há muitos efeitos adversos da hipotermia não-intencional documentados, tais como: Infecção da ferida operatória Isquemia do miocardio e complicações cardíacas Coagulopatia (trastornos hemorrágicos) Efeito prolongado e alterado dos medicamentos Mortalidade Tremor e mal estar térmico Atraso no despertar (retorno anestésico)
5 Como elaborar um Protocolo de Prevenção da Hipotermia Perioperatória Não Intencional (HPNI)?
6 Panorama Brasileiro
7 I. Identificar Risco para Hiportermia Perioperatória Não-Intencional Avaliação dos riscos para HPNI. Isso inclui: revisão de prontuários, avaliação física, entrevista com o paciente, revisão do plano anestésico e procedimento cirúrgico proposto Grupo de Risco Crianças e Neonatos possuem área de superfície córporea elevada para o peso Trauma devido exposição, sangramento, choque, infusão de grandes volumes, produção de calor prejudicada. Hipotermia interfere na cascata de coagulação e acidose e aumenta o risco de morte Queimados perdem calor por radiação do tecido queimado e convecção por circulação de ar na ferida. A resposta fisiológica a temperatura é mais elevada a temperaturas mais elevadas Anestesia Anestesia Geral e Regional em um período maior que 1 hora. AORN,2015
8 Fatores que potencializam a hipotermia em pacientes submetidos a anestesia geral e regional: Idosos - perda de calor devido diminuição da gordura e massa muscular e alterações vasculares que inibem a vasoconstrição e produção de calor Baixo peso possuem grande superfície corpórea em relação ao peso e isolamento limitado para evitar perda de calor Distúrbios metabólicos Disfunções de SNC, hipotireoidismo, hipofunção hipofisária e doenças cardiovasculares Tratamento crônico com antipsicóticos e antidepressivos - prejudica ação termorregulatória do hipotálamo resultando na diminuição da produção de calor e aumento da perda de calor Sala Operatória fria Cirurgia com cavidade aberta Infusão e Irrigação de líquidos frios e sangue Mensuração da temperatura no preoperatório e identificação de hipotermia pré existente AORN,2015
9 II. Desenvolver Plano de Cuidado para minimizar os riscos da Hipotermia Não Intencional nos pacientes de risco identificados Estabelecer com o anestesiologista os resultados esperados e selecionar tecnologia apropriada para monitoramento da temperatura e intervenções que reduzam o risco da HPNI III. Selecionar equipamentos de monitorização da temperatura central com base na confiabilidade e localização A monitorização da temperatura deve garantir a melhor acurácia e leitura consistente durante cada fase do perioperatório. A seleção do melhor equipamento depende da acurácia da leitura da T central, confiabilidade do monitor, localização, segurança do paciente e facilidade no uso. Locais mais confiáveis Membrana Timpânica Esôfago distal Nasofaringe Artéria Pulmonar Locais menos confiáveis Axilar Bexiga Oral Retal Pele AORN,2015
10 IV. Monitorar a temperatura do paciente identificado o pré, intra e pós-operatório É importante a mensuração da T central, visto que esta pode variar significativamente para a periférica. A percepção de frio é uma mensuração inadequada, mesmo durante a Anestesia Regional que desencadeia uma percepção errônea do frio. Pré operatório: A mensuração da temperatura no pré operatório garante um patamar para o plano de cuidado, sendo um alerta para tratamento de hipotermia pré existente ou prevenir sobreaquecimento em caso de temperaturas elevadas.aorn,2015. A indução anestésica não deve ser iniciada ao menos que a temperatura do paciente seja 36 C ou mais, exceto em casos de urgência. NICE,2008 Intraoperatório: A temperatura fornece informação para prevenir ou corrigir hipotermia ou prevenir superaquecimento. Deve ser verificada quando submetido a anestesia geral que exceda 30 minutos e em anestesia regional quando mudanças na temperatura corpórea são antecipadas ou suspeitas. AORN,2015 Monitorar a temperatura do paciente antes da indução anestésica e a cada 30 minutos até o fim da cirurgia. NICE,2008 Pós operatório: A temperatura no pós operatório fornece base para evolução da efetividade da mensuração e intervenção feita no pré e intraoperatório e fornece dados para elaboração do plano de cuidado pós operatório. AORN,2015. A temperatura deve ser monitorada na admissão na RPA e a cada 15 minutos. O paciente não deve receber alta da RPA se temperatura menor que 36 C. NICE,2008
11 V. Intervenções para prevenir a Hipotermia Não-Intencional no perioperatório 1. Pré Aquecimento do paciente no mínimo 15 minutos antes da indução anestésica para pacientes com risco de HPNI. O aquecimento da pele e dos tecidos periféricos antes da indução anestésica previne a redistribuição da temperatura. AORN, Manter o paciente normotérmico no intraoperatório com métodos que envolvam o aquecimento da pele, sendo que o Aquecimento por Ar Forçado tem demonstrado sua eficácia em diversos estudos clínicos. É recomendado o aquecimento por ar forçado em pacientes com mais de 30 minutos de anestesia a partir da indução. AORN, 2015 NICE, Aquecimento de fluídos intravenosos se infusão de grandes volumes, por exemplo mais de 2 litros/hora (AORN) ou 500 ml (NICE). O aquecimento dos fluídos previne a perda de calor da administração de líquidos frios ou sangue. Para cada litro de soro infundido a T ambiente ou unidade de sangue a 4 C o paciente pode perder 0,25 C. Este método é uma terapia adjuvante ao aquecimento por ar forçado e não o substitui. AORN,2015 NICE,2008 SESSLER, Aquecimento de fluídos para irrigação em cavidades como pélvis, abdome ou tórax. Este método é uma terapia adjuvante ao aquecimento por ar forçado e não o substitui. AORN,2015 NICE, Outros: Ajustar a temperatura da sala, umidificação e aquecimento dos gases respiratórios, minimização da exposição corpórea, manter a T padrão das soluções para preparo da pele e monitoramento da temperatura.
12 Monitorização da Temperatura Central Aquecimento de Fluídos Intravenosos Aquecimento de Soluções para Irrigação Aquecimento Ativo no Intraoperatório Pré- Aquecimento Pré-operatório; Intraoperatório em cirurgias > 30 e Pósoperatório Manter paciente normotérmico no intraop. Evidências para FAW Aquecimento em infusão em grandes volumes. Ex.: 2000 ml/hora (37 C) Irrigação de abdome, pelvis e tórax (37 C) Pré-aquecer no mínimo 15 antes da indução anestésica Pré-op: hora anterior a indução; Intraop: a cada 30 após indução; Pós-op: cada 15 após admissão na RPA. Aquecer ativamente com FAW pacientes com anestesia >30 ou <30 com risco para HPNI Aquecimento em infusões superiores a 500 ml e hemocomponen tes (37 C) Todas irrigações devem ser aquecidas em dispositivo controlado (38-40 C) Pré-aquecer os pacientes com T <36 C. Não induzir anestesia enquanto não atingir 36 C
13 Bibliografia AORN - Association of perioperative registered nurses, Perioperative Standards and Recommended Practices 2015 NICE - National Institute for Health and Clinical Excellence, Inadvertent perioperative hypothermia: full guideline (April 2008) Sessler DI. Current concepts: Mild Perioperative Hypothermia. New Engl J Med. 1997; 336(24):
14 Contato Obrigado! Fernando Malgueiro
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