NÍVEIS DE LINGUAGEM/ GÊNEROS DO DISCURSO. Comunicação e Expressão Análise e Desenvolvimento de Sistemas Profa. Ms. Ana Helena Rufo Fiamengui

Transcrição

1 NÍVEIS DE LINGUAGEM/ GÊNEROS DO DISCURSO Comunicação e Expressão Análise e Desenvolvimento de Sistemas Profa. Ms. Ana Helena Rufo Fiamengui

2 PALAVRA

3 NÍVEIS DE LINGUAGEM Dizem respeito ao uso da fala e da escrita em uma determinada situação comunicativa.; Emissor e receptor devem estar em concordância para que haja compreensão; Fala e escrita são diferentes.

4 FALA E ESCRITA Temos uma norma que rege a língua escrita que é a gramática. No entanto, a fala não se trata de uma convenção, mas do modo que cada um utiliza esse acordo. Características diferentes.

5 ESCRITA Norma que rege a língua escrita: gramática. Possibilita reflexão posterior.

6 FALA Maneira como cada um utiliza a língua; Mais desprendida de regras; Mais espontânea e expressiva; Está mais suscetível a transformações diariamente. A mudança na escrita começa sempre a partir da língua falada e, por este motivo, esta é tão importante quanto à língua escrita. Contudo, não é toda alteração na fala que é reconhecida na escrita, mas somente aquelas que têm significação relevante à sociedade.

7 NÍVEIS DE LINGUAGEM O que determinará o nível de linguagem empregado é o meio social no qual o indivíduo se encontra. A linguagem deve estar de acordo com o contexto em que o emissor da mensagem e o destinatário se encontram. Para cada situação sociocultural, há um vocabulário, um modo de se falar, uma entonação empregada, uma maneira de se fazer as combinações das palavras mais ou menos ADEQUADA.

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9 NÍVEIS DE LINGUAGEM Formas de dizer a mesma mensagem. Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal)

10 NÍVEIS DE LINGUAGEM Aê, to zarpando fora que fiquei de cruzar com uns camaradas pra colar num pico classe A. Estou indo embora, porquei fiquei de encontrar uns amigos para irmos a um lugar de altíssimo nível. Se liga, você é mó talarico. Tentou furá os zoio do maluco da minha área. Se liga, meu! Preste atenção, você é muito paquerador. Tentou roubar a namorada de um amigo lá da minha rua. Muito cuidado.

11 GÊNEROS DO DISCURSO Cada esfera produz seus repertórios de discursos relativamente estáveis. - era uma vez - Presidente Epitácio, 08 de fevereiro de Prezado amigo, - tome meio quilo de açúcar e adicione... - alô, quem é? Esferas de circulação. Esfera jornalística: notícias, reportagens, editoriais, entrevistas e outros. Esfera de divulgação científica: verbete de dicionário, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência.

12 GÊNEROS DO DISCURSO Dificuldades: desconhecimento da forma de representação organizada e hierarquizada do conteúdo do texto, e de características linguísticas adequadas ao contexto discursivo. Tempo:

13 GÊNEROS DO DISCURSO: TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO Conteúdo? Santos empata com Internacional e é eliminado* Os alas e becões assinalados Da oriental praia paulistana Partiram em missão desumana A bater inimigos colorados. Depois do empate duro e fero, Três a três em pleno alçapão, Queriam ao menos 1 a 0, e o sonho manter no coração. (José Roberto Torero, Folha de S.Paulo, 8/3/2002)

14 GÊNEROS DO DISCURSO: TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO Caráter ficcional ou não ficcional dos textos? Literário: ficção; Não-literário: realidade. Graciliano Ramos: Fabiano, Sinhá Vitória Dificuldade de discernir em certas ocasiões o que é ficção e o que é realidade.

15 GÊNEROS DO DISCURSO: TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO Texto literário: função estética ou poética; Texto não-literário: função utilitária (informar, convencer, explicar, documentar etc.)

16 GÊNEROS DO DISCURSO: TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO

17 GÊNEROS LITERÁRIOS Próprios da esfera artística e cultural; Gêneros se multiplicam ou se combinam e sofrem transformações constantes; Primeiras classificações: Platão e Aristóteles: lírico, épico e dramático.

18 GÊNERO LÍRICO Manifestação de um eu lírico, que expressa no texto seu mundo interior, suas emoções, sentimentos, ideias e impressões. Predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa; Exploração da musicalidade das palavras.

19 SONETO DE FIDELIDADE De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. Vinicius de Moraes MORAES, V. de. Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960.

20 GÊNERO ÉPICO Presença de um narrador, que conta uma história em versos, em um longo poema que ressalta a figura de um herói, um povo ou uma nação; Envolvem aventuras, guerras, viagens e façanhas heroicas; Varlorização de heróis e feitos grandiosos; Epopeias. Cinema épico.

21 OS LUSÍADAS LUÍS DE CAMÕES As armas e os barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando Cantando espalharei por toda a parte Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

22 GÊNERO DRAMÁTICO Textos escritos para serem encenados; Em vez de ser contada por um narrador, a história é representada por atores que fazem o papel das personagens. Expõe o conflito dos homens e seu mundo, as manifestações da miséria humana;

23 AUTO DA BARCA DO INFERNO GIL VICENTE O primeiro intelocutor é um Fidalgo que chega com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e üa cadeira de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha. DIABO À barca, à barca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venha o carro a ré! COMPANHEIRO Feito, feito! Bem está! Vai tu muitieramá, e atesa aquele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que virá. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo esse leito! COMPANHEIRO Em boa hora! Feito, feito!

24 GÊNEROS NARRATIVOS MODERNOS Parentesco com a epopeia e outras narrativas primitivas; Romance, novela, conto e crônica; Fatos numa sequência de causa e efeito, personagens, tempo, ponto de vista do narrador;

25 GÊNEROS NARRATIVOS MODERNOS Romance: narrativa longa, há várias personagens e várias histórias organizadas em torno de uma história central, pode apresentar espaço e tempo variados; Novela: narrativa mais dinâmica que o romance, com episódios que se sucedem e que podem se conectar a uma história central envolvendo as personagens principais. Não precisa ter um final claro, por isso sempre pode continuar. Conto: é uma narrativa curta que gira em torno de um só conflito, com poucos personagens. Crônica: é uma narrativa breve que tem por objetivo comentar algo do cotidiano; é um relato pessoal do autor sobre determinado fato do dia-a-dia.

26 GÊNEROS DO DISCURSO: CLASSIFICAÇÃO DE MARCUSCHI, 2001 TIPOLOGIA DO CONTINUUM ORAL/ESCRITO

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28 A INTERNET Alteração da noção de texto; Ler um texto deixou de ser um processo linear: acessar links, ler outros textos, ouvir música, examinar imagens e planilhas, redigir s; Hipertexto: leitura e escrita não linear de texto, em um contexto tecnológico, mediado pelo computador e pela internet; Possibilidade de expressar os pontos de vista, postando textos, vídeos e fotos em páginas diversas, fóruns, youtube, páginas pessoais ou perfis em redes sociais; Novos gêneros: , blog, comentário.

29 O Assunto; Vocativo; Cumprimento; Mensagem; Despedida; e Assinatura.

30 O COMERCIAL Uma das principais ferramentas de comunicação comercial entre funcionários de uma empresa, entre empresas e clientes e entre clientes e fornecedores; Mais formal; Assunto: resumo objetivo da mensagem; Não usar abreviações ou emoticons; Não escrever somente com maiúsculas ou minúsculas; Fechar o texto: atenciosamente, cordialmente, aguardamos um retorno; Assinar com o nome e o cargo que ocupa na empresa.

31 INTERNETÊS Abreviações; Mudanças de letras; Uso é adequado a certos gêneros: pessoal, blog, facebook, ICQ; Intimidade entre pessoas; Demais casos: deve ser evitado.

32 O BLOG (WEBLOG) Início: diário virtual; Atualmente: ferramenta de divulgação de ideias pessoais, notícias, textos sobre política e cultura, pesquisas, negócios, debates, publicidade etc. Simples de ser criado; Interatividade: debates; Formação de comunidades que vão se ampliando e se sobrepondo (ligação); Possibilitam comentários sobre os posts, manifestação de concordância, discordância, acréscimo de informações, sugestões de tópicos para novos posts, etc.

33 O COMENTÁRIO Blogs e sites; Sites: expor a opinião pessoal (comentário de Chico Buarque); Fazer comentários que fundamentem o ponto de vista adotado, contribuindo para uma discussão esclarecedora sobre um tema específico; Pode haver filtro para evitar agressões gratuitas, termos de baixo calão, propagandas, etc; Estrutura: texto geralmente curto e com estrutura bastante variável. Objetivo: adicionar informações, críticas, elogios, correções ou sugestões.

34 RESUMINDO O gênero é toda e qualquer manifestação concreta do discurso produzida pelo sujeito em uma dada esfera social do uso da linguagem.