Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense Tecnologia da Informação e Comunicação
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- Maria de Lourdes Valgueiro Borba
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1 Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense 2022 Tecnologia da Informação e Comunicação
2 Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina FIESC Glauco José Côrte Presidente Mario Cezar de Aguiar 1º Vice-Presidente Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional de Santa Catarina - SENAI/SC Jefferson de Oliveira Gomes Diretor Regional Serviço Social da Indústria - Departamento Regional de Santa Catarina - SESI/SC Fabrízio Machado Pereira Superintendente Instituto Euvaldo Lodi IEL/SC Natalino Uggioni Superintendente Diretoria de Desenvolvimento Institucional e Industrial Carlos Henrique Ramos Fonseca Diretor Fundação CERTI Carlos Alberto Schneider Superintendente Geral Leandro Carioni Diretor do Centro de Empreendedorismo Inovador CEI Marcelo Otte Diretor do Centro de Convergência Digital CCD
3 Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense Competitividade com Sustentabilidade Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense 2022 Tecnologia da Informação e Comunicação Florianópolis 2014
4 2014. FIESC Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Diretoria de Desenvolvimento Institucional e Industrial EQUIPE TÉCNICA FIESC Autores Ana Cristina Gomes Carlos Henrique Ramos Fonseca Diego de Castro Vieira Felipe Dias Soares Scott Juliano Anderson Pacheco Sidnei Manoel Rodrigues Revisão de Texto Judith Müller Projeto Gráfico Jaison Henicka Diagramação Fabio Hernandez Organizadores Eliza Coral Cleusa Guginski Autores Cleusa Guginski Eliza Coral Jeferson Montanha José Alexandre Costa de Lacerda Julio Bonckewitz Marcos Antônio Moraes Marcos Paulo de Mesquita Caringi Marcus Dias Maria Gorete Hoffmann Maurício Dal Farra Lopes Renan Hubert Rodrigo Claudino Cortez Fundação CERTI FICHA CATALOGRÁFICA Rotas estratégicas setoriais para a indústria catarinense 2022 : Tecnologia da Informação e Comunicação Florianópolis : FIESC, p. : il. ; 30 cm. ISBN Indústria Catarinense. 2. Indústria - Panorama socioeconômico. I. FIESC. CDU: (816.4) FIESC Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Sede Rodovia Admar Gonzaga, 2765 Itacorubi Florianópolis/SC Tel.: (48)
5 Sumário Apresentação O Projeto Situação Atual Futuro Desejado Tecnologias-chave Participantes Referências Tecnologia da Informação e Comunicação 5
6 Apresentação A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) idealizou em 2012 o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC), com o objetivo de ampliar a competitividade dos diversos setores industriais do Estado. Trata-se de um programa que promove a articulação entre o governo, a iniciativa privada, o terceiro setor e a academia, para que sejam identificadas oportunidades à indústria catarinense e para que esforços conjuntos permitam posicionar o Estado em lugar de destaque nos âmbitos nacional e internacional. Para induzir uma dinâmica de prosperidade de longo prazo e posicionar a indústria de Santa Catarina como protagonista do desenvolvimento estadual, a FIESC dividiu o programa em três grandes projetos: Setores Portadores de Futuro para a Indústria Catarinense; Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense e Masterplan. O projeto Setores Portadores de Futuro para a Indústria Catarinense, lançado em 2012, teve como objetivo identificar os setores e áreas estratégicas para o desenvolvimento industrial do Estado, possibilitando a implementação de ações capazes de situá-lo em uma posição competitiva nacional e internacionalmente. Os setores de construção civil, energia, meio ambiente, saúde, tecnologia da informação e comunicação e turismo surgiram como prioridades em todas as regiões de Santa Catarina e se configuram em indutores de desenvolvimento estadual. Além disso, especificidades regionais se mostraram significativas e apontaram os seguintes setores em posição de evidência econômica ou com grande atratividade futura para as mesorregiões do Estado: aeronáutico, agroalimentar, automotivo, bens de capital, biotecnologia, celulose & papel, cerâmica, economia do mar, metal-mecânico & metalurgia, móveis & madeira, nanotecnologia, naval, produtos químicos & plásticos e têxtil & confecção. Uma vez mapeados os setores e áreas que possuem posição de destaque, 6 Rotas Estratégicas Setoriais
7 em continuidade ao PDIC, estes serão trabalhados em 16 Rotas Estratégicas Setoriais: Agroalimentar, Bens de Capital, Celulose & Papel, Cerâmica, Construção Civil, Economia do Mar, Energia, Indústrias Emergentes, Meio Ambiente, Metal-mecânico & Metalurgia, Móveis & Madeira, Produtos Químicos & Plásticos, Saúde, Tecnologia da Informação e Comunicação, Têxtil & Confecção e Turismo. O projeto Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense tem como objetivo apontar os caminhos de construção do futuro desejado para os setores e áreas portadoras de futuro da indústria de Santa Catarina no horizonte temporal de Para tanto, é necessário construir visões de futuro para cada um dos setores; elaborar agenda de ações de modo a concentrar esforços e investimentos; identificar tecnologias-chave; e elaborar mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis aos setores priorizados. Com o Masterplan, última etapa prevista para o PDIC, a FIESC pretende identificar os pontos críticos que comprometem o crescimento industrial catarinense. Tendo em mãos esses elementos, será possível estruturar uma agenda de projetos que atenda às necessidades convergentes da indústria e que possa ser implementada pelos agentes responsáveis pelo desenvolvimento do Estado. Esta publicação traz os resultados do processo de construção coletiva da Rota Estratégica do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, que envolveu representantes da indústria, da academia, do governo e do terceiro setor. Por meio deste documento, a FIESC coloca em relevo o desejo de futuro do setor, impulsionando-o a ser mais competitivo, sustentável e dinâmico. Além disso, anseia que o setor se aproprie das informações para que possa influenciar o alcance das visões propostas, por meio da concretização das ações de curto, médio e longo prazo. Glauco José Côrte Presidente da FIESC Tecnologia da Informação e Comunicação 7
8 O Projeto Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense O projeto Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense compõe o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC) 1, do qual também fazem parte o projeto Setores Portadores de Futuro para a Indústria Catarinense e o Masterplan. As Rotas Estratégicas Setoriais sinalizam os caminhos de construção do futuro para os setores e áreas identificadas no projeto Setores Portadores de Futuro, considerados como os mais promissore s da indústria catarinense no horizonte de dez anos, ou seja, até 2022: Agroalimentar Bens de Capital Celulose & Papel Cerâmica Construção Civil Economia do Mar Energia Indústrias Emergentes Metal-mecânico & Metalurgia Móveis & Madeira Produtos Químicos & Plásticos Saúde Tecnologia da Informação e Comunicação Têxtil & Confecção Turismo Meio Ambiente Objetivo geral Sinalizar caminhos de construção do futuro para cada um dos setores e áreas identificados no projeto Setores Portadores de Futuro para a Indústria Catarinense, no horizonte temporal de Para mais informações sobre o PDIC e os projetos a ele vinculados, acessar 8 Rotas Estratégicas Setoriais
9 Objetivos específicos Construir visões de futuro para cada um dos setores e áreas selecionados; Elaborar agenda convergente de ações de todas as partes interessadas para concentrar esforços e investimentos; Identificar tecnologias-chave para a indústria de Santa Catarina; Elaborar mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis para cada um dos setores ou áreas estratégicas. Abordagem metodológica A Rota Estratégica do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina foi desenvolvida com base em metodologias de planejamento estratégico participativo e visão sistêmica. A Figura 1, a seguir, ilustra as macro etapas para a construção da Rota. 1. Estudos socioeconômicos 6. Mapa estratégico 5. Painel de especialistas 7. Rota Estratégica de TIC 4. Painel preliminar 2. Análise de tendências e tecnologia 3. Entrevistas com empresas Figura 1: Macro etapas para construção da Rota Estratégica Tecnologia da Informação e Comunicação 9
10 A primeira etapa de trabalho foi dedicada à realização de estudos preliminares, entre os quais foi realizado um estudo socioeconômico para definir um panorama atual do setor e um estudo de tendências de mercado e tecnologias relacionadas ao setor de Tecnologia da Informação e Comunicação. Além dos estudos em fontes de informação secundárias, foram realizadas entrevistas com líderes empresariais de Santa Catarina para complementar e validar as informações e identificar a percepção das empresas em relação às necessidades tecnológicas, aos gargalos e desafios para o crescimento do setor. Os estudos socioeconômicos e de tendências serviram para embasar as discussões de um grupo de especialistas do setor. Para as reuniões participativas, especialistas foram selecionados e convidados a participar do processo de construção da Rota Estratégica do Setor Tecnologia da Informação e Comunicação, utilizando como critério a sua experiência prática, seu conhecimento técnico, a relevância de sua pesquisa científica, sua ação empreendedora e capacidade de pensar o futuro do setor. Foram realizados dois painéis com especialistas para construção da rota setorial. O primeiro encontro ocorreu no dia 29 de outubro de 2013, com um pequeno grupo de 7 especialistas, cujo objetivo foi apresentar os estudos realizados e validar as informações e a metodologia. O segundo encontro de especialistas do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro de 2013, reunindo 53 participantes oriundos do governo, da iniciativa privada, do terceiro setor e da academia. Foram realizadas quatro dinâmicas com os especialistas, conforme ilustra a Figura 2, seguinte: Onde Estamos? Para onde queremos ir? O que impede este futuro? De que necessitamos para enfrentar os desafios? Situação atual Futuro desejado Desafios Soluções Figura 2: Dinâmicas do painel de especialistas No primeiro momento do painel, houve a apresentação do panorama atual do setor e o convite aos especialistas para refletir acerca da situação atual, com o intuito de alinhar conhecimentos sobre potencialidades e deficiências no setor. Tendo como base essa reflexão, os participantes foram incitados a refletir e definir um futuro desejado para o setor, num horizonte de 10 anos. Nessa etapa, ocorreu a elaboração de três visões, uma para cada um dos segmentos que constituem o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação: Telecomunicações, Indústria e Software e Serviços de Tecnologia da Informação. Para cada visão, foram identificados os desafios a serem enfrentados, por meio do apontamento dos quatro principais fatores críticos de sucesso que impedem ou dificultam o alcance do futuro desejado. Para cada fator crítico, os participantes propuseram soluções, elencando um conjunto de ações de curto ( ), médio ( ) e longo prazo ( ), que devem ser realizadas para que a visão de futuro se torne uma realidade. As ações sugeridas, individualmente, pelos participantes foram compiladas para a construção do Mapa Estratégico, no qual foram elencadas 290 macro ações, que deverão ser desenvolvidas pelas empresas, pelo governo, pela academia 10 Rotas Estratégicas Setoriais
11 e pelo terceiro setor para que a Rota Estratégica do Setor de Tecnologia de Informação e Comunicação se concretize em As dinâmicas de construção de conteúdo foram marcadas pela interatividade e participação dos especialistas. Tais conteúdos foram sistematizados e colocados à disposição dos participantes, por meio de ferramenta on-line e , por um período de 30 dias após a realização do painel, possibilitando a consulta, a proposição de novas ações e a validação dos resultados. Por último, foi elaborado o documento final da Rota Estratégica do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina, que contempla as visões de futuro, os fatores críticos de sucesso, as ações de curto, médio e longo prazo, bem como as tecnologias-chave que serão necessárias desenvolver e internalizar para atingir o futuro desejado. Roadmapping O Roadmapping é reconhecido como uma ferramenta de planejamento estratégico, utilizada para prever as necessidades de desenvolvimento e as etapas necessárias à promoção de avanços em determinada área, em um horizonte temporal predeterminado. Empregado por organizações, setores produtivos e governos para promover a representação, a colaboração, a comunicação, a tomada de decisão compartilhada e a coordenação de ações estratégicas, o Roadmapping designa um método de construção de perspectivas de futuro que permite elaborar os Roadmaps, ou seja, mapas com as trajetórias e os encaminhamentos coordenados e encadeados no tempo e espaço. O Roadmap do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação é uma representação gráfica simplificada da construção coletiva, realizada durante todo o processo de construção da Rota. Nesse mapa, são apresentadas, por visão e por fator crítico, todas as ações propostas, no curto, no médio e no longo prazo, indicando os caminhos para atingir o futuro desejado. Essa ferramenta permite comunicar e compartilhar, de forma eficaz, as intenções estratégicas, com vistas a mobilizar, alinhar e coordenar esforços das partes envolvidas para alcançar objetivos comuns. Tecnologia da Informação e Comunicação 11
12 Situação Atual Serão apresentadas, a seguir, informações socioeconômicas que permitem traçar o panorama atual do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do estado de Santa Catarina. A delimitação das atividades que compõem o setor de TIC envolveu a análise de definições e conceitos da Comissão Nacional de Classificação (CONCLA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da caracterização do setor, realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A OCDE e o IBGE, em suas classificações do setor, incluem atividades comerciais e de serviços de reparo e manutenção. Para este projeto foram priorizados os setores industriais, de Telecomunicações e Software e Serviços de Tecnologia da Informação. O Quadro 1, a seguir, apresenta as atividades dos três segmentos de TIC, considerados no levantamento socioeconômico, distribuídas em dois níveis da estrutura hierarquizada da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Quadro 1 Setor de TIC e seus Segmentos Segmentos de TIC Divisão CNAE 2.0 Grupo CNAE Fabricação de componentes eletrônicos Fabricação de equipamentos de informática e periféricos Indústria Telecomunicações Software e Serviços de Tecnologia da Informação 26 - Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 61 - Telecomunicações 62 - Atividades dos serviços de tecnologia da informação 63 - Atividades de prestação de serviços de informação Fabricação de equipamentos de comunicação Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas Telecomunicações por fio Telecomunicações sem fio Telecomunicações por satélite Operadoras de televisão por assinatura Outras atividades de telecomunicações Atividades dos serviços de tecnologia da informação Tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades relacionadas Fonte: Adaptado de IBGE ( e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE. 12 Rotas Estratégicas Setoriais
13 O mercado de TIC Segundo estudo publicado em 2011, pelo International Data Corporation (BRASSCOM, 2012), o setor de TIC apresentou um mercado global de US$ 3,4 trilhões, conforme exposto na sequência (Figura 1). Desse volume, US$ 1,5 trilhão representava o mercado de Telecomunicações (Serviços de Telecom); US$ 0,9 trilhão, a produção da Indústria (Hardware); enquanto o restante compreendia o segmento de Software e Serviços de Tecnologia da Informação, sendo US$ 0,6 trilhão gerado por Serviços de TI e US$ 0,3 trilhão correspondente a Softwares Embarcados. 2016e - estimado Mercado Global de TIC 2011 US$ Trilhões 3,4 0,9 0,3 0,6 Hardware Sistemas, storage, peripherals e equipamentos de Telecom Packaged software Aplicativos e serviços de infra-estrutura de sistemas Serviços de TI Treinamento, planejamento, implementação e gestão de operações de TIC 1,5 Serviços de Telecom Fixo e móvel Figura 1: Expectativas do Mercado de TIC Fonte: International Data Corporation, 2011; BRASSCOM, Tecnologia da Informação e Comunicação 13
14 Em 2011, o Brasil detinha 56% do mercado de TIC da América Latina, mercado este que possui expectativa de crescimento de 9% ao ano até 2016, quando poderá representar 11% do mercado mundial de Tecnologia da Informação e Comunicação. Projeta-se que o mercado latinoamericano, em 2016, represente cerca de US$ 453 bilhões, conforme já exposto (Figura 1). Empregos e empresas No Brasil, o setor de TIC, no ano de 2012, acumulava 731 mil empregos em 32 mil empresas, ilustrados a seguir (Figura 2). Nesse caso, Santa Catarina representava 5,8% do total de empresas do setor no país e 5,3% dos empregos. Comparativamente a outros quatro estados São Paulo, que possui maior representatividade no setor; Paraná e Rio Grande do Sul, que rivalizam em termos de volume de empresas e empregos com Santa Catarina; e, Pernambuco, estado emergente no Setor de TIC o setor de TIC catarinense destaca-se como um dos maiores polos do país. A maior economia do país, o estado de São Paulo, concentrava, em 2012, a maior parte das empresas e dos empregos do setor, com 11 mil empresas e 317 mil empregos. No setor de TIC, o estado do Paraná possuía 49 mil empregos em 2,5 mil empresas, e o Rio Grande do Sul concentrava 38 mil empregados em 2,5 mil empresas. O estado catarinense, mesmo possuindo PIB e população menores, quando comparado a São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, possuía 39 mil pessoas atuando no setor de TIC em 1,9 mil empresas. Em 2012, o estado de Pernambuco, emergente no setor, apresentava 14 mil empregos distribuídos em 800 empresas (Figura 2). Setor de TIC Total Brasil (Em milhares) Empresas Empregos 317 0,8 14 PE 11 2,5 49 SP 2,5 PR ,9 SC RS Figura 2: Empresas e Empregos TIC (2012) Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Rotas Estratégicas Setoriais
15 Em relação ao volume de empresas e empregos em cada um dos segmentos que compõem o setor de TIC no Brasil, conforme se poderá visualizar a seguir (Figura 3), observou-se concentração nas atividades de Software e Serviços de TI, apesar de a densidade de empregos do referido segmento não ser tão representativa como nos demais segmentos (Indústria e Telecom). EMPRESAS DE TIC (2012) EMPREGOS DE TIC (2012) BRASIL (70%) (8%) (22%) (54%) (19%) (27%) SANTA CATARINA (76%) 113 (7%) 288 (17%) (80%) (10%) (10%) Indústria Telecom Softwares e Serviços de TI Figura 3: Representatividade dos Segmentos de TIC no Brasil e em Santa Catarina Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Em Santa Catarina, o segmento de Software e Serviços de TI apresenta predominância, representando 76% das empresas e 80% dos empregos do setor, antes visualizado (Figura 3). A Indústria, por sua vez, responde por 7% das empresas e 10% dos empregos, enquanto o segmento de Telecom tem 17% das empresas e 10% dos empregos. O segmento de Telecom apresenta 12 empregos por empresa, o menor índice entre os três segmentos, abaixo da realidade do setor no Brasil (28 postos de trabalho por empresa). A Indústria, que geralmente concentra o maior volume de empregos por empresa, mantém essa característica no setor de TIC estadual com média de 33 postos de trabalho por estabelecimento, enquanto a média brasileira é 58 empregos por empresa. O segmento de Software e Serviços de TI emprega 19 pessoas por empresa, o que equivale à concentração, no mercado brasileiro, de 18 empregos por estabelecimento. Com relação à evolução do setor, apontada a seguir (Figura 4), destaca-se o aumento do número de empresas no segmento de Software e Serviços de TI e, principalmente, sua evolução no número de empregos entre 2009 e 2011, acumulando crescimento de, aproximadamente, 29% no biênio, o que revela o fortalecimento das empresas catarinenses. Tecnologia da Informação e Comunicação 15
16 Destaca-se, também, o encolhimento do segmento de Telecom, em especial entre os anos 2009 e 2010, com queda de 50% no número de empregos nesse período. A perda de três mil empregos, no segmento, pode ser parcialmente explicada em função da incorporação da empresa Brasil Telecom, com a nova controladora transferindo cargos e funções para outras regiões do país. Indústria Telecom Softwares e Serviços de TI % % Evolução do o N de Empresas % % % +5% Indústria Telecom Softwares e Serviços de TI Evolução do o N de Empregos % -50% % % % % Figura 4: Evolução de Empresas e Empregos de TIC em SC ( ) Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Rotas Estratégicas Setoriais
17 Entre as regiões do estado de Santa Catarina, conforme se expõe a seguir (Figura 5), o Setor de TIC apresenta concentração na região da Grande Florianópolis, sendo que as regiões do Vale do Itajaí e do Norte do estado também acumulam volume considerável de empresas e empregos nos três diferentes segmentos. No segmento de Software e Serviços de TI, 13% das empresas estão localizadas no Oeste Catarinense e 9% na região Sul, porém, essas mesmas regiões apresentam apenas 1% dos empregos nesses segmentos. Este fenômeno, que pode ser justificado pela presença de empresas de menor porte, também ocorre em menor proporção nas regiões do Norte e do Vale do Itajaí. A Grande Florianópolis soma 30% das empresas e 62% dos empregos, demonstrando a especialização da região com empresas de maior porte. Nos demais segmentos, a região da Grande Florianópolis apresenta semelhante concentração de empregos e empresas, com as outras regiões do estado, apresentando empresas de menor porte em termos comparativos. DISTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS Indústria Telecom Softwares e Serviços de TI 5% 6% 21% 12% 9% 13% 18% Grande Florianópolis 38% 29% 1% 28% 21% 6% 30% 27% 19% 2% Sul Oeste Vale do Itajaí Serrana Norte DISTRIBUIÇÃO DE EMPREGOS Indústria Telecom Softwares e Serviços de TI 59% 6% 4% 7% 9% 12% 1% 17% 14% 3% 47% 62% 20% 1% 1% 14% 21% Grande Florianópolis Sul Oeste Vale do Itajaí Serrana Norte Figura 5: Segmentos de TIC nas Regiões de Santa Catarina (2011) Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Tecnologia da Informação e Comunicação 17
18 Exportação e Importação Considerando o volume de importações e exportações, visualizado na sequência (Figura 6), relacionadas ao setor de tecnologia, observa-se um déficit da indústria de tecnologia de Santa Catarina, fator que se assemelha à realidade do mercado externo brasileiro, exportador de commodities e importador de tecnologia. Os aparelhos telefônicos merecem destaque na balança comercial catarinense pelo maior volume de exportações (US$ 30 milhões FOB 2 entre os anos de 2008 e 2013), porém com importações que totalizam US$ 1,1 bilhão FOB também no período 2008 a IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO Milhões U$ FOB , , , Milhões U$ FOB ,5 0,6 39 0, ,5 0,7 120 Máquinas, partes e acessórios de processamento de dados Aparelhos telefônicos e para captação e propagação de som Dispositivos de armazenamento de dados Monitores e projetores, transmissores (emissores) para rádio ou TV e partes Circuitos impressos Diodos, transistores e dispositivos semelhantes semicondutores Circuitos integrados eletrônico Fios, cabos, fibras ópticas e outros condutores 5 Figura 6: Importação e Exportação do Setor de TIC em SC (2008 a 2013) Fonte: MDIC - Aliceweb, A sigla FOB (Free On Board) pode ser traduzida por Livre a bordo e consiste do valor importado sem os custos da logística. 18 Rotas Estratégicas Setoriais
19 Qualificação e remuneração No que tange à qualificação e à remuneração do trabalhador empregado pelo setor de TIC, conforme ilustrado na sequência (Figura 7), o estado de Santa Catarina, em todos os segmentos, apresenta o menor percentual de qualificação em comparação a quatro outros estados brasileiros (São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco), bem como apresenta os menores valores de remuneração. Tais resultados podem ser explicados em função das características da indústria local, como o menor grau de terceirização do trabalhador nos cargos de menor valor, no menor porte das empresas de Santa Catarina e no menor custo de vida do estado, em relação aos grandes centros do país, o que se reflete em maior poder de compra dos salários na região. INDÚSTRIA QUALIFICAÇÃO 0,4% 0,7% 0,4% 0,2% 3,3% Mestrado e Doutorado 18% 14% 20% 16% 21% Graduação Médio 60% 73% 68% 64% 60% Fundamental 21% 13% 12% 20% 16% SC PE SP PR RS REMUNERAÇÃO Engenheiros Eletroeletrônicos e afins Graduação Completa Analistas de Sistemas Computacionais Graduação Completa Técnicos em Telecomunicações e Telefonia Ensino Médio Completo e Graduação Incompleta R$ R$ R$ SC SP PR PE RS Figura 7: Qualificação e Remuneração do Setor de TIC no Comparativo de Cinco Estados Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Tecnologia da Informação e Comunicação 19
20 TELECOMUNICAÇÕES QUALIFICAÇÃO 0,2% 0,2% 0,3% 0,2% 0,3% Mestrado e Doutorado 19% 19% 32% 22% 23% Graduação Médio 70% 74% 60% 68% 71% Fundamental 11% 7% 7% 10% 6% SC PE SP PR RS REMUNERAÇÃO Engenheiros Eletroeletrônicos e afins Graduação Completa Analistas de Sistemas Computacionais Graduação Completa Técnicos em Telecomunicações e Telefonia Ensino Médio Completo e Graduação Incompleta R$ R$ R$ SC SP PR PE RS Figura 7: Qualificação e Remuneração do Setor de TIC no Comparativo de Cinco Estados Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Rotas Estratégicas Setoriais
21 SOFTWARE E SERVIÇOS DE TI QUALIFICAÇÃO 0,3% 0,9% 0,9% 0,9% 0,6% Mestrado e Doutorado 30% 42% 48% 41% 32% Graduação Médio Fundamental 55% 52% 56% 52% 59% 15% SC 7% PE 5% SP 7% PR 9% RS REMUNERAÇÃO Analistas de Sistemas Computacionais Graduação Completa Técnicos em Programação Graduação Completa Técnicos em Operação e Monitoração de Computadores Ensino Médio Completo e Graduação Incompleta R$ R$ R$ SC SP PR PE RS Figura 7: Qualificação e Remuneração do Setor de TIC no Comparativo de Cinco Estados Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, A Figura 8, a seguir, apresenta um comparativo da remuneração de cargos padrões relacionada a cada segmento de TIC nas diferentes regiões de Santa Catarina. Observa-se fenômeno semelhante ao que ocorre em termos estaduais, em que grandes centros, com maior grau de especialização, apresentam maior remuneração. No segmento Software e Serviços de TI, observa-se um equilíbrio entre três polos catarinenses: Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Norte. Tecnologia da Informação e Comunicação 21
22 INDÚSTRIA Engenheiros Eletroeletrônicos e afins Graduação Completa Analistas de Sistemas Computacionais Graduação Completa Técnicos em Eletrônica Ensino Médio Completo e Graduação Incompleta R$ R$ R$ Oeste Norte Serrana Vale do Itajaí Grande Florianópolis Sul TELECOMUNICAÇÃO Engenheiros Eletroeletrônicos e afins Graduação Completa Analistas de Sistemas Computacionais Graduação Completa Técnicos em Telecomunicações e Telefonia Ensino Médio Completo e Graduação Incompleta R$ R$ R$ Oeste Norte Serrana Vale do Itajaí Grande Florianópolis Sul SOFTWARE E SERVIÇOS DE TI Analistas de Sistemas Computacionais Graduação Completa Técnicos em Programação Graduação Completa Técnicos em Operação e Monitoração de Computadores Ensino Médio Completo e Graduação Incompleta R$ R$ R$ Oeste Norte Serrana Vale do Itajaí Grande Florianópolis Figura 8: Qualificação e Remuneração do Setor de TIC em Santa Catarina Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, Sul 22 Rotas Estratégicas Setoriais
23 No que se refere à formação de pessoal, exposta em seguida (Figura 9), observa-se que o estado possui uma consistente rede de universidades e instituições técnicas e profissionalizantes, envidando esforços na capacitação de talentos para o setor de TIC. No Oeste do estado, há mil alunos matriculados em instituições técnicas, aproximadamente 1,5 mil alunos na Grande Florianópolis e 800 alunos no Norte de Santa Catarina. ESTUDANTES MATRICULADOS EM CURSOS TÉCNICOS - SC 38 Instituições oferecem Cursos Técnicos % Telecomunicações % % % Redes de Computadores % Manutenção e Suporte em Informática Informática % Figura 9: Cursos Técnicos Fonte: MEC. Ministério da Educação, Com relação aos cursos de formação superior, o Norte catarinense, Vale do Itajaí e Grande Florianópolis possuem a maior parte dos cursos correlatos ao setor de TIC. Nesse caso, em 2011, havia 694 alunos matriculados em cursos alinhados ao setor de TIC no Norte do Estado, 484 na Grande Florianópolis e 442 na região do Vale do Itajaí, conforme ilustrado a seguir (Figura 10). ALUNOS FORMADOS NA GRADUAÇÃO - SC Alunos formados em 53 Instituições de Ensino Superior % % % % 64 3% 168 8% Figura 10: Formação Superior Fonte: MEC. Ministério da Educação, Tecnologia da Informação e Comunicação 23
24 A Figura 11, na sequência, apresenta o número de novos empregos criados em 2011, no setor de TIC, em comparação com o número de alunos formados em cursos de graduação e cursos técnicos. Uma análise puramente numérica permite assumir certo equilíbrio na demanda e oferta de trabalhador do setor de TIC, porém cabe ressaltar que essa demanda concorre com outros setores econômicos, por ser TIC uma atividade com caráter transversal na sua aplicação. Dessa forma, somado ao fato da exigência de alta qualificação do trabalhador, entende-se que o setor pode estar pressionado pela demanda e concorrência por novos talentos. CRUZAMENTO OFERTA X DEMANDA Novos empregos em 2011 no Setor de TIC: 102 na Indústria 607 em Telecom em SW e Serviços de TI Novos Empregos Alunos formados na Educação Superior em cursos relacionados à Indústria 42 cursos relacionados à Telecom cursos relacionados à SW e Serviços Formados na Educação Superior Em 2011, estima-se alunos formados em cursos técnicos (considerados 40% do número total de matriculados em 2012). Aprox Alunos Formados em Cursos Técnicos Figura 11: Formação de Pessoas para o Setor de TIC em Santa Catarina Fonte: RAIS. Relação Anual de Informação Social, 2011; MEC. Ministério da Educação, Captação de recursos para Inovação Em relação aos investimentos realizados pelas empresas para inovação, observou-se o volume de recursos captados na FINEP Financiadora de Estudos e Projetos para desenvolvimento de projetos de inovação, conforme ilustra a Figura 12, na sequência. Nos anos de 2008, 2009 e 2010 foram captados R$ 53 milhões, em valores nominais, enquanto, em 2011 e 2012, inexpressivos R$ 4,5 milhões foram captados pelas empresas catarinenses para investimentos em inovação. A drástica redução no volume de recursos captados na FINEP pelas 24 Rotas Estratégicas Setoriais
25 empresas de TIC de Santa Catarina pode significar contração no volume de recursos investidos em inovação, como também pode ser resultado da utilização de recursos próprios, compensados por incentivos fiscais provenientes da Lei do Bem e Lei de Informática, ou, ainda, maior acesso a fontes do próprio Estado de Santa Catarina (FAPESC). RECURSOS CAPTADOS NA FINEP NÚMERO DE PROJETOS CAPTADOS PESO POR MACROREGIÃO 4 11% 1 2,6% 32 84% ANO NÚMERO DE PROJETOS VOLUME DE RECURSOS CAPTADOS R$ MILHÕES , , ,0 19,0 1 2,6% ,5 Figura 12: Recursos captados para projetos de inovação na FINEP Fonte: FINEP Financiamento de Estudos e Projetos, Expectativa de crescimento, gargalos e desafios Paralelamente ao processo de levantamento de informações em fontes primárias e secundárias, foram realizadas entrevistas com empresários e representantes das empresas do setor de TIC de todas as regiões de Santa Catarina para identificar a percepção dos empresários em relação às expectativas de crescimento, aos gargalos, desafios, às tecnologias-chave e à visão de futuro. Foram contatadas 112 empresas e entrevistados 35 empresários e dirigentes de empresas do setor de TIC de Santa Catarina. As respostas mais frequentes apontaram para uma perspectiva de crescimento do faturamento entre 10% e 25% ao ano, sendo que as empresas de pequeno porte apresentavam as maiores expectativas. A disponibilidade, qualificação e rotatividade do trabalhador são fatores que foram apontados como gargalos para o setor. Entre os desafios para o crescimento, identificados nas entrevistas, os fatores: trabalhador, tecnologia e inovação, aspectos legais e tributos, investimentos e mercado, surgiram como aspectos relevantes que precisam de ações pontuais para o fortalecimento do setor. Tecnologia da Informação e Comunicação 25
26 Futuro Desejado Neste capítulo se apresenta o futuro desejado para cada segmento que compõe o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação: Indústria, Telecom, Software e Serviços. O futuro desejado é composto pela visão de futuro, pelos fatores críticos de sucesso e por um conjunto de ações a serem implementadas no curto ( ), médio ( ) e longo prazo ( ). Ressalta-se que esses elementos podem ser utilizados para como norteadores para o alcance dos objetivos estabelecidos para o setor até o ano de Telecom Durante o processo de construção da visão de futuro para o segmento de Telecom, que compreende telecomunicação por fio, sem fio, por satélite e operadoras de televisão por assinatura, os participantes do Painel de Especialistas demonstraram o anseio de possuir uma infraestrutura moderna de Telecom, disponível em todas as regiões do estado, que permita o desenvolvimento de soluções inovadoras em mobilidade e conectividade. Considerando esses aspectos, a visão de futuro para o segmento consiste em: VISÃO Ser referência em infraestrutura de Telecom e no desenvolvimento de soluções inovadoras em mobilidade e conectividade, acessíveis para toda a sociedade. Os especialistas catarinenses consideram que, para avançar no segmento, é necessário desenvolver e disponibilizar uma infraestrutura de ponta, que permita suportar alta conectividade e serviços de Telecom pervasivos, que estejam disponíveis para toda a sociedade. Nos próximos dez anos, o setor deve se tornar uma referência no desenvolvimento de soluções alinhadas às melhores tendências tecnológicas e mercadológicas mundiais, como mobilidade e smart cities. 26 Rotas Estratégicas Setoriais
27 Fatores críticos de sucesso O atingimento da visão de futuro para Telecom passa pelo enfrentamento de alguns fatores críticos, considerados essenciais para o alcance da visão pretendida: Infraestrutura Políticas Públicas e Legislação Financiamento Recursos humanos Ações A partir dos fatores críticos identificados, foram elaboradas propostas de ações para o enfrentamento dos desafios do segmento no curto, médio e longo prazo. Infraestrutura Infraestrutura e serviço de telecomunicações de referência em conectividade, velocidade e segurança da informação com disponibilidade e acessibilidade que permita o desenvolvimento de soluções no setor de tecnologia da informação. Realizar levantamento detalhado, visando melhorar a infraestrutura existente Estabelecer um plano para o desenvolvimento de parcerias público privadas para ampliação da infraestrutura de Telecom curto prazo Estabelecer diretrizes e implementar uma rede estadual de fibra ótica Facilitar o acesso a financiamentos públicos para infraestrutura de Telecom e desenvolvimento de soluções inovadoras Criar benefícios fiscais, em nível estadual, para investimento em serviços de Telecom de alta velocidade Ampliar o serviço e a conexão de qualidade para todo o estado de SC Definir metas de qualidade e acessibilidade para o setor Tecnologia da Informação e Comunicação 27
28 Alinhar o plano de Telecom de SC ao planejamento estabelecido para o setor no Brasil Criar linhas de financiamento para a expansão da capacidade produtiva e dos serviços médio prazo Implementar sistema de indicadores e metas para acompanhar a evolução do setor Ampliar a rede de fibra ótica no estado, beneficiando o setor produtivo e a sociedade Implementar soluções e serviços de internet rápida em todas as cidades catarinenses Desenvolver soluções direcionadas à segurança do setor de Telecom Criar comitê técnico para discussão de questões de interesse do segmento (regulamentação) Revisar o plano estratégico do setor, com acompanhamento de metas e indicadores de resultados Implementar infraestrutura de alta velocidade conectada a grandes centros globais Expandir o acesso gratuito em espaços públicos longo prazo Estabelecer programas que visem difundir a conectividade e mobilidade relacionadas à Telecom Estabelecer infraestrutura de qualidade para implantar soluções de smart cities Implementar tecnologia de interligação de residências por fibra ótica Incentivar investimentos contínuos em inovação e pesquisa no setor Desenvolver novas tecnologias para infraestrutura de Telecom 28 Rotas Estratégicas Setoriais
29 Políticas Públicas e Legislação Refere-se às ações do poder público em seus três níveis, direcionadas ao fortalecimento e aumento da competitividade do setor. Também configuram-se como fator crítico os impactos causados pela legislação (trabalhista, tributária e de comércio exterior), que incide sobre o setor produtivo, de igual maneira leis e regulamentos, que tenham impacto positivo sobre a elevação do potencial de P&D&I do setor de TIC e são chaves para o atingimento da visão de futuro. Estabelecer agenda de trabalho, alinhando governo, órgãos reguladores, empresas e sociedade Definir política pública baseada em melhores práticas em países de referência curto prazo Realizar eventos que aproximem órgãos públicos e empresas para o desenvolvimento de ações para o setor Estabelecer uma política pública e linhas de financiamento para incentivar maiores investimentos no setor Reduzir alíquotas de impostos para a melhoria da qualidade na prestação do serviço Estabelecer linhas de financiamento e incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento Usar o poder de compra do Estado de SC para estimular soluções em mobilidade e conectividade Incentivar a formação e capacitação de recursos humanos no setor de Telecom Estabelecer metas e diretrizes para o desenvolvimento do setor de Telecom nas regiões do estado Incentivar o desenvolvimento de projetos estruturantes em smart cities médio prazo Criar leis e incentivos que fomentem o empreendedorismo e a inovação no setor de Telecom Reestruturar e consolidar o marco regulatório de Telecom Incentivar a competitividade para melhorar a prestação de serviços de Telecom Reduzir carga tributária sobre empresas do setor de Telecom Incentivar o desenvolvimento de projetos cooperativos, aproximando empresas e instituições de ensino Disponibilizar, em espaços públicos, infraestrutura de Telecom e soluções inovadoras em conectividade Incentivar as parcerias público privadas nas áreas de TIC longo prazo Ampliar a realização de eventos que alinhem o poder público e a sociedade para o desenvolvimento do setor de Telecom Manter a redução dos encargos e da carga tributária sobre empresas do setor de Telecom Atualizar o marco regulatório de Telecom Atualizar legislação para a expansão da internet rápida e segura em todas as cidades de SC Reduzir carga tributária para o consumidor final Tecnologia da Informação e Comunicação 29
30 Financiamento A disponibilidade e acesso a linhas de investimento direcionadas à ampliação ou à implantação de meios e estrutura de comunicação com padrão global. Financiamento para PD&I e novos editais que integrem iniciativa privada, academia e institutos de CT&I são fatores que condicionam o atingimento da visão de futuro. Mapear necessidades de financiamento para o setor de Telecom Estabelecer um plano para aplicação de recursos públicos no setor de Telecom Implantar programas de financiamento com juro zero para empresas inovadoras Criar políticas públicas de incentivo à inovação curto prazo Criar fundo garantidor de crédito para inovação Lançar editais de P&D em mobilidade e conectividade Criar fundo de capital de risco para negócios em Telecom Prover benefícios fiscais a partir de investimentos privados em infraestrutura Criar programa de empreendedorismo para o desenvolvimento de negócios inovadores na área de Telecom Garantir recursos de fundo setorial para desenvolvimento de infraestrutura de referência em ambientes de inovação (parques e incubadoras) Estabelecer parceria entre governo federal e estadual para financiamento de infraestrutura de Telecom Desenvolver política de financiamento com juros reduzidos para pequenas empresas que desenvolvem soluções em Telecom médio prazo Financiar a expansão da rede de Telecom de alta performance nos polos de SC Promover treinamento para gestores e empreendedores sobre linhas de financiamento Criar política para incentivar empresas inovadoras que atuam em projetos estruturantes do setor Criar no Estado fundos setoriais para Inovação Ampliar linhas de financiamento para projetos cooperados Atrair investimento externo para o setor de Telecom Fomentar a criação de novas linhas ou alternativas de capital de risco longo prazo Criar fundo vinculado à arrecadação tributária direcionado para investimento em infraestrutura Integrar as iniciativas de P&D dos diferentes polos de SC Financiar o desenvolvimento de produtos e serviços para conectividade Financiar a expansão e renovação da rede de Telecom de alta performance em todos os municípios de SC 30 Rotas Estratégicas Setoriais
31 Recursos Humanos A formação de recursos humanos especializados e qualificados em quantidade suficiente para atender às demandas do setor de TIC. Deve considerar as exigências de especialização/ conhecimento que atendam às demandas da indústria local. Mapear demandas regionais para formação de recursos humanos Expandir a oferta de vagas em cursos de tecnologia Criar cursos de graduação e pós-graduação em mobilidade e conectividade curto prazo Atualizar a grade curricular dos cursos oferecidos alinhando às demandas da indústria Incentivar e fortalecer a formação de técnicos em telecomunicações Incentivar a capacitação em outros idiomas Implementar salários compatíveis com o mercado nacional para retenção de talentos Organizar eventos técnicos para discussão do tema mobilidade em telecomunicações Estimular a capacitação no exterior Criar política de qualificação de pessoal e retenção de talentos Introduzir disciplinas relacionadas à tecnologia no ensino médio Ampliar o número de cursos para promover o equilíbrio de mercado Alinhar todos os graus de formação de pessoas ao mercado de trabalho médio prazo Ampliar investimentos públicos na educação Ampliar a formação na área de Telecom em cada uma das regiões do estado Desenvolver plano de capacitação avançada Criar programa para atração de recursos humanos qualificados Promover e coordenar fórum entre universidades e centros de pesquisa para definir estratégias comuns para formação de RH Ampliar investimentos em cursos superiores e na parceria universidades-empresas Estimular as áreas de tecnologia a partir da educação básica longo prazo Criar cursos de excelência voltados a profissionais para gestão, serviços e inovação Fomentar o intercâmbio de experiências com regiões de referência no setor Incentivar a formação de bairros tecnológicos com infraestrutura modelo Promover encontros técnicos e científicos em TIC Estimular o empreendedorismo em TIC Criar centros de especialização regionais Tecnologia da Informação e Comunicação 31
32 Indústria Durante o processo de construção da visão de futuro para o segmento de Indústria de TIC, que compreende a fabricação de componentes, equipamentos e periféricos, os participantes do Painel de Especialistas demonstraram o anseio de criar e fortalecer a marca do estado de Santa Catarina como referência no desenvolvimento de produtos inteligentes, de soluções embarcadas e de equipamentos eletrônicos de alta conectividade, com padrões elevados de confiabilidade e produtividade, resultando em agregação de valor para toda a indústria. Considerando esses aspectos, a visão de futuro para o segmento é: VISÃO A Marca SC reconhecida internacionalmente em soluções inteligentes e confiáveis em TIC, desenvolvidas por meio de esforços colaborativos, para segmentos específicos de mercado. Os especialistas catarinenses consideram que, para alcançar esta visão, é necessário fortalecer esforços colaborativos para integrar toda a cadeia de valor, utilizando métodos de open innovation 3 e crowdsourcing 4. Fatores críticos de sucesso O atingimento da visão de futuro para a Indústria passa pelo enfrentamento de alguns fatores críticos, considerados essenciais para o alcance da visão pretendida: Recursos Humanos Tributação e Políticas Públicas Certificação e Regulamentação Acesso a Mercados 3 Open Innovation: se refere a um processo aberto de desenvolvimento de ideias, produtos, conceitos e soluções. As empresas e organizações se utilizam de recursos externos, como outras empresas e institutos de P&D para apoiar a inovação. 4 Crowdsourcing: modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários, geralmente espalhados na internet, para resolver problemas e criar soluções 32 Rotas Estratégicas Setoriais
33 Ações A partir dos fatores críticos identificados, foram elaboradas propostas de ações para o enfrentamento dos desafios do segmento no curto, médio e longo prazo. Recursos Humanos A formação de recursos humanos especializados e qualificados, em quantidade suficiente para atender às demandas do setor, deve considerar as exigências de especialização e conhecimento que atendam às demandas da indústria local. Estabelecer um plano de incentivo à criação e ao aperfeiçoamento de cursos Estabelecer ações consorciadas das empresas para inclusão de disciplinas de tecnologia no ensino fundamental e médio Expandir o número de cursos técnicos, voltados para as demandas regionais do setor Ampliar a formação continuada, fortalecendo a integração entre empresas e academia Implantar cursos de alto nível em sistemas e inovação de TIC para gestores de empresas curto prazo Desenvolver equipes interdisciplinares de excelência no setor e programas de formação de líderes Intensificar capacitação via Pronatec 5 em TIC Definir política setorial para qualificar e reter talentos Atrair recursos humanos, em fase de formação, de outros centros e polos de referência no setor Implementar salários compatíveis com o mercado nacional para retenção de talentos Estimular o investimento privado na formação de pessoal na área de TI Desenvolver campanha para sensibilizar jovens para oportunidades na área de TIC Promover a formação de empreendedores Criar universidade corporativa do setor médio prazo Atualizar as ementas dos cursos superiores para alinhá-las às demandas dos mercados regionais Implementar programa de atração e retenção de talentos Fortalecer a Marca SC com publicações sobre cases e produtos da indústria catarinense Implementar uma rede de colaboração para desenvolvimento de soluções inovadoras Criar um plano de cargos e salários para o setor 5 Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego Tecnologia da Informação e Comunicação 33
34 Criar linha específica de bolsas para pesquisa e inovação longo prazo Atrair o interesse de alunos de ensino médio e fundamental para as áreas de ciências exatas Criar um certificado ou selo do setor, para qualificar os cursos técnicos e superiores Criar centros tecnológicos especializados em TIC Estimular a participação de talentos em eventos e missões internacionais Tributação e Políticas Públicas Considera os impactos causados, pela legislação tributária, à competitividade da indústria local e à atração de novos empreendimentos para o estado de Santa Catarina no setor de TIC. As políticas públicas estão relacionadas com as ações do poder público em seus três níveis, direcionadas ao fortalecimento e aumento da competitividade do setor de TIC. Ainda, leis e regulamentos que incidam positivamente sobre elevação do potencial de PD&I do setor de TIC são chaves para o atingimento da visão de futuro. Estabelecer uma agenda positiva com o governo para definição de nova política do setor Ampliar incentivos fiscais para o desenvolvimento de produtos Made in SC com conjunto de metas para obtenção de benefícios curto prazo Criar linhas simplificadas de financiamento para as empresas Ampliar os direitos estabelecidos no Decreto-Lei n. 2024/08 para toda a cadeia produtiva em SC Criar Lei de Informática Estadual Ampliar linhas de financiamento que estimulem a cooperação academia e empresas Promover eventos com a participação do INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial, para discussão sobre propriedade intelectual Estabelecer incentivos fiscais que visem ampliar as exportações do setor Facilitar o acesso a incentivos fiscais no setor médio prazo Criar incentivos especiais para novas empresas de base tecnológica - startups Incentivar o desenvolvimento tecnológico local Criar linhas de subvenção econômica para inovação nas empresas Criar Lei de Informática nas cidades polo Criar legislação para a compra governamental de produtos inovadores Desenvolver concurso de ideias do setor de TIC, estimulando o empreendedorismo 34 Rotas Estratégicas Setoriais
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