CAESP - Artes Aula 21-09/11/2016 ART NOUVEAU E PÓS-IMPRESSIONISMO

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1 CAESP - Artes Aula 21-09/11/2016 ART NOUVEAU E PÓS-IMPRESSIONISMO

2 Art Nouveau: No final de século XIX, havia entre os artistas um crescente descontentamento em como a arte era produzida para agradar ao público. Os métodos de produção artística e a própria finalidade da arte precisavam ser criticados. E a arquitetura forneceu um excelente alvo para essa crítica. A arquitetura produzida durante o século XIX estava profundamente marcada pela Revolução Industrial e uma industrialização do artesanato a produção em série nas fábricas dos ornamentos que antes eram produzidos artesanalmente. A industrialização e a explosão do consumo engendram um declínio geral do artesanato que não mais encontra o mesmo mercado para existir.

3 Victor Horta - Hôtel Tassel 1893 A

4 Art Nouveau: A busca dos arquitetos do final do século XIX era pela substituição da imitação industrial medíocre dos ornamentos produzidos em massa por um artesanato consciencioso e significativo. É uma forma de revolta contra as máquinas que passaram a produzir os ornamentos arquitetônicos que antes possuíam um significado e nobreza próprios. Sabemos que o artesanato acaba por buscar (e encontrar) outros caminhos através da valorização da exclusividade e originalidade. Onde, de uma forma significativa de resistência e de reinvenção, o artesanato se converte em um produto de consumo com diversos graus, desde o mais básico, até os mais requintados.

5 Victor Horta - Hôtel Tassel 1893 B

6 Art Nouveau: Essa crítica não tinha possibilidade de acabar com a produção industrial em massa dos ornamentos, nem dos prédios destinados à rápida expansão urbana do século XIX. Entretanto, ela pôde abrir os olhos das pessoas para a valorização do autêntico, do genuíno, do artesanal. Havia o anseio por uma Nova Arte, que pudesse dar conta da manutenção do desenho, da autenticidade, mas que incluísse os novos materiais e as novas técnicas de construção e produção engendradas pela Revolução Industrial. Era criar um novo, referenciado no antigo, através de uma produção moderna.

7 Victor Horta - Hôtel Tassel 1893 C

8 Art Nouveau: A arquitetura passa a se utilizar de novos materiais, principalmente os metais, para criar novos tipos de ornamentos. Era o nascimento de uma nova arquitetura baseada no ferro e no aço. Nada poderia ser mais moderno, mais revolucionário, mais em uníssono com a Revolução Industrial e com a Arte, enquanto produção do novo, do original e do autêntico. Essa transformação na arquitetura já se instaurava furtivamente nas estações ferroviárias, mas agora ela é potencializada e levada para dentro dos edifícios e das casas. Essa arquitetura estará marcada pela sensualidade das linhas curvas reproduzidas nos metais e nas pinturas e gravuras, e também no abandono da tirania da simetria como exigência para a obra arquitetônica e artística.

9 Victor Horta - Hôtel Tassel 1893 D

10 Sobre o Impressionismo como Arte Moderna: É muito comum atribuir aos impressionistas o status de primeiros modernos, mas não há justiça ou correção teórica nessa atribuição. Mesmo tendo sido eles os que primeiro desafiaram as regras de pintura ensinadas nas academias desde a Renascença, eles não divergiam das tradições dessa arte acadêmica em seus propósitos. Eles ainda queriam pintar a natureza tal como a viam, porém, divergiam dos clássicos apenas quanto ao método para atingir esse objetivo. Clássicos = Desenho Impressionistas = Cor

11 Sobre o Impressionismo como Arte Moderna: Os impressionistas experimentam uma nova forma de fazer arte buscando nos reflexos das cores, no pincel solto sobre a tela, nas sombras coloridas, uma conquista mais completa da impressão visual causada pela natureza. Enquanto os clássicos reproduziam a natureza como ela deveria ser, os Impressionistas o faziam como ela se lhes apresentava aos olhos nus, a céu aberto. O que há de revolucionário no Impressionismo é a busca em representar a natureza não como uma ideia, mas como realidade tangível, sensível, impressionante. Mas isso, por mais revolucionário que seja, ainda não é Arte Moderna.

12 Pós-Impressionismo: Quando, em 1822, Manet recebe a comenda de Cavaleiro da Legião de Honra do governo francês, o Impressionismo já estava assentado como o padrão desejado da produção artística daquele período. O movimento, muito rapidamente, deixava de ser a vanguarda. Esse posto estava ocioso, o que nunca permanece por muito tempo na arte.

13 Pós-Impressionismo: Os pós-impressionistas são um grupo de artistas inconformados com os limites do Impressionismo que decidem extrapolar esses em diversas linhas de produção artística diferentes. Eles semeiam diversos estilos que brotarão no futuro próximo. Eles não compartilhavam de um objetivo específico comum, apenas o desejo de estrapolação dos limites da arte de sua época.

14 Pós-Impressionismo: O Pós-Impressionismo é um estágio posterior, um desenvolvimento fundamental do próprio Impressionismo. É a continuidade dessa transformação na arte que a prepara para a sua Modernidade, ou, como alguns dizem, a sua Maturidade (no sentido de consciência de si e plenitude de trilhas evolutivas a percorrer).

15 Paul Cézanne: Para Cézanne, toda as formas da natureza estão baseadas em 3 figuras, cone, esfera e cilindro. Todas as demais, são acidentais, apenas essas três têm a característica da permanência. Assim, existe uma ordem subjacente a toda a variabilidade que se apresenta aos nossos olhos no mundo exterior. Seus quadros formam uma série de jogos com a perspectiva e com as formas dos objetos de maneira tal que possa ser revelada ao observador essa ordem subjacente à realidade sensível.

16 Paul Cézanne Relógio de mármore negro 1869

17 Paul Cézanne Olímpia Moderna 1873

18 Paul Cézanne Mardi gras (Pierrot et Arlequin) 1888

19 Paul Cézanne: Para Cézanne, toda as formas da natureza estão baseadas em 3 figuras, cone, esfera e cilindro. Todas as demais, são acidentais, apenas essas três têm a característica da permanência. Assim, existe uma ordem subjacente a toda a variabilidade que se apresenta aos nossos olhos no mundo exterior. Seus quadros formam uma série de jogos com a perspectiva e com as formas dos objetos de maneira tal que possa ser revelada ao observador essa ordem subjacente à realidade sensível.

20 Paul Cézanne Les Joueurs de cartes 1892

21 Paul Cézanne Natureza Morta com a cortina 1898

22 Paul Cézanne Mont Sainte-Victoire et Château Noir 1904

23 Georges Seurat (Divisionismo Pontilhismo): A produção de Seurat é marcada por inumeráveis e longos estudos preliminares para a produção de cada obra. Devemos lembrar que ele era um artista rigidamente formado na maneira clássica do desenho e da pintura. Também era um homem fascinado pelo desenvolvimento científico da sua época. Esse fascínio não poderia deixar de se debruçar preferencialmente sobre a Óptica, especialmente pelo novo campo que se abria, o da Luminosidade (modernamente conhecida como Teoria das Cores).

24 Georges Seurat Trabalhadores rurais 1883

25 Georges Seurat (Divisionismo Pontilhismo): A diligência produtiva de Seurat está na sua crença pessoal de que a arte deve ser baseada em um sistema: a obra deverá revelar uma ordem subjacente que o artista produz. Seus quadros, mesmo possuindo os temas Impressionistas, são o contrário na realização da obra, pois apresentam figuras simples, bem delineadas, organizadas idealmente e estáveis. Totalmente o contrário da rápida impressão na retina.

26 Georges Seurat (Divisionismo Pontilhismo): A própria forma de pintar exige uma organização e planejamento prévios que só podem ser obtidos no estúdio e através de um pormenorizado estudo. Ele denominava esse método de Divisionismo, posteriormente vai receber o nome popular de Pontilhismo.

27 Georges Seurat Mulher se maquiando 1884

28 Georges Seurat Domingo de tarde na Ilha Grande Jatte 1884

29 Georges Seurat Banhista em Asnières 1887

30 Georges Seurat Le Cirque 1891

31 Vincent Van Gogh: Para Van Gogh, o Impressionismo não conferia aos artistas a liberdade necessária para dar vazão às emoções. Era um homem marcado pelo desencanto com a sociedade industrial. Tinha um interesse inicial na religião e literatura, tanto que trabalhou como pregador leigo entre os pobres mineiros de carvão. Essa compaixão pelos trabalhadores pobres e desafortunados está expressa em suas primeiras obras que retratam justamente esses grupos sociais.

32 Vincent Van Gogh Comedores de batatas 1885

33 Pieter Bruegel (o Velho) A dança dos camponses 1559

34 Daumier - A doença imaginária

35 Vincent Van Gogh Semeador ao entardecer 1888

36 Millet - O semeador

37 Vincent Van Gogh: Suas obras são vivas de cor e de pinceladas marcadas e grossas (usava o pincel de cerda dura) que são características típicas do Impressionismo, porém, ele mantém que suas obras sejam um veículo para a expressão das suas emoções. Sua pintura atinge a plenitude ao explorar as paisagens e representa-las em toda a sua exuberância pulsante de cores, velocidades e ritmos.

38 Vincent Van Gogh Vinhedos vermelhos 1888

39 Vincent Van Gogh Paisagem com ciprestes em Arles 1889

40 Vincent Van Gogh: O dinamismo temporal está em cada pincelada sua que parece atiçada pelo vento, ou movida pelas ondas do mar. Em Van Gogh temos uma pintura que se expressa não só através das cores, mas também da própria pincelada livre do academicismo do fino acabamento.

41 Vincent Van Gogh Quarto em Arles 1888

42 Vincent Van Gogh: A turbulência marca as suas obras e as suas pinceladas. As suas obras são turbilhões vibrantes de cores e pinceladas. Seu desejo era de enxergar o essencial e deixar indefinido o que for óbvio, assim, ele maximiza as cores naturais, pois há nele um profundo compromisso com o real.

43 Vincent Van Gogh Noite estrelada A 1889

44 Vincent Van Gogh Noite estrelada B 1889

45 Vincent Van Gogh Irises 1889

46 Vincent Van Gogh Esqueleto fumante 1886

47 Paul Gauguin: Teve na religião uma importante mola propulsora da sua produção artística inicial. Primeiramente estará incluído no círculo dos Impressionistas. Possui um estilo menos pessoal e passional que o de Van Gogh, mas já se separava em muito do Impressionismo.

48 Paul Gauguin Família no jardim da rua Carcel 1881

49 Paul Gauguin: Impregnado pela filosofia de Rousseau, acredita que a civilização ocidental está desconjuntada, o que obriga as pessoas a viverem não por si mesmas, mas escravas dos ganhos financeiros e do consumo, o que levava a uma negligência das emoções individuais que são substituídas pela atividade consumista. Desta forma, ele busca a natureza e as sociedades humanas que estejam mais próximas dela. Quase como se fosse um trabalho etnográfico.

50 Paul Gauguin: Primeiramente ele irá buscar os camponeses da Bretanha, oeste da França, onde produz obras com a temática rural dos pintores românticos, mas com as técnicas e pressupostos impressionistas, onde perspectiva e modelamento são abandonados.

51 Paul Gauguin Mulheres na praia 1885

52 Paul Gauguin Pastores bretões 1886

53 Paul Gauguin: Depois segue para a Martinica e Taiti. A sua busca é bem parecida com a da Antropologia de Malinowski, ele vai para lá para aprender com os nativos, e não com a postura neo-colonialista. A religiosidade representada não é mais a do ocidente cristão, nem uma tentativa de inserção dessa no mundo religioso dos nativos, mas justamente a representação dessa religiosidade local tal como ela é contada pelos seus próprios atores sociais.

54 Paul Gauguin Entre as mangueiras 1887

55 Paul Gauguin O Espírito das Profundezas guardando 1892

56 Paul Gauguin Annah, a javanesa 1893

57 Paul Gauguin: Uma questão muito importante em Gauguin que devemos observar é a escolha e uso das cores. Ele abre o caminho para os fauvistas nos usos arbitrários das cores, de forma quase pulsional (Freud). A cor é um ímpeto que arrebata o artista para além do racionalizar sobre a obra e a pinta quase de forma selvagem Fauves = feras, feras selvagens

58 Paul Gauguin De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? 1897

59 Paul Gauguin Maternidade II 1899

60 Paul Gauguin Cavalariços na praia 1902

61 Muito obrigado. Bons estudos! Prof. Heleno Licurgo do Amaral