A DIARRÉIA AGUDA E O SANEAMENTO BÁSICO
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- Márcio Neiva Guimarães
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Rafael Apoena Marques Trece A DIARRÉIA AGUDA E O SANEAMENTO BÁSICO RELAÇÃO ENTRE A PREVALÊNCIA DE DIARRÉIA E O ATENDIMENTO POR SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E COLETA DE ESGOTOS NOS 13 MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS DA BAHIA
2 CONTEÚDO Introdução Metodologia A diarréia aguda Comparação entre a prevalência de diarréia em 2007 nos treze mais populosos municípios da Bahia e: Abastecimento de água por rede Coleta de esgotos por rede Quantidade de chuva precipitada* Conclusão Referências
3 INTRODUÇÃO A escolha do tema Doença que acomete pessoas de todas as idades, sexo e nível sócio-econômico. Problema em regiões com deficiências nas áreas de educação, moradia, saneamento e distribuição de renda, como é o caso do Brasil e, mais especificamente, da Bahia. Apesar de sua participação vir diminuindo como causa de MORTALIDADE, dentre as doenças infecciosas e parasitárias, a diarréia aguda ainda permanece como uma importante causa de MORBIDADE. Cerca de 2milhõesdecrianças(< 5 anos) vão a óbito em países em desenvolvimento (NIEHAUS, 2002, citado por CÉSAR, 2006). Morbidade por enfermidades diarréicas é recomendada como indicador em estudos de impacto das ações de saneamento.
4 INTRODUÇÃO Objetvo Elaborar uma breve revisão bibliográfica sobre a diarréia aguda e apontar uma possível correlação entre sua ocorrência e o nível de atendimento à duas das componentes do saneamento básico - abastecimento de água e esgotamento sanitário - por meio do cruzamento entre a prevalência de diarréia eapercentagem de população não atendida por esses serviços nos dez mais populosos municípios baianos, segundo a contagem populacional 2007 do IBGE.
5 METODOLOGIA Definição do tema. Pesquisa bibliográfica. Analisar 10 ou 13 municípios? (Alagoinhas, Itabuna, Juazeiro) Coleta de dados secundários. Quais os 13 municípios mais populosos? Contagem 2007 (IBGE) Prevalência de diarréia (DIVEP) Percentagem da população atendida por: Rede de abastecimento de água (EMBASA) Rede coletora de esgotos sanitários (EMBASA) Coleta de lixo (SNIS)* Dificuldades Mais de 100% da população atendida em Camaçari e Lauro de Freitas. Adotado 100% Coleta de lixo: dados somente de 7 municípios, sendo que 5 possuíam 100% de cobertura (coleta regular a partir de 1 vez na semana). impossibilidade de comparar.
6 METODOLOGIA Acrescentar mais um parâmetro a análise Drenagem?. Precipitação pluviométrica mensal ( 4º distrito do INMET e INGÁ) Pouco tempo Tabela 1: Municípios e população (IBGE, 2007) MUNICÍPIO POPULAÇÃO (IBGE, 2007) Figura 1: Municípios: localização espacial (SEI, 2008) Salvador Feira de Santana Vitória da Conquista Juazeiro Camaçari Ilhéus Itabuna Jequié Lauro de Freitas Alagoinhas Barreiras Teixeira de Freitas Porto Seguro
7 A DIARRÉIA AGUDA Diarréia Eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida, fenômeno geralmente acompanhando do aumento do número de evacuações diárias edoaumento de massa fecal. De acordo com Engel (2008), uma das mais utilizadas formas de classificação faz referência ao tempo de evolução da doença: Foto 1: E. coli (microscópio eletrônico) aguda, menor que 2 semanas; persistente, entre 2 e 4 semanas; e crônica, maior que 4 semanas. Diarréia aguda Em 90% dos casos tem origem infecciosa. Seus agentes etiológicos mais comuns são os vírus, as bactérias Escherichia coli, Salmonella, Shiguela eatoxinadostaphylococcus aureus (ENGEL, 2008).
8 A DIARRÉIA AGUDA Quadro 1: Vias mais comuns de transmissão da diarréia por agente etiológico. Agente E. coli enterotoxigênica E. coli êntero-hemorrágica Toxinas do S.aureus e do Clostridium perfringens Transmissão Pode contaminar e se proliferar na água e nos alimentos Geralmente adiquirida pelo consumo de carnes ou sucos de frutas Alimentos mal conservados e previamente manipulados Salmonella Alimentos de origem animal (frango, ovos e laticínios) Shiguela Campylobacter Giárdia intestinalis Normalmente por contato interpessoal Frango mal cozido Água contaminada ou contato interpessoal Fonte: Adaptado de Engel (2008).
9 A DIARRÉIA AGUDA Desidratação grave é mais freqüente em crianças. Isso ocorre porque, além da capacidade de retenção renal de líquidos não estar completamente desenvolvida nas crianças pequenas, o corpo de uma criança tem uma taxa de perdas de líquidos mais elevada devido à sua relação superfície/volume corporal ser comparativamente maior que a dos adultos (BRAUNWALD et al, 2006) A grande maioria dos casos de diarréia é branda e esta é, normalmente, uma doença autolimitada (o doente se recupera sozinho) de duração menor que 72h, sendo necessárias apenas medidas de suporte, ou seja, terapia dirigida para a redução dos sintomas e prevenção da desidratação (MEDICINA ATUAL, 2008). Soro caseiro: 4 colheres das de sopa de açúcar 1 colher das de chá de sal 1 litro de água fervida.
10 Comparação entre a prevalência de diarréia e atendimento aos serviços de saneamento* Município Tabela 2: Os treze municípios estudados e o resumo dos dados coletados Nº CASOS Prevelência de Diarréia - D (nº de casos / 1000 hab) População atendida por Rede de Abastec. de Água (%) População atendida por Rede de Coleta de Esgoto (%) População atendida por coleta de lixo (%) Salvador ,27 93,1 74,1 95,94 Feira de Santana ,31 78,7 35,3 100 Vitória da Conquista ,93 91,6 41,9 100 Juazeiro ,41 94,81* 50,6* - Camaçari , ,2 100 Ilhéus , ,7 - Itabuna ,30 99,87* 66,82* 100 Jequié ,90 93,7 78,8 - Lauro de Freitas , ,8 89,5 Alagoinhas ,58 92* 7,34* 100 Barreiras 675 5,21 94,3 8,7 - Teixeira de Freitas ,95 79,4 6,2 - Porto Seguro ,85 54,7 63,5 - Fonte: IBGE (2008), DIVEP (2008), EMBASA (2006) e SNIS (2007a,2007b); *SNIS (2007a)
11 Comparação entre a prevalência de diarréia e atendimento aos serviços de saneamento* Figura 2: Prevalência de diarréia, População Sem Rede de Abastecimento de Água (PSRA) e População Sem Rede de Coleta de Esgoto (PSRE) Fonte: DIVEP (2008), EMBASA (2006) e SNIS (2006)
12 Prevalência de diarréia X Abastec. de água Figura 3: Prevalência de diarréia x População Sem Rede de Abastecimento de Água (PSRA). Fonte: DIVEP (2008), EMBASA (2006) e SNIS (2006)
13 Prevalência de diarréia X Coleta de esgoto Figura 4: Prevalência de diarréia x População Sem Rede de Coleta de Esgoto (PSRE). Fonte: DIVEP (2008), EMBASA (2006) e SNIS (2006)
14 Nº de casos de diarréia X Chuva Figura 5 e 6: Número de casos de diarréia e precipitação mensais em Salvador e Feira de Santana (2007). Fonte: DIVEP (2008) e INMET (2008)
15 Nº de casos de diarréia X Chuva Figura 7 e 8: Número de casos de diarréia e precipitação mensais em Vitoria da Conquista e Ilhéus (2007). Fonte: DIVEP (2008) e INMET (2008) Fonte: DIVEP (2008) e INGÁ (2008).
16 CONCLUSÃO Diarréia é considerada uma doença cujos indicadores (morbidade, mortalidade e outros) servem como forma de avaliar o impacto das ações de saneamento na saúde da população. Por ser uma doença muito comum e autolimitada, ou seja, com a característica de sanar espontaneamente após alguns dias, a diarréia pode ser vista como uma enfermidade sem relevância e de fácil controle, porém, em condições favoráveis, pode se tornar preocupante. Prevalência de diarréia x atendimento aos serviços de saneamento: O resultado do estudo parece indicar que o abastecimento de água adequado possui maior peso no sentido de reduzir os riscos de transmissão da diarréia. Mas... Subnotificação de casos Poderia considerar um maior número de soluções de saneamento, o que não foi possível já que a principal fonte desses dados (EMBASA) não as considera. Poderia considerar um período de tempo maior, e não somente o ano de Poderia considerar um maior número de municípios.
17 CONCLUSÃO Nº de casos de diarréia X Chuva Não foi possível verificar o esperado acompanhamento dos picos de chuva com maiores números de casos de diarréia. Período maior de tempo Dados diários de chuva e de número de casos registrados da doença. É necessária a criação de um banco atualizado e padronizado com dados sobre o atendimento eaqualidadedos serviços de saneamento nos municípios baianos, para possibilitar o acesso a informação e os estudos sobre a relação da saúde com o saneamento e deste com outros aspectos.
18 REFERÊNCIAS 1. BAHIA. Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Divisão de Vigilância Epidemiológica DIVEP. Dados de ocorrência de diarréia aguda, por semana epidemiológica, em Salvador, 2008a. Não publicado 2. BAHIA. Instituto de Gestão das Águas e do Clima INGÁ. Monitoramento da precipitação no estado da Bahia: outubro de 2006 a fevereiro de Salvador, 2007 Disponível em:< jsp>. Acesso em: 17 mai. 2008b. 3. ENGEL, C. L; ENGEL H. F. (Org.). Medcurso 2008: Gastroenterologia. [S.l.]: Medwriters, HELLER, Léo. Saneamento e Saúde. Brasília: OPAS/OMS, OBRIGADO! CONTATO: Rafael Apoena Marques Trece rafael.trece@codevasf.gov.br (77) (71)
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