Os benefícios do Ultrassom 3MHz no tratamento do fibro edema gelóide
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- Mikaela de Lacerda Bicalho
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1 1 Os benefícios do Ultrassom 3MHz no tratamento do fibro edema gelóide Resumo Silvia Regina de Andrade 1 silviaujiyo@terra.com Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional_ Faculdade de Cambury A pesquisa refere-se aos benefícios do ultrassom3mhz no tratamento do fibro edema gelóide (FEG). O FEG é uma afecção benigna, não apresentando risco de vida, porém um problema que causa importante desconforto emocional. A utilização do ultrassom em todos os estágios do FEG, é importante, levando em consideração que a energia ultra-sônica continua realizar um aquecimento das estruturas constituídas do tecido fibroso, e que para melhor absorção do tecido subcutâneo. O presente estudo caracteriza-se por ser de revisão bibliográfica, onde realizou-se uma busca eletrônica nas seguintes bases de dados: SCIELO e LILACS. E para atender aos objetivos da pesquisa, foram selecionados cerca de 30 (trinta) artigos para compor o trabalho, sendo que apenas 20 (vinte) foram incluídos por cumprirem as exigências dos fatores de inclusão. Ao finalizar o presente estudo, foi observado que o uso do ultrassom de 3 MHz, se destaca como uma proposta positiva de tratamento não invasivo para o FEG, pois proporcionou as pacientes redução do edema e gordura localizada, demonstrando assim diminuição do grau do FEG, melhorando o aspecto da pele e propiciando elevado grau de satisfação da paciente. Palavras-chave: Ultrassom; Fibro Edema Gelóide; Tratamento. 1. Introdução De Acordo com Meyer et al (2005), durante a evolução da humanidade, as mudanças de hábitos e os padrões de beleza sofreram varias mutações, com isso começou a surgir uma grande preocupação com o Fibro Edema Gelóide (FEG) mais conhecida como celulite. O FEG é uma alteração antiestética que se propaga abaixo da superfície da pele. Desenvolvese principalmente a partir de alterações na circulação sanguínea e linfática, provocando mudanças estruturais no tecido adiposo subcutâneo, no colágeno e nos proteoglicanos adjacentes. Desta forma, visualmente, a pele adquire um aspecto acolchoado ou uma aparência de casca de laranja sobre as áreas atingidas [...] [...] O FEG geralmente se apresenta após a puberdade e tende a ser crônico, afeta a maioria das mulheres de todos os países e culturas, sendo raramente encontrado nos homens. Em relação aos locais mais acometidos, atinge principalmente as coxas e as nádegas, embora outras áreas do corpo, como abdômen, braços e costas, também possam ser afetadas (ALMEIDA et al, 2011). Do ponto de vista estético, o FEG é desagradável aos olhos, além disso, ocasiona problemas álgicos, diminuição das atividades funcionais, evolui para estágios avançados e provoca sérias complicações, podendo levar até a quase total imobilidade dos membros inferiores, dores intensas e problemas emocionais (GRAVENA, 2004). 1 Pós graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional e graduada em Fisioterapia. 2 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior e graduada em Fisioterapia.
2 2 De acordo com Yong (2003 apud Galvão, 2005), o ultrassom quando penetra o tecido ocorre um efeito nas células por dois mecanismos físicos: térmicos e não-térmicos. Efeitos Térmicos: quando o ultrassom percorre o tecido uma porcentagem dele é absorvida, e isso leva a uma geração de calor, que por sua vez atenua-se a medida que atravessa um meio ou diminui sua intensidade durante o trajeto. Efeito Não- Térmico: o ultrassom produz efeitos biológicos sem, contudo envolver mudanças significativas na temperatura, os mecanismos que aparecem estar envolvidos na produção desses efeitos não-térmicos são cavitações e ondas estacionarias. Segundo Luz et al (2010), a utilização do ultrassom em todos os estágios do FEG, é importante, levando em consideração que a energia ultra-sônica continua realizar um aquecimento das estruturas constituídas do tecido fibroso, e que para melhor absorção do tecido subcutâneo, deve-se utilizar a frequência de 3 MHz. Baseado nesse contexto, o presente estudo busca, por meio de revisão das publicações relevantes dos últimos 10 anos, descrever Os benefícios do Ultrassom 3MHz no tratamento do fibro edema gelóide 2. Fundamentação Teórica De acordo com Guirro e Guirro (2004), o sucesso do tratamento de qualquer patologia depende, essencialmente, do seu pleno conhecimento. Os distúrbios abordados pela Fisioterapia Dermato Funcional produzem alterações fisiológicas importantes, tanto no nível celular quanto no tecidual. Portanto, cabe aqui uma breve revisão de alguns conceitos fundamentais à compreensão dos mecanismos envolvidos no FEG. 2.1 Tecido conjuntivo Os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar tipos diversos de células, separadas por abundante material intercelular, que é sintetizado por elas e representado pelas fibras do conjuntivo e pela substância fundamental amorfa [...] Banhando este material e também as células há uma pequena quantidade de fluido, o líquido intersticial. Há uma homeostasia nos tecidos conjuntivos, isto é, a quantidade e a qualidade de colágeno nos diferentes órgãos ou tecidos são ativamente reguladas em nível local. O material intercelular do tecido conjuntivo é formado por substância fundamental e fibras. O tecido conjuntivo apresenta fibras colágenas, elásticas e reticulares, podendo existir mais de um tipo de fibra em um mesmo tecido. As fibras predominantes de um determinado tecido são as responsáveis pelas propriedades do mesmo, sendo assim classificado o tecido conjuntivo propriamente dito em: tecido conjuntivo frouxo, tecido conjuntivo denso e tecido conjuntivo de propriedades especiais, onde neste encontram-se os tecidos adiposo, elástico, reticular e mucoso (PRAVATTO, 2007). 2.2 Pele A pele é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. Ela representa 12% do peso seco total do corpo, com aproximadamente 4,5 quilos, e é o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente (MENDONÇA e RODRIGUES, 2011). O autor relata ainda que embora ela represente menos de 15% do peso do corpo, é considerada o maior órgão humano, pois a sua extensão corresponde a uma área de dois metros quadrados. É formada por tecidos de origem ectodérmica e mesodérmica que se arranjam em três camadas distintas: epiderme, derme e hipoderme.
3 3 Fonte: Figura 1: Pele Epiderme A epiderme é altamente resistente ao desgaste e as infecções, suas camadas superficiais são virtualmente impermeáveis à água, prevenindo contra a dessecação e também contra a passagem de água através da superfície corporal externa (DALSASSO, 2007) Derme Segundo Mertz (2007); Pravatto (2007); Mendonça e Rodrigues (2011), a derme é a camada da pele, composta por fibras de colágeno e de elastina e por uma matriz extracelular, que colaboram para a força e elasticidade da pele. As fibras dei colágeno atribuem à pele sua força e determinam as características físicas da pele. Além disso, o autor citado acima relata que a pele contém: vasos sanguíneos e linfáticos que conduzem oxigênio e nutrientes para as células e removem produtos residuais; fibras nervosas e folículo piloso, que contribuem para a sensibilidade, a regulação da temperatura e excreção e absorção através da pele, fibroblastos que são importantes na produção de colágeno e elastina. A derme é composta de duas camadas de tecido conjuntivo: a derme papilar, camada mais externa, é composta de fibras de colágeno e fibras reticulares que são importantes no processo de cicatrização das lesões. Os capilares da derme papilar trazem a nutrição necessária para a atividade metabólica (AZEVEDO, 2005) Hipoderme A hipoderme é formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme e aos órgãos subjacentes. Funcionalmente, a hipoderme além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico [...] [...] e na proteção mecânica no organismo às pressões e traumatismos externos e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes.
4 4 Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, poderá ter uma camada variável de tecido adiposo, constituindo o panículo adiposo (DALSASSO, 2007). 2.3 Microcirculação da pele Existem dois plexos arteriais que suprem a pele: um que se situa no limite entre a derme e a hipoderme e outro entre as camadas papilar e reticular. Deste último plexo partem finos ramos para as papilas dérmicas. Distinguem-se três plexos venosos na pele, dois na posição descrita para as artérias e um na região da derme (GRAVENA, 2004). O sistema de vasos linfáticos inicia-se nas papilas dérmicas e converge para um plexo entre as camadas papilar e reticular. No tecido com fibro edema gelóide a circulação se encontra comprometida devido as progressivas transformações ocorridas no tecido conjuntivo (CAMPOS, 1992 apud GRAVENA, 2004). 2.4 Fibro edema gelóide Segundo Weiber (2006), quando se iniciam as alterações hormonais na adolescência, a mulher adquire um corpo com formas mais arredondadas pela presença de tecido adiposo nos quadris, coxas, culotes, glúteos e abdômen. Nesses locais, em 90% das mulheres sucedem o aparecimento do FEG. O autor relata que o FEG é uma afecção benigna, não apresentando risco de vida, porém um problema que causa importante desconforto emocional. Ela é um problema causado por vários fatores, um dos maiores responsáveis é o hormônio feminino estrogênio que favorece o acumulo de gordura nas pernas e quadris. Ana et al (2007), relatam que o FEG é conhecido popularmente como celulite e afeta cerca 80-90% das mulheres após a puberdade. Dalssamo (2007), relata ainda que a prevalência é em países desenvolvidos onde há um maior consumo de proteínas e gordura nas dietas. Fonte: Figura 2: Fibro edema gelóide Histologicamente Segundo Guirro e Guirro (2004), é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatória, seguida de polimerização da substância fundamental que,
5 5 infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, caracterizando-se como um processo distrófico autônomo do tecido conjuntivo adiposo da região dermo-hipodérmica Etiopatologicamente De acordo com Dalsasso (2007), o FEG é uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo com alterações musculares e lipodistróficos com resposta esclerosante, que resulta no inestético aspecto macroscópico. Acredita-se que uma alteração do fibroblasto causada por diversos fatores faz com que as glicosaminoglicanas sofram alterações estruturais (hiperpolimerização), elevando seu poder hidrofílico e a pressão osmótica intersticial. Esta alteração leva à hiperviscosidade da substância fundamental ligada à estase capilovenular e linfática. Desencadeia-se, então, uma série de sinais com transformação do tecido adiposo, em tecido celulítico (WEIMANN, 2004). Fonte: Figura 3: Fibro edema gelóide Em decorrência dessas alterações, ocorre uma compressão contínua dos elementos do tecido conjuntivo, a aparência nodulosa inestética na epiderme e a presença de dor à palpação desproporcional à pressão exercida ou mesmo sem motivo externo (MEYER et al, 2005) Fatores predisponentes, determinantes e condicionantes As causas do FEG são descritos por Kede e Sabatovich (2004), em três fatores: fatores predisponentes: causas genéticas, desequilíbrio hormonal, sexo e idade; fatores determinantes: estresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares, perturbações metabólicas, maus hábitos alimentares e disfunção hepática; fatores condicionantes: aumento da pressão capilar, dificuldade na reabsorção linfática e favorecimento da transudação linfática nos espaços intersticiais. Quantos aos fatores predisponentes, a predisposição genética determina o número, a disposição e a sensibilidade dos receptores para hormônios nos adipócitos, assim como a susceptibilidade desta patologia na raça branca, quase não ocorrendo nas negras e orientais. O que é confirmado por Peña e Hernandez-Perez (2005 apud Kede e Sabatovich, 2004) ao apontarem algumas características genéticas para a obesidade e a lipodistrofia sendo elas: o biótipo constitucional, o aumento da massa adiposa localizada, distribuição do tecido adiposo, a hiperplasia e hipertrofia dos adipócitos, a
6 6 resistência à lipólise regional, o hiperinsulinismo e hiperestrogenismo receptorial, a suscetibilidade de insuficiência circulatória de retorno e ainda por defeito no sistema linfático Diagnóstico De acordo com Borba (2006), o diagnóstico do fibro edema gelóide é baseado em uma anamnese adequada, que assosciado à aplicação de testes clínicos, pode ser alcançado por meio de exames complementares como [...] Termografia cutânea: é o meio mais eficiente para o estudo da distribuição da temperatura cutânea atualmente. Seu diagnóstico avalia a microcirculação da pele e que, indiretamente, também avalia o sistema nervoso autônomo simpático, estreitamente relacionado com a pele. Por meio das mensurações das variações de temperatura, causadas por maior ou menor irrigação de um território microvascular, é possível distinguir décimos de grau centígrado por milímetros quadrados de área de tecido, através da utilização desta técnica; Xerografia: o método consiste na irradiação da pele com raios X. A passagem de radiação, por diferentes tecidos com diferentes espessuras, permite a formação de imagens que evidenciam a diversidade de espessuras dos tecidos conjuntivos e musculares; Ecografia bidimensional: tanto para o leito arterial como venoso, consegue identificar a direção e velocidade do fluxo, consegue identificar e quantificar o grau de estenose, pode repetir quantas vezes for necessário, e tem custo menor ou comparável com outras opções de diagnóstico, além de ser não evasiva; Fonte: Figura 4: Termografia Localizações Quanto à localização, Ulmann et al (2008), trazem duas formas de classificação: Generalizada: mais rara e afeta a mulheres com obesidade acentuada, localizada mais frequente, onde as localizações preferenciais são por ordem de frequência; Incidência: fase
7 7 medial e posterior de coxas, região glútea, face anterior e lateral de coxas, face interna de joelhos, abdome, membros superiores (braços) e região deltoidiana. Fonte: Figura 5: Localizações do FEG Graus do fibro edema gelóide Guirro e Guirro (2004), classificam o FEG de acordo com os graus de acometimento e citam a classificação de Ulrich conforme a gravidade das lesões teciduais que surgem em três estágios brando, moderado e grave, onde [...] 1º Grau ou brando: é aquele que somente é percebido à palpação ou sob contração muscular voluntária e não há alteração da sensibilidade à dor; 2º Grau ou moderado: as depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos. É também visível quando ocorre incidência de luz lateralmente. Pode ocorrer alteração de sensibilidade; 3º Grau ou grave: ocorre comprometimento tecidual, pode ser observado em qualquer posição ortostática ou em decúbito. A pele fica enrugada e flácida há fibrose com predominância, apresenta aspecto de "casca de nozes", o indivíduo apresenta sensibilidade. Fonte: Figura 6: Termografia
8 Tratamento De acordo com Lessa et al (2012); Luz et al (2010), atualmente com o crescimento da fisioterapia dermato-funcional e a necessidade de técnicas aprimoradas para manter os padrões de beleza de uma sociedade cada vez mais vaidosa, a utilização do ultrassom em todos os estágios do FEG, é importante, levando em consideração que a energia ultra-sônica continua realizar um aquecimento das estruturas constituídas do tecido fibroso, e que para melhor absorção do tecido subcutâneo, deve-se utilizar a frequência de 3 MHz com o objetivo de alcançar o efeito térmico Ultrassom 3MHz De acordo com Yong (2003 apud Galvão, 2005), o ultrassom quando penetra o tecido ocorre um efeito nas células por dois mecanismos físicos: térmicos e não-térmicos [...] [...] Efeitos Térmicos: quando o ultrassom percorre o tecido uma porcentagem dele é absorvida, e isso leva a uma geração de calor,que por sua vez atenua-se a medida que atravessa um meio ou diminui sua intensidade durante o trajeto.efeito Não- Térmico: o ultrassom produz efeitos biológicos sem, contudo envolver mudanças significativas na temperatura,os mecanismos que aparecem estar envolvidos na produção desses efeitos nãotérmicos são cavitações e ondas estacionarias. Fonte: Figura 7: Ultrassom 3. Metodologia O presente estudo caracteriza-se por ser de revisão bibliográfica, onde realizou-se uma busca eletrônica nas seguintes bases de dados: SCIELO e LILACS. Foram utilizados os seguintes descritores: Ultrassom, Fibro Edema Gelóide e Tratamento. O material selecionado está redigido no idioma português. Os fatores de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos na íntegra e que retratassem a temática referente ao estudo; artigos publicados de 2004 a Os fatores de exclusão foram: não atenderem às variáveis estudadas; baixa qualidade metodológica e de evidências científicas; publicados antes de 2004.
9 9 E para atender aos objetivos da pesquisa, foram selecionados cerca de 30 (trinta) artigos para compor o trabalho, sendo que apenas 20 (vinte) foram incluídos por cumprirem as exigências dos fatores de inclusão, sendo avaliados ainda quanto à qualidade metodológica e científica. No que tange ao tempo de pesquisa, a mesma foi realizada desde o mês de fevereiro até julho de Resultados e Discussão Autor / Ano US (Parâmetros) Resultados Weimann, (2004) 3 MHz/1,2 W/cm 2 7min. Por cm 2 Diminuiu o grau 2 para grau 1 de acometimento Corrêa, (2005) 3 MHz/1,0 W/cm 2 2 Melhora no aspecto da pele 15 min. Por cm Federico et al, (2006) 3 MHz/1,5 W/cm 2 1min. Por cm 2 Diminui o edema e a gordura localizada Luz et al, (2010) 3 MHz/0,8 W/cm 2 1min. Por cm 2 Melhora no aspecto da pele, e elevado grau de satisfação na paciente Pode-se observar os benefícios do ultrassom no FEG, no estudo de Weimann (2004), ao analisar a eficácia do ultrassom terapêutico na redução do FEG encontrado na região glútea de mulheres jovens e sedentárias. As 10 participantes selecionadas para esta pesquisa foram aleatoriamente divididas em dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultrassom, e o segundo grupo não recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultrassom foi utilizado na frequência de 3 MHz, n o modo contínuo, com dose de 1,2 W/cm², e foi aplicado por 7 minutos em cada glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas 3 vezes por semana, em dias alternados. Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e grau do FEG apresentado. Com o término do tratamento proposto nova avaliação foi realizada e revelou que a utilização do ultrassom mostrou-se eficaz no tratamento do FEG, uma vez que diminuiu o grau de acometimento. O autor supracitado relata que tais benefícios ocorrem, pois as ondas ultra-sônicas ao penetrarem no tecido provocam uma vibração a nível celular (micromassagem), acelerando a velocidade de difusão de íons através da membrana celular. Com isto, tem-se um aumento da permeabilidade da membrana, e uma aceleração dos processos osmóticos. O potencial da membrana é alterado produzindo a sua despolarização. O autor relata ainda que a diminuição do grau de acometimento foi devido ao Ultrassom possuir efeitos fibrolíticos, que diminuem a esclerose tecidual com as fricções moleculares, produzindo uma fragmentação das moléculas grandes de modo a diminuir a viscosidade do meio, que no FEG encontra-se aumentada. Os benefícios do ultrassom são mencionados também por Corrêa (2005), ao realizar um estudo com uma paciente do gênero feminino, 21 anos, com FEG graus 1 e 2 na região glútea e superior da coxa. A paciente foi submetida a 15 sessões de tratamento, 4 vezes por semana, com duração de 15 minutos de ultrassom em cada hemicorpo. O protocolo utilizado neste
10 10 estudo foi frequência de 3 MHz, com intensidade de 1,0 w/cm², modo contínuo, associado a fonoforese (gel com a seguinte composição; cafeína 3%,ginkgo biloba 5% e centella asiática 5 %). Ao final do tratamento foi possível observar melhora no quadro de FEG, com diminuição na perimetria, melhora no aspecto da pele e satisfação da paciente com os resultados. O autor supracitado relata ainda que tais benefícios foram alcançados devido o ultrassom emitir vibrações sonoras de alta frequência, que no tecido irá causar um atrito nos complexos celulares, produzindo uma micro-massagem, tendo como consequência aumento do metabolismo celular e quebra do FEG. Federico et al (2006), corroboram com o autor citado acima, ao empregar o ultrassom, em 5 participantes selecionadas e divididas em dois grupos, onde todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial para verificar o tipo e grau de FEG apresentado. O primeiro grupo foi submetido à terapia com US de 8,5 cm² com dose de 1,1 watts/cm² e o segundo grupo foi submetido à terapia com US de 4 cm² com dose de 1,5 wat-ts/cm 2. O US foi utilizado na frequência de 3 MHz, no modo contínuo e o tratamento consistiu de 16 sessões, realizadas 4 vezes por semana. O autor relata ao término do tratamento proposto que os resultados revelaram que o US 3 MHz/1,5 wat-ts/cm 2 com auxílio da fonoforese mostrou-se benéfico no tratamento da FEG somente em uma das 5 voluntárias envolvidas na pesquisa, por que age no meio intersticial estimulando a microcirculação, e aumento do metabolismo intracelular desta forma, diminuindo o edema. Luz et al (2010), realizaram o tratamento com uma paciente, onde a mesma submeteu-se a 20 sessões para aplicação do ultrassom com frequência de 3 MHz, intensidade 0,8W/cm2, modo continuo, com 1 minuto de aplicação cada quadrante. Foram realizados três atendimentos por semana, cada um dos atendimentos com duração de 8 minutos. Os autores relatam que ao término das 20 sessões foi feita uma reavaliação da paciente, por meio dos testes de palpação e preensão, em que verificamos que não houve redução do grau FEG comparados com a 1 avaliação. Após reunir os achados fotográficos constataram que a resposta fisioterapêutica foi satisfatória, porém somente na ausência de contração isométrica. Quanto ao nível de satisfação, a paciente relatou estar satisfeita com os resultados obtidos ao final das 20 sessões. Foi possível observar uma melhora no aspecto da pele, e elevado grau de satisfação na paciente. 5. Conclusão O FEG é conhecido popularmente como celulite e afeta cerca 80-90% das mulheres após a puberdade. É um problema causado por vários fatores, um dos maiores responsáveis é o hormônio feminino estrogênio que favorece o acumulo de gordura. Ao finalizar o presente estudo, foi observado que o uso do ultrassom de 3 MHz, se destaca como uma proposta positiva de tratamento não invasivo para o FEG, pois as ondas ultrasônicas ao penetrarem no tecido provocam uma micromassagem, tendo como consequência aumento do metabolismo celular e quebra do FEG. Após o tratamento com o ultrassom nos estudos selecionados o resultado foi positivo, pois proporcionou as pacientes redução do edema e gordura localizada, demonstrando assim diminuição do grau do FEG, melhorando o aspecto da pele e propiciando elevado grau de satisfação da paciente. Este estudo pode ser utilizado como fonte de dados para futuras pesquisas. Entretanto, sugerese que mais pesquisas ressaltem o tema abordado, consolidando assim a fisioterapia dermatofuncional como uma área relevante no contexto da saúde.
11 11 6. Referências ALMEIDA, A. F. et al. Avaliação do efeito da drenagem linfática manual e do ultrassom no fibro edema geloide. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano 9, nº 28, abr/jun ANA, Estela Maria Correia Sant. et al. Fibro edema gelóide (celulite): fisiopalogia e tratamento com endermologia. Fisioterapia Especialidades, v. 1, n. 1, AZEVEDO, Maria de Fátima, et al. Feridas.Série incrivelmente fácil.rio de Janeiro: Guanabara Koogan, BORBA, PRISCILA FERRACIN. Análise da eficácia da corrente russa na redução do fibro edema Gelóide. 74 p. Trabalho apresentado no curso de Fisioterapia, da Faculdade Assis Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título de Fisioterapeuta. CASCAVEL, CORRÊA, M. B. Efeitos obtidos com a aplicação do ultra-som associado à fonoforese no tratamento do fibro edema gelóide. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de fisioterapia, como requisito para obtenção do titulo de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Cata. Tubarão, DALSASSO, J. C. Fibro edema gelóide: um estudo comparativo dos efeitos terapêuticos, utilizando ultrasom e endermologia-dermovac, em mulheres não praticantes de exercício físico. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Fisioterapia como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, FEDERICO, M. R. et al. Tratamento de celulite (Paniculopatia Edemato Fibroesclerótica) utilizando fonoforese com substância acoplante à base de hera, centella asiática e castanha da índia. FisioterapiaSer vol. 1 nº GALVAO. M. M. M. 92 p. Drenagem linfática manual e ultra-som no tratamento do Fibro edema gelóide em região glútea um estudo de caso. Trabalho apresentado como requisito para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia (Monografia). Cascavel, GRAVENA, B. P. Massagem de drenagem linfática no tratamento do fibro edema gelóide em mulheres jovens. 59 p. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para obtenção do Título de graduada em Fisioterapia.Universidade Estadual dooeste do Paraná - Campus Cascavel, GUIRRO, E.C.O.; GUIRRO, R.R.J. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, Recursos e Patologias. 3. ed. Rev. e ampliada. Barueri, SP: Ed. Manole, KEDE, M.P.V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. São Paulo, Atheneu, LESSA, B. S. et al. A drenagem linfática manual no tratamento do fibro edema Gelóide. Revista Cereus,n 6.online- dez/2011-jun LUZ, A. S. et al. A aplicabilidade do ultra som avatar iv esthétic associado à fonoforese no tratamento do fibro edema gelóide (FEG). Revista Eletrônica Saúde CESUC - Centro de EnsinoSuperior de Catalão, Ano I, Nº MENDONÇA. R. S. C; RODRIGUES, G. B. O. As principais alterações dermatológicas em pacientes obesos. ABCD Arq Bras Cir Dig 24(1): MERTZ, Isabela Zunta. A percepção de estudantes do curso de fisioterapia da faculdade Assis Gurgacz entre 17 e 25 anos, em relação a presença de varizes e hábitos de vida. 64 p. Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta, Faculdade Assis Gurgacz FAG, Cascavel MEYER, F.P. et al. Desenvolvimento e aplicação de um protocolo de avaliação fisioterapeutica em pacientes com fibro edema geloide. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.18, n.1, p , jan./mar., 2005.
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