Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROVEDORES BRASILEIROS DE CONTEÚDO DA INTERNET

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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROVEDORES BRASILEIROS DE CONTEÚDO DA INTERNET Autor: Ary de Oliveira Lopes Júnior Orientador: Msc. Ângelo Aurélio Gonçalves Pariz Brasília - DF 2010

2 ARY DE OLIVEIRA LOPES JÚNIOR RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROVEDORES BRASILEIROS DE CONTEÚDO DA INTERNET Monografia apresentada ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientador: Msc. Ângelo Aurélio Gonçalves Pariz Brasília 2010

3 Monografia de autoria de Ary de Oliveira Lopes Júnior, intitulada Responsabilidade Civil de Provedores Brasileiros de Conteúdo da Internet, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Católica de Brasília, em / /, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: Msc. Ângelo Aurélio Gonçalves Pariz (Orientador) (examinador) (examinador) Brasília 2010

4 Dedico o presente trabalho aos meus amigos e colegas de curso que comigo passam as dificuldades na caminhada para a graduação.

5 AGRADECIMENTO Agradeço aos meus pais pelo dom da vida, o que me propiciou buscar a realização de todo e qualquer sonho.

6 "A sabedoria é a verdadeira virtude, pois dela depende a interpretação de tudo. Gonçalves Ribeiro

7 RESUMO LOPES JÚNIOR, Ary de Oliveira. Responsabilidade Civil de Provedores Brasileiros de Conteúdo da Internet f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em Direito) Universidade Católica de Brasília, Brasília, Com a evolução da sociedade surgem novas formas de convívio e com elas novas formas de conflito. O jurista, pela natureza de sua atividade, é condenado a conhecer os mais diversos campos do conhecimento. O objeto de estudo deste trabalho é o de fornecer dados para melhor compreensão dos fenômenos relacionados com a responsabilidade civil na internet, mais especificamente os relacionados com os Provedores de Conteúdo. Desta forma, antes de conhecer as nuances das relações jurídicas oriundas da Internet, faz-se mister um histórico sobre a internet, a diferenciação entre os provedores de internet, bem como a relação desses provedores com seus respectivos os usuários. Palavras-chave: Responsabilidade Provedores Usuário.

8 ABSTRACT With the evolution of society new forms of conviviality appears and with them new forms of conflict. The lawyer, by the nature of its activity, is doomed to meet the most diverse fields of knowledge. The object of this document is to provide data to better understand the phenomena related to liability on the Internet, specifically those relating to the Content Providers. Thus, before knowing the nuances of legal relations arising from the Internet, most important make an historical analysis over the internet, the differentiation between the internet providers, as well as the relation of these providers with his respective ones the users. Keywords: Responsibility Providers User.

9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABREVIATURAS Art. por artigo Inc. por inciso N. por número SIGLAS CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - Código Civil CDC Código de Defesa do Consumidor CF - Constituição Federal

10 parágrafo LISTA DE SÍMBOLOS

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 DA RESPONSABILIDADE CIVIL NOÇÕES SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL Conduta humana Nexo de causalidade Dano Culpa RESPONSABILIDADE NA INTERNET CAPÍTULO 2 INTERNET E PROVEDORES DE CONTEÚDO CONTEXTO HISTÓRICO NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O FUNCIONAMENTO DA INTERNET CONCEITOS Internet Provedores de serviço de internet Provedores de conteúdo de internet CAPÍTULO 3 DEVERES DOS PROVEDORES DE CONTEÚDO DE INTERNET UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA APROPRIADA CONHECIMENTO DOS DADOS DE SEUS USUÁRIOS MANUTENÇÃO DAS INFORMAÇÕES POR TEMPO DETERMINADO MANTER EM SIGILO OS DADOS DOS USUÁRIOS INFORMAR EM FACE DE ATO ILÍCITO COMETIDO POR USUÁRIO CAPÍTULO 4 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE CONTEÚDO... 53

12 4.1 RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO BRASILEIRO DOS PROVEDORES DE CONTEÚDO DE INTERNET POR ATOS PRÓPRIOS RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO BRASILEIRO DOS PROVEDORES DE CONTEÚDO DE INTERNET POR ATOS ILÍCITOS COMETIDOS POR TERCEIROS RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROVEDOR DE CONTEÚDO PELO FATO DO PRODUTO OU SERVIÇO DE TERCEIROS RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE INTERNET NO DIREITO COMPARADO O sistema da União Européia O sistema Norte-Americano CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 64

13 13 INTRODUÇÃO No Direito Civil Brasileiro, existem peculiaridades importantes e admiráveis, as quais só podem ser notadas após um longo estudo sobre esta disciplina. Como o Direito está sempre em constante atualização, torna-se importante analisarmos os impactos que tais mudanças causam à sociedade. A legislação que disciplina as relações civis é cada vez mais ampla, complexa, nos instigando a estarmos sempre estudando e analisando cuidadosamente cada passo que o universo do direito dá, em todos os seus âmbitos. A Internet é um dos mais importantes e revolucionários meios de comunicação utilizados pelo homem. Permite agilidade nas comunicações, possui alcance global e seu custo é relativamente baixo se comparado a outros sistemas, por isso sua utilização é cada vez mais disseminada, a importância da Internet cresceu tanto que seu ambiente virtual é palco para as mais diversas relações sociais. Ressalta-se, a priori, que por muito tempo, a utilização da Internet se restringia a alguns poucos grupos, como instituições de pesquisa e universidades. Com a popularização da informática, o acesso à internet cresceu em grandes proporções, os computadores se tornaram mais fáceis de usar e atualmente é possível que praticamente qualquer pessoa possa usufruir o acesso a internet. O objetivo deste trabalho está concentrado em aprofundar-se nas relações jurídicas existentes entre provedores de conteúdo, usuários e terceiros, e nas questões de responsabilidade civil decorrentes da conduta de tais agentes na internet. Dessa forma, a pesquisa apresentará a definição de provedor de conteúdo, nos deveres inerentes a sua atividade, na responsabilidade derivada de seus próprios atos e na responsabilidade decorrente de atos de terceiros. Destarte, o presente estudo constitui-se, primeiramente, de uma breve análise a respeito da responsabilidade civil, discorrendo sobre os conceitos elementares, espécies e natureza jurídica da responsabilidade.

14 14 Serão analisados ainda, a aplicação do Código Civil com relação a responsabilidade civil na internet e a responsabilidade dos provedores de conteúdo por atos próprios e de terceiros. O segundo capítulo trás os conceitos pertinentes ao tema proposto, o contexto histórico deste meio de comunicação e noções básicas sobre seu funcionamento. O terceiro capítulo apresenta os deveres dos provedores de conteúdo de internet, com breve análise dos elementos fundamentais de resguardo destes provedores, a fim de evitar a responsabilização civil. Por fim, o quarto trata do cerne da pesquisa, qual seja a responsabilidade civil dos provedores de conteúdo, tanto por seus atos próprios bem como por atos ilícitos praticados por terceiros. O capítulo derradeiro discorre ainda sobre normas jurídicas de direito comparado relevantes a respeito do tema, o que possibilita melhor compreensão e operacionalização do sistema jurídico brasileiro. No que diz respeito à metodologia aplicada para a realização da presente pesquisa, foi utilizado o método exploratório, fazendo-se uso de pesquisa bibliográfica (doutrina e artigos em periódicos); entremeado com a técnica dissertativa, auxiliada por um apoio em pesquisa documental (alicerçada na jurisprudência e leis referentes à matéria estudada), sobretudo pela observação do problema, ora em estudo, mediante o contato direto à internet.

15 15 CAPÍTULO 1 DA RESPONSABILIDADE CIVIL De início, mister se faz destacar que a responsabilidade é um instituto distinto da indenização, confusão recorrente no meio acadêmico. Neste sentido, requer-se a análise dos termos que compõem qualquer instituto para sua melhor compreensão. O termo responsabilidade advém do latim respondere, que significa dizer, responder, no sentido do ato praticado ou do compromisso feito, sendo de modo geral, a obrigação de responder por alguma coisa. 1 Em outras palavras, a responsabilidade é a qualidade do que é responsável, é a obrigação de responder por certos atos, sejam próprios ou alheios, ou por alguma coisa que lhe foi confiada. Segundo Hildebrand, responsabilidade é a capacidade ético-jurídico e determinação volitiva adequada, que constitui pressuposto penal necessário da punibilidade. 2 No contexto civil, a responsabilidade poder ser definida como a obrigação, imposta pela lei, pela qual se tem de responder perante um terceiro pelos prejuízos que se lhe tenha causado. De Plácido e Silva define o terno como sendo: [...] dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de fato ou omissão, que lhe seja imputado, para satisfazer a prestação convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são impostas. Onde que, portanto, que haja obrigação de fazer dar ou não fazer alguma coisa, de ressarcir danos, de suportar sanções legais ou penalidades, há a responsabilidade, em virtude da qual se exige a satisfação ou o cumprimento da obrigação ou sanção. 3 Para Hildebrand, a responsabilidade civil é aquela relativa às relações dos cidadãos entre si, reguladas por normas do Direito Civil. 4 1 DE PLÁCIDO E SILVA, Oscar Joseph. Vocábulo jurídico. Atualizada por Nagib Slaibi Filho e Glaucia Carvalho. 26.ed. v. IV. São Paulo: Forense, A. R., Hildebrand. Dicionário jurídico. São Paulo: JH Mizuno, SILVA, De Plácido e, op. cit., p A. R., Hildebrand, op. cit., p. 284.

16 16 Segundo Buarque Ferreira de Holanda a responsabilidade civil reside no compromisso de contestar, replicar, retorquir ou dar satisfação pelos próprios atos ou de outra pessoa, ou por uma coisa que lhe foi confiada. 5 A responsabilidade é um termo amplo, que se aplica em diversos ramos do direito. O Código Civil Brasileiro o emprega, em diversos dispositivos que disciplinam a matéria no seu âmbito de atuação. Assim, tem-se a responsabilidade social, a responsabilidade dos juízes, a responsabilidade civil dos menores de idade, responsabilidade limitada e etc. Contudo, é importante salientar que embora existam várias esferas de responsabilidade, a aplicação de uma norma inerente a um ramo do direito, não exclui, conforme o caso, a responsabilização em outros campos. Ad exemplo, a responsabilidade administrativa do servidor por ato doloso não exclui sua responsabilização na esfera penal. Entretanto, o presente estudo se dispõe a apreciar as peculiaridades da responsabilidade civil dos provedores brasileiros de conteúdos da internet. Porém, antes de adentrar no cerne do tema, é imperioso fazer breve abordagem das noções gerais da responsabilidade civil. 1.1 NOÇÕES SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL O contexto histórico da sociedade justifica as razões para a manutenção do império da lei e do Direito. As normas que integram o Estado de Direito são imprescindíveis a equidade nas relações entre os cidadãos. Em outras palavras, é o poder normativo que delimita o direito de ir e vir, os deveres, as obrigações do ser humano dentro de um grupo social, cujo fim é tão somente, propiciar proporcionalidade e justiça, bem como evitar conflitos de interesses. O filósofo Tomas Hobbes, em brilhante estudo, afirma ser a lei o exato limite entre o justo e o injusto. 6 Depreende-se, portanto, que as normas que regem o Estado, traçam o equilíbrio entre o justo e injusto no cerne das crenças de cada cidadão. 5 FERREIRA, Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, HOBBES, Tomas. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1997.

17 17 Ainda no período da sociedade primitiva, o senso de responsabilização era efetivado mediante duras punições, seguindo as disposições da Lex de Talionis (Lex: lei e talis: tal, parelho), o que significa Lei de Talião, ou seja, Olho por olho dente por dente. A primeira abordagem da Lei de Talião, segundo indícios, encontra-se no Código de Hamurabi, editado em a.c. na Babilônia. O princípio do olho por olho dente por dente desenvolveu-se na medida em que a sociedade primitiva evoluía e, ante a inexistência, de um sistema jurídico de repressão e resolução de conflitos, aplicavam-se penas proporcionais ao agravo. Era tido como Código de Justiça. 7 Com a evolução da sociedade, a forma de responsabilização ganhou novos ares; sobretudo na esfera penal. Contudo, a responsabilização civil denota no ser humano, um verdadeiro senso de justiça, a representação de efetividade da lei, de resposta a um dano outrora configurado. Neste contexto, ressalta-se o entendimento de Sílvio Rodrigues, ao citar Savatier, o qual conceitua responsabilidade civil como sendo a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam. 8 O mesmo autor acentua que o difícil é saber se o prejuízo experimentado pela vítima deve ou não ser reparado por quem o causou e, em caso afirmativo, cumpre indagar em que condições e de que maneira será tal prejuízo reparado. 9 Caio Mário da Silva Pereira ensina que a expressão responsabilidade civil, na linguagem jurídica atual, é o conjunto de regras que obrigam o autor de um dano causado a outrem a reparar este dano, oferecendo à vítima uma compensação. 10 Segundo Plácido e Silva a responsabilidade civil é expressão usada na linguagem jurídica, em distinção à responsabilidade criminal ou penal. O autor afirma que esta designa a obrigação de reparar o dano ou de ressarcir o dano, quando injustamente causado a outrem. Aponta que resulta da ofensa ou da violação de direito, que redunda em dano ou prejuízo a outrem, podendo ter como causa a 7 WIKIPÉDIA. Lei de Talião. Disponível em: < Acesso em: 20 abr RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. v ed. São Paulo: Saraiva, Ibidem, p PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade civil. 9.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.

18 18 própria ação ou ato ilícito, como, também, o fato ilícito de outrem, por quem, em virtude de regra legal, se responde ou se é responsável. 11 Resumindo o conceito desse instituto, Maria Helena Diniz ensina que: "poderse-á definir a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda (responsabilidade subjetiva), ou, ainda, de simples imposição legal (responsabilidade objetiva). 12 Importante frisar que, a responsabilidade civil manifesta-se sobre o patrimônio do individuo, independentemente, se pessoa natural ou jurídica; ou seja, não afeta a pessoa em si, no contexto do próprio ser. Neste sentido, dispensa-se, conforme o caso, a culpa do agente; quando a hipótese viabilizar a responsabilidade a terceiros e/ou herdeiros do agente causador do dano. O que se objetiva com a responsabilização é a reestruturação do patrimônio da vítima, o ressarcimento fundado no dano causado, fazendo com que aquele retorne ao status quo ante. 13 Destaca-se a necessidade de observância aos pressupostos da responsabilidade civil. Desde os primórdios a idéia de responsabilidade esteve intrinsecamente ligada à existência de dano. 14 Atualmente a relação permanece, sendo imprescindível à responsabilização civil a presença concreta de um dano, bem como um prejuízo efetivo a terceiro. O Código Civil Brasileiro dispõe claramente a relação dos pressupostos ao instituto, vejamos: Art Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Sílvio Rodrigues assevera que se abstrai deste dispositivo o princípio geral de direito. Alega que tal princípio impõe a quem causa dano a outrem o dever de 11 DE PLÁCIDO E SILVA, op. cit,. p DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. v. 7, 15.ed. São Paulo: Saraiva, GOMES, Marcelo Kokke. Responsabilidade civil: dano e defesa do consumidor. Belo Horizonte: Del Rey, Ibidem, p. 19.

19 19 repará-lo, sendo, por tanto, princípio informador de toda teoria da responsabilidade e sem o qual a vida social é quase inconcebível. 15 Nota-se a evolução histórica do instituto, que embora o passar do tempo, mantém a exigência de certos pressupostos para sua configuração. A responsabilidade, como dito alhures, norteia diversos ramos do direito, sendo que no âmbito do Direito Civil detém ramificações específicas as quais, se tratará a seguir. 1.2 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA De início, frise-se que a responsabilidade pode assumir concepções distintas, que dependerá da forma como se observa a obrigação de reparar o dano. O Direito Civil moderno elege o princípio da culpa como princípio fundamental da responsabilidade extracontratual, abrindo, entretanto, exceções para a responsabilidade por risco da atividade, criando-se, assim, um sistema misto de responsabilidade. A responsabilidade subjetiva está intrinsecamente ligada à culpa, elemento fundamental ao dever de reparar, nesta espécie de responsabilidade. Sílvio Rodrigues entende que a responsabilidade é subjetiva quando se inspira na idéia de culpa e objetiva quando esteada na teoria do risco. 16 Para o autor, na responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do agente causador do dano não possui tanta relevância, desde que exista relação de causalidade entre o dano experimentado pela vítima e o ato do agente, momento em que surge o dever de indenizar 17. Acrescenta ainda, que a teoria do risco pertence à responsabilidade objetiva: Segundo essa teoria, aquele que, através de sua atividade cria um risco de dano para terceiros deve ser obrigado a repará-lo, ainda que sua atividade e seu comportamento estejam isentos de culpa. Examina-se a situação e, se for verificada, objetivamente, a relação de causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano experimentado pela vítima, esta tem direito de ser indenizada. 18 Pode-se dizer que a responsabilidade civil objetiva é aquela que independe da culpa. Para esta espécie de responsabilidade basta somente a existência do 15 RODRIGUES, Sílvio, op. cit, p Idem, p Ibidem, loc cit. 18 Ibidem, loc cit.

20 20 nexo de causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável. Em outras palavras, o fundamento da responsabilidade objetiva é o risco que uma atividade oferece a coletividade e os danos que essa atividade pode ensejar. Quanto à responsabilidade subjetiva, Sílvio Rodrigues esclarece que quando a prova da culpa do agente causador do dano é indispensável para que surja o dever de indenizar a responsabilidade, no caso, é subjetiva, pois depende do comportamento do sujeito. 19 Maria Helena Diniz 20 sustenta que haverá responsabilidade subjetiva quando se encontrar sua justificativa na culpa ou dolo por ação ou omissão lesiva a determinada pessoa, ao passo que haverá responsabilidade objetiva quando for fundada em risco, que se funda no fato de haver o agente causado prejuízo à vítima ou aos seus bens. A responsabilidade subjetiva baseia-se, então, na idéia de culpa, nessa modalidade de responsabilidade em não havendo culpa não há também a obrigação de reparar. Por se caracterizar em fato constitutivo de direito à pretensão reparatória, caberá ao autor, sempre, o ônus da prova de tal culpa do réu. Nesse sentido conclui-se que a concepção subjetiva requer a observância da intenção do titular do direito, de modo a averiguar se este agiu com pleno interesse no resultado, - utilizando-se de direito preexistente em sua esfera jurídica sem o intuito de auferir frutos para si, em virtude do ato -; causando, por conseguinte, lesão a direito de terceiro. De outra face, a concepção objetiva busca avaliar o ato e o dano em si, cujo fim é verificar conseqüências em virtude de ações abusivas perante um direito. Segundo esta concepção, o titular de um direito que ciente de suas ações pode agir de maneira benéfica, mas opta por caminhos que trazem prejuízos a terceiros, é obrigado a reparar o dano causado. Desta forma, conclui-se que a relativização dos sistemas da obrigação indenizatória civil firma-se, precipuamente, à prova da culpa, ao cerne da distribuição do ônus probatório, sendo este o centro em que tem gravitado a distinção entre a responsabilidade civil subjetiva e a responsabilidade civil objetiva. 19 RODRIGUES, Sílvio, p DINIZ, Maria Helena, p. 120.

21 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL Outro aspecto de importante relevância é a distinção entre responsabilidade contratual e responsabilidade extracontratual, eis que uma pessoa pode causar prejuízo à outra tanto por descumprir uma obrigação contratual quanto por praticar ato ilícito. Destarte, cumpre-nos colacionar a definição destes institutos nas breves, porém, sábias palavras de César Fiuza, verbis: Responsabilidade contratual é a que decorre da celebração ou da execução de um contrato. [...] a responsabilidade contratual poderá ser por ato lícito ou ilícito. Vizinhas da responsabilidade contratual, mas ontologicamente diferentes são as responsabilidades précontratual e pós-contratual. Em ambos os casos, não há contrato. Na responsabilidade pré-contratual, o contrato ainda não foi celebrado; as partes encontram-se em fase de negociações preliminares. A responsabilidade pós-contratual ocorre após a execução do contrato. Mesmo não havendo mais contrato, por já ter sido executado, permanecem deveres para as partes, como os de garantia; daí falarse em responsabilidade pós-contratual. A responsabilidade précontratual e a pós-contratual não têm natureza de responsabilidade contratual. No entanto, não se podem dizer absolutamente extracontratual, por estarem ligadas aos contratos. Tem, na verdade, natureza mista, sui generis. 21 E acerca da responsabilidade extracontratual assevera que: [...] a responsabilidade extracontratual decore de atos unilaterais de vontade, como a promessa de recompensa, a gestão de negócios e o pagamento indevido; decorre também de fatos ilícitos, como a paternidade, e decorre, por fim, do abuso de direito e dos atos intrinsecamente ilícitos. Também, a responsabilidade extracontratual, como é óbvio, poderá ser por atos ou fatos lícitos ou ilícitos. 22 Segundo Sílvio Rodrigues o artigo 186 do Código Civil Brasileiro disciplina genericamente as conseqüências da responsabilidade extracontratual, enquanto o artigo 389 do mesmo diploma legal disciplina os efeitos resultantes da responsabilidade contratual. 23 A propósito, vejamos os mencionados artigos, verbis: Art Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 21 FIUZA, César. Direito civil: curso completo. 9.ed., rev., atual. e ampl. Belo Horizonte: DelRey, Ibidem, p RODRIGUES, Sílvio, p. 8-9.

22 22 Art. 389: Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. O autor afirma que na hipótese de responsabilidade contratual, antes de a obrigação de indenizar emergir, existe entre o inadimplente e seu co-contratante um vínculo jurídico derivado da convenção. Já na hipótese de responsabilidade extracontratual, nenhum liame jurídico existe entre o agente causador do dano e a vítima até que o ato gerador do dano ponha em ação os princípios causadores de sua obrigação de indenizar. 24 A Maria Helena Diniz pondera a responsabilidade contratual como sendo oriunda de inexecução de negócio jurídico bilateral ou unilateral. Aduz que resulta, portanto, de ilícito contratual, ou seja, de falta de adimplemento ou da mora no cumprimento de qualquer obrigação. Trata-se de infração a um dever especial estabelecido pela vontade dos contraentes, por isso decorre de relação obrigacional preexistente e pressupõe capacidade para contratar. 25 Responsabilidade extracontratual, segundo a autora, resulta do inadimplemento normativo, ou seja, da prática de um ato ilícito por pessoa capaz ou incapaz, visto que não há vínculo anterior entre as partes, por não estarem ligadas por uma relação obrigacional ou contratual. 26 Dependendo da natureza da norma jurídica violada pelo autor do dano, a responsabilidade pode ser classificada em contratual e extracontratual ou aquiliana. Dessa forma, se o ato que gerar a obrigação de reparar se der por meio de atuação ilícita do agente infrator ou por violação de mandamento legal estamos diante da responsabilidade extracontratual. Contudo se a relação entre as partes for derivada de uma norma contratual prévia que as vinculava e o dano decorre em face do descumprimento de obrigação do contrato temos a responsabilidade contratual. 27 Quando se trata de responsabilidade contratual e extracontratual, a grande questão está em saber se o ato danoso ocorreu em razão de uma obrigação preexistente, contrato ou negócio jurídico unilateral. Alega que quem transgride dever de conduta, com ou sem negócio jurídico, pode ser obrigado a ressarcir o dano. 24 RODRIGUES, Sílvio, p DINIZ, Maria Helena, p Ibidem. 27 Rodrigues, Sívio, op. cit. p. 15.

23 23 Para César Fiuza, a responsabilidade contratual é baseada em princípios próprios, como o da obrigatoriedade contratual e da boa-fé objetiva. Já na responsabilidade extracontratual, em regra, não interessa a diferença entre dolo e culpa; na contratual a diferença interessa, dependendo de o contrato ser gratuito ou oneroso. 28 Conclui-se, portanto, que os fundamentos da responsabilidade contratual são distintos daqueles inerentes a responsabilidade extracontratual. Em ambos os casos, a base consiste no princípio que coíbe a prática da antijuridicidade, por ir de encontro a princípios de maior relevância no Direito, v.g. a paz e a ordem na vida em sociedade. 1.4 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL Apresenta-se a seguir os pressupostos da responsabilidade civil, quais sejam: a conduta humana (ação ou omissão), o nexo de causalidade, o dano e a culpa. Assentado o princípio, universalmente aceito, de que todo aquele que causar dano a outrem é obrigado a repará-lo, cabe-nos agora analisar, em linhas gerais, tais pressupostos também denominados elementos básicos da responsabilidade civil Conduta humana A conduta humana classifica-se como pressuposto da responsabilidade civil, assim entende-se que: [...] vem a ser o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e objetivamente imputável, do próprio agente ou de terceiro, ou o fato de animal ou coisa inanimada, que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado. 29 Logo, a conduta humana seja ela ação ou omissão é o ato da pessoa que causa dano ou prejuízo a outrem. É o ato do agente ou de outro que está sob a 28 FIUZA, César. Releitura da Teoria Geral da Responsabilidade. Disponível em: < Acesso em: 24 de abril de DINIZ, Maria Helena, p.37.

24 24 responsabilidade do agente que produz resultado danoso seja por dolo, negligência, imprudência ou imperícia. Este ato gera a obrigação de reparação. 30 Segundo Silvio Rodrigues a responsabilidade do agente pode defluir de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a responsabilidade do agente, e ainda de danos causados por coisas que estejam sob a guarda deste. A responsabilidade por ato próprio se justifica no próprio principio informador da teoria da reparação, pois se alguém, por sua ação, infringindo dever legal ou social, prejudica terceiro, é curial que deva reparar esse prejuízo. 31 Maria Helena Diniz define conduta humana como sendo o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e objetivamente imputável, do próprio agente ou de terceiro, que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado. Afirma, ainda, que a ação ou omissão que gera a responsabilidade civil pode ser ilícita ou lícita e que a responsabilidade decorrente de ato ilícito baseia-se na idéia de culpa, e a responsabilidade sem culpa se funda no risco, principalmente ante a insuficiência da culpa para solucionar todos os danos. 32 Embasado pelas definições supracitadas, nota-se que a responsabilidade oriunda de ato ilícito respalda-se na idéia de culpa, enquanto que a responsabilidade objetiva funda-se no risco Nexo de causalidade A relação de causalidade entre a conduta humana e o dano verificado é evidenciada pelo verbo "causar", contido no artigo 186 do Código Civil vigente. Sem o nexo causal, não há como existir a obrigação de indenizar. A respeito da existência do dano, se sua causa não estiver relacionada com o comportamento do agente, não há o que se falar em relação de causalidade e, conseqüentemente, em obrigação de indenizar. Nexo de causalidade é, pois, o liame entre a conduta e o dano. Sílvio de Salvo Venosa, ao definir nexo de causalidade, ensina que: 30 RODRIGUES, Sílvio, p Idem. 32 DINIZ, Maria Helena, p. 37.

25 25 O conceito de nexo causal, nexo etimológico ou relação de causalidade deriva das leis naturais. É o liame que une a conduta do agente ao dano. É por meio do exame da relação causal que concluímos quem foi o causador do dano. Trata-se de elemento indispensável. A responsabilidade objetiva dispensa a culpa, mas nunca dispensará o nexo causal. Se a vítima, que experimentou um dano, não identificar o nexo causal que leva o ato danoso ao responsável, não há como ser ressarcida. 33 Dessa forma, o dano sofrido pela vítima por si não basta para a imputação de responsabilidade a alguém, é preciso que esta lesão passe a existir em virtude de ato do agente causador para que haja a obrigação de indenizar. É necessário o nexo entre o ato omissivo ou comissivo do agressor e o dano experimentado, de maneira que possa ser imputado ao agente a causa do dano Dano Sem a comprovação do dano não há o que se falar em responsabilidade civil, Não se pode imputar responsabilidade civil a alguém, ou seja, não existe a obrigação de reparar sem a lesão de um bem jurídico protegido. Dessa forma, o dano, ou prejuízo, é, ao lado do nexo de causalidade, um dos pressupostos da responsabilidade civil, porquanto, sem a sua ocorrência inexiste a indenização. Sérgio Cavalieri Filho, citado por Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, assevera que: O dano é, sem dúvida, o grande vilão da responsabilidade civil. Não haveria que se falar em indenização, nem em ressarcimento, se não houvesse dano. Pode haver responsabilidade sem culpa, mas não pode responsabilidade sem dano. Na responsabilidade objetiva, qualquer que seja a modalidade do risco que lhe sirva de fundamento risco profissional, risco proveito, risco criado etc. -, o dano constitui o seu elemento preponderante. Tanto é assim que, sem dano, não haverá o que reparar, ainda que a conduta tenha sido culposa ou até dolosa. 34 O dano indenizável pode ser classificado em duas espécies distintas: o dano patrimonial e o dano moral. O dano material é aquele que se refere as lesões ocorridas junto ao patrimônio pecuniário e que possa ser valorado economicamente, abrangendo também o dano emergente e o lucro cessante. Já o dano moral não 33 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil. v ed. São Paulo: Atlas, GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2003.

26 26 está diretamente relacionado com o patrimônio do indivíduo, sendo aplicado nos casos cujo conteúdo não pode ser valorado em pecúnia. Maria Helena Diniz conceitua o dano patrimonial como sendo a lesão concreta que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração total ou parcial dos bens materiais que lhe pertencem, passível de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. A autora alega que constituem danos patrimoniais a privação do uso da coisa, os estragos nela causados, a incapacitação do lesado para o trabalho, a ofensa a sua reputação quando tiver repercussão na vida profissional. 35 Sustenta, ainda, que o inadimplemento doloso ou culposo por parte de um agente acarreta indenização por danos patrimoniais e morais, visto que são ressarcíveis não só os dispêndios feitos pelo repudiado, mas também o moral, ambos oriundos da quebra unilateral de promessa. No que tange aos danos morais, Humberto Theodoro Júnior esclarece sobre a matéria afirmando que, verbis: No convívio social, o homem conquista bens e valores que formam o acervo tutelado pela ordem jurídica. Alguns deles se referem ao patrimônio e outros à própria personalidade humana, como atributos essenciais e indisponíveis da pessoa. É direito seu, portanto, manter livre de ataques ou moléstias de outrem os bens que constituem seu patrimônio, assim como preservar a incolumidade de sua personalidade. É ato ilícito, por conseguinte, todo o ato praticado por terceiro que venha refletir, danosamente, sobre o patrimônio da vítima ou sobre o aspecto peculiar do homem como ser moral. Materiais, em suma, são os prejuízos de natureza econômica, e, morais, os danos de natureza não-econômica e que se traduzem em turbações de ânimo, em reações desagradáveis, desconfortáveis, ou constrangedoras, ou outras deste nível, produzidas na esfera do lesado (CARLOS ALBERTO BITTAR, Reparação Civil por Danos Morais, 2ª ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 1993, n.5, p. 31). Assim, há dano moral quando a vítima suporta, por exemplo, a desonra e a dor provocadas por atitudes injuriosas de terceiro, configurando lesões nas esferas interna e valorativa do ser como entidade individualizada. De maneira mais ampla, pode-se afirmar que são danos morais os ocorridos na esfera da subjetividade, ou no plano valorativo da pessoa na sociedade, alcançando os aspectos mais íntimos da personalidade humana ( o da intimidade e da consideração pessoal ), ou o da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua (o da reputação ou da consideração social). 35 DINIZ, Maria Helena, op. cit, p. 64.

27 27 Sílvio Venosa acentua que o dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima. O autor sustenta que o dano moral abrange não somente os danos psicológicos, mas também a dor ou padecimento moral, sendo esta inserida no amplo campo da teoria dos valores. Deste modo, conclui, o dano moral é indenizável, ainda que não resulte em alterações psíquicas. 36 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em acordo com a mais acertada jurisprudência e doutrina, sovou completamente o problema, uma vez que, de forma expressa, no artigo 5º, inciso V, consagrou a possibilidade de reparação por danos morais. O Código Civil de 2002 reproduziu este pensamento, trazendo de forma expressa a possibilidade de reparação por danos morais no já mencionado artigo 186. Mesmo assim, o instituto dos danos morais permanece cheio de polêmicas, dúvidas, paradoxos e variantes intermináveis. Uma dificuldade colossal, por exemplo, liga-se à fixação de critérios para arbitramento quantitativo do dano moral no caso em concreto Culpa Por nosso ordenamento civil, pode-se considerar como pressuposto da responsabilidade civil subjetiva, o elemento culpa. Contudo, pode existir a responsabilidade civil sem a culpa, conforme disposto no parágrafo único do artigo 927 do Novo Código, haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa. Sílvio Rodrigues divide a culpa como sendo grave, leve e levíssima. 37 A culpa grave, segundo o mencionado autor, é a decorrente da imprudência ou negligência grosseira. Acentua que a culpa grave se equipara ao dolo. Já a culpa leve é aquela na qual um homem de prudência normal pode incorrer e a levíssima seria aquela em que um homem de extrema cautela não poderia deixar de escapar. Segundo Sílvio Venosa a culpa é a inobservância de um dever que o agente devia conhecer e observar. Sustenta que a culpa civil, em sentindo amplo, não 36 VENOSA, Sílvio de Salvo. p RODRIGUES, Sílvio, p. 148.

28 28 abrange somente o ato ou conduta intencional, mas também os atos ou condutas eivados de negligência, imprudência ou imperícia. 38 Conclui-se que quando restar comprovada a presença de um dos três elementos: negligência, imperícia ou imprudência fica caracterizada a culpa do agente, surgindo o dever de reparação, pois mesmo sem intenção o agente causou dano. 1.5 RESPONSABILIDADE NA INTERNET O Direito, ao longo da existência humana, sempre acompanhou o progresso tecnológico e suas implicações na sociedade. A cada nova descoberta surgem desafios para a regulamentação dos conflitos emergentes, implicando em mudanças na legislação de cada sociedade. Dessa maneira, a medida que o uso da Internet se torna mais popular e essencial na vida das pessoas, os ordenamentos jurídicos aplicados a esta tecnologia devem ser cautelosamente estudados, de forma que sua aplicação seja compatível com os objetivos de cada sociedade. Liliana Minardi Paesani afirma que a questão fundamental, que com extrema pertinência expõe, é a quem atribuir a eventual responsabilidade por dano. Assevera que o primeiro problema a ser enfrentado é o que diz respeito aos fornecedores de serviços via internet, ou seja, os provedores, cuja responsabilidade é vista como alternativa ou concorrente do sujeito que cometeu o ilícito. 39 A mesma autora sustenta que os provedores assumem uma posição ambígua: de um lado eles são conduzidos a desenvolver o papel de operadores de telecomunicações, transmitindo mensagens por meio da rede sem conhecer o conteúdo e, por outro lado, eles são levados a desenvolver o papel tradicional do editor, nesse caso, sendo responsáveis pelo conteúdo disponibilizado. No Código Civil, a responsabilidade contratual fora tratada nos artigos 389 e seguintes. Tais dispositivos não trazem grandes inovações em relação ao Código Civil de VENOSA, Sílvio de Salvo, p PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: Liberdade de informação, privacidade e responsabilidade. São Paulo: Atlas, 2000.

29 29 Com relação à responsabilidade extracontratual, Marcel Leonardi alega que o Código Civil de 2002 manteve o tradicional sistema brasileiro de responsabilidade civil objetiva, alargando o campo de aplicação da responsabilidade objetiva, ao associar os conceitos de culpa e risco. 40 Sustenta, ainda, que o pressuposto para a existência de responsabilidade civil subjetiva é a prática de ato ilícito, cuja definição se encontra nos arts. 186 e 187 do CC de 2002, a saber: Art Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art Também comente ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seus fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Verifica-se, assim, que, no âmbito da internet, a teoria da culpa permanece como regra básica de responsabilidade civil, tendo aplicação, em situações específicas, a teoria do risco criado, sempre em razão de atividade que implicar risco para outrem LEONARDI, Marcel. Responsabilidade civil dos provedores de serviços de internet. São Paulo: Juarez de Oliveira, Ibidem.

30 30 CAPÍTULO 2 INTERNET E PROVEDORES DE CONTEÚDO 2.1 CONTEXTO HISTÓRICO Desenvolvida pela empresa ARPA (Advanced Research and Projects Agency) em 1969, com o objetivo de conectar os departamentos de pesquisa, esta rede foi batizada com o nome de ARPANET. Marcel Leonardi ensina que antes da ARPANET, já existia outra rede que ligava estes departamentos de pesquisa e as bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, sua comunicação era extremamente vulnerável. 42 Ensina, ainda, que a Internet não foi concebida como uma rede comercial, e antes do desenvolvimento da World Wide Web, seus usuários seguiam políticas gerais de conduta que proibiam expressamente o uso da rede para fins comerciais. Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à ARPANET. Em 1975, existiam aproximadamente 100 sites. Os pesquisadores que mantinham a ARPANET estudaram como o crescimento alterou o modo como as pessoas usavam a rede. Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido que manter a velocidade da ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na realidade a maior dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores (ou inter-operação). 43 No Brasil, a história da Internet começou bem mais tarde. Só surgiu em 1991 com a RNP (Rede Nacional de Pesquisa), uma operação acadêmica subordinada ao MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia). Até hoje a RNP é o "backbone" principal e envolve instituições e centros de pesquisa, universidades, laboratórios, dentre outros. Em 1994, no dia 20 de dezembro é que a EMBRATEL lançou o serviço experimental a fim de conhecer melhor a internet LEONARDI, Marcel, p Ibidem, p Ibidem, p. 03

31 31 Somente em 1995 é que foi possível, pela iniciativa do Ministério das Telecomunicações e Ministério da Ciência e Tecnologia, a abertura ao setor privado da Internet para exploração comercial da população brasileira. Fica a cargo da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa a responsabilidade pela infra-estrutura básica de interconexão e informação no Brasil, tendo controle do principal backbone (conjunto de equipamentos que faz a conexão da internet entre um país e as demais redes da internet) do país. 2.2 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O FUNCIONAMENTO DA INTERNET A internet é organizada na forma de espinhas dorsais, os chamados backbones, que são estruturas de rede capazes de manipular grandes volumes de informações, constituídas basicamente por roteadores de tráfego interligados por circuitos de alta velocidade Leonardi leciona que a Internet consiste na interligação de milhares de computadores do mundo inteiro que se comunicam através da utilização de variados protocolos. A interligação física da rede pode ser realizada por meio de cabos coaxiais, fibras óticas, transmissão via satélite, ou via rádio. Os usuários da Internet podem conectar-se direta ou indiretamente a ela, sendo no último caso através de um provedor de acesso. Quando conectado diretamente, o usuário recebe um endereço IP (Internet Protocol), enquanto que a conexão indireta confere ao usuário um sub-endereço em um dos provedores. 46 O endereço IP dos sites tem um correspondente escrito chamado nome de domínio e essa tradução é realizada pelo protocolo DNS (Domain Name System). O servidor de DNS é o responsável pelo serviço de armazenar listas com os endereços de IP dos variados sites e traduzi-los para nomes amigáveis, v.g para o nome amigável Os nomes de domínio devem ser únicos. A FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo) é o órgão encarregado de realizar os registros de domínio no Brasil. 45 LUNA FILHO, Eury Pereira. Internet no Brasil e o direito no ciberespaço. Disponível em < Acesso em 30 de outubro de LEONARDI, Marcel, p. 05.

32 32 Quando conectado a Internet o usuário deve fazer uso do browser (programa de computador) se quiser fluir pelas páginas da WWW (World Wide Web). Vários browsers encontram-se à disposição dos usuários da Internet. 2.3 CONCEITOS É imperioso apresentar a terminologia básica utilizada na rede mundial de computadores para melhor compreensão da tese desenvolvida no presente estudo. Dessa forma, demonstrar-se-á a seguir o conceito dos termos técnicos apresentados neste trabalho Internet A internet pode ser definida, de uma forma genérica, como o conjunto de redes, os meios de transmissão e comutação, roteadores, equipamentos e protocolos necessários à comunicação entre computadores. 47 Segundo Antônio Lago Junior a internet é um sistema mundial de redes de computadores conectados entre si, que teve a sua origem com a ARPA (Advanced Research Projects Agency), agência federal norte-americana fundada em 1957, cujo objetivo era buscar estabelecer um sistema de informações descentralizado e independente de Washington, a fim de que a comunicação entre cientistas e engenheiros militares resistisse a um eventual ataque à capital americana durante a Guerra Fria. 48 Marcel Leonardi ensina que a internet é um meio de comunicação que possibilita o intercâmbio de informações de toda natureza, em escala global, com um nível de interatividade jamais visto anteriormente. 49 Sustenta, ainda, que por ocasião da introdução da Internet no Brasil, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia a definiram como um conjunto de redes interligadas, de abrangência mundial, fazendo menção aos serviços disponíveis à época, tais como correio eletrônico, transferência de 47 Norma n. 004/95. Define o uso e meios da rede pública de telecomunicações para acesso à internet, aprovada pela Portaria n. 148, de 31 de maio de 1995, do Ministério da Ciência e da Tecnologia. 48 LAGO JUNIOR, Antônio. Responsabilidade civil por atos ilícitos na internet. São Paulo: Ltr, LEONARDI, Marcel, p. 01.

33 33 arquivos, acesso remoto a computadores, acesso a base de dados e diversos tipos de serviços de informação, cobrindo praticamente todas as áreas de interesse da sociedade. 50 Pode-se concluir que a Internet é uma grande rede de computadores, com alcance global, sem um regulamento único, capazes de transmitir grandes volumes de informação em alta velocidade. Nesse mesmo sentido, Pedro Alberto de Miguel Asensio, observa que a Internet constitui um emaranhado mundial de redes conectadas entre si de modo a tornar possível a comunicação quase instantânea de qualquer usuário de uma dessas redes a outros situados em outras redes do conjunto, tratando-se de um meio de comunicação global. 51 Aqui se faz importante mencionar a amplitude dos serviços e a gama de efeitos que o acesso à Internet produz no consumidor dos serviços do provedor. Através da Internet enviam-se arquivos de grande complexidade, efetuam-se transações bancárias, que vão desde a simples conferência da movimentação bancária até investimentos de grande porte, podendo ainda configurar-se operações como compra e venda compra e venda em leilões virtuais ou diretamente em lojas virtuais especializadas, assim como as mais diversas relações comerciais entre consumidores fornecedores, ou ainda entre empresas. Por fim, cumpre acentuar que a Internet representa um conjunto global de redes de computadores interconectadas e não existe nenhum governo, organismo internacional ou entidade que exerça controle ou domínio sobre ela. Daí surge a necessidade de se trabalhar em políticas protetivas para o usuário, pois se ao Direito cabe regular os negócios jurídicos de uma forma geral, caberá também acompanhar a genialidade humana a fim de possibilitar uma garantia à população ante situações de vulnerabilidade. 50 Ibidem. 51 ASENSIO, Pedro Alberto de Miguel apud LEONARDI, Marcel, p. 02.

34 Provedores de serviço de internet O provedor de acesso 52 é uma atividade meio, ou seja, um serviço de intermediação entre o usuário e a rede. É aquele que presta o serviço de conectar o usuário à internet. É o típico contrato de prestação de serviços onde por um lado o usuário se responsabiliza pelo conteúdo de suas mensagens e pelo uso propriamente dito, enquanto por outro o provedor oferece serviços de conexão à rede de forma individualizada e intransferível e até mesmo o uso por mais de um usuário. Segundo ensinamento de Lago Junior, citando Newton de Lucca, o provedor de acesso é aquele que presta ao usuário um serviço de natureza variada, seja através de franquia de endereço na internet, seja no armazenamento e disponibilização de sites para a rede, seja prestando e coletando informações, dentre outras. Marcel Leonardi aduz que provedor de acesso é uma espécie do gênero provedor de serviços de internet, onde esse último é pessoa natural ou jurídica que fornece serviços relacionados ao funcionamento da Internet ou por meio dela. 53 Já o provedor hospedeiro, também conhecido como Hosting Service Provider, somente fornece meios para a hospedagem de páginas de terceiros, não influindo nos conteúdos por eles publicados. Esses provedores detêm a estrutura física necessária para manter um site de internet online e transferem por meio de controle de acesso, a responsabilidade de alteração e controle dos conteúdos publicados. Tem-se ainda o provedor de backbone que, segundo ensinamentos de Marcel Leonardi, é a pessoa jurídica que efetivamente detém as estruturas de rede capazes de manipular grandes volumes de informações constituídas, basicamente, por roteadores de tráfego interligados por circuitos de alta velocidade. Essas estruturas são disponibilizadas usualmente a título oneroso, aos provedores de acesso e hospedagem, o que demonstra sua fundamental importância para o funcionamento da Internet dentro do país BRASIL, Ângela Bittencourt. Provedores de acesso e de conteúdo. Pontocom S/A, Julho/2004. Disponível em: < Acesso em: 12 de abril de LEONARDI, Marcel, p Ibidem, p. 20.

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