Termos de Referência para publicação dos sucessos e boas práticas do projecto Fim a Violência Contra a Rapariga na Escola
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- Moisés Marco Ventura Dreer
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1 Termos de Referência para publicação dos sucessos e boas práticas do projecto Fim a Violência Contra a Rapariga na Escola 1. Historial Em 2004, a ActionAid realizou pesquisas em 12 países de África (incluindo Moçambique) e Ásia, segundo a qual, a violência que as raparigas sofrem na escola e nas áreas adjacentes constituem uma barreira significativa para o pleno gozo dos seus direitos, cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e das Metas de Dakar. Este estudo mostrou também a ligação directa entre a violência e o baixo aproveitamento escolar das raparigas (taxa de ingresso, retenção e conclusão), bem como uma fraqueza em termos de auto-estima e aumento da vulnerabilidade ao HIV / SIDA e outras infecções. Muitas vezes, embora haja uma série de leis e políticas que podem ser usadas para proteger a rapariga contra a violência, as mesmas, não são de domínio público, ou são implementadas de forma inadequada, falhando assim no seu propósito de protecção. A violência contra a rapariga é uma prioridade que deve ser combatida com urgência, a fim de assegurar que a rapariga desfrute plenamente os seus direitos à educação. Com o apoio do Fundo de Big Lottery do Reino Unido- BIG, a ActionAid lançou no dia 1 de Julho de 2008 um projecto denominado Fim a Violência Contra a Rapariga na Escola. O projecto vai terminar em Junho de 2013 e há uma necessidade de compilar os sucessos e boas práticas do mesmo. Sobre o Projecto Este projecto está a ser implementado simultaneamente em três países africanos - Moçambique, Gana e Quénia. Em Moçambique, o projecto tem quatro principais
2 resultados: 1. Aprovação de um quadro jurídico e político especifica que lida com a violência sexual contra a rapariga na escola e sua implementação em todos os níveis. 2. Redução em 50% da violência contra a rapariga perpetrados por membros da família, professores e colegas no distrito de Manhiça, de acordo com as estatísticas do estudo de base. 3. Aumento em 10% da taxa de matrícula da rapariga; redução em 5% da taxa de abandono escolar das raparigas, e um progresso substancial em direcção à igualdade de género na educação, no distrito de Manhiça. 4. Aumento da autoconfiança em raparigas, a fim de desafiar a cultura da violência dentro e fora das escolas, notificação de incidentes e estabelecimento de redes de apoio entre os colegas, no distrito de Manhiça. As intervenções do projecto estão centradas em 15 escolas primárias no distrito da Manhiça, Província de Maputo. A implementação do projecto está a cargo de três organizações parceiras, com três intervenções distintas, nomeadamente: iniciativas comunitárias, advocacia e pesquisa. Os parceiros incluem o Movimento de Educação para Todos (MEPT), Associação Moçambicana de Mulheres Desfavorecidas na Indústria Açucareira (AMUDEIA) e a Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane (FACED). A ActionAid apoia a Implementação das actividades em todos os parceiros e fornece uma coordenação e gestão global do projecto. Embora as actividades de advocacia são de âmbito nacional, as actividades de pesquisa e da componente da comunitária cingem-se no distrito da Manhiça. As intervenções locais de sensibilização e comunitárias visam criar comunidades
3 informadas, que são activas e engajadas em alcançar a equidade e igualdade de género e parar com a violência contra a rapariga. 2. Propósito O objectivo desta publicação é de documentar os exemplos das iniciativas que contribuíram com sucesso para trazer uma mudança real, positiva e duradoura na vida das raparigas, permitindo-lhes a gozar dos seus direitos à educação e à protecção contra a violência. Esta base de evidências, será vital com vista a: 1. Informar a futura programação dentro e fora da organização (abordagens comprovadas que funcionam e que podem ser adaptadas / alargadas) 2. Informar as futuras propostas de financiamento 3. Influenciar decisores/doadores/parceiros a replicar a iniciativa em outros distritos. 3. Conteúdo A publicação deve ter a forma de um documento fácil de manusear, apresentado de forma atraente com gráficos e fotos contendo informações como: 1. Resumo de histórias de sucesso sob cada objectivo geral do projecto apoiado com dados concretos da monitoria, avaliação e pesquisas realizadas ao longo da vida do projecto; 2. Estudos de casos reais que fornecem um rosto humano e ilustram a maneira como as iniciativas tocaram directamente as vidas das raparigas e de suas famílias; 3. Citações das raparigas e suas famílias e / ou decisores de alto nível; 4. Estatísticas (gráficos / tabelas simples que ilustram as mudanças quantitativas);
4 5. Evidência de mudanças reais a lei / política que aconteceram devido à influência do projecto. O foco será nas iniciativas que podem ser provadas de forma mensurável e comprovadamente ter contribuído para as mudanças em cada um dos quatro resultados do projecto, por exemplo: Resultado 1: Garantir que o quadro jurídico e político aborde VAGS existe e que esteja a ser implementado em todos os níveis O papel do projecto durante a revisão de importantes quadros legais e políticos, especialmente o Código Penal; Do estabelecimento de indicadores de monitoria de qualidade para as escolas primárias; Da institucionalização dos clubes escolares a partir dos clubes das raparigas; Envolvimento da mídia local e nacional, especificamente, formação dada aos meios de comunicação e a criação de grupos de referência de mídia; O fórum reflexão social sobre o casamento da Criança (ocorrido em Novembro de 2011); Reconhecimento pelo Governo do trabalho da ActionAid na promoção dos direitos das raparigas. A criação de um grupo multi-sectorial na Manhiça para encaminhamento, prevenção, denuncia e resolução de casos de violência a nível distrital; Resultado 2: Aumentar o acesso, reduzir o abandono e contribuindo para o aumento da paridade de género
5 O aumento de raparigas matriculadas nas escolas do projecto; O aumento de registo de dados sobre os motivos da desistência por parte das raparigas Diminuição do número de raparigas que abandonam a escola por causa da gravidez; O número de raparigas fora da escola que foram recuperadas: o envolvimento de clubes de raparigas, pais, professores, líderes comunitários e membros da comunidade; A importância da educação dos pais no apoio à educação das raparigas; A importância do financiamento dos projectos comunitários dos grupos de alfabetização (círculos de REFLECT) no aumento da renda dos membros, permitindo-lhes manter seus filhos na escola; Mudanças na atitude dos pais, as raparigas e outros membros da comunidade sobre a importância da educação das raparigas; Planos escolares sensíveis ao género que foram promovidos pelo projecto e implementados nas escolas; Aceitação pelos serviços governamentais e as iniciativas de educação a nível do distrito levadas a cabo pelo projecto (o processo de institucionalização do Clube de Raparigas). Resultado 3: Redução de incidentes de violência contra a rapariga A criação de um grupo multi-sectorial e a coordenação entre os membros do grupo para uma resposta rápida e resolução de casos de violência; O papel Reflect Circles, conselhos escolares, escritórios comunitários da AMUDEIA e líderes comunitários na resolução de casos de violência contra a rapariga;
6 Transferência da culpa em casos de violência (particularmente no caso da violência sexual) da vítima para o agressor; Aumento do conhecimento sobre as diferentes formas de violência que afectam as raparigas: os diferentes conceitos e formas em que a violência se manifesta. Resultado 4: Capacitar as raparigas para desafiar a cultura de violência O trabalho dos Clubes de Raparigas em apoiar as raparigas que abandonaram a escola para voltarem para a escola O envolvimento das raparigas em se encontrarem com os decisores (como; parlamentares, funcionários-chave de ministérios, pais, direcção da escola, líderes comunitários, oficiais policiais...) A Conferência da Rapariga (Distrital e Nacional); O trabalho com os rapazes e seu ambiente nos Clubes de Raparigas. Os planos dos clubes e suas acções na escola para reduzirem a violência. A mudança de atitudes das raparigas à violência (identificando e denunciando casos). 4. Metodologia A equipe de gestão do projecto identificou oito critérios que devem orientar a identificação de histórias de sucesso. O/A consultor(a) irá concentrar-se nesses critérios, nos sucessos pré identificados pela equipe do projecto, nos relatórios (trimestrais e anuais), entrevistas com os parceiros do projecto, estudos de caso e documentos-chave da pesquisa. Irão analisar e descrever os grandes sucessos que contribuem para o empoderamento das raparigas de modo que seja capaz de desafiar a cultura de violência e conseguir viver num ambiente livre de violência.
7 Os oito critérios são: 1. Efectividade (teve um impacto claro em relação aos objectivos definidos) 2. Inclusividade (envolveu todos níveis de participação dos diferentes grupos de intervenientes) 3. Replicabilidade (têm um enorme potencial para ser replicável ou "expandida" nos outros lugares) 4. Adaptabilidade (demonstra um grau de aceitação por parte dos beneficiários e executores) 5. Inovadoras / Criativas (oferecem uma abordagem única) 6. Mensurável (podem ser suportadas com dados coerentes, por exemplo M & A e dados a diferença antes / depois da intervenção pode ser claramente demonstrada nas mudanças demográficas, atitudes, práticas, políticas, etc.) 7. Custo-benefício (são eficazes e eficientes de ponto de vista financeiro) 8. Podem ser claramente atribuíveis ao trabalho do projecto (mesmo se um determinado sucesso é devido a uma colaboração, a contribuição do projecto SVAGS deve estar claro). As histórias devem ser apoiadas por dados estatísticos e fotografias que contribuam para facilitar a compreensão do impacto do projecto por parte do público. Conforme acima identificado, a componente de pesquisa do projecto SVAGS criou uma quantidade muito grande de dados qualitativos e quantitativos, recolhidos dos beneficiários e intervenientes. Portanto, o foco do consultor deve ser na revisão da documentação existente juntamente com a ActionAid e FACED e extrair as informações necessárias para criar a publicação. Se o consultor achar pertinente
8 realizar uma visita de campo, este aspecto deve ser discutido, acordado e coordenado com a equipe do Projecto SVAGS. 5. Data de conclusão e tipo de material esperado No total, o/a consultor(a) terá o total 65 dias para apresentar o documento final a partir da data de assinatura do contrato. Destes, os primeiros 30 dias serão para apresentar o primeiro esboço, e os 20 dias para receber e incorporar o feedback. Espera-se que em 50 dias o/a consultor(a) apresente a versão final do documento em formato de Microsoft Word. Este deve ser aprovado antes de ir para a maquetização. O documento final (layout) deverá ser entregue no prazo de 15 dias após a aprovação do documento e não deve exceder 30 páginas. A impressão do documento será da responsabilidade de ActionAid. O consultor será responsável apenas pelo desenho e maquetização. Todos os direitos ao documento são reservados à ActionAid. Perfil desejado Activista feminina/escritor/grupo de consultores, com um bom entendimento e experiência sobre equidade de género e direitos da rapariga; Excelente capacidade de conceptualização e escrita (capaz de despertar sensibilidade); Larga experiência na produção de material semelhante ActionAid Moçambique irá pedir exemplos de trabalhos feitos antes da selecção.
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