MONITORAMENTO DA AVIFAUNA CEPEL - UNIDADE ADRIANÓPOLIS
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- Gabriella Assunção Azenha
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1 LAUDO TÉCNICO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA CEPEL - UNIDADE ADRIANÓPOLIS (Laboratório George Zabludowsky) Giovannini Luigi - Biólogo Coordenador Técnico Nemesis Serviços Ambientais Ltda RIO DE JANEIRO Julho de
2 LAUDO TÉCNICO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA CEPEL - UNIDADE ADRIANÓPOLIS (Laboratório George Zabludowsky) Rio de Janeiro, 24 de julho de 2013 Técnico - Giovannini Luigi da Silva, Biólogo, registrado no CRBio sob n o /02D, perito especialista em Ecologia e Sistemática de Aves e, conforme determinado em contrato de prestação de serviços firmado entre a Nêmesis Serviços Ambientais Ltda. e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CEPEL (PFN 2013/17115/A-0), apresenta, a seguir, seu parecer técnico. Para: Alexandre Neves da Silva e Jucelino dos Santos Gerentes Assunto: Monitoramento dos impactos das atividades operacionais da Subestação e dos Laboratórios do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CEPEL, Unidade Adrianópolis, com relação à avifauna, compreendendo o período de 2012 a maio de ) CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1) ASPECTOS INTRODUTÓRIOS O CEPEL está modernizando e ampliando os laboratórios da Unidade Adrianópolis, tendo como objetivo realizar pesquisas relacionadas ao aprimoramento de tecnologias para transmissão de grandes blocos de energia elétrica a longas distâncias, em corrente contínua e alternada. Em função dessas atividades, em 2011 foram implementadas alterações em partes do equipamento da subestação de energia elétrica, cujos impactos na avifauna nativa local foram objeto de estudo específico apresentado ainda naquele ano. Cumpre salientar que o CEPEL Unidade Adrianópolis encontra-se instalado na área de amortecimento da Reserva Biológica do Tinguá, no município de Nova Iguaçu/RJ (Figura 1), a qual é considerada como uma das mais estratégicas unidades de conservação no âmbito da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro para efeito de conservação de aves endêmicas, raras e/ou ameaçadas. 1
3 1.2) FINALIDADE Monitoramento da avifauna, focando, em particular, os possíveis efeitos sobre o grupo resultantes das mais recentes alterações implementadas na referida subestação de energia, assim como possíveis interferências da geração, tratamento e destinação dos resíduos sólidos e efluentes industriais no campus da Unidade Adrianópolis. 2) O EMPREENDIMENTO 2.1) UNIDADE ADRIANÓPOLIS (LABORATÓRIO GEORGE ZABLUDOWSKY) O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CEPEL, Unidade Adrianópolis, (Laboratório George Zabludowsky) está localizado na Av. Olinda, 5.800, Adrianópolis, município de Nova Iguaçu/RJ (Figura 1). Trata-se de um complexo de laboratórios onde são efetuados ensaios em equipamentos para transmissão, distribuição e geração de energia elétrica para uso até os níveis máximos de tensão em vigor no país (765 kv, em corrente alternada, e 600 kv, em corrente contínua), bem como pesquisas relacionadas ao aprimoramento de tecnologias para transmissão de grandes blocos de energia elétrica a longas distâncias, em corrente contínua e alternada. O processo de revitalização de seus laboratórios, atualmente em curso, ocorre em parceria com as empresas do Sistema Eletrobras, possuindo, como referencial, o aprimoramento do conceito de Linha de Potência Natural Elevada (LPNE). A subestação do Laboratório George Zabludowsky ocupa uma área de cerca de 10 mil m 2 e opera com tensão de serviço de 138 kv para atender às diversas unidades laboratoriais do complexo de Adrianópolis. As estruturas mais altas da subestação, que correspondem às torres encimadas por para-raios, atingem cerca de 12 metros. 2.2) REGIÃO DE INSERÇÃO A subestação do Laboratório George Zabludowsky está localizada na zona de amortecimento da Reserva Biológica (REBIO) de Tinguá, no município de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, a menos 1 km de distância do ponto mais próximo de seu perímetro (Figura 1). A REBIO está situada na Serra do Mar, entre os municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Miguel Pereira e Vassouras, e a cerca de 40 km a 2
4 noroeste da cidade do Rio de Janeiro. Com área total em torno de 26 mil ha., foi criada em 1989 com o objetivo de proteger uma amostra significativa de Mata Atlântica e demais recursos naturais, com especial atenção aos recursos hídricos, e proporcionar o desenvolvimento de pesquisas científicas e educação ambiental. Contem extensos tratos florestais primários ou apenas ligeiramente alterados pela ação humana, os quais ocupam cotas altitudinais entre 150 e m. No sopé da serra, os remanescentes florestais são mais alterados, porém se encontram em estágio secundário avançado de regeneração. Figura 1 Localização da Unidade Adrianópolis (Laboratório George Zabludowsky) em Adrianópolis, Nova Iguaçu/RJ, com referência a Reserva Biológica do Tinguá. Figura: CEPEL (2011). 3) JUSTIFICATIVA A Unidade Adrianópolis (Laboratório George Zabludowsky) está instalada na zona de amortecimento da REBIO do Tinguá, unidade de conservação de proteção integral, que tem por objetivo preservar uma importante parcela de Floresta Ombrófila Densa do Estado do Rio de Janeiro. A REBIO é internacionalmente reconhecida pelo seu alto valor estratégico para a conservação de aves, uma vez que nesta unidade de conservação são observadas diversas espécies raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção (ver, por exemplo, 3
5 BOURSCHEID S.A. Engenharia e Meio Ambiente Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá-RJ. MMA/IBAMA. Brasília/DF). Nesse sentido, é imprescindível que sejam avaliados os possíveis efeitos negativos que atividades antrópicas, como as que são exercidas no interior da Unidade do CEPEL de Adrianópolis, possam exercer na biota local/regional, inclusive na sua respectiva zona de amortecimento, conforme preconiza a Resolução CONAMA nº 13/ ) ABORDAGEM METODOLÓGICA O presente Laudo Técnico de Monitoramento encontra-se fundamentado em inspeções de campo e entrevistas com funcionários conduzidas em junho e julho de 2013 na Unidade Adrianópolis do CEPEL, conforme discriminado no Quadro 1. Quadro 1 Datas de visita e contatos realizados na Unidade Adrianópolis do CEPEL Data Contato 18/06/ /06/ /07/2013 Jucelino dos Santos Gerente Administrativo (Resp. Resíduos Sólidos) Marcio de Andrade Neves Gestão de Resíduos Jucelino dos Santos Gerente Administrativo (Resp. Resíduos Sólidos) Marcio de Andrade Neves Gestão de Resíduos Ivomar Jorge Ramos Operador de Subestação Jorge Viana Operador de Subestação Gabriel Lima de Souza Zelador Gilson Otaviano Costa Encarregado de Limpeza e Conservação Edemilson Barboza dos Santos - Jardineiro Jucelino dos Santos Gerente Administrativo (Resp. Resíduos Sólidos) Wilson Frossard Ferreira Assessor de Empreendimentos (Resp. efluentes) Lucimara Freitas de Andrade Estagiária de Gestão Ambiental José Bizerril da Silva Encarregado de Manutenção Durante as inspeções de campo, foi percorrido, sempre que possível, todo o perímetro da subestação, bem como parte significativa do campus do Laboratório George Zabludowsky, tendo por objetivo primário identificar a interação entre as aves que habitam ou fazem uso ocasional da área. Para este fim, contribuíram, decisivamente, os contatos realizados com encarregados de atividades de conservação e limpeza das instalações e dos arredores imediatos, os quais foram abordados através de entrevistas informais. 4
6 5) INTERFERÊNCIA NA AVIFAUNA FATORES CRÍTICOS 5.1) MODERNIZAÇÃO DA SUBESTAÇÃO DE ENERGIA Conforme enfatizando no relatório de outubro de 2011, em termos operacionais a modernização da subestação pelo retrofit dos cubículos permitiu a redução do ruído associado à abertura e fechamento de disjuntores. Em uma nova etapa, ora em andamento, o retrofit dos disjuntores cede espaço à inserção de armários metalclad novos, contendo disjuntores e a seccionadora de aterramento (Figura 2). Tais cubículos representam um avanço significativo com relação aos equipamentos atualmente em uso, uma vez que são mais compactos, silenciosos e mais seguros, além de imunes a vazamentos de óleo. Conforme previsão do CEPEL, haverá a substituição de todos os cubículos antigos da subestação ao longo de O processo de melhoramento e modernização da subestação contemplou, ainda, a inclusão de uma faixa de arruamento (Figura 3), a substituição da camada de britas, a troca das placas de concreto das passarelas (em andamento) (Figura 4) e a substituição da camada de britas do transformador (Figura 5). Com relação a este aspecto, a granulometria das britas foi aumentada, tendo por objetivo otimizar a contenção eventual de vazamento de óleo. Da mesma forma, o gradeamento das passagens subterrâneas (Figura 6) foi estendido a toda área. Figura 2 Cubículos da subestação de energia, com destaque para os novos armários padrão Siemens (à direita). Foto: G. Luigi (Julho/2013). 5
7 Figura 3 Adição de faixa de arruamento no interior da subestação. Foto: G. Luigi (Julho/2013). Figura 4 Novas placas de concreto na subestação de energia. Foto: G. Luigi (Julho/2013). 6
8 Figura 5 Caixa de contenção de óleo do transformador da subestação de energia. Foto: G. Luigi (Julho/2013). Figura 6 Gradeamento das caixas de passagem das tubulações de fios na subestação. Foto: G. Luigi (Julho/2013). 7
9 5.2) RESÍDUOS SÓLIDOS A disposição inadequada de resíduos sólidos causa, inevitavelmente, malefícios diretos ou indiretos à vida humana e ao meio ambiente, em geral. A fauna pode ser particularmente afetada nesse processo, podendo vir ter a dinâmica de comunidades afetada parcialmente ou, em casos extremos, extinta localmente. As aves, nesse sentido, são sensíveis e respondem de imediato a estresses mínimos em seus ambientes naturais. Tendo em vista minimizar a interferência sobre o meio ambiente, o CEPEL implantou um sistema de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, procurando englobar etapas articuladas entre si, desde a não geração até a disposição final, com atividades compatíveis com aquelas dos sistemas do saneamento ambiental da Unidade. As diretrizes das estratégias de gestão e gerenciamento de resíduos tem procurado atender aos objetivos do conceito de prevenção da poluição, evitando-se ou reduzindo a geração de resíduos e poluentes prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. O caminho adotado tem sido o de priorizar a redução na fonte, o reaproveitamento, o tratamento e a disposição final. Para tanto, o manejo dos resíduos sólidos foi sendo aprimorado ao longo dos últimos anos para se enquadrar plenamente à legislação ambiental. Algumas iniciativas, porém, revelaram-se proativas, o que vem contribuindo para um envolvimento mais efetivo não somente da equipe responsável pela área, como também dos mais variados setores da Unidade Adrianópolis. O corte da grama, efetuado mensalmente no perímetro patrimonial (Figura 7 A), gera um volume considerável de aparas, que, de outra forma, seria descartado pelas vias convencionais (aterro sanitário). O material recolhido no processo de corte de grama no interior e periferia imediata da Unidade (Figura 7 B) e do recolhimento de restos de vegetação (Figura 7 C), porém, tornou-se matéria prima para a produção de composto orgânico, que vem sendo depositado em leiras na Área de Compostagem (Figura 8). Iniciado em abril de 2013, o aproveitamento da matéria vegetal tem por objetivo não somente a produção do composto orgânico, mas de sensibilizar um maior contingente de empregados através de uma iniciativa diretamente relacionada à educação ambiental. Nesse sentido, todo o composto será utilizado no processo de adubação das áreas verdes da Unidade e disponibilizado, também, para uso nos jardins das residências das pessoas que trabalham no CEPEL. 8
10 A B C Figura 7 A - Corte de grama no perímetro patrimonial; B Grama recém aparada no interior da Unidade do CEPEL; e C Recolhimento de resíduos vegetais. Foto: G. Luigi (Julho/2013). Figura 8 Área de Compostagem. Foto: G. Luigi (Julho/2013). Em consonância com as premissas da conscientização ambiental, o CEPEL mantém o Projeto EcoCepel, que consiste no recebimento de resíduos (óleo de cozinha, lâmpadas queimadas, pilhas e baterias usadas, embalagens de vidro e medicamentos fora do prazo de validade) oriundos das residências dos seus empregados, para que a organização realize a destinação ambientalmente correta, assim como faz com os resíduos gerados das atividades operacionais do CEPEL. É dado destaque à coleta seletiva de resíduos domésticos, com informações básicas disponíveis em um painel (Figura 9). O objetivo é despertar, em todos, a necessidade 9
11 do consumo consciente, por meio da aplicação dos princípios dos 5 Rs (repense, recuse, reduza, reutilize e recicle). O gerenciamento dos resíduos sólidos alcançou as mais diversas unidades administrativas, abarcando mesmo os pequenos volumes gerados no interior dos laboratórios e nos pátios externos. Para garantir o maior nível de aproveitamento possível, foram instaladas caixas coletoras compactas em pontos estratégicos de circulação de pessoas (Figura 10). Figura 9 Ponto de referência para a coleta seletiva dos mais diversos tipos de resíduos sólidos. Foto: G. Luigi (Julho/2013). Figura 10 Pontos de coleta seletiva na área externa. Foto: G. Luigi (Julho/2013). 10
12 O comunicado organizacional abaixo evidencia uma prática importante para a não geração de resíduos plásticos no restaurante: 11
13 A coleta seletiva de papel se estende às salas de maior geração, secretarias e áreas de grande circulação de pessoas. Nesses locais, foram instaladas caixas coletoras, nas tampas das quais constam instruções sobre como tratar o material a ser reciclado (não amassar ou rasgar os papéis, considerando que serão fragmentados e enviados para a Cooperativa de Reciclagem) e quais os tipos que são passíveis de reciclagem, entre outras informações (Figura 11 A). Os resíduos hospitalares oriundos do Posto de Saúde Ocupacional também são coletados seletivamente e armazenados, transportados e destinados por empresas licenciadas (Figura 11 B e C). A B C Figura 11 A: Coleta seletiva de papel; B: material perfurante; e C: remédios fora do prazo de validade. Fotos: G. Luigi (Julho/2013). Com relação aos resíduos sólidos Classe II (não perigosos), alguns avanços estratégicos foram também implementados ao longo dos últimos três anos. Nesse sentido, procedeu-se à revitalização de um espaço outrora subutilizado, onde atualmente está instalado o depósito destes resíduos, e que contem baias individualizadas para o armazenamento temporário dos maiores volumes gerados e coletados nas áreas internas e externas da Unidade. As baias são utilizadas para o armazenamento de resíduos de madeira, vidro, metal, papel/papelão, plástico e resíduos não recicláveis (Figura 12 A). Vale destacar que a gestão de resíduos é um processo dinâmico a exemplo do momento retratado pela Figura 12 A, relativo à atividade de desembalagem de equipamentos para montagem laboratorial e a coleta de sobras de madeiras pós uso interno, o que excedeu a capacidade de armazenamento na baia. Entretanto, não se trata de subdimensionamento ou necessidade de ampliação da área de 12
14 armazenagem, por ser um evento pontual, cuja celeridade da destinação normaliza o processo. A Unidade Adrianópolis possui um segundo galpão localizado próximo ao depósito de resíduos classe II, que foi redimensionado para receber resíduos Classe I (perigosos) (Figura 12 B). Além desses espaços, na área externa do Almoxarifado é disponibilizada uma caçamba para coleta da sucata metálica (Figura 12 C), a qual é destinada para reciclagem após o esgotamento da capacidade de armazenagem da referida caçamba. Os resíduos de papel, papelão, plásticos, embalagens metálicas e vidros são recolhidos pela Cooperativa Mista de Coleta Seletiva e Reaproveitamento de Mesquita Ltda. - COOPCARMO, empresa devidamente licenciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMUAM do Município de Nova Iguaçu (LO SEMUAM no 003/2010). Dessa forma, o CEPEL contribui efetivamente com os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n o /2010) e alinha-se aos preceitos básicos de práticas ambientais sustentáveis e reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania. Atualmente, os resíduos de madeira não contaminados são destinados à Chaco-Vaco Transporte Comércio e Beneficiamento de Madeira, empresa sediada em Duque de Caxias especializada na coleta, transporte, descaracterização e destinação final deste tipo de resíduo. O processo industrial adotado pela Chaco-Vaco permite, inclusive, a separação de material metálico por um extrator magnético. No final da linha de descaracterização, são produzidos cavacos de madeira, isentos de impurezas (Figura 13), que são utilizados como matéria prima para outros processos produtivos. A Chaco-Vaco possui o selo verde do Forest Stewardship Council FSC no segmento Certificação de Reciclagem Pós Consumo de Madeira desde 2011, tratando-se da primeira empresa no Brasil a obter aprovação neste perfil de aproveitamento de madeira pós consumo. 13
15 A B C Figura 12 Coleta seletiva de resíduos sólidos. A Galpão para armazenamento de resíduos Classe II; B - Galpão para armazenamento de resíduos Classe I; C Área Externa do Almoxarifado. Fotos: G. Luigi (Julho/2013). 14
16 Figura 13 Cavaco de madeira produzido pela Chaco-Vaco. Foto: Chaco-Vaco (não datada). A Unidade Adrianópolis também implementa serviços de manejo e controle integrado de vetores e pragas urbanas, atualmente executados pela empresa Rodan Tecnologia de Pragas Ltda. As atividades cumprem um cronograma pré-estabelecido e são executadas por Ordem de Serviço para cada tipo de vetor/praga [(baratas, formigas (domésticas e silvestres), cupins, moscas, mosquitos e roedores (Figura 14)]. Figura 14 Armadilha para o controle populacional de roedores Foto: G. Luigi (Julho/2013). 15
17 5.3) EFLUENTES LÍQUIDOS ORGÂNICOS O lançamento de efluentes orgânicos in natura em corpos hídricos provoca sérios problemas sanitários e ambientais, em função do aumento de consumo de oxigênio, proliferação de bactérias e redução dos processos de aeração natural e fotossíntese. Assim, quanto maior o volume de esgotos lançados em um corpo hídrico, maior a concentração de matéria orgânica e a proliferação de bactérias. Corpos hídricos degradados são particularmente nocivos à avifauna aquática, a qual é de fundamental importância para a manutenção do equilíbrio ambiental em uma área ambientalmente depauperada como a que se insere a Unidade do CEPEL de Adrianópolis. Em Adrianópolis, os efluentes orgânicos dos vários laboratórios e unidades operacionais são encaminhados para fossas sépticas (Figura 15), num total de 11 pontos de coleta e armazenamento temporário. Nas fossas, a decomposição da matéria orgânica ocorre em anaerobiose, pela atuação de microorganismos. Atualmente, a eficiência na remoção de DQO/DBO oscila em torno de 60%, de modo que o efluente tem que ser encaminhado a um pós-tratamento complementar para a remoção da matéria orgânica remanescente. Figura 15 Acesso padrão às fossas sépticas. Foto: G. Luigi (Julho/2013). O serviço de esgotamento das caixas fóssicas é efetuado por veículos limpafossa da empresa Resgate Fossa - Desentupidora Roxinho, especializada em serviços de desentupimentos e esgotamentos. A operação de limpeza não remove 100% do efluente armazenado, pois é necessária a permanência de uma camada de 16
18 lodo inoculador para que o processo de redução da matéria orgânica possa ser reiniciado. Atualmente, a limpeza das fossas sépticas ocorre periodicamente, podendo haver coletas extras, caso ocorram entupimentos ou aporte de volume acima da média ao longo de um período. Tendo em vista aumentar a eficiência no tratamento dos efluentes orgânicos, o CEPEL contratou os serviços de consultoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN em 2012, cujos apontamentos preliminares indicam a necessidade de instalação de um filtro anaeróbio em cada uma das 11 fossas sépticas (Figura 16), para efeito de pleno enquadramento às normas ABNT relativas ao tratamento e disposição de efluentes do gênero. Os filtros anaeróbios são de construção e operação simples e de baixo custo e resistem às variações de carga do afluente, sendo que a água tratada pode ser disposta diretamente no solo, entre outras vantagens. Da mesma forma, os filtros a serem instalados no CEPEL obedecem a padrões de referência clássicos, consistindo em unidades com fluxo horizontal e leito de pedras para a fixação e desenvolvimento de microrganismos depuradores de matéria orgânica. Figura 16 Modelo esquemático da conjugação de fossa séptica e filtro anaeróbio a ser adotado pelo campus do CEPEL em Adrianópolis. Ilustração: CEPEL (Julho/2013). 6) CONTROLE DA INCIDÊNCIA DE AVES A unidade do CEPEL de Adrianópolis mantem um controle estrito da incidência de aves no interior dos laboratórios e galpões. 17
19 O pombo-doméstico (Columba livia), outrora comum, foi alvo particular de medidas de repelimento. Nesse sentido, placas de policarbonato foram instaladas em todas as paredes externas de todo o Laboratório LABDIG em locais que permitiriam o acesso ao interior da instalação pelas aves (Figura 17), assim como foram teladas as aberturas do Prédio de Utilidade Norte, onde estão situados compressores e baterias (Figura 18). Tais iniciativas foram adotadas há cerca de quatro anos. Com relação ao Pátio de Teste, a cobertura de pranchas de madeira fixadas nas paredes internas, outrora utilizada para isolamento acústico, foi completamente removida (Figura 19). A obsolescência do próprio método de isolamento de ruídos, bem como a deterioração do material ao longo dos anos, foram os fatores que determinaram a sua remoção definitiva. Em certo momento, o local tornou-se atrativo para morcegos, os quais, por seu turno, são frequentemente predados por aves de rapinas noturnas (sobretudo corujas). Atualmente, não há indícios de ocupação do prédio por morcegos. Figura 17 Placas de policarbonato nas faces externas do LABDIG. Foto: G. Luigi (Julho/2013). 18
20 A B C Figura 18 Telamento para bloqueio de acesso de aves ao interior do Prédio de Utilidade Norte. A Vista externa da instalação predial; B Vista parcial externa de uma seção do telamento; C Telamento visto do interior. Fotos: G. Luigi (Julho/2013). 19
21 A B Figura 19 Pátio de teste. A Vista panorâmica; B Paredão com marcas dos pontos de fixação de rebites. Foto: G. Luigi (Julho/2013). Um intenso trabalho de educação ambiental vem sendo realizado no sentido de evitar a incidência de animais selvagens ou domésticos no campus, o que inclui o desestímulo a iniciativas relacionadas à alimentação e/ou manutenção, por exemplo, de cães e gatos. Este trabalho tem sido de fundamental importância para evitar a aproximação e permanência de aves no local, as quais podem interagir com outras espécies para atuarem em sinergia no sentido de aumentar a possibilidade de interferências negativas, sobretudo com a subestação de energia. Dada a relativa proximidade da REBIO do Tinguá, as chances de aproximação e circulação de animais silvestres no campus do CEPEL é alta, como atesta a presença constante do jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) (Figura 20 A), no entorno da área, e de uma recente visita (junho/2013) de um exemplar de cachorro-domato (Cerdocyon thous) (Figura 20 B). 20
22 A B Figura 20 A - Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris); B Cachorro-domato (Cerdocyon thous). Fotos: CEPEL (2013). 7) AVIFAUNA A REBIO de Tinguá é, do ponto de vista ornitológico, muito pouco conhecida. Os inventários avifaunísticos realizados até o momento apontam para uma comunidade de aves composta por cerca de 330 espécies, das quais 80 (36,5% do total de espécies inventariadas) são endêmicas. Tal número pode ser considerado como expressivo, uma vez que a REBIO está a apenas cerca de 40 km da cidade do Rio de Janeiro e cujo entorno apresenta forte consolidação urbana. As cerca de 330 aves observadas em Tinguá representam cerca de 50% do total de espécies conhecidas para o Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, supõe-se que este número esteja subdimensionado, uma vez que os inventários avifaunísticos conduzidos na região do Tinguá são poucos e restritos a regiões de mais fácil acesso. O Quadro 2 apresenta a relação de espécies observadas até o presente momento nas dependências e entorno imediato da Unidade Adrianópolis (Laboratório George Zabludowsky). A relação contem espécies observadas pelo autor deste Laudo Técnico, bem como espécies anotadas com base no depoimento ou por evidência direta de sua ocorrência na área relatada por empregados do CEPEL. A maior parte das ocorrências aqui registradas proveio de observações conduzidas na face norte do campus de Adrianópolis, nos fundos do Laboratório de Ultra-alta Tensão (LongDist). Trata-se de uma zona mais aberta (campestre), com menor movimentação de pessoal e circundada por uma várzea coberta por vegetação secundária em médio estágio de regeneração (Figura 21), no sopé dos primeiros contrafortes da REBIO do Tinguá. 21
23 Quadro 2 Relação de espécies de aves observadas no campus do CEPEL/Adrianópolis. Espécie Nome vernacular Mig. Dieta D.F. Registro CITES Bioin dic. Ciconiiformes Ardeidae Bubulcus ibis garça-vaqueira R ins 1 Ardea alba garça-branca-grande R oni 1 vis Syrigma sibilatrix maria-faceira R oni 1 vis x Cathartiformes Cathartidae Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela R det 1 vis Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta R det 1 vis z Falconiformes Accipitridae Heterospizias meridionalis gavião-caboclo R car 1 vis II Rupornis magnirostris gavião-carijó R car 1 voc, vis II z Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta R car 2 vis II Falconidae Caracara plancus caracará R car 1 vis II Gruiformes Rallidae Laterallus viridis sanã-castanha R oni 2 voc Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero R oni 1 vis z Columbiformes Columbidae Columbina talpacoti rolinha-roxa R gra 1 vis, voc z Columba livia pombo-doméstico R gra 1 vis Patagioenas picazuro pombão R gra 2 vis, voc Patagioenas cayennensis pomba-galega R gra 3 Psittaciformes Psittacidae Brotogeris chiriri periquito-encontro-amarelo R fru 1 vis, voc II Cuculiformes Cuculidae Crotophaga ani anu-preto R oni 3 vis z Guira guira anu-branco R oni 3 vis z Tapera naevia saci R ins 3 voc z Strigiformes Strigidae Athene cunicularia coruja-buraqueira R oni 1 vis II 22
24 Apodiformes Quadro 2 (cont.) Relação de espécies de aves observadas no campus do CEPEL/Adrianópolis Espécie Nome vernacular Mig. Dieta D.F. Registro CITES Apodidae Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca R ins 1 vis Chaetura meridionalis cf andorinhão-do-temporal R ins 2 vis Trochilidae Eupetomena macroura beija-flor-tesoura R nec 1 vis II z Piciformes Picidae Colaptes campestris pica-pau-do-campo R ins 1 vis, voc z Passeriformes Furnariidae Furnarius rufus joão-de-barro R oni 1 vis z Certhiaxis cinnamomeus curutié R ins 1 voc Tyrannidae Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio R ins 2 voc z Elaenia flavogaster guaracava-barriga-amarela R oni 2 vis, voc z Camptostoma obsoletum risadinha R ins 1 voc z Suiriri suiriri suiriri-cinzento R ins 1 vis Hirundinea ferruginea gibão-de-couro R ins 2 voc Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada R ins 1 vis z Pitangus sulphuratus bem-te-vi R oni 1 voc z Tyrannus melancholicus suiriri R ins 1 voc, vis z Vireonidae Vireo olivaceus juruviara R ins 3 vis z Passerida Hirundinidae Progne chalybea andorinha-doméstica-grande R ins 1 vis z Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa R ins 1 vis z Troglodytidae Troglodytes musculus corruíra R ins 1 voc z Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira R oni 1 voc z Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo R oni 1 vis z Coerebidae Coereba flaveola cambacica R oni 1 voc z Thraupidae Thraupis sayaca sanhaçu-cinzento R oni 2 voc, vis z Emberizidae Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro R gra 1 vis z Sporophila lineola bigodinho R gra 1 vis, voc, g z Sporophila caerulescens coleirinho R gra 1 voc z Passeridae Passer domesticus pardal R oni 1 vis Bioindic. 23
25 Quadro 2 - Legenda Mig: R, residente; VN, visitante do norte. Dieta: oni, onívoro; ins, insetívoro; gra, granívoro; car, carnívoro; fru, frugívoro; nec, nectarívoro; det, detritívoro; D. F. (dependência de florestas): 1, espécie de área aberta; 2, espécie semi-dependente de florestas; 3, espécie florestal; Tipo de Registro: voc, registro através da voz da ave; vis, registro visual; CITES: espécie de uso econômico, segundo Apêndices I, II e III; Bioindicadoras:"z", espécie indicadora de ambientes degradados. Figura 21 Vista panorâmica da área campestre nos fundos do Laboratório de Ultra-alta Tensão. Foto: G. Luigi (Julho/2013). 8) RESULTADOS e DISCUSSÃO Com base nas entrevistas realizadas in situ, constatou-se que não houve registros de morte de aves por eletrocussão ou colisão nas torres e demais partes metálicas da subestação no período 2012-maio/2013. De fato, não há indícios de que esteja havendo eletrocussão de aves, uma vez que, em tais casos, haveria o inevitável desligamento automático de parte da subestação. Da mesma forma, não tem sido encontradas carcaças de aves com indícios de eletrocussão na subestação ou entorno imediato. Na subestação, o quero-quero (Vanellus chilensis) continua a figurar como a espécie que mais faz uso regular do local. Trata-se de espécie de hábitos sinantrópicos e muito comum em áreas abertas e habitadas. 24
26 Com relação às espécies que constam no Quadro 2, a possibilidade de que venham a se envolver em acidentes na subestação é ao extremo remota, uma vez que: a) Possuem, em sua grande maioria, envergadura menor que 50 cm, que é a distância existente entre os pares de barramentos de entrada dos cubículos. Tratase do menor espaçamento entre partes energizadas da subestação que poderia sujeitar aves em voo à eletrocussão; b) Não fazem uso regular dos ambientes disponíveis na subestação, pouco atrativos do ponto de vista da disponibilidade de fontes de alimento; c) Aves de maior porte, como a garça-branca-grande (Ardea alba), o urubu-decabeça-preta (Coragyps atratus) e o gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis) não frequentam a subestação, conforme pode ser depreendido de observações conduzidas no local e de depoimentos de empregados. De fato, não há, até onde pude ser observado, elementos que representem fonte regular de alimento ou abrigo para estas espécies, e que, por ventura, pudessem atraí-las ao local; d) A subestação encontra-se encaixada entre morros meia laranja, além de ser composta por torres relativamente baixas, o que reduz a possibilidade da ocorrência de acidentes envolvendo aves em voo retilíneo e/ou a grandes velocidades. Em função da aquisição de novos cubículos para a subestação, os acidentes por eletrocussão no interior dos mesmos envolvendo aves e/ou mamíferos deixarão de ocorrer, uma vez que são completamente isolados do exterior. Para a subestação de Adrianópolis, há, porém, relatos pretéritos de acidentes por eletrocussão em cubículos do modelo que vem sendo substituído, envolvendo gambá (Didelphis sp.), tatu (espécie desconhecida) e uma coruja (também desconhecida). Neste último caso, porém, é plausível supor que a espécie envolvida tenha sido a coruja-boraqueira (Athenes cunicularia), não rara de ser avistada nas imediações da subestação e sempre propensa a se entocar no solo. A preocupação com a manutenção adequada da vegetação no interior e entorno do campus também tem pautado as ações de controle da incidência de animais selvagens. Ao cumprir um cronograma estrito de corte de vegetação e o recolhimento de lixo doméstico (algumas vezes depositados por moradores da região no entorno da área patrimonial), as chances de estabelecimento de situações de risco para a Unidade Adrianópolis é minimizada. 25
27 Ao contrário do que vinha ocorrendo até meados de 2011, a partir daquele ano (precisamente outubro), a ocorrência de incidentes ou acidentes com aves passou a ser registrada regularmente em um livro tombo (Figura 22 A e B), o que permitirá, doravante, estabelecer um quadro mais consistente sobre possíveis impactos que a subestação de energia ou outra instalação predial/serviço possa exercer sobre a avifauna local. Nesse sentido, o primeiro incidente registrado foi o de um exemplar de bem-te-vi-rajado (Myionectes rufiventris) (Figura 22 C), que supostamente teria colidido com o blindex de entrada do restaurante do campus. Trata-se do único evento do gênero registrado até o presente momento no local. A B C Figura 22 A e B - Livro de tombo para ocorrência de incidentes/acidentes com aves; C - Bem-te-vi-rajado (Myionectes rufiventris). Fotos A e B: G. Luigi (Julho/2013); Foto C: Juscelino dos Santos (Outubro/2011) O intenso trabalho de mobilização das pessoas na Unidade Adrianópolis através da educação ambiental implantado ao longo dos últimos anos, com base na disseminação de informação e conhecimento sobre conscientização ambiental no campus, tem-se mostrado acertado. Tal mobilização é fortalecida por meio de seminários, comunicados, palestras e treinamentos relacionados ao tema meio ambiente, nos eventos da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho SIPAT, Semana do Meio Ambiente, Semana da Saúde, Semana de Sustentabilidade do CEPEL etc., sendo abertos a todos trabalhadores do CEPEL. 9) CONCLUSÕES Com base nas atividades de campo desenvolvidas na subestação do CEPEL de Adrianópolis no período 2012-março/2013, as seguintes conclusões podem ser inferidas: 26
28 a) A eletrocussão de aves com partes energizadas da subestação é um evento ao extremo raro, havendo apenas um registro oficialmente relatado deste tipo de acidente até o presente momento, considerando um intervalo de cerca de 30 anos de operação; b) Há um risco mínimo de que as espécies de aves que foram observadas na subestação durante as visitas de campo sejam vitimadas por eletrocussão; c) A utilização de barreiras físicas para impedir o acesso de aves ao interior de unidades prediais mostrou-se efetiva, uma vez que os referidos espaços deixaram de ser utilizados por aves até então relativamente comuns no campus de Adrianópolis, a exemplo do pombo-doméstico (C. livia); d) A região de inserção da subestação de Adrianópolis é ao extremo antropizada, com vegetação depauperada e extensas áreas campestres. Portanto, a despeito de estar localizada na zona de amortecimento da REBIO de Tinguá, é notória a ausência de elementos da fauna (em particular, da Avifauna) de interesse estratégico para a conservação, ao menos até o presente momento em função das atividades de campo desenvolvidas no local pelo autor deste Laudo Técnico; e) As espécies que foram avistadas no interior, nos arredores imediatos ou circulando do campus de Adrianópolis são comuns, afeitas a áreas campestres e antropizadas e não ameaçadas de extinção; f) O tratamento dispensado aos resíduos sólidos e aos efluentes orgânicos, conforme atualmente constatado, não representa fator de atração de aves, haja vista que estão corretamente dimensionados para evitar interferências de qualquer natureza no ambiente de entorno. 10) RECOMENDAÇÕES Com base no que foi exposto acima, recomenda-se: a) Manter ativa a prática de efetuar o registro de incidentes/acidentes envolvendo aves no campus de Adrianópolis de forma sistemática e padronizada, através, inclusive, de fotos tomadas de diversos ângulos do animal envolvido. A comunicação sobre os eventos deve ser imediata e dirigida ao Sr. Jucelino dos Santos ou ao Sr. Marcio Andrade Neves, que mantem, desde outubro de 2011, um livro tombo especifico para este fim; b) A presença de carcaças de animais eletrocutados atua como poderoso atrativo para aves de rapina e carniceiras. Inspeções regulares à subestação de energia, portanto, devem continuar a ser uma rotina na administração do espaço, de modo 27
29 a evitar a presença de animais mortos e, em função de sua presença, igualmente, de animais carniceiros; c) Providenciar a remoção imediata de carcaças de animais acidentados por ventura encontrados no campus, etiquetando-as e armazenando-as em freezer ou formol, para posterior identificação; d) Desencorajar a presença de toda e qualquer espécie de ave que faça uso regular da subestação de energia ou das demais áreas do campus de Adrianópolis para obtenção de alimento, proteção ou reprodução, em particular as espécies com maior potencial de se envolver em acidentes por eletrocussão, através do uso de técnicas simples de afugentamento; e) Manter vigilância atenta à infestação por aves do interior das instalações prediais, procurando manter funcionais e íntegras as estruturas de repelimento adotadas até o presente momento; f) Remover ninhos, ovos e filhotes, sempre que possível e com anuência (licença) escrita do ICMBio; g) Desestimular a interação das pessoas da Unidade com a fauna nativa e/ou doméstica; h) Manter o nível de excelência adquirida com relação à gestão integrada de resíduos sólidos e prosseguir com a otimização do tratamento dos efluentes líquidos orgânicos; i) Dar prosseguimento aos ciclos de palestras/seminários, tendo como objetivo fomentar a cultura do respeito ao meio ambiente, com ênfase na redução da produção, maior reutilização e reaproveitamento e menor descarte de resíduos. Por fim, cumpre salientar que as atividades de campo foram realizadas em um curto intervalo de tempo, o que impossibilitou fazer inferências sobre a questão da sazonalidade (periodicidade de ocorrência das distintas espécies que frequentariam a região ao longo de um ano). Nesse sentido, entre as aves é comum que sejam verificadas alterações no tamanho e composição das comunidades no decorrer das estações, o que torna imprescindível a execução de inventários avifaunísticos ao longo de, ao menos, um ano, contemplando, assim, a importante questão da sazonalidade. O inventário deverá se pautar minimamente em: a. Visitas mensais de campo; b. Detecção de aves com hábitos diurnos, crepusculares e noturnos; 28
30 c. Detecção de padrões de deslocamento; d. Definição de parâmetros estatísticos (riqueza e densidade, minimamente); e. Determinação do status de conservação das espécies inventariadas; f. Caracterização da interação entre as principais espécies e o campus de Adrianópolis. 29
31 Este signatário envia o presente trabalho concluído, constando de 30 folhas impressas de um só lado, todas rubricadas, exceto esta última, que segue devidamente datada e assinada. O autor coloca-se, desde já, à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários. Rio de Janeiro, 24 de julho de 2013 Giovannini Luigi da Silva Biólogo CRBio /02D Tel nemesisambiental@gmail.com 30
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