CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL SEMINÁRIO A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

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1 CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL SEMINÁRIO A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS (Organizado conjuntamente pelo CES - Conselho Económico e Social e pela Secção Portuguesa do CEEP - Centro Europeu das Empresas com Participação Pública e/ou de Interesse Económico Geral e realizado na Culturgest a 20 de Maio de 2002) LISBOA, 2002

2 Índice Sessão de Abertura Intervenção do Presidente do Conselho Económico e Social Dr. José da Silva Lopes 4 Intervenção da Presidente da Secção Portuguesa do CEEP Dra. Maria José Constâncio 7 A Responsabilidade Social das Empresas: Conceito, Enquadramento e Prática A Responsabilidade Social das Empresas: Complemento ou Sucedâneo do Estado Professor Doutor António Castro Guerra Orador 10 Dr. Eduardo Catroga Comentador 17 Dr. João Salgueiro Comentador 20 Debate Dr. José de Almeida Serra 25 Dr. José da Silva Lopes 25 Dr. Alberto Regueira 25 Casos Empresariais Dr. Jorge Loureiro Orador 28 Professor Doutor João Bento Orador 32 Eng.ª Clara Cidade Lains Comentadora 40 Eng.º Carlos Braga Comentador 42 Debate Dr. Jorge Loureiro 46 Professor Doutor João Bento 46 As Perspectivas dos Parceiros Sociais Dr. Mário Soares CGTP 48 Eng.º Francisco Van-Zeller CIP 51 Eng.º João Proença UGT 55 Dr. Alexandre Mestre CAP 58 Dr. Mário Vieira CCP 62 Encerramento Professor Doutor António Castro Guerra 68 Programa 70 2

3 Sessão de Abertura 3

4 Intervenção do Senhor Presidente do Conselho Económico e Social Dr. José da Silva Lopes Este seminário resultou de uma proposta da secção portuguesa do Centro Europeu das Empresas com Participação Pública e Empresas de Interesse Económico Geral (CEEP) e à qual o Conselho Económico e Social (CES) se associou com o maior empenho. Agradeço, por isso, ao Professor Castro Guerra e à Dra. Maria José Constâncio a sugestão que nos fizeram de nos envolvermos neste trabalho e ao Eng.º Prostes da Fonseca o valioso contributo que trouxe para a organização desta sessão. Do lado do CES, colaborámos com todo o interesse na organização do Seminário. Ficámos especialmente com a responsabilidade de mobilizar a participação dos representantes dos parceiros sociais, cujos depoimentos acerca das questões que vamos discutir serão, sem dúvida, um dos contributos fundamentais para os nossos trabalhos de hoje. Agradeço a todos os que quiseram participar no Seminário, e em especial àqueles que vão apresentar exposições e comentários. De entre estes, permito-me destacar os que foram convidados pelo CES. Em primeiro lugar, devo mencionar o Dr. Eduardo Catroga que, não sendo membro do CES, se dispôs mesmo assim a apresentar os seus pontos de vista de empresário experiente e de economista destacado, sempre muito atento aos grandes problemas que o país enfrenta. Cabe-me referir também o Dr. João Salgueiro, que tanto tem valorizado a actividade do CES como um dos seus vice-presidentes. Ouviremos ainda o Dr. Almeida Serra, um dos conselheiros mais activos e mais destacados do CES, onde integra o grupo das personalidades de reconhecido mérito. Haverá, no fim, intervenções de representantes dos parceiros sociais, que virão aqui apresentar o ponto de vista da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, da União Geral dos Trabalhadores, da Confederação dos Agricultores Portugueses, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e da Confederação da Indústria Portuguesa. Agradeço também à Caixa Geral de Depósitos a generosidade da cedência destas instalações, onde os nossos trabalhos vão decorrer. As nossas discussões serão baseadas, em grande parte, no Livro Verde que a Comissão Europeia preparou sobre a Responsabilidade Social das Empresas. O interesse que levou à elaboração desse Livro Verde e à discussão das suas propostas em todos os países da União Europeia, inscreve-se no desígnio de construir uma Europa Social ao lado da Europa Económica e Monetária. Esse desígnio tem sido repetidamente proclamado. Foi reafirmado, por exemplo, na Cimeira Europeia de Lisboa, onde, ao mesmo tempo que se falou no objectivo de promover uma economia dinâmica e competitiva à escala da Europa, se acrescentou que esse desenvolvimento deve ser baseado sobre a coesão social. O interesse pela responsabilidade social das empresas corresponde a uma orientação diferente daquela que é defendida pelos apologistas do liberalismo económico. Esse interesse traduz a vontade de defender e enriquecer o chamado modelo social europeu, e de não contar apenas com o funcionamento das forças de mercado, para conseguir a 4

5 melhoria do nível de vida e das condições de vida das populações. Basicamente, a promoção da responsabilidade social das empresas deriva da ideia, que se vai espalhando cada vez mais, de que a empresa deve responder não só aos seus accionistas os shareholders, mas também aos interesses de todos aqueles que estão relacionados com as suas actividades os chamados stakeholders entre os quais se incluem os trabalhadores, os clientes, os fornecedores, a comunidade local em que essas empresas estão inseridas, etc. O conceito de responsabilidade social das empresas não é muito claro. Inclui muitos aspectos diferentes, entre os quais se podem apontar até o respeito pelos direitos fundamentais do homem, o combate à fraude e à corrupção, a protecção dos consumidores ou a protecção do ambiente, etc. Nalgumas áreas que cabem dentro do conceito de responsabilidade social das empresas, tem que se contar sobretudo com a legislação e com a acção compulsiva do Estado. Assim, por exemplo, em matéria de ambiente, ou em matéria de protecção dos direitos humanos, o Estado tem mais responsabilidades do que as próprias empresas. A responsabilidade social das empresas nunca será suficiente para resolver os problemas nesses domínios. Essa responsabilidade social assente em bases voluntárias, embora, frequentemente, com alguma pressão da comunidade sobre as empresas. Põem-se, portanto, nalgumas áreas, problemas de equilíbrio e de coordenação entre o que deve caber à legislação e ao poder compulsivo do Estado e aquilo que deve ser deixado à iniciativa e à responsabilidade social das empresas. A responsabilidade das empresas não corresponde apenas a solicitações da comunidade. Ela integra-se com frequência na defesa dos interesses económicos das próprias empresas, vistos numa perspectiva de longo prazo, e às vezes até de curto prazo. Temos visto, pelo mundo fora, que as reacções de grupos de cidadãos, como por exemplo, os movimentos de defesa do consumo responsável e os movimentos ambientalistas, levam as empresas a adoptar, no seu próprio interesse, certos tipos de comportamento responsável. As empresas também têm interesse em desenvolver iniciativas próprias no domínio da responsabilidade social, para evitar legislação compulsiva que, para prosseguir as mesmas finalidades, implicaria interferências públicas na sua actividade. Entre as questões que nos interessará considerar num debate sobre a responsabilidade social das empresas, uma das primeiras é a da identificação das áreas prioritárias de actuação: será a relação com os trabalhadores? Será a educação ao longo da vida dos próprios trabalhadores? Será a relação com as comunidades locais? Há também o problema da contribuição relativa da legislação e da acção voluntária das empresas em matéria de responsabilidade social. Há ainda o problema dos métodos para promover o desenvolvimento da responsabilidade social das empresas. O Livro Verde aponta alguns métodos, como, por exemplo, os relatórios e as avaliações sobre a actividade das empresas neste domínio, sobre a chamada etiquetagem ecológica e a etiquetagem da qualidade dos produtos, o estabelecimento de redes entre empresas para colaborarem em objectivos comuns, etc. Um aspecto importante a discutir é o da inserção das pequenas e médias empresas nos esforços de promoção da responsabilidade social das empresas. Quando se fala sobre esse 5

6 assunto, vemos algum protagonismo das empresas grandes e principalmente das multinacionais, mas as pequenas e médias empresas não podem ser completamente esquecidas, embora o problema seja difícil de tratar. Temos visto no nosso país, nomeadamente em casos de emprego de mão-de-obra ilegal e de acidentes de trabalho, que as grandes empresas devem ter alguma responsabilidade social pelo comportamento dos seus subcontratantes. A multinacional Nike teve dificuldades em vários países do mundo, porque alguns dos seus subcontratantes utilizavam mão-de-obra infantil. Finalmente, ao falarmos da responsabilidade social das empresas, não devemos colocarmo-nos na posição de ignorar que há ao mesmo tempo responsabilidade de outros agentes económicos. Muitas vezes, para que possam tomar iniciativas úteis e conseguir resultados nas áreas da responsabilidade social que mais as preocupam, as empresas precisam de alguma cooperação do Estado, dos trabalhadores, das comunidades locais e da população em geral. Tudo isto significa que questões para o nosso debate não vão faltar. O que nos vai faltar é tempo, porque temos pouco mais de 3 horas para todas as exposições e para todos os comentários. Não iremos sair daqui com respostas para todas as questões que vão ser formuladas. No entanto, podemos considerar que este Seminário é um passo inicial e que outras iniciativas poderão vir a completá-lo no futuro algumas, provavelmente sobre questões muito mais específicas. O CES vai procurar aproveitar muitos dos resultados do Seminário de hoje para elaborar um parecer sobre a Responsabilidade Social das Empresas. Estaremos à disposição não só da Secção Portuguesa do CEEP, mas também de outras entidades para procurar acolher nesse parecer as contribuições com que queiram beneficiar-nos. 6

7 Intervenção da Senhora Presidente da Secção Portuguesa do CEEP Dra. Maria José Constâncio O ano de 2002 vai marcar o início de uma nova fase da Secção Portuguesa do CEEP. Esta é a primeira sessão pública em que tenho oportunidade de anunciar que estão criadas as condições para que se constitua uma Associação das empresas com Participação Pública e de Interesse Económico Geral, no nosso país. Esta Associação constituirá a base representativa da Secção Portuguesa do CEEP, permitindo que se ultrapasse a situação informal em que uma empresa membro essa empresa tem sido a IPE, SA assegura a coordenação da Secção. A existência da Associação permitirá garantir estabilidade à representação de interesses que devemos assegurar a nível europeu e constituirá uma base mais clara de legitimidade, em Portugal, na colaboração com o Conselho Económico e Social. A Secção Portuguesa tem 51 Empresas Membros. Elas distribuem-se quer por sectores que passaram do monopólio à privatização como a Energia e as Telecomunicações, quer por novas áreas em que a estruturação dos mercados está ainda indefinida. Desde 1996 ano em que foi introduzido no Tratado da União Europeia o artigo 16º. que reconhece o estatuto dos Serviços de Interesse Geral (SIG) o CEEP tem ganho visibilidade e aumentado as sua influência abrangendo entidades quer públicas quer privadas desde que sejam concessionárias de serviços públicos ou estejam sujeitas por qualquer forma a obrigações de serviço público. Num contexto em que as Parcerias Público/Privado ganham espaço como formas de estruturar mercados, aumentar a eficiência e racionalizar recursos há cada vez mais sectores, tradicionalmente cobertos por soluções administrativas, que se abrem à iniciativa privada sujeita a Regulação Económica. O tema da REGULAÇÃO é, neste momento, o principal foco de reflexão no seio do CEEP pois é este conceito que permite alargar a área de influência dos Serviços de Interesse Geral a novos domínios. Está em curso a aplicação dos conceitos SIG/Regulação aos serviços de Educação e Saúde. O tema da Responsabilidade Social das Empresas (RES) diferencia-se do Interesse Geral e da Regulação porque se aplica a todas as empresas e ultrapassa as questões regulamentadas. Mas o conceito de Responsabilidade Social coloca uma pressão muito particular sobre as Empresas de Serviço Geral pois, naturalmente, estas devem ser as primeiras a assumir a sua responsabilidade em relação ao meio em que se inserem, sob pena de caírem em contradição com os seus objectivos públicos. No âmbito do Comité Económico e Social da União Europeia, o CEEP foi consultado sobre o Livro Verde da RSE. Gostaria de salientar os seguintes aspectos que fazem parte do parecer CEEP sobre o Livro Verde da Comissão. Em primeiro lugar a referência ao Conselho Europeu de Lisboa quanto ao apelo feito ao sentido de responsabilidade das empresas no domínio social no que respeita às boas 7

8 práticas ligadas à educação e à formação ao longo da vida, à organização do trabalho, à igualdade de oportunidades, à inserção social e ao desenvolvimento duradouro. Neste aspecto a Secção Portuguesa tem-se empenhado em organizar um programa que obedece a esta linha de acção nomeadamente quanto aos aspectos de formação para a mudança. Em segundo lugar o CEEP é favorável ao reconhecimento, no Livro Verde, do papel das empresas no desenvolvimento territorial e, mais particularmente, no contexto da globalização que pode pôr em causa a coesão territorial e social. Mas, segundo o parecer, o exercício da responsabilidade social deve ter em conta o contexto macroeconómico, de forma a não pesar sobre a competitividade das empresas europeias em relação a outras empresas do resto do mundo. As questões levantadas pela integração do ambiente na RSE são muito delicadas. O parecer do CEEP faz depender essa integração de factores económicos e de um trade off com a competitividade. É uma área que deveria ser objecto de estudos quantitativos que permitam criar sistemas de gestão ambiental susceptíveis de comparação entre países. No que respeita à saúde e segurança no trabalho, as principais questões relacionamse com a externalização do trabalho através de subcontratos. Para o CEEP, uma cultura de prevenção e de envolvimento de todas as partes exige a criação de um sistema de gestão integrado que o CEEP propõe. No que respeita à adaptação à mudança, é de salientar o apoio do CEEP às posições do Livro Verde quanto às consequências das reestruturações sectoriais. O CEEP recomenda que, numa óptica socialmente responsável, reestruturar é equilibrar e ter em conta os interesses e preocupações de todas as partes envolvidas pelas mudanças e pelas decisões. O Observatório da Mudança criado em Dublin poderá estar à altura de definir um método pró-activo de previsão e gestão das mudanças. Na parte final do parecer, o CEEP responde às questões levantadas pela Comissão no âmbito do Processo de Consulta ao nível do CES da União Europeia. Do conjunto de propostas saliento a recomendação quanto ao envolvimento de todos os parceiros sociais ao nível local, nacional e regional. A nível nacional é, naturalmente, o CES, em Portugal, a instância adequada para promover este debate, pois é esta instituição que reúne representação legítima de todos as partes interessadas. Por isso foi com grande satisfação que organizámos em conjunto este acontecimento. Espero que ele seja apenas o começo de uma colaboração que encaramos como muito promissora. Conforme a Comissão afirma no Livro Verde, o exercício da RSE é um investimento e não um custo. É um investimento para o qual mal começamos a estar atentos, pelo que viabilizá-lo, dar-lhe credibilidade e avaliá-lo significa percorrer todo um caminho de que apenas estamos no começo. 8

9 A Responsabilidade Social das Empresas: Conceito, Enquadramento e Prática 9

10 A Responsabilidade Social das Empresas: complemento ou sucedâneo do Estado Social? Orador: Professor Doutor António Castro Guerra * 1 O ponto de partida da minha intervenção é o Livro Verde da CE de , sobre o tema Promover um Quadro Europeu para a Responsabilidade Social das Empresas. Parto do pressuposto de que este documento é do conhecimento de todos, o que me dispensa de o apresentar detalhadamente, ou sintetizar. Começo por dizer que não me considero particularmente habilitado para abordar o tema deste seminário. Por isso, não tenho a pretensão de apresentar uma visão pessoal da responsabilidade social das empresas, o que, de resto, é um tema em construção. Aceitei o repto de o introduzir neste seminário, por considerar que a crescente importância das empresas e do mercado na estruturação das sociedades modernas, lhes trazem responsabilidades acrescidas às escalas local, regional, nacional e planetária, um debate do qual não quero ficar arredado. A questão é, no entanto, pelo menos por agora, mais ética do que económica e está longe de ser um traço de cultura, generalizado, nas sociedades de mercado, apesar da existência de manifestações de empresas isoladas ou de clubes de empresas, por regra de grande dimensão, organizadamente empenhadas, que visam a publicitação do seu pendor social. Na minha intervenção, enfatizo os limites e potencialidades dos caminhos apontados no Livro Verde, tendo em vista um salto qualitativo do papel da empresa no domínio da sua responsabilidade perante todos aqueles que com ela enquanto sistema se relacionam. Isto é, os seus stakeholders na acepção mais lata do termo: todos aqueles que contribuem para o sucesso da empresa, incluindo accionistas, trabalhadores, fornecedores, inclusos os financiadores, clientes, comunidades, Estado, etc. 2 Nas sociedades modernas, são múltiplos os domínios em que as actividades das empresas estão já reguladas e/ou regulamentadas. Realce para os domínios económicos onde emergem leis e regulamentos com incidência fiscal, laboral, societária, etc., para os domínios sociais onde pontuam leis e regulamentos sobre higiene, segurança, formação, saúde e medicina no trabalho, etc., e os domínios ambientais fixando um quadro de restrições ao consumo desregrado de recursos naturais e de bens ambientais, etc. Pela via incentivadora ou inibidora, este quadro legal e regulamentar tipifica um contexto, variável de país para país, em que as empresas assumem, ou são constrangidas a assumir, um certo nível de responsabilidades perante os meios sociais em que operam. O carácter mais ou menos espontâneo de adesão e obediência a este quadro legal e regulamentar tem muito a ver com a força das opiniões públicas e com os valores dominantes naqueles meios sociais, muitos deles segregados num quadro de conflitualidade manejável, próprio das democracias modernas. * Presidente do Conselho de Administração do IPE. Professor do ISEG e Conselheiro do CES. 10

11 3 A recorrente colocação na ordem do dia do tema da responsabilidade social das empresas, agora através do Livro Verde Promover um Quadro Europeu para a Responsabilidade Social das Empresas, levanta várias interrogações, que importa equacionar, para se perceberem os limites da ordem social e ambiental vigentes e as potencialidades inerentes a uma nova ordem que se pretende pensar e incentivar, a uma escala supranacional: Desde logo, a primeira interrogação tem a ver com a questão de saber se, às escalas local, regional e nacional, os quadros legais e regulamentares vigentes e/ou as instâncias que observam a sua aplicação, são insuficientes e/ou ineficazes para modelarem uma visão e uma praxis mais abrangentes da responsabilidade social das empresas. Ou se, sendo suficientes e eficazes, não existem condições políticas e sociais para, pelas vias legais e regulamentares, se aprofundarem os direitos sociais e ambientais, através do Estado, nas suas múltiplas manifestações institucionais. Isto porque, se generalizou a ideia de que os Estados hoje fortemente questionados são caros, ineficientes e apresentam elevados custos de transacção no enforcement da lei e dos regulamentos, etc. A segunda interrogação, complementar da primeira, é a seguinte: será a cultura da responsabilidade voluntariamente assumida pelas empresas em particular e pelas sociedades civis em geral um complemento ou um sucedâneo dos Estados, no fomento e garante dos direitos sociais e ambientais? A terceira interrogação, complementar das duas anteriores é esta: quais as potencialidades de um quadro europeu para a promoção da responsabilidade social das empresas? 4 Segundo o Livro Verde,...ser socialmente responsável significa não somente satisfazer plenamente as obrigações jurídicas aplicáveis, mas também ir além disso e, com vantagem, investir no capital humano, no ambiente e nas relações com todas as partes envolvidas (ponto 2.20). Noutra passagem do Livro Verde pode ler-se...a maior parte das definições da responsabilidade social das empresas descrevem este conceito como a integração voluntária de preocupações sociais e ecológicas das empresas nas suas actividades comerciais e nas suas relações com as partes envolvidas (ponto 1.8). Vê-se, pois, que as citações do Livro Verde apelam...à integração voluntária de preocupações sociais e ecológicas das empresas nas suas actividades comerciais e nas suas relações com as partes envolvidas..., indo além das..obrigações jurídicas vigentes... Por outro lado, o Conselho Europeu de Lisboa parece apontar nos sentidos anteriores ao fazer apelo...às responsabilidades das empresas no domínio social, às boas práticas ligadas à educação e à formação ao longo da vida, à organização do trabalho, à igualdade de oportunidades, à inserção social é ao desenvolvimento sustentado (ponto 1.13). Noutro passo, refere-se que a responsabilidade social das empresas deve ser instrumental...para 11

12 se construir uma economia do conhecimento dinâmica e competitiva fundada sobre a coesão. 5 Ao nível da UE e de outras instâncias internacionais referidas no Livro Verde é constante a ideia de complementaridade na assumpção voluntária pelas empresas, de um conjunto de responsabilidade sociais, que tradicionalmente relevavam fundamentalmente das funções do Estado, pelas vias incitadoras ou coercivas: Responsabilidades sociais das empresas na dimensão interna formação e qualificação dos recursos humanos; saúde e segurança no trabalho; adaptação à mudança, em particular em contextos de reestruturações empresariais e sectoriais; gestão dos recursos ambientais e dos bens ambientais consumidos; Responsabilidades sociais das empresas na dimensão externa entrosamento com as comunidades locais; estreita colaboração com os parceiros comerciais, fornecedores e consumidores; respeito pelos direitos do homem; preocupações ambientais à escala planetária, etc. 6 A natureza voluntária/legalmente não coerciva das responsabilidades sociais acrescidas das empresas levanta duas questões da maior importância: Num quadro de valores dominados pelo império do cálculo económico, qual a motivação e interesse das empresas em serem socialmente mais responsáveis? Na ausência dos elementos de coercividade ou incitadores clássicos (Estado), que factores podem acelerar a estruturação de uma cultura de maior responsabilidade social por parte das empresas? 7 Segundo o Livro Verde, numa perspectiva de longo prazo, as empresas têm interesse em serem socialmente mais responsáveis: a produtividade e a competitividade podem resultar acrescidas com um maior empenhamento na formação e qualificação do capital humano, melhorando as condições de trabalho dos seus empregados, programando as mudanças que ocorrem a ritmos cada vez mais acelerados, consumindo menos recursos naturais e bens ambientais por unidade de produto, entrosando-se melhor com as comunidades em que operam, colaborando mais intensamente com os seus parceiros comerciais, fornecedores e consumidores, respeitando mais os direitos do homem. Noutro plano, equacionando as questões ambientais à escala planetária, etc. O Livro Verde focaliza duas ideias centrais no estabelecimento de uma relação positiva entre produtividade e competitividade, por um lado, e responsabilidade social, por outro: A gestão da reputação da empresa, à medida que se elevam os níveis de consciência dos cidadãos e se alteram as preferências dos consumidores pelos bens e serviços das empresas socialmente bem comportadas; A relativização não a condenação da ideia de competição pela ideia de cooperação. 12

13 Se é certo que reputação e cooperação são dois domínios que podem contribuir para a produtividade e competitividade das empresas, não está feita a prova inequívoca e, por isso, não é pacificamente aceite a ideia, de que uma maior responsabilidade social das empresas, pelo menos no curto prazo, não é penalizadora da sua rentabilidade. A assumpção de custos certos os custos de uma responsabilidade social acrescida em contextos de resultados incertos ganhos de produtividade e competitividade pode ser retardada perante a ausência de mecanismos coercivos ou incitadores formais e informais, que discriminem negativamente as empresas que não respeitem padrões aceitáveis de responsabilidade social. Neste quadro, a questão que se põe é esta: como acelerar o ritmo de adesão voluntária das empresas a práticas reconhecidas como socialmente mais responsáveis? A produção espontânea de relatórios e de auditorias de responsabilidade social, a criação e valorização de rótulos sociais e de rótulos ecológicos, a definição e reconhecimento internacional de índices de igual pendor, bem como a discriminação positiva do sistema financeiro, do mercado de capitais e dos fundos de investimento, relativamente às empresas que investem de forma socialmente responsável, pode ajudar a acelerar o ritmo de evolução das empresas para uma nova praxis e cultura empresariais. A emergência de movimentos de opinião e a alteração dos padrões de preferência dos consumidores, a favor de bens e serviços produzidos pelas empresas socialmente bem comportadas, podem também ser altamente instrumentais das mudanças empresariais. 8 Não obstante a responsabilidade social de muitas empresas ou a falta dela se manifestar à escala internacional ou planetária, os Estados-Nação são ainda os quadros institucionais dominantes em que se organiza a vida das comunidades. Por isso, as autoridades nacionais, regionais e locais não devem demitir-se da propositura e enforcement de quadros legais e regulamentares exigentes, associados à responsabilidade das empresas, compatíveis com as sociedades democráticas avançadas. Se a via coerciva tem limites evidentes, a discriminação positiva, pela via incitadora quadros fiscais, financeiros e regulamentares mais favoráveis, atribuição de prémios, p.ex. das empresas que fazem o benchmarking da responsabilidade social, pode ser uma via a seguir. 9 O primado dos contextos nacionais, regionais e locais, no aprofundamento de uma cultura de maior responsabilidade social por parte das empresas não é incompatível com a fixação de um quadro supranacional de iniciativas, nomeadamente comunitário. Desde logo, pelas seguintes razões: Muitas empresas, em particular as FMN, têm como arenas competitivas pela via comercial e/ou produtiva espaços económicos supranacionais; O melhor quadro de referência do benchmarking da responsabilidade social das empresas é, como noutros domínios, o quadro internacional; 13

14 A legitimidade dos governos nacionais, regionais e locais para aprofundarem, nos respectivos países, a responsabilidade social das empresas, aumenta com a invocação das melhores práticas à escala internacional, sobretudo se promovidas e validadas por instituições supranacionais de natureza pública e/ou privada. É neste contexto que devemos situar a publicação para discussão do Livro Verde Promover uma Quadro Europeu para a Responsabilidade Social das Empresas, pela CE, e de outras iniciativas organizacionais e editoriais de outras instâncias internacionais Nações Unidas; OCDE, OIT bem como iniciativas nacionais com forte envolvimento de organizações não governamentais e de empresas privadas. 10 A este propósito, vale a pena referir o trabalho da Business Impact Taskforce, criada em 1998 em Inglaterra, sob o alto patrocínio do Príncipe de Gales, para fornecer uma referência sobre os argumentos comerciais, as boas práticas e os métodos de medida sobre todos os aspectos da responsabilidade da empresa. O seu hand-book, que pode ser consultado no endereço merece ser estudado, tendo em vista a difusão do tema da responsabilidade social das empresas em Portugal. Com efeito, este hand-book merece ser estudado, porque é fonte de inspiração a vários títulos: Aborda a responsabilidade social das empresas de cinco pontos de vista: a força de trabalho; o mercado; o ambiente; a comunidade; os direitos humanos; Para o conjunto destes cinco domínios, propõe um plano de acção e uma bateria de indicadores considerando três níveis de envolvimento da empresa associados a diferentes modelos de concertação no interior das empresas; Apresenta exemplos de empresas, fazendo a prova de que, numa perspectiva de longo prazo, ser socialmente responsável está positivamente correlacionado com a rentabilidade. Neste particular, ganham relevância as formas de concertação social segundo estratégias winner-winner e as manifestações de entrosamento com as comunidades locais nos domínios da educação/formação, cultura, desporto, assistência, etc., Define metodologias de publicitação do empenhamento das empresas em matéria de responsabilidade social; Propõe um índice sintético que permite hierarquizar as empresas em termos da intensidade do seu empenhamento em matéria de responsabilidade social; Define uma metodologia de self-assessment para aplicação voluntária nas empresas tendo em vista o seu auto-exame no domínio da responsabilidade social; Sintetiza a experiência inglesa na matéria e dá conta de um conjunto de experiências internacionais que podem servir de fonte de inspiração para Portugal. 14

15 11 Seria bom que este seminário não se esgotasse em si mesmo. O desejável é que servisse de ponto de partida para a criação de um quadro institucional que reunisse, num horizonte não muito longo, entre outras instituições, um bom número de empresas socialmente mais responsáveis e um centro de investigação universitário. Um alto patrocinador da iniciativa deveria conferir-lhe a maior dignidade. Como programa de acção imediata da estrutura de suporte (uma taskforce p.ex.) à criação daquele quadro institucional antevejo: A identificação dos domínios a contemplar do ponto de vista da responsabilidade social das empresas (poderia tomar-se como referência as identificadas no Livro Verde da CE e no hand-book do Business Impact Taskforce ); A identificação e mobilização das empresas portuguesas e sedeadas em Portugal já com a preocupações inequívocas naqueles domínios; A tipificação de formas de concertação e a definição de uma metodologia de abordagem processo e indicadores de medida interna às empresas; A definição de uma metodologia de divulgação de resultados e sua relação com a produtividade e competitividade das empresas; A construção de rótulos e de um índice ou adopção dos já afirmados internacionalmente tendo em vista a sinalização positiva das empresas perante os seus stakeholders, em particular, e a sociedade, em geral; O convencimento do Estado nas suas manifestações nacional, regional e local do sistema financeiro, dos fundos de investimento e do mercado de capitais, para formas de discriminação positiva das empresas com inequívocas preocupações e práticas de responsabilidade social; A ligação em rede com outras instituições de outros países ou internacionais dedicadas ao tema deste seminário. 12 É tempo de acabar para que se siga o debate. Acabo, fixando a questões que se me afiguram relevantes discutir: Devemos entender o aprofundamento da responsabilidade social das empresas como um sucedâneo ou um complemento da responsabilidade dos Estados? Esta questão é-me sugerida pela onda de contestação que se abate sobre o Estado Social, num contexto de globalização e de apropriação pelos Estados de valores que rondam, em média, os 50% dos PIB nacionais; Quais os incentivos das empresas para aumentarem, voluntariamente, o seu grau de adesão a um quadro de responsabilidades sociais mais exigente, num contexto dominado pelo império do cálculo económico? Ponho-me esta questão, porque não é inequívoca, pelo menos no curto prazo o shortismo domina os quadros decisionais dos agentes económicos e políticos a relação entre responsabilidade social e rentabilidade; 15

16 Que mecanismos de discriminação positiva devem ser criados e aprofundados para acelerar o ritmo de evolução das empresas para uma nova praxis e cultura empresariais? Esta interrogação deriva do facto de considerar que, em democracia, a via coerciva para induzir comportamentos aos agentes económicos, tem desvantagens relativamente a quadros de incentivos bem desenhados; Qual o papel dos movimentos de opinião e dos padrões de preferência dos consumidores para induzir comportamentos mais responsáveis às empresas? Esta interrogação releva do facto de a reputação das empresas ser um activo importante e o mercado ser o grande mecanismo de validação das suas actividades; O que fazer no day after a este seminário, para que aumente a responsabilidade social das empresas sedeadas em Portugal? Proponho que discutamos estas (e outras) questões tendo como pano de fundo a seguinte: se não existem civilizações fortes sem uma eficiente base material, vale a pena relembrar a máxima de que a economia é um meio e não um fim; a globalização dos mercados e a perda da importância dos Estados-Nação são um bom ponto de partida para relativizarmos a competição como estado de espírito e humanizarmos as relações económicas; a globalização e a perda de importância dos Estados-Nação não nos deve fazer esquecer que o nível local é o nível privilegiado de manifestações efectivas (negativas ou positivas) das empresas em todos os domínios relevantes da sua desejável responsabilidade social. 16

17 Comentador: Dr. Eduardo Catroga * Em primeiro lugar, agradeço ao Dr. Silva Lopes, na sua qualidade de Presidente do Conselho Económico e Social, o convite em nome da organização e, portanto, os meus agradecimentos estendem-se à secção Portuguesa do CEEP, para apresentar as minhas reflexões sobre um tema da maior importância no processo de desenvolvimento económico, que é toda a problemática da responsabilidade social das empresas. Comecemos por caracterizar os grupos interessados na empresa. 1. DA VISÃO CLÁSSICA À VISÃO MULTIPOLAR A visão dualista, patrão operário, característica da primeira metade do séc. XX, foi-se progressivamente esbatendo, dando origem a um formato institucional triplo à medida que as empresas aumentavam a sua dimensão e complexidade ou se transformavam em sociedades de capital aberto, distinguindo-se então três tipos de interessados: (i) os proprietários ou accionistas, que representam aquilo que tradicionalmente se considera a propriedade; (ii) os dirigentes ou quadros, que são os gestores com um papel cada vez mais activo na vida e no progresso das empresas e que nem sempre estão ligados à detenção do capital; e (iii) os trabalhadores, que aparecem face ao exterior como um conjunto anónimo de pessoas mas que têm uma vivência forte com a empresa com a qual interagem em múltiplas dimensões. Mais moderadamente, tem-se vindo a evoluir para uma nova visão da empresa, uma visão multipolar, já não só constituída por aqueles três grupos de interessados, mas envolvendo também outros stakeholders actores que se interrelacionam com a gestão das empresas. Como os clientes, os fornecedores, os movimentos ecológicos, os corpos sociais intermédios tais como escolas e institutos tecnológicos e científicos, que com a empresa partilham experiências, competências e recursos assim como as autoridades legislativas e reguladoras. Esta nova visão multipolar da empresa radica na perspectiva que a produção da empresa (o seu output) tem componentes sociais de vários tipos: (i) criação de riqueza económica, a base do progresso social; (ii) desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes internos, gestores e empregados; (ii) valor dos produtos e serviços, que transcende o puro significado económico; e (iv) a continuidade da própria empresa como instituição. 2. A OBSESSÃO PELO CRITÉRIO DE CRIAÇÃO DE VALOR PARA O ACCIONISTA Em contraste com a tendência da visão multipolar, o objectivo de criação de valor para o accionista tem estado ultimamente na moda na concepção das estratégias empresariais, nomeadamente em relação às empresas cotadas na bolsa. O que conduz a uma visão redutora da empresa. * SAPEC Portugal SGPS. 17

18 Tal conceito apareceu, pela primeira vez, nos livros de finanças empresariais nos finais dos anos sessenta, mas só na última década é que surgiu com força no discurso das elites empresariais nos países desenvolvidos. No entanto, esta moda parece ter pouco fundamento, pois a experiência demonstra que as melhores empresas, as empresas de excelência, não seguiram este caminho. Aqueles que maior valor criaram para o accionista não consideravam este aspecto como um objectivo prioritário. Mesmo nos EUA. Um livro recente de dois professores da Universidade de Stanford aborda o tema de forma clara e simples: Empresas que perduram, de J.C. Collins e J. Ponas. Os autores seleccionaram dezoito empresas que durante muitos anos foram e continuam a ser o melhor exemplo de excelência na gestão. Empresas líderes no seu sector, amplamente reconhecidas e invejadas pelos seus concorrentes e que deixaram marcas no mundo em que vivemos. São as melhores empresas que puderam encontrar. Comparam cada uma delas com outra boa empresa do mesmo sector, procurando assim identificar os traços chave que distinguem uma empresa excelente de outra simplesmente boa. Uma das conclusões é que as melhores empresas têm um grupo de objectivos, de que ganhar dinheiro é um deles, mas não o principal. Apesar disso, estas empresas acabam por ser mais rendíveis do que aquelas que se orientam para o lucro, e também são as que criam maiores valorizações. Os responsáveis das melhores empresas têm ideias claras sobre a criação de valor. O Presidente da Hewlett-Packard comentava há poucos anos: Maximizar a riqueza dos accionistas sempre esteve num ponto secundário na nossa lista. Embora os lucros sejam necessários para poder trabalhar, nunca foram um fim em si mesmo. Se dermos verdadeira satisfação aos clientes, então seremos rendíveis. Outra empresa histórica (a Johnson & Johnson, fundada em 1886), desde o início do século XX que afirma que antepunha o serviço aos clientes e o interesse pelos empregados ao rendimento dos accionistas. Mais tarde, em 1943, apareceu um documento O nosso Credo onde se assinalam as prioridades: (1) os clientes; (2) os empregados; (3) a equipa de dirigentes; (4) a comunidade; (5) os accionistas. Não se trata de uma mera declaração de princípios. Usa-se diariamente para orientar a acção da empresa. Um empregado pode pedir que se reveja a decisão se pensar que não respeita estes princípios. É certo que esta forma de pensar não se vê nas muitas empresas orientadas para a criação de valor, onde alguns dirigentes chegam a estar dependentes da evolução das cotações bolsistas enquanto trabalham. A preocupação com a rendibilidade de curto prazo suplanta tudo, embora isso seja feito em detrimento, por exemplo, da atenção devida aos clientes e ás pessoas que nelas trabalham. Mas não é esta a lição que se retira do grupo de empresas de excelência de gestão: a forma mais segura de dar valor ao accionista é antepor os interesses dos clientes e dos empregados. 18

19 3. A EMPRESA DEVE PROCURAR OPTIMIZAR O VALOR ACRESCENTADO DE UMA FORMA SUSTENTADA A empresa é a célula base da actividade económica, a fonte principal do valor acrescentado gerado, a base do desenvolvimento económico e social de uma sociedade. Ela deve optimizar a aplicação dos recursos financeiros e humanos que lhe estão afectos, buscando a máxima eficiência estratégica e operacional. Na consecução deste objectivo, deve compatibilizar os interesses dos vários grupos interessados, nomeadamente: (i) accionistas (remuneração e crescimento); (ii) gestores (remuneração e carreiras); (iii) trabalhadores (remuneração/estabilidade no emprego e formação); (iv) a satisfação dos clientes (propostas de valor adequadas); (v) as responsabilidade para com as comunidades envolventes (ex. respeito pelos consumidores e pelo ambiente). O valor acrescentado gerado deve ser distribuído de forma justa: (i) dividendos e autofinanciamento; (ii) salários e remunerações; (iii) impostos, que vão financiar as políticas públicas de redistribuição. Para maximizar o valor acrescentado gerado de uma forma sustentada, a empresa, na minha perspectiva, tem a responsabilidade social de procurar ser competitiva de forma continuada, desenvolvendo estratégias competitivas adequadas tendo presente os interesses dos vários grupos nela interessados. Mas, para tanto, a empresa tem que dispor de um enquadramento geral da actividade económica de uma envolvente externa que seja favorável à concretização desse desiderato. Ora, na criação de um ambiente geral favorável à obtenção de uma competitividade sustentada, os governos e os grupos sociais que interagem com a empresa, têm enormes responsabilidades sociais para com ela. A empresa para ser competitiva condição essencial para a sua contribuição para os objectivos económicos e sociais da sociedade como um todo tem que dispor de um ambiente externo (business environment) de qualidade. Tal é da responsabilidade das administrações públicas, legislativas e regulamentares, dos órgãos representativos dos trabalhadores, dos sindicatos, das associações de consumidores e ambientalistas, etc. Se é frequente falar-se na responsabilidade social das empresas, entendida na visão multipolar atrás caracterizada, é menos frequente serem assinaladas as responsabilidades dos vários grupos sociais para com a empresa, no sentido da construção de uma envolvente externa amiga da eficiência da actividade empresarial e da inovação. Eu diria que se tem de caminhar para uma consciência social sobre as responsabilidades mútuas: da empresa para com os vários grupos sociais; e destes para com a empresa. Só assim será possível um novo impulso para uma sociedade mais desenvolvida, mais competitiva e mais justa, em todas as dimensões. 19

20 Comentador: Dr. João Salgueiro * Muito obrigado aos organizadores, por esta oportunidade de aqui apresentar algumas interrogações e alguns desafios. Em última análise, o convite que nos fazem, é para reflectir sobre o papel das empresas em favor de um autêntico desenvolvimento sustentado. Há pois um convite implícito para pensar a evolução portuguesa e a evolução mundial de forma mais exigente. Para além das responsabilidades legais, importa que as empresas tenham um papel activo no progresso das normas ecológicas, e no progresso social, encorajar uma maior intervenção e um maior diálogo com as comunidades locais. Considero que esse convite não poderia ser mais oportuno, quando pensamos na presente realidade portuguesa. No caso português, discutir e progredir para um patamar mais exigente, torna ainda mais flagrante a resignação perante os incumprimentos da lei. É intolerável manter o clima de irresponsabilidade face ao desmazelo que se generaliza entre nós, no combate à ilegalidade, aos abusos, desperdícios e favorecimentos ilícitos. Para além de análises eruditas, é indispensável que a detecção de situações irregulares tenham consequências, responsabilizando os diversos agentes envolvidos, na prática situações de cumplicidade objectiva e não apenas quanto aos direitos sociais ou às normas ambientais. Todos nos lembramos de ler comentários de viajantes estrangeiros que vieram a Portugal nos séculos XVIII e XIX, coincidentes no mesmo diagnóstico: o espanto por ver que os portugueses eram surpreendentemente actualizados na discussão de todas as inquietações intelectuais da Europa e, ao mesmo tempo, coexistiam com o atraso mais abjecto e com o lixo mais incomportável. Espantavam-se que ainda houvesse despejos para a rua, que houvesse esgotos a céu aberto, que não houvesse um sistema de instrução pública minimamente eficaz e que, ao mesmo tempo, nos salões, se discutissem os mesmos temas que se discutiam em Paris todas as correntes intelectuais e todas as modas literárias e científicas. Espantavam-se como é que uma classe dirigente aparentemente tão evoluída, era capaz de coexistir com formas de atraso tão básicas. Eu considero que a mesma realidade se mantém ainda hoje nas suas contradições fundamentais. Nestes últimos dias estamos a viver episódios que comprovam até que ponto coexistimos com a irresponsabilidade. Ontem, a independência de Timor foi a última etapa de uma experiência trágica e lamentável: a falta de capacidade da classe dirigente portuguesa e do povo português no seu conjunto, para assumir as responsabilidades que tinha em matéria colonial e preparar a evolução para uma autodeterminação coerente. Portugal foi capaz de coexistir, apesar de vozes isoladas, com décadas de impreparação. E depois aceitou um abandonar precipitado, com enormes custos humanos para centenas de milhar de portugueses e para todos os territórios que estavam sobre a nossa administração. Podíamos dizer que foi um episódio isolado, mas infelizmente acho que não foi um episódio isolado. Estamos a viver sucessivos exemplos de irresponsabilidade, felizmente menos trágicos. Um exemplo desta semana, a polémica sobre a televisão: é difícil * Presidente da Associação Portuguesa de Bancos. Vice-Presidente do Conselho Económico e Social. 20

21 imaginar que se avance sem o mínimo esclarecimento, mas, também, é igualmente difícil imaginar que se tenha coexistido, durante anos e anos, com o empolamento de quadros, com despesas desproporcionadas, com contratos difíceis de justificar, sem uma discussão mínima sobre o que deve ser um serviço público. Como é possível o meio mais influente de informação e de cultura, para as novas gerações e para a maioria do nosso povo, estar abandonado até este ponto. E é provável que vamos ter como tivemos na descolonização decisões precipitadas, porque não as preparamos a tempo, com profissionalismo e sentido de responsabilidade. Para mim, o mais importante que encontro nos textos que devemos comentar, pensando como português no momento de hoje, é uma frase do livro verde o número 22 da página 7. Diz o seguinte: no entanto, a responsabilidade social das empresas não pode ser vista como um substituto para a regulamentação e legislação, no que respeita aos direitos sociais, às normas ambientais, incluindo a elaboração de uma legislação apropriada. Nos países onde essas regulamentações não existem, os esforços devem concentrar-se em pôr em vigor um quadro regulamentar ou legislativo adequado, para definir uma base suficiente, a partir da qual as práticas, socialmente responsáveis, possam ser desenvolvidas. Acho que estamos a discutir avanços e melhorias essenciais para um autêntico desenvolvimento, e é importante que as discutamos, no domínio do que deve ser e das ideias do futuro. Mas estamos a coexistir, ao mesmo tempo, com uma fortíssima irresponsabilidade sobre as realidades que temos neste momento, em Portugal. Esse é o tema da minha intervenção. As nossas responsabilidades sociais, antes de mais, têm que ver com o quadro insatisfatório que estamos a viver. No texto referido fala-se da falta de legislação. No caso português é mais grave porque, além de uma legislação inadequada, temos o seu incumprimento generalizado. É difícil imaginar que possa haver progresso, com alguma base, se não se tomarem a sério as normas que são essenciais e que deviam ser respeitadas por todos. Se olharmos para a nossa realidade recente, um dos episódios que mais chamou as atenções os portugueses vão sempre atrás do que é notícia e depois esquecem-se outra vez das questões foi o problema da mortalidade na estrada. De facto, está-se agora a morrer mais na estrada do que se morreu no ano anterior; mas já não está na agenda. E o que entretanto se fez para corrigir essa situação foi praticamente nada. Há meses a discussão fez-se centrada na taxa de 0,2 de álcool, sem diagnóstico suficiente. Não se sabe quais são as causas mais frequentes de morte na estrada e em que circunstâncias; não há estatísticas, não há uma legislação realista, aceita-se o seu incumprimento basta passar ao pé de algumas esquadras de polícia e ver o incumprimento do código que está patente nos estacionamentos. Mas, depois, espera-se que, nas estradas, os condutores se portem de forma diferente com rigoroso cumprimento do código. Também toda a polémica quanto à evasão fiscal quanto a mim é uma mistura de demagogia e falta de profissionalismo. As atenções foram fixadas nos sectores onde há menor evasão para, obviamente, não se focarem nos sectores onde há mais evasão. Admite-se que um imposto como a Sisa que é um imposto facílimo de controlar, seja de incumprimento generalizado? É difícil de explicar o descontrolo quando os prédios não se 21

22 podem deslocar e os preços são conhecidos, até por anúncios, e se divulgam os valores por metro quadrado, por bairros e por localidades. Diz-se também que há grande evasão fiscal na banca quando, evidentemente, se trata do sector em que tal é menos provável, porque é o único sector onde os controlos são suficientes existe um pequeno número de empresas de grande visibilidade, nacionalizadas ou que estão cotadas em bolsa, todas auditadas, com rating, e sujeitas à inspecção do Banco de Portugal. Diz-se que a Sisa e o IRC bancários são mal controlados, demonstrando limitações flagrantes da Administração Fiscal, e depois quer-se que o país cumpra em domínios de mais fácil evasão... Todos nós as empresas, os cidadãos face a um quadro legal que não é respeitado, coexistimos muito facilmente com essa realidade. Mas há, também, o que é mais grave, toda uma série de desafios que estão bem à vista e que condicionam o nosso futuro, mas que os portugueses ignoram na prática. Sabemos que temos um quadro de produtividade que os colegas já aqui referiram que não vai sobreviver dentro de muito poucos anos. Somos o país com mais baixa produtividade de toda a União Europeia, e com muitos escassos progressos nos últimos anos. Quando as comparações se fazem pela conversão à taxa de câmbio a que é relevante para os bens transaccionáveis, que constituem a base da nossa competitividade ; não se regista convergência aceitável desde que entrámos na União Europeia. Mas confortamo-nos com os progressos que resultam da conversão em paridades do poder de compra. Temos os mais baixos salários dentro da Zona Euro; igualmente, sabemos que o perfil da nossa produção evidencia todos os sintomas de estar a entrar em ruptura, com défices externos incomportáveis; excessivo endividamento do sector privado; perdemos cota de mercado nos últimos 3 anos, no conjunto das nossas exportações. E, no entanto, a reflexão faz-se em regra como se as rupturas de competitividade pudessem ser ignoradas. Agora as atenções estão voltadas para a necessária consolidação das finanças do Estado, porque nos é imposta do exterior. Mas continuamos a coexistir com a ausência das reformas básicas, como se não fossem urgentes. Os indicadores internacionais da OCDE e da União Europeia mostram que os recursos que estamos a dedicar à saúde e à educação, são superiores à média da União Europeia, mas que a qualidade é muito inferior. Temos uma situação, na justiça, que é inaceitável numa sociedade moderna, com as demoras, com as prescrições em relação a casos graves e mediáticos. Como é que é possível haver prescrições em casos que estão na agenda diária dos jornais? Considero como todos nós indispensável que se suba o clima de exigência, mas defrontamos antes o incumprimento de um patamar básico. É significativo que a Cimeira de Lisboa se tenha caracterizado como a Cimeira da modernidade, da sociedade da informação, com o objectivo de tornar a Europa a economia mais avançada. Mas o grau de literacia continua entre nós a ser o que é, e não houve medidas eficazes para corrigir a situação. Pelo contrário, durante anos, fez-se o possível para não publicar os resultados, que existiam, da avaliação das escolas. Sabe-se também que há um excesso de pessoal docente não adaptado às exigências da realidade e taxas anormais de abandono escolar. Em quase todos os sectores defrontamos a necessidade e urgência de reformas essenciais, sucessivamente adiadas. Mais uma vez estamos, assim, a coexistir com 22

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