Pratica IV- Civil 10º semestres
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- Manoel Mirandela de Mendonça
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1 AULA 8 EMBARGOS. Embargos à Execução Os embargos são o meio de defesa do executado, comumente denominados embargos do devedor e embargos à execução. São apresentados pelo próprio devedor, após a citação, de modo escrito, no curso do processo de execução. Os embargos do devedor estão previstos nos artigos 736 a 747 do Código de Processo Civil, e possuem diversas peculiaridades que os diferenciam da defesa comum (contestação). São utilizados apenas para defesa do executado em processos de execução, ou seja, quando a execução se fundamenta num título executivo EXTRAJUDICIAL. PROCEDIMENTO DOS EMBARGOS DEVEDOR/À EXECUÇÃO 1) Embargos são oferecidos no prazo de 15 dias (CPC, art.738); 2) São autuados em apartado, distribuídos por dependência, com cópias necessárias do processo de execução (CPC, art.736, caput e p.u.) 3) Matérias que podem ser alegadas (CPC, art.745): - qualquer matéria de defesa, visto que ainda não houve prévia manifestação no Poder Judiciário; - o CPC menciona expressamente, também: I- Nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado; II- Penhora incorreta, ou avaliação errônea; III- Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções (*cf. CPC, art. 739-A 5º); IV- Retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega de coisa certa 4) Em regra, não há suspensão da execução (CPC, art.739-a); excepcionalmente, pode ser concedido o efeito suspensivo (CPC, art.739-a, 1º - juízo garantido, relevância dos argumentos e grave dano); 1
2 5) réu nos embargos (embargado exequente) poderá se manifestar em 15 dias (CPC, art.740); 6) haverá dilação probatória, se necessário (CPC, art.740); 7) decisão do juiz (sentença passível de ser atacada por apelação). ROTEIRO PARA PETIÇÃO OS EMBARGOS DO DEVEDOR/À EXECUÇÃO Requisitos Endereçamento Art 282 do CPC, independem de garantia do Juízo. Mesmo juízo da execução (distribuição por dependência, porém, autuado em apartado e instruído com cópias c.f. art. 736 e parágrafo único); Partes Tratamento: Embargante (executado) e Embargado ( exequente) Hipóteses de cabimento e Defesa em processos de execução ( titulo executivo Prazo extrajudicial). 15 dias a contar da juntada da citação positiva aos autos. Independe de penhora. Cada executado, se houver litisconsórcio passivo na execução, tem prazo independente para apresentar os embargos. ( art 738 parágrafo primeiro) Fundamento legal Arts. 736 a 740 e 745 e 745- A do CPC Pedidos e requerimentos Recebimento dos embargos com a suspensão da execução e procedência para (desconstituir o título, reconhecer o excesso de execução etc depende do caso concreto) e a condenação ao pagamento de custas e honorários; intimação do embargado (CPC, art.740), na pessoa de seu procurador, para que apresente impugnação no prazo legal, sob pena de revelia. Requer provas; Valor da Causa Mesmo a Ação de Execução, no caso de discussão total do débito/título. Se há discussão parcial, o valor da causa será o valor discutido; 2
3 EMBARGOS DE TERCEIRO CONCEITO: Embargos de terceiro é um remédio processual que a parte estranha a uma lide se vale quando quer afastar de seu patrimônio um esbulho judicial ou no dizer de ENRICO TULLIO LIEBMAN, e a "ação proposta por terceiro em defesa de seus bens contra execuções alheias." ROTEIRO PARA PETIÇÃO OS EMBARGOS DO DEVEDOR/À EXECUÇÃO Requisitos Endereçamento Partes Hipóteses de cabimento e Prazo art CPC ( Rol exemplificativo). Mesmo juízo da execução (distribuição por dependência, porém, autuado em apartado) Tratamento: Embargante (terceiro) Diz o 1046 do CPC, que tem legitimidade ativa para a demanda o terceiro que, não sendo parte no processo e nem possuindo responsabilidade patrimonial, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens, por ato de apreensão judicial (penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário). Embargado ( exequente e/ou executado da ação principal.) Não comporá, via de regra, o polo passivo dos embargos de terceiro todas as partes do processo de onde partiu a ordem judicial que constrangeu o bem do terceiro Embargante. Caso quem tenha indicado o bem a penhora tenha sido o executado, este será o embargado. Ao contrário, se for o exequente, restará este no polo passivo dos embargos. Se não se puder identificar claramente de onde partiu a ordem, convém inserir ambos litigantes da ação executiva no polo passivo. O art o CPC. E o art do CPC prevê duas hipóteses especiais de embargos de terceiro: I - para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for 3
4 o imóvel sujeito a atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de rumos; II - para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese. Quanto ao prazo, o art diz que podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não houver transito em julgado, e na execução, até 5 dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da carta. Fundamento legal Pedidos e requerimentos Do art ao art do CPC. Petição nos termos do art 282 do CPC. Pedido para ser determinado o levantamento da penhora do bem do embargante. Possibilidade de requerimento de liminar. Citação do(s) Embargado (o). Segundo o STJ, não é possível a citação na pessoa do advogado (STJ. REsp /SP 1 ). É possível o pedido de suspensão da ação que ordenou o esbulho judicial, nos casos em que tal ato ( art; 1052 do CPC). Condenação de custas e honorários sucumbenciais. Protesto por provas Valor da Causa Valor do bem constrito, quando se verificar que tal bem tem valor menor do que a divida 2 ( Resp ) 1 RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. CITAÇÃO PESSOAL DA EMBARGADA. NECESSIDADE. CITAÇÃO NA PESSOA DO ADVOGADO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Esta Corte entende necessária a citação pessoal no processo de embargos de terceiro, não sendo suficiente a citação feita na pessoa de um dos advogados da embargada. Precedentes. 2. Recurso especial conhecido e provido. (STJ. REsp /SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 12/12/2005, DJ 01/02/2006 p. 571). 2 "AGRAVO DE INSTRUMENTO - EMBARGOS DE TERCEIRO - VALOR DA CAUSA - AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO ART. 259, DO CPC - PRETENDIDA FIXAÇÃO DE VALOR DE ALÇADA PELO EMBARGANTE - IMPOSSIBILIDADE - CORREÇÃO DETERMINADA PELO JUIZ CONSIDERANDO APENAS O VALOR DO BEM SOBRE O QUAL RECAIU A MEDIDA CONSTRITIVA - NECESSIDADE DE LIMITAÇÃO DESSE VALOR AO DO DÉBITO QUE GEROU A CONSTRIÇÃO JUDICIAL - OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E ACESSO AO JUDICIÁRIO - NÃO-OCORRÊNCIA - DECISÃO REFORMADA EM PARTE RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. Embora o art. 259, do CPC, não preveja, expressamente, a base para a fixação do valor da causa nos embargos de terceiro, é majoritária a orientação jurisprudencial no sentido de que aquele deve corresponder ao do valor do bem sobre o qual recai a constrição, o qual, todavia, não deve exceder ao quantum da dívida que aquela medida judicial visa a garantir. Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/03/2011 Página 1 de 5 4
5 Caso Prático para sala de aula Juventina assinou cinco notas promissórias, no valor de R$ 1.000,00 cada uma, para garantir o pagamento de um empréstimo tomado de uma factoring chamada GBO Ltda. Recebeu na data de 04/10/2013 ( sexta feira) a mandado de citação e penhora de uma ação de movida pela referida factoring, que foi juntado aos autos 08/10/ /2013 ( terça-feira) ação esta que tramita em Osasco, na 3º Vara Cível, sob o nº 888/2013, cujo valor atribuído à causa é de R$5.623,74. Juventina reside em Osasco e a Factoring é em São Paulo, no bairro da Lapa. Juventina pagou valores de algumas das notas, mas a empresa não lhe devolveu as promissórias sendo que possui recibo de três dessas cártulas devidamente quitadas. Juventina mora sozinha em uma casa alugada, possui um automóvel Uno 2012, avaliado em R$ ,00 ( vinte mil reais) e possui um imóvel na Praia Grande que foi penhorado e avaliado em R$ ,00 (oitenta mil reais) nos autos por indicação do credor, sendo que o aluguel deste bem complementa sua renda, vez que é aposentada por idade, passa por sérios problemas de saúde, é viúva e mora sozinha. Questão: Como advogado de Juventina atue na defesa de seus interesses, deixando claro em sua peça qual a data do prazo fatal para cumprir esse ato processual. Questões para discussão Maria, casada em regime de comunhão parcial de bens com José por 3 anos, descobre que ele não havia lhe sido fiel, e a vida em comum se torna insuportável. O casal se separou de fato, e cada um foi residir em nova moradia, cessando a coabitação. Da união não nasceu nenhum filho, nem foi formado patrimônio comum. Após dez meses da separação de fato, Maria procura um advogado, que entra com a ação de divórcio direto, alegando que essa era a visão moderna do Direito de Família, pois, ao dissolver uma união insustentável, seria facilitada a instituição de nova família. Após a citação, João contesta, alegando que o pedido não poderia ser acolhido, uma vez que ainda não havia transcorrido o prazo de dois anos da separação de fato exigidos pelo artigo 40 da Lei 6.515/77. Diante da hipótese apresentada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 5
6 a) Nessa situação é juridicamente possível que o magistrado decrete o divórcio, não obstante não exista comprovação do decurso do prazo de dois anos da separação de fato como pretende Maria, ou João está juridicamente correto, devendo o processo ser convertido em separação judicial para posterior conversão em divórcio? b) Caso houvesse consenso, considerando as inovações legislativas, o ex-casal poderia procurar via alternativa ao Judiciário para atingir o seu objetivo ou nada poderia fazer antes do decurso dos dois anos da separação de fato? Peça extra 04 ( 1 ponto) Para entregar dia 09/11/2013. Juarez prometeu vender a João imóvel de sua propriedade, por intermédio de compromisso particular celebrado em agosto de 2012, para pagamento em 12 meses. João recebeu a respectiva posse, mas não a propriedade, que lhe deveria ser transmitida após o pagamento de todas as parcelas do preço. Contudo, João deixou de solver as parcelas em outubro de 2012, o que motivou Juarez a mover ação de rescisão contratual, precedida de notificação extrajudicial em que aquele foi constituído em mora. Tal ação ainda está em tramite, sem que haja uma decisão final. Recentemente, Juarez soube que o imóvel fora penhorado em execução movida por Tadeu em relação a João, pois este ofereceu o bem a penhora, e que irá à primeira praça na próxima semana. QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Juarez, promova a medida judicial para salvaguardar seus direitos sobre o imóvel. Considere que a ação de rescisão contratual tramita perante a 12.º Vara Cível Central de São Paulo, ao passo que a execução contra João, perante a 1.ª Vara Cível Regional de Santo Amaro. O valor da execução é de R$ ,00 (vinte e cinco mil reais) e o valor do bem de Juarez é de R$ ,00 ( cento e vinte mil reais). 6
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