Unidade I ÉTICA PROFISSIONAL DO. Prof. José Junior
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- Elias Carvalhal Figueiredo
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1 Unidade I ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL Prof. José Junior
2 Ética profissional Ética: da palavra grega ethos, significando caráter, modo de ser de um indivíduo. Refere-se ao conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade e, visando o respeito ao outro e o comprometimento para com os projetos coletivos. Do ponto de vista dos valores, a ética exprime a maneira como a cultura e a sociedade definem para si o que julgam ser a violência e o crime, o mal e o vício e, como contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude.
3 Ética profissional Ética está relacionada às normas de comportamento, à diversidade de costumes e à liberdade, bem como a um determinado tipo de organização social (ex.: econômica, política e religiosa). Construída com base nos valores históricos e culturais de uma sociedade, para se ter certo equilíbrio social através da definição do que seriam atitudes boas e más. É possível criar diferentes códigos de ética para grupos sociais diversos ou locais específicos, contendo princípios que norteiem o bom funcionamento social do grupo a ser atendido.
4 Mudanças é bom? O que é considerado inquestionavelmente errado pode ter sido uma prática completamente normal e aceita no passado. Para os povos gregos, por exemplo, abandonar os filhos que não nascessem física e mentalmente perfeitos era uma prática usual e não condenável. A religião pode ser um bom exemplo das diferenças ocorridas no campo ético. Por realizar-se como relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições históricas, políticas, econômicas e culturais da ação moral (CHAUÍ, 1997).
5 Um pouco de história (Sócrates) De acordo com Valls (1987), Sócrates, filósofo questionador, foi chamado de fundador da moral, pois sua ética não se baseava simplesmente nas leis exteriores e nos costumes do povo e dos ancestrais, mas sim na convicção pessoal, adquirida através de um processo de consulta a seu demônio interior. Na tentativa de compreender a justiça das leis, essa consulta era feita com questionamentos, dando origem ao movimento de interiorização da reflexão e de valorização da subjetividade ou da personalidade.
6 Um pouco de história (Kant) Valls (1987) afirma que Kant, buscava a ética universal que se apoiasse apenas na igualdade fundamental entre os homens. Voltada primeiramente para o homem, Kant buscava encontrar nele condições de possibilidade de conhecimento verdadeiro e agir livre. A moral entendida como racionalidade do sujeito não se interessa pelos aspectos exteriores, empíricos e históricos como costumes, tradições e inclinações pessoais. O desejo de Kant era chegar a uma moral racional única e possível a todos os homens.
7 Interatividade Qual filósofo entendia a moral racional universal, ou seja, igual a todos os homens? a) Sócrates. b) Kant. c) Platão. d) Hegel. e) Sartre.
8 Religião e a moral Valls (1987) afirma ainda que a religião trouxe um grande progresso moral à humanidade ao colocar a meta da vida moral numa santidade comparada ao amor perfeito. Essa santidade deveria ser buscada e preferencialmente alcançada, porém, os fanatismos religiosos ajudaram a obscurecer a mensagem ética da liberdade, do amor e da fraternidade universal.
9 Moral Barroco (2008) chegou a afirmar que a moral representa o conjunto dos valores considerados tradicionalmente como corretos, justos e bons. São regras de conduta, costumes e hábitos culturalmente criados e validados por instituições como família, Igreja e Estado, com intuito de estabelecer parâmetros para normas de convivência social (bem comum).
10 Moral O senso moral ou moralidade é uma medida para julgar se os indivíduos estão socializados, ou seja, se são responsáveis por seus atos e comportam-se de acordo com as normas e os valores socialmente determinados. Por isso, a moral tem uma função integradora: estabelece uma mediação de valor entre o indivíduo e a sociedade; entre ele e os outros, entre sua consciência e sua prática (BARROCO, 2008).
11 Pensando um pouco... Chauí (1997) afirma que o sujeito ético moral é aquele que tem conhecimento das causas e fins de sua ação, do significado de suas intenções e atitudes e da essência dos valores morais. A ética nos remete a normas, responsabilidade e regras a serem cumpridas, mas também nos remete à ideia de liberdade de escolha ou ação, pois, se existe uma norma que aponta como devemos agir, também existe a possibilidade de agir diferentemente dessa norma instituída.
12 Liberdade e ética Para que a ética tenha substância histórica, é necessário que haja liberdade. A liberdade depende de escolhas, de alternativas e de conhecimento crítico, no entanto, nem sempre os indivíduos exercem a liberdade ao realizar escolhas, pois a reprodução espontânea de comportamentos, hábitos e valores incorporados são aceitos passivamente através da assimilação espontânea.
13 Assistência social (Início) O sujeito é fruto da construção social da realidade em que vive e das regras instituídas pela sociedade num dado momento histórico, contribuindo para a discussão de valores fundamentais como liberdade e igualdade. Barroco (2008) afirma que o modelo de produção capitalista contemporâneo prioriza a liberdade individual e constrói a ética do isolamento, na qual não há valorização do espaço comum e nem comprometimento das pessoas com as questões coletivas e de ordem pública.
14 Códigos de éticas profissionais Os códigos de ética surgiram não apenas como um receituário para a categoria dos profissionais, mas como uma exigência da sociedade, como expressão da necessidade que a sociedade tem em relação ao controle do trabalho desses profissionais, de modo que estes possam agir em função dos interesses do grupo.
15 Interatividade O código de ética profissional se configura como um instrumento específico que indica: a) Direitos e deveres que orientam o comportamento do profissional. b) Normas burocráticas. c) A regulamentação da profissão. d) Somente os direitos do profissional. e) Apenas, direitos políticos do profissional.
16 O código de ética do SS Apresenta como um instrumento importante na legitimação do projeto ético-político, sendo referência teórica e prática da profissão e possibilitar o exercício de postura ética que respeite a pluralidadeeadiversidadedeideias e a diversidade de ideias. Os valores, princípios e direitos contidos nesse documento devem ser incorporados de forma consciente e responsável pelo profissional a fim de que sua atuação seja comprometida com a garantia dos direitos fundamentais do cidadão.
17 O profissional O profissional precisa estar atento aos fatos e acontecimentos históricos que permeiam a constituição da sociedade, entendida como produto das relações sociais e das ações recíprocas entre os homens. O assistente social precisa entender a profissão no movimento histórico dessa sociedade e trabalhar com a clareza de que o fundamento de sua profissão é a realidade social e os reflexos da questão social.
18 Entendendo a profissão Para Iamamoto (2000), o SS surgiu com as manifestações da questão social, entendida como um conjunto de disparidades econômicas, políticas e culturais da sociedade, ou seja, esse surgimento se deu a partir do entendimento da necessidade de intervenção do Estado diante das desigualdades sociais da sociedade capitalista. O SS constitui-se se no caráter coletivo da produção, opondo-se à apropriação privada da atividade humana e às condições necessárias à sua realização e seus frutos.
19 Pensando um pouco O futuro profissional deve ter clareza de que sua atuação precisa levar em consideração as relações de camada, gênero, etnia e credo religioso, as aspirações culturais e os componentes de ordem emocional e afetiva. Além disso, as intervenções do assistente social ocorrem no âmbito das políticas socioassistencialistas na esfera pública ou privada.
20 O surgimento da profissão No Brasil, o SS como profissão se deu nos anos de 1930, como fruto da preocupação do Estado, empresariado e Igreja com as camadas vulneráveis. As condições de vida dos segmentos mais pobres eram precárias, as ações de caráter assistencial, religioso e filantrópico desenvolvidas pela solidariedade social eram insuficientes. A 1ª escola de SS (Brasil) foi em A Igreja, principal responsável pela formação profissional, por moldar seu perfil e transmitir seu conteúdo e ideal profissional.
21 Lei de regulamentação da profissão Lei nº 8.662/93; Proporciona ao profissional segurança nacionalmente reconhecida para o exercício profissional, contendo prerrogativas que o asseguram. Obs.: Ao atuar, não esqueça das Leis, portarias e outros que possibilitem respaldo legal às suas reflexões e estudos.
22 Interatividade De acordo com a Lei de Regulamentação da Profissão, a carga horário do assistente social é de no máximo: a) 20 horas semanais. b) 40 horas semanais. c) Depende do contrato de trabalho. d) 30 horas semanais. e) Não há limite.
23 As diferenças O modo de divisão capitalista por si só é desigual, ou seja, cuja apropriação da riqueza socialmente gerada é extremamente diferenciada (YAZBEK, 2001, p. 33), logo nossa sociedade é separada por camadas. É com os detentores do meio de produção que é concentrado um número extremamente superior dos resultados da produção e aos trabalhadores quando conseguem trabalho formal, apenas o salário que por diversas vezes torna-se insuficiente para o custeio das despesas básicas de si e sua família.
24 A contradição A contradição é de base estrutural, pois intensifica o trabalho na tangente da apropriação desta riqueza social, que deveria ser distribuída a todos, mas não é. Yazbek (2001) diz que a contraditória conjuntura atual, assume novas configurações e expressões como: As transformações das relações de trabalho (YAZBEK, 2001, p. 33); a perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos setores mais vulnerabilizados da sociedade que veem seus apoios, suas conquistas e direitos ameaçados (YAZBEK, 2001, p. 33-4).
25 Exclusão e subalternidade Exclusão: modalidade de inserção que se define paradoxalmente pela não participação e pelo mínimo usufruto da riqueza socialmente construída (YAZBEK, 2001, p. 34), pode estar intrínseco a perda dos direitos e a negação de sua cidadania. Subalternidade: termo complexo, associado às desigualdades, injustiças e opressões, diz respeito à ausência de protagonismo, de poder, expressando a dominação e a exploração (YAZBEK, 2001, p. 34).
26 Pobreza A expansão capitalista, por sua vez, intensifica a desigualdade, sendo sua característica e com o aumento do número de trabalhadores a pobreza é intensificada, pois a pobreza é uma face do descarte de mão de obra barata, que faz parte da expansão capitalista. (YAZBEK, 2001, p. 35). Gerando pobreza também é criado o ser necessitado, desamparado em diversos aspectos e vivendo com tensão, devido sua instabilidade no trabalho (YAZBEK, 2001), pois a venda de sua mão de obra é a única forma de promover certa renda.
27 Questão social A questão social não é senão as expressões do processo de formação e ado. É desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e desta manifestação no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão (IAMAMOTO, 2003, p.77).
28 Questão social Castel (1997) diz que a QS foi colocada pela primeira vez em 1930, porém não é possível compará-la com a atual, pois: (início) Então, é essa a questão social na primeira metade do século XIX, descrita pela maior parte dos observadores sociais da época, sob a forma de pauperismo. Não é mais a questão social de hoje, porque essa ameaça foi afastada, porque esse primeiro proletariado miserável e subversivo passou a ser uma classe operária relativamente integrada, após um conjunto de processos (...). Continuação...
29 Questão social (...) A nova questão social hoje parece ser o questionamento desta função integradora do trabalho na sociedade. Uma desmontagem desse sistema de proteções e garantias que foram vinculadas ao emprego e uma desestabilização, primeiramente da ordem do trabalho, que repercute como uma espécie de choque em diferentes setores da vida social, para além do mundo do trabalho propriamente dito. (CASTEL, 1997, p ).
30 Interatividade Ao gerar pobreza, também é criado: a) O ser autônomo. b) O ser social. c) O ser necessitado. d) A igualdade entre os desiguais. e) As opções A e C estão corretas.
31 ATÉ A PRÓXIMA!
Álvaro Luiz Montenegro Valls
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