Informativo da Produção de Leite
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- Maria do Mar Aldeia Balsemão
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1 Informativo da Produção de Leite Edição 307. Ano XXII. Dezembro de Viçosa - MG 90% de Empregabilidade antes da Colação de Grau! Estamos há mês da formatura da UFV, e os estagiários do PDPL/PCEPL, na sua maioria já estão empregados. Do total de 15 formandos UFV e egressos do PDPL, 26,6% irão trabalhar na CCPR/Itambé; 40% irão empreender através da consultoria autônoma para o Projeto Educampo, em parceria com as empresas Danone, Coopatos e Coopa; os outros 20% terão a oportunidade de trabalharem na Heringer Fertilizantes, Ouro Fino e Cooptec/ ES. Ficamos muito orgulhosos deste fato, pois para o PDPL/PCEPL, além de formar bons técnicos, temos o objetivo de formar cidadãos éticos e bem posicionados no mercado de trabalho. Acreditamos que em no máximo 6 meses pós formatura, alcançaremos 100% de empregabilidade. Aos futuros profissionais egressos dos nossos Programas, desejamos muito sucesso, e que cada vez mais fortaleçam a marca PDPL/PCEPL no agronegócio brasileiro. Bruna Pereira Leonel Bruno Correa Machado Rodrigues Camila de Paula Daniel Getúlio Ferreira Davi Ribeiro e Ribeiro Gustavo Martins Falcão de Souza Jaime Camilo Filho Henrique de Oliveira Volpe Jessica Gonçalves de Oliveira Médica Veterinário João Marcos Souza Lima Agrônomo Marco Aurélio Ladeira Amorim Pedro Paulo Teixeria de Freitas Rafael Moura Guimarães Pereira Stefani grace da Silva Moraes Thaynan Ferreira Araujo Veja também nesta edição Dica do Veterinário: Diarréia em Bezerras 2 Momento do Produtor: Conheça a propriedade do Senhor Antônio Moreira Vieira. 3 Conforto e problemas podais 5 Qualidade do Leite: Descarte de vacas com mastite crônica 6
2 Dica do Veterinário Diarréia em bezerras Davi Ribeiro e Ribeiro A diarréia é a principal doença que acomete bezerras na fase de cria, sendo responsável por mais de 50% de todas as enfermidades desta fase. Os agentes causadores podem ser vírus, bactérias ou protozoários e agem alterando o interior do intestino, reduzindo a capacidade das bezerras absorverem alimento e água. Por toda sua importância é fundamental que o produtor saiba identificá-la, tratar e principalmente, como prevenir a diarréia. 1. Como diagnosticar a diarréia: Desidratação: animal com olhos fundos, focinho seco e sem brilho; Fezes líquidas; Maior freqüência de defecações e em maior volume; Apatia e fraqueza; Perda de apetite. Identificada a doença o produtor precisa saber qual a melhor estratégia de tratamento. Vale ressaltar que o principal dano à saúde do animal é a desidratação. 2. Como tratar um caso de diarréia: Manter o animal sempre bem hidratado, devendo ser aplicado, em casos mais graves, soro na veia ou hidratação por sonda esofágica. Uma alternativa de soro para ingestão oral é a mistura de: 200g de maisena, 50g de sal, 40g de bicarbonato de sódio, 10g de cloreto de potássio, misturar em 10 litros de água morna e fornecer de 2 a 4 litros ao dia; Não diminuir a quantidade de leite fornecida; Aplicação correta de antibiótico levando em consideração o intervalo de aplicação, dose a ser aplicada e tempo de tratamento, todas as informações estão disponíveis na bula do medicamento. 3. Como prevenir que a doença atinja as bezerras: Fornecer 2 litros de colostro nas primeiras 8 horas de vida, e pelo menos mais 2 litros nas primeiras 24 horas; Manter a bezerra em ambiente limpo, seco e ventilado; Garantir que a bezerra mame a quantidade adequada de leite, caso ela apresente pouco apetite, dividir o fornecimento em mais vezes; Manter os bebedouros sempre limpos e com água a vontade; Fornecer concentrados próprios para a fase de aleitamento, de preferência contendo pré e pró-bióticos; Realizar vermifugação mensal; Vacinar a vaca no pré-parto contra paratifo, rota vírus, corona vírus e da bactéria E.coli melhorando a qualidade do colostro. Existem vacinas comerciais que combatem todos estes microorganismos; Informativo da Produção de Leite Perspectiva do mercado de leite para o primeiro trimestre de 2015 Gustavo Martins Falcão Considerando as dificuldades enfrentadas nos últimos 6 meses no agronegócio brasileiro, torna-se fundamental a elaboração de um adequado planejamento, levando em conta as tendências e perspectivas de mercado, como preço recebido pelo leite e os valores dos insumos necessários para a produção. Segundo dados do CEPEA, em 2015, o Agronegócio pode ser o grande responsável pelo desempenho da economia nacional, sendo o único setor com crescimento mais expressivo, em comparação com os demais segmentos da indústria. Entretanto, o que se observa em 2015 é um mercado consumidor interno estagnado, com fraca possibilidade de expansão, resultado do provável aumento do desemprego e da desaceleração dos salários. Atualmente, a maior disponibilidade de leite no mercado, devido ao aumento da captação por parte das empresas, dificulta o aumento de preços dos lácteos por parte dos laticínios. Isso se explica pelo crescimento da produção por parte dos produtores estimulados pela alta de preços nos últimos 6 meses e o baixo consumo de leite e derivados por parte do mercado consumidor, fazendo com que os elevados estoques de leite pressionem essa queda. Considerando o preço médio recebido pelos produtores (R$ 0,986) no mês de novembro a Scot fez uma pesquisa de mercado e constatou que para o primeiro trimestre de 2015, 62% dos laticínios pesquisados acreditariam em queda dos preços do leite ao produtor, 37% em manutenção e 1% estima alta. Com relação aos insumos, em decorrência das condições climáticas adversas que o Brasil vem enfrentando, espera-se aumento nos preços do milho como consequência da menor área plantada na safra 14/15 pela perda de espaço para a soja que teve um plantio tardio. Desse modo, diminuições nas margens de ganho e desestimulo a produção primeiramente são esperadas, o que pode levar muitos produtores aventureiros e sem o devido controle dos custos de produção a saírem da atividade. Para um bom desempenho da atividade leiteira e dos produtores em geral, é importante conciliar uma adequada escala de produção ao equilíbrio dos custos totais, principalmente os operacionais, tornando-se crucial o correto planejamento da atividade de modo a obter maior retorno financeiro, principalmente nesses cenários adversos de mercado. 2
3 Localizada no município de Presidente Bernardes-MG está a fazenda Boa Vista de propriedade do Senhor Antônio Moreira Vieira. Para conduzir a rotina da propriedade o senhor Antônio conta com a ajuda de seu filho Fabrício, que é seu braço direito no gerenciamento das atividades. Em agosto de 2011, a fazenda tornou-se integrante do grupo de propriedades assistidas pelo PDPL/PCEPL em busca de melhorias nos seus índices técnicos e econômicos. Senhor Antônio Moreira e seu filho Fabrício na sala de alimentação dos animais Piquetes de mombaça Quando a assistência técnica teve início, o rebanho era composto por 11 vacas em lactação, com média de 11 litros/ dia e as novilhas apresentavam idade ao primeiro parto de 37 meses. Atualmente são 20 vacas em lactação com média de 16,9 litros/dia e novilhas com idade ao primeiro parto de 31 meses. Área do capim elefante da propriedade A propriedade é autossuficiente na produção de volumosos para alimentação do rebanho durante o ano todo. Na época da seca as vacas de alta produção e animais de primeira cria recebem silagem de milho e as de baixa recebem cana de açúcar corrigida com uréia e sulfato de amônio. Nas águas os animais de alta produção além da silagem de milho vão para os piquetes de mombaça, uma forrageira de alta produção de matéria natural por área e de alta qualidade. Os animais de baixa produção ficam no pasto. Vacas secas e animais em recria são mantidos no pasto o ano todo, recebendo suplementação volumosa de cana de açúcar corrigida com uréia 1% na seca, capim elefante picado no cocho e mistura mineral (proteinado).
4 A propriedade tem alcançado bons índices zootécnicos ao longo do ano. A redução na idade ao primeiro parto é fruto de um trabalho atencioso do senhor Antônio Moreira e seu filho Fabrício, que fazem o trato dos animais com muita atenção. Seguindo sempre a rotina adequada, os produtores dão as melhores condições para que os animais possam expressar o seu potencial produtivo. O ganho de peso médio da recria ao longo deste ano têm sido um dos destaques na propriedade, em torno de 0,55kg/dia. O rebanho da propriedade é composto por animais das raças Girolando e Jersolando, com graus de sangue entre ½ HZ e 15/16 HZ e ½ HJ 15/16 HJ, respectivamente, sendo os animais com maior proporção de sangue holandês acasalados com touros Gir Leiteiro. Os animais são extremamente adaptados à região onde a fazenda está localizada, que apresenta temperaturas elevadas no verão e relevo montanhoso. As bezerras são criadas no sistema argentino onde recebem leite e concentrado e são desaleitadas quando atingem o peso médio de 80 kg e 70 dias de idade. A propriedade se destaca pela sua qualidade de leite, que já gerou prêmios em torneios leiteiros realizados pelo Programa e atualmente segue sendo seu maior triunfo, enquadrando-se atualmente dentro dos parâmetros da instrução normativa 62. A dedicação do produtor aliada à assistência técnica e gerencial de qualidade oferecida pelo PDPL/PCEPL, contribuiu para otimização da rotina da propriedade. O trabalho conjunto entre produtor e estagiários tem refletido no bom desempenho econômico da propriedade. Tabela 1: Comparativo de indicadores técnico-econômicos. Indicadores Variação (%) Produção de Leite (L/ano) ,7 Produção média de leite (L/dia) 158,5 254,7 60,7 Produção por área para pecuária (L/há/ano) 1.934, ,7 Vacas em lactação/total de vacas 71,1 70,6 0 Produção por vaca em lactação (L/dia) 10, ,8 Júlio Montezano Rossi (Estudante de Agronomia) Bruno Machado ()
5 Conforto e problemas podais Bruno Marzullo Ribeiro Emerson Leonardo Simão Estudante de Agronomia As lesões de casco estão entre os principais problemas da pecuária de leite devido à alta prevalência e aos prejuízos produtivos e econômicos que elas causam. O ambiente em que os bovinos são criados sofre influência do homem, que pode interferir positiva ou negativamente. Excluídos os componentes climáticos, o produtor rural deve estar sempre promovendo ajustes, de modo a proporcionar aos animais instalações confortáveis e seguras. Avaliando os locais por onde os animais caminham ou permanecem, estabelecidos pela rotina do sistema de produção, é possível identificar e corrigir possíveis fatores de risco para a saúde dos cascos dos animais. É importante frisar que o ambiente é apenas uma das potenciais causas das afecções podais, mas talvez a que apresente a maior possibilidade de correção. Muito importante para a saúde dos cascos, mas por vezes esquecida, é a existência de locais para os animais se deitarem, sejam camas, no caso de freestall, ou locais limpos e secos, no caso de pasto. Os bovinos passam, em média, de 12 a 14 horas por dia deitados. Isso alivia a carga sobre os membros. No entanto, eles só se deitam se há um local confortável para isso ou quando já estão cansados, sendo, porém, por tempo insuficiente. Nos piquetes, deve haver locais secos, limpos e sombreados para o descanso dos animais. Se grande parte deles, estiverem deitados e ruminando nas horas mais quentes do dia é sinal de conforto. Na fazenda Pinheiros, do produtor Joaquim Cabral Junior, foi observado a necessidade da construção de uma área com pista de trato, com o intuito de agrupar e facilitar o trato das vacas em lactação que se encontravam em diferentes piquetes na propriedade. A área criada apresenta piso em terra batida, presença de sombra proveniente de sombrites, presença de uma pista de alimentação que atende ao lote com área cimentada de acesso dos animais ao mesmo e estes, também tinham fácil acesso ao cocho de água. No entanto os animais não tinham acesso a nenhum outro lugar e ficavam confinados nesse lote o dia todo. A partir dessa mudança, começaram a ser observados casos frequentes de problemas de casco nas vacas que se encontravam nesse lote, pois as mesmas não possuíam um local confortável para se deitar e a maior parte delas ficavam em pé. Como consequência, foram relatados e tratados 4 animais com problemas de casco em Julho, 6 animais em Agosto e 5 animais em Setembro. Partindo do raciocínio de que bem-estar é sinônimo de produtividade, foi realizada a abertura de um espaço para que esses animais tivessem acesso ao longo do dia para um piquete de Mombaça situado próximo ao local do lote onde as vacas se encontravam. As vacas ficaram com todo acesso aos cochos de alimentação, de água, aos sombrites, ao pasto e receberam um local com maior área e um maior conforto para que pudessem deitar e pastejar. A evidencia de que esse pequeno ajuste para um maior conforto dos animais venha a acarretar uma maior rentabilidade do produtor, se conclui quando nos meses seguintes não houveram registros de novos casos de problemas podais e os já instalados tiveram uma boa recuperação. Sendo assim, devemos ter em mente que apresentar ferramentas práticas para verificação do bem estar de vacas de leite, pode nos mostrar que, muitas vezes, não é necessário um investimento alto em dinheiro, mas apenas realizar pequenos ajustes no sistema presente. Cultura de inverno - Azevém Henrique de Oliveira Volpe Letícia Magri P. Ramos Para produtores, que se dedicam exclusivamente para o leite, o período de entressafra é um período em que suas áreas de cultura ficam ociosas. Na maioria das vezes, após a colheita do milho safrinha, o solo fica sem nenhuma cultura ou então totalmente praguejado por aproximadamente 5 meses. Um solo desprotegido de matéria verde perde umidade com maior facilidade e a tomada de daninhas pode atrapalhar na próxima safra. Uma alternativa para tal problema seriam as culturas de inverno. Entre as opções, as melhores escolhas são as forrageiras de clima temperado, que apresentam seu melhor crescimento em temperaturas entre 20º e 25ºC. Estas são de grande relevância para os sistemas agropastoris, principalmente no que tange ao suprimento de forragem para os rebanhos durante os meses de inverno. Ainda que se prestem para utilização sob diversas formas, o principal uso é o pastejo. Entre estas forrageiras, uma boa opção é cultivo de azevém, já que a gramínea apresenta boa produção de forragem, rusticidade, boa rebrotação, resistência ao pastejo e ao excesso de umidade, boa capacidade de perfilhamento, suporta altas lotações, tem alto valor nutritivo e boa palatabilidade. É uma forrageira adaptada a temperaturas baixas (não resiste ao calor), se desenvolve bem em qualquer tipo de solo, mas prefere os argilosos, férteis e úmidos. Tem alta aceitabilidade pelos animais e contém elevados teores de proteína. A época de semeadura do azevém é no outono, preferencialmente aos meses de março e abril. Após a germinação, o tempo de entrada dos animais na cultura é de aproximadamente 45 dias. A gramínea tem uma alta dependência hídrica, para seu desenvolvimento é necessária irrigação constante e adubação efetiva. O custo de implantação por hectare gira em torno de R$850,00. Esse valor é facilmente recuperado com a economia gerada, seja na redução do gasto de volumosos nessa época ou com a quantidade de concentrado, que também diminui. Além das economias, o pastejo de azevém é muito prático para a fazenda, o que facilita o manejo diário. Vale ressaltar que existem relatos de aumento de produção de vacas pastejando a gramínea. Conclui-se que o azevém, como cultura de inverno, diminui o custo de produção da atividade e melhora desde a alimentação das vacas até o plantio da safra seguinte. Pastagem com Azevém 5
6 Qualidade do Leite Descarte de vacas com mastite crônica Henrique de Oliveira Volpe Denomina-se mastite a inflamação da glândula mamária do animal, causada na maioria das vezes por uma infecção bacteriana, cuja evolução depende de caso para caso, podendo ser crônica ou aguda. A evolução crônica seria o processo inflamatório que ocorre de forma lenta e progressiva. Normalmente esses casos são decorrentes de mastites agudas que não foram tratadas ou então tratadas de forma ineficiente. A maneira correta de se tratar a mastite clínica, e com isso evitar que ela se torne crônica, é continuar com a medicação por mais três aplicações após os sintomas desaparecerem (sumir o grumo). Caso esse procedimento não seja adotado, as bactérias podem sofrer mutação, com conseqüente desenvolvimento de resistência à base do antibiótico usado. Essa condição pode ser o ponto de partida para uma infecção persistente do tecido mamário e a apresentação da doença vai depender da bactéria causadora da mastite, do medicamento usado no tratamento e das características individuais do animal. Ressalta-se ainda que o problema pode ser conseqüência de um traumatismo local, ou seja, alguma agressão ao úbere do animal. Com relação à apresentação clínica, a mastite crônica pode ser caracterizada pelo endurecimento e deformidade do quarto afetado. O úbere do animal ainda pode apresentar-se avermelhado, tenso ou retraído. O problema não tende a se resolver espontaneamente, principalmente se for causado pelas bactérias Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae, responsáveis por promover a mastite contagiosa. Nesse caso, as bactérias têm mecanismos de atuação na glândula mamária que em alguns períodos da lactação podem agravar a inflamação e em outros momentos há melhora. Com isso, é normal que os sintomas e sinais persistam por muito tempo. No caso de infecção por Staphylococcus aureus, o tratamento é caro e deve ser feito nos períodos em que o animal não esteja produzindo leite. Porém, o resultado nem sempre é satisfatório, estimando-se a porcentagem de 30% de cura, o que é considerado baixo. Outros fatores que devem ser levados em conta para se tratar ou não o animal acometido, seriam o estágio da lactação, a idade do animal e o histórico de ocorrência de mastite clínica. Vacas mais velhas e próximas do final da lactação apresentam menor chance de cura. A mastite crônica além de gerar despesas com tratamento faz com que a vaca produza menos leite e este não pode ser destinado à indústria. Caso contrário, haveria elevação da Contagem de Células Somáticas (CCS) do leite do tanque. Além disso, esses animais são focos persistentes dos agentes causadores da doença, sendo potenciais contaminadores de animais sadios. Animais que passam por 3 a 4 tratamentos e continuam com alta CCS, vacas com período de descarte do leite superior a 30 dias, que apresentaram mais de três casos de mastite clínica na mesma lactação e não responderam ao tratamento de vaca seca de forma satisfatória, devem ser descartadas. Essa medida é considerada emergencial, e mesmo sendo a maneira mais rápida e prática de se resolver o problema, não deve ser usada como único método para controle de mastite. Logo, para evitar tais perdas econômicas e produtivas, é de extrema importância a prevenção de novos casos de mastite que posteriormente possam apresentar-se casos crônicos. Isso pode ser feito através de higiene na ordenha, limpeza do ambiente em que as vacas se encontram, uso de medicamentos específicos e de boa qualidade e mão de obra qualificada. Eficiência da mão de obra na ordenha Camila de Paula Áquila Brandão Davi Ribeiro e Ribeiro A redução dos custos de produção na atividade leiteira é de extrema importância para o produtor. Sendo o custo com a mão de obra um dos principais componentes, representando 15 a 20% do custo total de produção. Estima-se que um funcionário destina em torno de 50 a 70% das horas trabalhadas na ordenha. Mostrando que indicadores de eficiência das salas de ordenha podem auxiliar nesta redução de custo e influenciar diretamente na lucratividade do sistema. Para definir um sistema eficiente é necessário adotar um equipamento de ordenha que melhor se adaptar à propriedade. Desta maneira deve-se ter atenção no número de animais em lactação, genética do rebanho e disponibilidade da mão de obra especializada. Um indicador de eficiência e de fácil mensuração é o número de vacas ordenhadas por hora. Um exemplo de sucesso é a propriedade Santa Rosa situada em Visconde do Rio Branco, pertencente ao Sr. Hermann Müller, que conta com uma ordenha do tipo espinha de peixe constituída por oito conjuntos, um rebanho com média de 100 animais mestiços (1/2 3/4 HZ) em lactação e três funcionários para realização do serviço. O tempo gasto é de 110 minutos, indicando um rendimento em média de 7 vacas ordenhadas/ conjunto/hora, ou seja, gasta-se em média 8,6 minutos para ordenhar cada vaca. Essa eficiência no processo de ordenha deve-se à agilidade dos funcionários na realização dos procedimentos de ordenha, condução das vacas para a ordenha, ao dimensionamento correto do equipamento de ordenha e o seu bom funcionamento. Refletindo também de maneira positiva nos indicadores de eficiência, por exemplo, vacas em lactação/ dia homem que na propriedade Santa Rosa é de 29 cab./h e produção/ mão-de-obra permanente igual a 320 litros/h. Dessa forma, através de uma ordenha rápida e eficiente, o produtor consegue equilibrar os custos com a mão de obra na propriedade, números esses que são comprovados na fazenda do Sr. Hermann Müller, que apresenta um gasto com a mão de obra da atividade/ renda bruta da atividade de 15,5%. Além dessas vantagens, há maior tempo para os funcionários se dedicarem a outras atividades importantes, como por exemplo, os cuidados com a cria e recria. As 10 maiores produções do mês de Dezembro de 2014 Ord Produtor Município Produção 1 Antônio Maria Cajuri Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino José Afonso Frederico Coimbra Hermann Muller Visc. Rio Branco Joaquim Campos Júnior Dores do Turvo Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba Paulo Cupertino Coimbra Marco Túlio Kfuri Araújo Oratórios Sérgio H. V. Maciel Coimbra Cláudio Cacilhas Sabioni Visc. R. Branco As 10 maiores produtividades do mês de Dezembro de 2014 Ord Produtor Município Produtividade por vaca em lactação Produtividade por total de vacas 1 Antônio Maria Cajuri 28,4 24,5 2 Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 25,9 22,4 3 Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 27,4 20,1 4 José Afonso Frederico Coimbra 20,6 19,6 5 Cláudio Cacilhas Sabioni Visc. R. Branco 22,1 17,6 6 João Bosco Diogo Porto Firme 18,0 15,7 7 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 19,9 15,6 8 Paulo Cupertino Coimbra 18,4 15,6 9 Rogério Barbosa Teixeiras 17,5 15,3 10 José Francisco Gomide Cajuri 23,0 14,2 6
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