O COMUNICADO OFICIAL DA ALIANÇA DOS JOVENS EMPREENDEDORES NA CÚPULA DE MOSCOU 2013 DO G20
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- Yasmin Leveck Ferreira
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1 O COMUNICADO OFICIAL DA ALIANÇA DOS JOVENS EMPREENDEDORES NA CÚPULA DE MOSCOU 2013 DO G20 A Aliança dos Jovens Empreendedores do G20 (G20 YEA) é uma rede global de jovens empreendedores e as organizações que os apoiam. Em conjunto com a Cúpula de Líderes 2013 em São Petersburgo, na Rússia, mais de 400 jovens empreendedores se reuniram em Moscou durante a Cúpula dos G20 YEA de 15 a 17 de junho de A edição de 2013 da G20 YEA, construída sobre o diálogo entre jovens empreendedores, que começou na Itália (no G8), continuou nas Cúpulas do G20 YEA no Canadá, França e México. Reconhecemos que o desenvolvimento do empreendedorismo juvenil é o principal fator na formação e desenvolvimento do capital humano, a chave para as economias inovadoras no século 21, e a força dominante para um crescimento forte, sustentável e equilibrado Mais de 2000 anos atrás, o famoso general romano, falando ao Senado, persistentemente repetia "Delenda est Carthago" (Cartago deve ser destruída), e não sem razão, considerando que a sua terra natal ficou frente a frente com o perigo mortal. Este homem era Cato o Ancião, e ele era conhecido não só como um estadista e soldado, mas também como o autor do guia famoso na agricultura, De Agri Cultura. Este manual para pequenos proprietários contribuiu para o desenvolvimento da propriedade privada e o nascimento de um novo tipo de agricultura, o qual era sistemático e capitalista por natureza. Na Era antiga, já se testemunhava a unidade econômica do mundo, a uniformidade da vida econômica, a produção em massa, uma maneira de pensar do "homo oeconomicus", e os primeiros passos do desenvolvimento capitalista, todos os quais formam hoje a base da vida moderna. No entanto, naquela época, o desenvolvimento dessas instituições foi suspenso por um processo que não tinha relação direta com a vida econômica, uma vez que a fonte de obstáculos era de natureza política Hoje em dia, em tempos de crise econômica, as mudanças estruturais e o aumento do desemprego, nós, os jovens empreendedores presentes na Cúpula do G20 YEA 2013, parafraseando as palavras de Cato o Ancião, estamos prontos para repetir, enfaticamente, "Crisis Delenda est, Empreendedorismo est memorandum"! Estamos testemunhando desafios associados com o surgimento de novas tecnologias. A produção em massa continua a ser a base da economia global. Mas o
2 desenvolvimento tecnológico permite a individualização da produção de bens e serviços, o direcionamento da mesma para consumidores específicos, e a oportunidade de estar mais perto dos clientes e não se esconder por trás das grossas paredes de corporações e intermediários. Para tirar o máximo proveito dos benefícios e mudanças que a tecnologia traz, as economias exigem uma revisão dos quadros legais e institucionais, e um ajuste na organização da atividade econômica. As economias precisam se modernizar estruturalmente, apoiar a inovação, criar empregos de alta tecnologia, e estimular a demanda doméstica, o que é um fator cada vez mais importante para as decisões de investimento. As máquinas de governo e os monopólios, do alto de sua magnitude, não se aperceberão da pessoa em particular, com suas necessidades específicas. Mas existe a livre empresa, o que permite a percepção de um indivíduo livre e, ao mesmo tempo, culturalmente determinado. Os empreendedores são muito diferentes, mas sempre visam encontrar soluções eficazes. O empreendedorismo juvenil encarna a mobilidade de pensamento e a falta de estereótipos - traços que desempenham um papel crucial no desenvolvimento das economias. Os países do G20 têm diferentes ambientes tecnológicos e institucionais, condições geográficas, e níveis de comércio e consumo, bem como sistemas monetários e creditícios distintos. Estas diferenças servem como um incentivo para os empreendedores, estimulando a cooperação trans fronteiriça, o progresso e a criação de empregos. Uma das principais preocupações de muitas economias modernas é o desemprego estrutural, especialmente entre os jovens. O empreendedorismo é uma ferramenta que fornece um apoio específico para aqueles que estão desempregados ou subempregados, e que têm grande potencial na economia da inovação. A promoção do empreendedorismo juvenil é um fator importante na redução dos riscos sociais e econômicos. Há ampla evidência para dizer que qualquer política seriamente fundada para revigorar o crescimento e a criação de emprego deve ter o empreendedorismo em sua essência, com uma forte ênfase na juventude. As pequenas e médias empresas são a espinha dorsal da maioria das economias ao redor do globo. Em 2011, o Banco Mundial descobriu em uma amostra de 99 países em desenvolvimento, que quase 90% dos empregos são gerados pelas PME. Elas respondem por 52% do PIB e 64% do emprego e, mais importante, geram todo o crescimento líquido de empregos e são responsáveis pela maioria das contratações de jovens. Nossas recomendações são voltadas a tratar especificamente dos desafios mais graves que a economia global está enfrentando hoje. A legitimidade das nossas
3 recomendações é baseada na credibilidade e na contribuição de centenas de jovens empreendedores de todos os países do G20 que se reuniram em Moscou em junho para a Cúpula do G20 YEA A partir deles, nós identificamos uma série de medidas que requerem uma ação coordenada por parte dos líderes do G O acesso à infraestrutura e serviços digitais. Para empreendimentos emergentes e em crescimento, a infraestrutura digital e o acesso eletrônico aos serviços públicos e redes de pagamento constituem uma plataforma necessária para o crescimento futuro, para a inovação e para a cooperação nacional e internacional. RECOMENDAÇÕES: - Garantir o acesso a conexões confiáveis de internet de alta velocidade a um custo razoável para o arranque de negócios e para empresas em crescimento, especialmente fora das grandes cidades. - Propiciar a prestação de serviços do governo eletronicamente, com redução de tempo e de recursos humanos. - Assegurar uma infraestrutura que permita às empresas terem acesso digital a todas as informações relacionadas a negócios (regulamentos, tributação, estatísticas públicas, etc.) - Assegurar a neutralidade da Internet mediante a supervisão de empresas que controlam o fluxo de conteúdo on- line. - Apoiar o desenvolvimento de redes globais de pagamentos eletrônicos. 2. Educação para fornecer conhecimento, redes e habilidades de inovação. O capital humano é o principal fator de desenvolvimento sustentável da economia pós- industrial que depende cada vez mais da inovação contínua para o crescimento e prosperidade. O conhecimento desempenha um papel chave na competitividade internacional. O desenvolvimento do empreendedorismo na esfera da inovação cria uma necessidade crescente de pessoal com ensino superior moderno. A qualidade da educação determina a qualidade de crescimento do empreendedorismo, e os dois lados da equação devem se desenvolver em conjunto.
4 RECOMENDAÇÕES: - Rever prioridades educacionais para garantir que os jovens tenham acesso ao conhecimento e habilidades vitais para as novas realidades tecnológicas e de negócios do século Facilitar a promoção de uma cultura empreendedora através de todas as camadas da escolaridade do sistema educacional, com foco nos valores da ética e da moral nos negócios. - Desenvolver programas de desenvolvimento empresarial padronizados, que incluem generalizada formação em empreendedorismo e habilidades em gestão de risco, e utilizar a Internet para fornecer recursos informativos de qualidade superior. - Apoiar a criação de empresas especializadas e redes sociais (locais e internacionais), e centros de negócios tecnologicamente avançados em universidades, fornecendo aos estudantes o acesso a habilidades e ferramentas necessárias para colocar a teoria em prática, serviços de incubação e espaços conjuntos de trabalho; busca de informação a baixo custo por parceiros e fornecedores, e a gestão de talentos, recrutamento, contabilidade e outros recursos para o arranque de iniciativas. - Promover uma estreita cooperação entre empresas e escolas para uma melhor ligação de alternativas educacionais com as necessidades do mercado de trabalho e apoiar de forma eficaz e fornecer orientações aos estudantes em suas escolhas de carreira e busca por emprego. - Estimular a criação de sistemas de aprendizagem baseadas no trabalho (estágios, aprendizados, treinamentos vocacionais etc.) - Ampliar, racionalizar e coordenar os programas de financiamento do governo direcionados para P & D em tecnologia de desenvolvimento ambiental. 3. O ambiente das empresas e a legislação trabalhista. Há uma forte demanda por leis trabalhistas favoráveis ao emprego e fáceis de entender, as quais são atualmente consideradas complexas, rígidas, exigindo enorme esforço das PME, tanto em termos de recursos administrativos como de observância das leis, como também do alto risco relativo à contratação e despensa de empregados. Quaisquer mudanças institucionais devem ser voltadas para o desenvolvimento sustentável e da capacidade das PME para se expandir, o que levará a efeitos cumulativos positivos sobre a economia global como um todo.
5 RECOMENDAÇÕES: - Revisar a carga fiscal sobre o trabalho (incluindo custos salariais e não salariais do trabalho por parte do empregador, bem como o imposto de renda incidente sobre a parte do empregado), em duas áreas prioritárias: 1. Inovação (implantação de programas científicos e técnicos, a melhoria dos meios técnicos de produção e desenvolvimento de novos equipamentos e tecnologias high- tech); 2. O empreendedorismo social (por exemplo, a assistência social, a abertura de escolas, ou o lançamento de programas de assimilação de imigrantes). - Harmonizar a legislação trabalhista para encontrar o equilíbrio certo entre as necessidades dos trabalhadores e empregadores através da introdução de regimes de trabalho simplificados para os negócios em arranque nos três primeiros anos de sua existência, estabelecer regras simplificadas para a contratação e dispensa, e organizar procedimentos simples para a resolução de litígios. - Promover uma legislação comercial que minimize o estigma e a natureza punitiva da falência. 4. Aumentar o acesso ao financiamento para o arranque e o crescimento empresariais Fazer com que os mercados de crédito funcionem tanto para startups como para as PME significa uma prescrição política de longa data, embora isso seja muitas vezes despercebido. Apoiar a sustentabilidade das empresas converge com o objetivo de gerar empregos de qualidade. O acesso ao financiamento é um requisito importante para o crescimento das empresas, sejam elas recém- chegadas ao mercado, ou aquelas que procuram financiamento para um novo tipo de produto ou serviço. RECOMENDAÇÕES: - Facilitar o desenvolvimento de uma ampla gama de produtos e serviços financeiros que seja adequada às empresas em arranque/pequenos negócios, incluindo o desenvolvimento de uma metodologia para instituições financeiras que financiem as PME, estabelecendo um equilíbrio entre o "risco" e a "confiança". - Assegurar que financiamentos em condições favoráveis estejam disponíveis a partir de uma variedade de fundos privados, bancos locais, assim como de fontes de
6 governos estaduais e locais visando investimento de maior risco em despesas de capital para o desenvolvimento e comercialização de novos produtos. - Reduzir as exigências bancárias referentes ao montante de alocações de fundos de reservas obrigatórias quando de empréstimos para as PME, e permitir o uso de fundos de reservas obrigatórias para suporte de liquidez corrente dos bancos. - Exigir que bancos de desenvolvimento internacionais e regionais criem programas voltados ao apoio à cooperação trans fronteiriça entre as empresas em crescimento e corporações no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. - Desenvolver regulamentos para acomodar o desenvolvimento de novas formas inovadoras de financiamento, inclusive plataformas trans fronteiriças on- line e redes de investidores e empreendedores. Para facilitar ainda mais o desenvolvimento e a concretização das recomendações acima, incitamos os Governos do G20 a criarem uma Força- Tarefa que envolva todas as partes interessadas, indicando- lhe como meta apresentar um plano de ação na próxima reunião do G20, na Austrália, em Assinado neste dia 17 de junho de 2013 Eduardo Platon Diretor de Relações Internacionais da Conaje Rodrigo Paolilo Presidente da Conaje Empreendendo um Novo Brasil
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