Nuno Albuquerque e Deolinda Ribas 29.ª Alteração do Código Penal Notas sobre a revisão operada pela Lei n.º 19/2013, de 21 de Fevereiro

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1 Nuno Albuquerque e Deolinda Ribas 29.ª Alteração do Código Penal Notas sobre a revisão operada pela Lei n.º 19/2013, de 21 de verbojuridico

2 No passado dia 21 de foi objecto de publicação em Diário da República a 29.ª alteração ao Código Penal e a primeira alteração à Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro, que estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica, à protecção e à assistência das suas vítimas, com entrada em vigor 30 dias após respectiva publicação. Do ponto de vista substantivo a vigésima nona alteração à lei penal incide sobre a pena acessória de proibição de conduzir, o instituto da prescrição, a natureza do crime de furto simples, o crime de furto qualificado, o crime de resistência e coação sobre funcionário, e o crime de falsas declarações, criando ainda um novo tipo legal que criminaliza as falsas declarações prestadas perante autoridade ou funcionário público no exercício das suas funções. Principais alterações Para efeitos da presente nota informativa optou-se por elencar os artigos objecto de alteração (em anexo), dando-se conta das novidades trazidas e comentando-se a respectiva alteração quando assim se justifique. Art. 69.º - Proibição de conduzir veículos com motor Alarga-se a aplicação da pena acessória de proibição de conduzir veículos com motor, por um período fixado entre três meses e três anos, para além dos crimes de perigo contra a vida ou a integridade física no exercício da condução - condução perigosa de veículo rodoviário (artigo 291.º) e condução de veículo em estado de embriaguez ou sob a influência de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas (artigo 292.º) -, a crimes praticados no exercício da condução em que existe efectiva violação dos bens jurídicos vida e integridade física, ou seja, a quem for punido por crimes de homicídio ou de ofensa à integridade física cometidos no exercício da condução de veículo motorizado com violação das regras de trânsito rodoviário.

3 A pena acessória de proibição de condução de veículos, passa também a ser aplicável a crimes praticados no exercício da condução em que existe efectiva violação dos bens jurídicos vida e integridade física, por, no entender do legislador, não se justificar a manutenção do regime actual que, na prática, redundava em que aos crimes de homicídio ou de ofensa à integridade física praticados no exercício da condução não era aplicável a pena acessória de conduzir. Preenche-se uma lacuna de punibilidade existente no nosso ordenamento, pois, não fazia sentido aplicar a sanção de proibição de condução quando estivesse em causa a criação de perigo contra a vida ou a integridade física (no caso de crime de condução perigosa de veículo rodoviário - artigo 291.º) ou a mera violação de regras estradais (no caso de condução de veículo em estado de embriaguez ou sob a influência de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas -artigo 292.º), e não o fazer quando essa violação causasse a morte ou a lesão corporal de terceiro. Desta forma também, por algum modo, se dá resposta à questão debatida no jurisprudência sobre a aplicabilidade ou não da pena acessória de proibição de conduzir veículos com motor a quem, por exemplo, não possua habilitação legal para conduzir. Com efeito, discutia-se na jurisprudência se as alterações introduzidas no artº69º do CP, pela Lei nº77/2001, de 13/7, haviam ou não excluído da condenação na pena acessória de proibição de conduzir os agentes não habilitados com carta de condução. Com o alargamento da possibilidade da condenação na pena acessória de proibição de conduzir a quem for punido, nomeadamente, por crimes de homicídio ou de ofensa à integridade física cometidos no exercício da condução de veículo motorizado com violação das regras de trânsito rodoviário, esta questão passa a estar clarificada. Finalmente, a versão anterior previa que cessaria a aplicação da pena acessória de proibição de conduzir veículos com motor quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicação de cassação ou de interdição da concessão do título de condução nos termos do artigo 101.º e 102.º. Ora, as alterações ora introduzidas limitam esta excepção à situação de cassação do título e interdição da concessão do título de condução de veículo com motor (artigo 101.º), eliminando a exigência de verificação da aplicação de regras de conduta prevista no art.º 102.º (no qual se estabelecia que no caso de se verificarem os pressupostos da reincidência, previstos no artigo 75.º, ou de a sua ausência se dever só a falta de imputabilidade, o tribunal poderia impor ao agente o cumprimento das regras de conduta previstas nas alíneas b) a f) do n.º 2 do artigo 52.º, quando elas se revelarem adequadas a evitar a prática de outros factos ilícitos típicos da mesma espécie).

4 Art. 120.º - Suspensão da prescrição A alteração aqui introduzida procura impedir que, por força do exercício pelo arguido dos seus direitos de defesa, se possa, por essa via, extinguir a respectiva responsabilidade criminal. A anterior redacção consideravase um período global máximo de 3 anos de suspensão após a notificação da acusação ou, não tendo esta sido deduzida, a partir da notificação da decisão instrutória que pronunciasse o arguido, independentemente de ter sido interposto recurso da decisão da 1.ª instância. Com a alteração ora introduzida, mantendo-se a suspensão de 3 anos após a acusação, passou a prever-se um novo período de suspensão após notificação da sentença ao arguido. Assim, passou a prever-se que a prescrição do procedimento criminal suspende-se, para além dos casos especialmente previstos na lei, durante o tempo em que a sentença condenatória, após notificação ao arguido, não tenha transitado ainda em julgado. Ou seja, a prescrição do procedimento criminal passa a suspender-se nos casos em que, havendo sentença condenatória, a mesma ainda não transite em julgado, desde que a referida sentença tenha sido notificada ao arguido. Outra alteração introduzida às regras da suspensão da prescrição prende-se com a determinação de um prazo máximo de suspensão do procedimento criminal por efeito da contumácia. Assim, nas situações em que o procedimento criminal esteja suspenso por vigorar a declaração de contumácia, o prazo máximo de suspensão do procedimento crimina, passa a ser graduável de acordo com o crime em causa. Anteriormente o procedimento criminal em situação de contumácia ficava suspenso por tempo indeterminado, sendo que por força das alterações ora introduzidas se passa a prever que a suspensão não poderá ultrapassar o prazo normal de prescrição. Finalmente, passa-se a prever, de forma expressa, a situação da pendência de recurso para o Tribunal Constitucional, da seguinte forma: - no caso de sentença condenatória ainda não transitado em julgado, a suspensão não pode ultrapassar 5 anos, elevandose para 10 anos no caso de ter sido declarada a excepcional complexidade do processo. - no caso de recurso para o Tribunal Constitucional, os referidos prazos de 5 e 10 anos são elevados para o dobro. Desta forma, e para além do mais, põe-se fim à controvérsia se a pendência de recurso para o Tribunal Constitucional constituía causa de suspensão do prazo de prescrição do procedimento criminal prevista no segmento normativo «dependência de sentença a proferir por tribunal não penal» da alínea a) do n.º 1 do artigo 119.º do Código Penal de 1982, versão original, ou da alínea

5 a) do n.º 1 do artigo 120.º do Código Penal de 1982, revisão de 1995, e que havia sido objecto do Acórdão de Fixação de jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça n.º 9/2010, de 26/11. Regista-se, aqui, a opção pelo estabelecimento de prazos de prescrição muito elevados e que poderão atingir os 20 anos, a que pode acrescer, por se tratar de mera suspensão, o prazo normal de prescrição, bem como o que resultar das demais hipóteses de suspensão ou de interrupção da prescrição. E se o alargamento do prazo de prescrição será justificável quando a impugnação da decisão que impede o trânsito em julgado da sentença for promovida pelo arguido, contudo a situação não deixará de ser questionável nos casos em que, tendo aquele sido absolvido da prática do crime em 1.ª instância, o recurso vier a ser imputável ao Ministério Público ou ao assistente. Um último apontamento para o facto de, em relação às causas de suspensão da prescrição, se continuar a não estabelecer qualquer prazo máximo para a suspensão a não ser no caso das actuais alíneas c) e e) do nº1 do art.º 120.º - em que se impõe o limite do prazo normal de prescrição (nº 3) e de um prazo de 5 ou 10 anos no caso de sentença condenatória ainda não transitado em julgado ou, ainda, de 10 ou 20 anos se houver recurso para o Tribunal Constitucional -, e no caso da alínea a), com o limite previsto no art.º 7.º, do Código de Processo Penal. Ou seja, em relação às restantes alíneas do nº1 do art.120.º, do Código Penal, não há prazo máximo para a suspensão da prescrição. Verificando-se o facto suspensivo, para além das situações expressas, o processo permanece indefinidamente suspenso até que cesse esse facto na linha do que havia sido decidido pelo Ac. TRL de , disponível em Art. 132.º - Homicídio qualificado Na construção do art.º 132.º, a par da expressão "orientação sexual", é aditado aos exemplos-padrão descritos no n.º 2, a identidade de género (questões de identificação social em relação ao sexo) da vítima de homicídio, como circunstância passível de susceptível de revelar a especial censurabilidade ou perversidade para efeitos de qualificação do crime. O género refere-se à identidade adoptada ou atribuída a uma pessoa de acordo com seus genitais, psicologia ou seu papel na sociedade. Para a maioria das pessoas, homem ou mulher. A inclusão da categoria "identidade de género" no Código Penal era uma reivindicação antiga de alguns sectores da nossa sociedade. Trata-se de uma alteração aprovada por unanimidade na discussão na especialidade das alterações ao Código Penal, consubstanciando o reconhecimento da especial

6 vulnerabilidade das pessoas transexuais. Art. 152.º - Violência doméstica Na construção do art.º 152.º, é aditado às situações passíveis de integrar este tipo de ilícito, as situações de namoro. Por seu turno, acrescenta-se na alínea d), que prevê a protecção de pessoa particularmente indefesa, a expressão nomeadamente. Finalmente, na construção do n.º 5 deste art.º 152.º é substituída a expressão pode por deve. Art. 204.º - Furto qualificado Procede-se ao aditamento ao elenco das condutas típicas do crime de furto qualificado, agravando-os, dos actos de impedimento ou perturbação da exploração de serviços de comunicações ou de fornecimento ao público de bens e serviços essenciais água, luz, energia, calor, óleo, gasolina ou gás [aditamento de uma alínea j) ao n.º 1 do artigo 204.º]. A alteração aqui introduzida cria um novo tipo penal para quem furtar coisa móvel alheia, impedindo ou perturbando, por qualquer forma, a exploração de serviços de comunicações ou de fornecimento ao público de água, luz, energia, calor, óleo, gasolina ou gás. Trata-se de um crime de perigo abstracto, em que se assume que a perigosidade para o bem jurídico decorre do próprio modo de ser da conduta. Atente-se ao eventual concurso com o crime de perturbação de serviços, previsto no art.º 277.º, als. c) e d), o qual não poderá deixar de ser resolvido pelas regras gerais de concurso de normas, atendendo ao caso concreto. Art. 207.º - Acusação particular Inscrevem-se, no tipo legal de furto simples, novas circunstâncias condicionadoras da obrigatoriedade da acção penal pública. Assim, procede-se à transformação em crimes de natureza particular dos atuais crimes de furto simples (praticados por um único agente) de coisas móveis expostas de valor diminuto, cometidos em estabelecimento comercial, no período de abertura ao público, desde que tenha ocorrido a sua recuperação imediata [aditamento de um n.º 2 ao artigo 207.º, passando o anterior corpo do artigo a n.º 1 e consequente ajustamento

7 das remissões constantes do n.º 3 do artigo 213.º, n.º 4 do artigo 224.º, e alínea b) do n.º 3 do artigo 231.º]. O crime dependerá, agora, de acusação particular quando, cumulativamente, se verificarem as seguintes circunstâncias: - o furto ocorrer num estabelecimento comercial; - a ocorrência tenha lugar durante o período de abertura ao público; - o furto tenha como objecto coisas móveis expostas; - as coisas furtadas tenham valor diminuto; - as coisas furtadas tenham sido imediatamente recuperadas; - o furto tenha sido praticado por uma só pessoa. Estão, aqui, em causa furtos, muitas vezes de valor diminuto, ocorridos em estabelecimentos comerciais. Sem deixar de penalizar tais condutas, uma vez que a propriedade é um direito constitucionalmente reconhecido e a sua ofensa lesa um bem jurídico, assume-se que nas situações em que os ofendidos são proprietários de estabelecimentos comerciais, onde os produtos se encontram expostos ao público, a justiça penal, como ultima ratio, só passa a ser chamada a intervir quando o ofendido deduza ele próprio a acusação. Opta-se, assim, pela transformação de tais ilícitos, sempre que existe recuperação imediata da coisa furtada, em crimes de natureza particular, continuando os restantes crimes de furto simples a assumir a natureza de crimes semipúblicos. Para além dos casos já previstos no art.º 207.º do Código Penal, nomeadamente, as relações pessoais entre a vítima e o agente ou furto de bens de valor diminuto, destinados a utilização imediata, o procedimento criminal pelo crime de furto passa, também, a depender de acusação particular nos casos de furtos de valor diminuto, ocorridos em estabelecimentos comerciais. Salvaguardam-se, igualmente, os casos em que o furto é cometido por duas ou mais pessoas, já que nesses casos existe uma nítida exasperação de ilicitude e de perigosidade que justifica a intervenção do Estado com a mera apresentação de queixa do ofendido. Art. 213.º - Dano qualificado É feita a adaptação da previsão remissiva decorrente da alteração do conteúdo do art.º 207.º. Art. 224.º - Infidelidade É feita a adaptação da previsão remissiva decorrente da alteração do conteúdo do art.º 207.º.

8 Art. 213.º - Receptação É feita a adaptação da previsão remissiva decorrente da alteração do conteúdo do art.º 207.º. Art. 240.º - Discriminação racial, religiosa ou sexual Art. 347.º - Resistência e coacção sobre funcionário Procede-se ao aumento do limite mínimo da pena aplicável, fixandoo num ano de prisão, relativamente ao crime de resistência e coação sobre funcionário. Atente-se que esta alteração, na prática, exclui a aplicabilidade a este crime das penas de substituição, nomeadamente, a pena de multa de substituição, a prisão por dias livres e a semidetenção. Art. 359.º - Falsidade de depoimento ou declaração As alterações do disposto no artigo 359.º do Código Penal decorrem da alteração dos artigos do Código de Processo Penal [Lei n.º 20/03] e que elimina o dever do arguido de responder sobre os seus antecedentes criminais. Em termos práticos, deixa de ser criminalizada a falsidade das declarações do arguido quanto aos seus antecedentes criminais. Art. 348.º-A - Falsas declarações Em relação ao tipo do crime de falsas declarações, o mesmo deixa de se confinar às declarações recebidas como meio de prova em processo judiciário, ou equivalente, passando a constituir ilícito criminal igualmente as falsas declarações que sejam prestadas perante autoridade pública ou funcionário público no exercício das suas funções e se destinem a produzir efeitos jurídicos. Na prática cria-se um novo tipo legal de falsas declarações, incriminado quem declarar ou atestar falsamente à autoridade pública ou a funcionário no exercício das suas funções identidade, estado ou outra

9 qualidade a que a lei atribua efeitos jurídicos, próprios ou alheios. Trata-se do dever de identificação própria ou do dever de verdade na identificação fiscal. A pena prevista é prisão até um ano ou com pena de multa, se pena mais grave não lhe couber por força de outra disposição legal. A incriminação é agravada caso as declarações se destinem a ser exaradas em documento oficial, caso em que a punição será de pena de prisão até dois anos ou com pena de multa. Art. 35.º - Meios técnicos de controlo à distância Finalmente, na construção do n.º 1 deste normativo, é substituída a expressão pode por deve. Art. 36.º - Consentimento É conferida a possibilidade do Juiz afastar a necessidade de consentimento da vítima sempre que, de forma fundamentada, considerar que a utilização de meios técnicos de controlo à distância é imprescindível para a proteção dos direitos daquela. Braga, 25 de Março de 2013 Nuno Albuquerque nunoalbuquerque@nadv.pt

10 Anexos

11 Código Penal versão anterior Código Penal versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Art. 69.º - Proibição de conduzir veículos com motor Artigo 69.º Proibição de conduzir veículos com motor 1- É condenado na proibição de conduzir veículos com motor por um período fixado entre três meses e três anos quem for punido: a) Por crime previsto nos artigos 291.º ou 292.º; b) Por crime cometido com utilização de veículo e cuja execução tiver sido por este facilitada de forma relevante; ou c) Por crime de desobediência cometido mediante recusa de submissão às provas legalmente estabelecidas para detecção de condução de veículo sob efeito de álcool, estupefacientes, substâncias psicotrópicas ou produtos com efeito análogo. 2- A proibição produz efeito a partir do trânsito em julgado da decisão e pode abranger a condução de veículos com motor de qualquer categoria. 3- No prazo de 10 dias a contar do trânsito em julgado da sentença, o condenado entrega na secretaria do tribunal, ou em qualquer posto policial, que remete àquela, o título de condução, se o mesmo não se encontrar já apreendido no processo. 4- A secretaria do tribunal comunica a proibição de conduzir à Direcção-Geral de Viação no prazo de 20 dias a contar do trânsito em julgado da sentença, bem como participa ao Ministério Público as situações de incumprimento do disposto no número anterior. 5- Tratando-se de título de condução emitido em país estrangeiro com valor internacional, a apreensão pode ser substituída por anotação naquele título, pela Direcção-Geral de Viação, da proibição decretada. Se não for viável a anotação, a secretaria, por intermédio da Direcção-Geral de Viação, comunica a decisão ao organismo competente do país que tiver emitido o título. 6- Não conta para o prazo da proibição o tempo em que o agente estiver privado da liberdade por força de medida de coacção processual, pena ou medida de segurança. 7- Cessa o disposto no n.º 1 quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicação da cassação ou da interdição da concessão do título de condução, nos termos dos artigos 101.º e 102.º. Artigo 69.º a) Por crimes de homicídio ou de ofensa à integridade física cometidos no exercício da condução de veículo motorizado com violação das regras de trânsito rodoviário e por crimes previstos nos artigos 291.º e 292.º; b)... c) Cessa o disposto no n.º 1 quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicação de cassação ou de interdição da concessão do título de condução nos termos do artigo 101.º.

12 Art. 120.º - Suspensão da prescrição Artigo 120.º Suspensão da prescrição 1- A prescrição do procedimento criminal suspendese, para além dos casos especialmente previstos na lei, durante o tempo em que: a) O procedimento criminal não puder legalmente iniciar-se ou continuar por falta de autorização legal ou de sentença a proferir por tribunal não penal, ou por efeito da devolução de uma questão prejudicial a juízo não penal; b) O procedimento criminal estiver pendente a partir da notificação da acusação ou, não tendo esta sido deduzida, a partir da notificação da decisão instrutória que pronunciar o arguido ou do requerimento para aplicação de sanção em processo sumaríssimo; c) Vigorar a declaração de contumácia; d) A sentença não puder ser notificada ao arguido julgado na ausência; ou e) O delinquente cumprir no estrangeiro pena ou medida de segurança privativas da liberdade. 2- No caso previsto na alínea b) do número anterior a suspensão não pode ultrapassar 3 anos. 3- A prescrição volta a correr a partir do dia em que cessar a causa da suspensão. Artigo 120.º a)... b)... c)... d)... e) A sentença condenatória, após notificação ao arguido, não transitar em julgado; f) [Anterior alínea e).] 3 - No caso previsto na alínea c) do n.º 1 a suspensão não pode ultrapassar o prazo normal de prescrição. 4 - No caso previsto na alínea e) do n.º 1 a suspensão não pode ultrapassar 5 anos, elevandose para 10 anos no caso de ter sido declarada a excecional complexidade do processo. 5 - Os prazos a que alude o número anterior são elevados para o dobro se tiver havido recurso para o Tribunal Constitucional. 6 - (Anterior n.º 3.) Art. 132.º - Homicídio qualificado Artigo 132.º Homicídio qualificado 1 - Se a morte for produzida em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade, o agente é punido com pena de prisão de doze a vinte e cinco anos. 2 - É susceptível de revelar a especial censurabilidade ou perversidade a que se refere o número anterior, entre outras, a circunstância de o agente: a) Ser descendente ou ascendente, adoptado ou adoptante, da vítima; b) Praticar o facto contra cônjuge, ex-cônjuge, pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação, ou contra progenitor de descendente comum em 1.º grau; c) Praticar o facto contra pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença ou gravidez; d) Empregar tortura ou acto de crueldade para aumentar o sofrimento da vítima; e) Ser determinado por avidez, pelo prazer de matar Artigo 132.º a)... b)... c)... d)... e)... f) Ser determinado por ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientação sexual ou pela identidade de género da vítima; g)... h)... i)... j)... l)... m)...

13 ou de causar sofrimento, para excitação ou para satisfação do instinto sexual ou por qualquer motivo torpe ou fútil; f) Ser determinado por ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo ou pela orientação sexual da vítima; g) Ter em vista preparar, facilitar, executar ou encobrir um outro crime, facilitar a fuga ou assegurar a impunidade do agente de um crime; h) Praticar o facto juntamente com, pelo menos, mais duas pessoas ou utilizar meio particularmente perigoso ou que se traduza na prática de crime de perigo comum; i) Utilizar veneno ou qualquer outro meio insidioso; j) Agir com frieza de ânimo, com reflexão sobre os meios empregados ou ter persistido na intenção de matar por mais de vinte e quatro horas; l) Praticar o facto contra membro de órgão de soberania, do Conselho de Estado, Representante da República, magistrado, membro de órgão de governo próprio das Regiões Autónomas, Provedor de Justiça, governador civil, membro de órgão das autarquias locais ou de serviço ou organismo que exerça autoridade pública, comandante de força pública, jurado, testemunha, advogado, todos os que exerçam funções no âmbito de procedimentos de resolução extrajudicial de conflitos, agente das forças ou serviços de segurança, funcionário público, civil ou militar, agente de força pública ou cidadão encarregado de serviço público, docente, examinador ou membro de comunidade escolar, ou ministro de culto religioso, juiz ou árbitro desportivo sob a jurisdição das federações desportivas, no exercício das suas funções ou por causa delas; m) Ser funcionário e praticar o facto com grave abuso de autoridade. Art. 152.º - Violência doméstica Artigo 152.º Violência doméstica 1 - Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais: a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge; b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação; c) A progenitor de descendente comum em 1.º grau; ou d) A pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite; é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. 2 - No caso previsto no número anterior, se o agente praticar o facto contra menor, na presença de menor, no domicílio comum ou no domicílio da vítima é punido com pena de prisão de dois a cinco anos. 3 - Se dos factos previstos no n.º 1 resultar: a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos; b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos. Artigo 152.º a)... b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação de namoro ou uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação; c)... d) A pessoa particularmente indefesa, nomeadamente em razão da idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite; A pena acessória de proibição de contacto com a vítima deve incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento deve ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância

14 4 - Nos casos previstos nos números anteriores, podem ser aplicadas ao arguido as penas acessórias de proibição de contacto com a vítima e de proibição de uso e porte de armas, pelo período de seis meses a cinco anos, e de obrigação de frequência de programas específicos de prevenção da violência doméstica. 5 - A pena acessória de proibição de contacto com a vítima pode incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento pode ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância. 6 - Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser inibido do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela por um período de um a dez anos. Art. 204.º - Furto qualificado Artigo 204.º Furto qualificado 1- Quem furtar coisa móvel alheia: a) De valor elevado; b) Colocada ou transportada em veículo ou colocada em lugar destinado ao depósito de objectos ou transportada por passageiros utentes de transporte colectivo, mesmo que a subtracção tenha lugar na estação, gare ou cais; c) Afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar destinado ao culto ou em cemitério; d) Explorando situação de especial debilidade da vítima, de desastre, acidente, calamidade pública ou perigo comum; e) Fechada em gaveta, cofre ou outro receptáculo equipados com fechadura ou outro dispositivo especialmente destinado à sua segurança; f) Introduzindo-se ilegitimamente em habitação, ainda que móvel, estabelecimento comercial ou industrial ou espaço fechado, ou aí permanecendo escondido com intenção de furtar; g) Com usurpação de título, uniforme ou insígnia de empregado público, civil ou militar, ou alegando falsa ordem de autoridade pública; h) Fazendo da prática de furtos modo de vida; ou i) Deixando a vítima em difícil situação económica; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. 2- Quem furtar coisa móvel alheia: a) De valor consideravelmente elevado; b) Que possua significado importante para o desenvolvimento tecnológico ou económico; c) Que por sua natureza seja altamente perigosa; d) Que possua importante valor científico, artístico ou histórico e se encontre em colecção ou exposição públicas ou acessíveis ao público; e) Penetrando em habitação, ainda que móvel, estabelecimento comercial ou industrial ou outro espaço fechado, por arrombamento, escalamento ou chaves falsas; f) Trazendo, no momento do crime, arma aparente ou oculta; ou g) Como membro de bando destinado à prática reiterada de crimes contra o património, com a colaboração de pelo menos outro membro do bando; é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos. Artigo 204.º a)... b)... c)... d)... e)... f)... g)... h)... i)... j) Impedindo ou perturbando, por qualquer forma, a exploração de serviços de comunicações ou de fornecimento ao público de água, luz, energia, calor, óleo, gasolina ou gás;

15 3- Se na mesma conduta concorrerem mais do que um dos requisitos referidos nos números anteriores, só é considerado para efeito de determinação da pena aplicável o que tiver efeito agravante mais forte, sendo o outro ou outros valorados na medida da pena. 4- Não há lugar à qualificação se a coisa furtada for de diminuto valor. Art. 207.º - Acusação particular Artigo 207.º Acusação particular No caso do artigo 203.º e do n.º 1 do artigo 205.º, o procedimento criminal depende de acusação particular se: a) O agente for cônjuge, ascendente, descendente, adoptante, adoptado, parente ou afim até ao 2.º grau da vítima, ou com ela viver em condições análogas às dos cônjuges; ou b) A coisa furtada ou ilegitimamente apropriada for de valor diminuto e destinada a utilização imediata e indispensável à satisfação de uma necessidade do agente ou de outra pessoa mencionada na alínea a). Artigo 207.º 1 - (Anterior corpo e alíneas.) 2 - No caso do artigo 203.º, o procedimento criminal depende de acusação particular quando a conduta ocorrer em estabelecimento comercial, durante o período de abertura ao público, relativamente à subtração de coisas móveis expostas de valor diminuto e desde que tenha havido recuperação imediata destas, salvo quando cometida por duas ou mais pessoas. Art. 213.º - Dano qualificado Artigo 213.º Dano qualificado 1- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável: a) Coisa alheia de valor elevado; b) Monumento público; c) Coisa destinada ao uso e utilidade públicos ou a organismos ou serviços públicos; d) Coisa pertencente ao património cultural e legalmente classificada ou em vias de classificação; ou e) Coisa alheia afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar destinado ao culto ou em cemitério; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. 2- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia: a) De valor consideravelmente elevado; b) Natural ou produzida pelo homem, oficialmente arrolada ou posta sob protecção oficial pela lei; c) Que possua importante valor científico, artístico ou histórico e se encontre em colecção ou exposição públicas ou acessíveis ao público; ou d) Que possua significado importante para o desenvolvimento tecnológico ou económico; é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos. 3- É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do artigo 207.º. Artigo 213.º 3 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º e 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do n.º 1 do artigo 207.º

16 4- O n.º 1 do artigo 206.º aplica-se nos casos da alínea a) do n.º 1 e da alínea a) do n.º 2. Art. 224.º - Infidelidade Artigo 213.º Dano qualificado 1- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável: a) Coisa alheia de valor elevado; b) Monumento público; c) Coisa destinada ao uso e utilidade públicos ou a organismos ou serviços públicos; d) Coisa pertencente ao património cultural e legalmente classificada ou em vias de classificação; ou e) Coisa alheia afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar destinado ao culto ou em cemitério; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. 2- Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia: a) De valor consideravelmente elevado; b) Natural ou produzida pelo homem, oficialmente arrolada ou posta sob protecção oficial pela lei; c) Que possua importante valor científico, artístico ou histórico e se encontre em colecção ou exposição públicas ou acessíveis ao público; ou d) Que possua significado importante para o desenvolvimento tecnológico ou económico; é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos. 3- É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do artigo 207.º. 4- O n.º 1 do artigo 206.º aplica-se nos casos da alínea a) do n.º 1 e da alínea a) do n.º 2. Artigo 213.º 3 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 204.º e 2 e 3 do artigo 206.º e na alínea a) do n.º 1 do artigo 207.º Art. 231.º - Receptação Artigo 231.º Receptação 1- Quem, com intenção de obter, para si ou para outra pessoa, vantagem patrimonial, dissimular coisa que foi obtida por outrem mediante facto ilícito típico contra o património, a receber em penhor, a adquirir por qualquer título, a detiver, conservar, transmitir ou contribuir para a transmitir, ou de qualquer forma assegurar, para si ou para outra pessoa, a sua posse, é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. 2- Quem, sem previamente se ter assegurado da sua legítima proveniência, adquirir ou receber, a qualquer título, coisa que, pela sua qualidade ou pela condição de quem lhe oferece, ou pelo montante do preço proposto, faz razoavelmente suspeitar que provém de facto ilícito típico contra o património é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 120 dias. Artigo 231.º a)... b) Na alínea a) do n.º 1 do artigo 207.º, se a relação familiar interceder entre o recetador e a vítima do facto ilícito típico contra o património

17 3- É correspondentemente aplicável o disposto: a) No artigo 206.º; e b) Na alínea a) do artigo 207.º, se a relação familiar interceder entre o receptador e a vítima do facto ilícito típico contra o património. 4 - Se o agente fizer da receptação modo de vida, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos. Art. 240.º - Discriminação racial, religiosa ou sexual Artigo 240.º Discriminação racial, religiosa ou sexual 1- Quem: a) Fundar ou constituir organização ou desenvolver actividades de propaganda organizada que incitem à discriminação, ao ódio ou à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual, ou que a encorajem; ou b) Participar na organização ou nas actividades referidas na alínea anterior ou lhes prestar assistência, incluindo o seu financiamento; é punido com pena de prisão de um a oito anos. 2 - Quem, em reunião pública, por escrito destinado a divulgação ou através de qualquer meio de comunicação social ou sistema informático destinado à divulgação: a) Provocar actos de violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual; ou b) Difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual, nomeadamente através da negação de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade; ou c) Ameaçar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual; com a intenção de incitar à discriminação racial, religiosa ou sexual, ou de a encorajar, é punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos. Artigo 240.º a) Fundar ou constituir organização ou desenvolver atividades de propaganda organizada que incitem à discriminação, ao ódio ou à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género, ou que a encorajem; ou b) a) Provocar atos de violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género; ou b) Difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género, nomeadamente através da negação de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade; ou c) Ameaçar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de género;... Art. 347.º - Resistência e coacção sobre funcionário Artigo 347.º Resistência e coacção sobre funcionário 1- Quem empregar violência, incluindo ameaça grave ou ofensa à integridade física, contra funcionário ou membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança, para se opor a que ele pratique acto relativo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique acto relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deveres, é punido com pena de prisão até 5 anos. 2- A mesma pena é aplicável a quem desobedecer ao sinal de paragem e dirigir contra funcionário ou Artigo 347.º 1 - Quem empregar violência, incluindo ameaça grave ou ofensa à integridade física, contra funcionário ou membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança, para se opor a que ele pratique ato relativo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique ato relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deveres, é punido com pena de prisão de um a cinco anos.

18 membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança, veículo, com ou sem motor, que conduza em via pública ou equiparada, ou embarcação, que pilote em águas interiores fluviais ou marítimas, para se opor a que ele pratique acto relativo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique acto relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deveres, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. Art. 359.º - Falsidade de depoimento ou declaração Artigo 359.º Falsidade de depoimento ou declaração 1- Quem prestar depoimento de parte, fazendo falsas declarações relativamente a factos sobre os quais deve depor, depois de ter prestado juramento e de ter sido advertido das consequências penais a que se expõe com a prestação de depoimento falso, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa. 2- Na mesma pena incorrem o assistente e as partes civis relativamente a declarações que prestarem em processo penal, bem como o arguido relativamente a declarações sobre a identidade e os antecedentes criminais. Artigo 359.º 2 - Na mesma pena incorrem o assistente e as partes civis relativamente a declarações que prestarem em processo penal, bem como o arguido relativamente a declarações sobre a sua identidade.» Art. 348.º-A - Falsas declarações Artigo 348.º-A Falsas declarações 1 - Quem declarar ou atestar falsamente à autoridade pública ou a funcionário no exercício das suas funções identidade, estado ou outra qualidade a que a lei atribua efeitos jurídicos, próprios ou alheios, é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa, se pena mais grave não lhe couber por força de outra disposição legal. 2 - Se as declarações se destinarem a ser exaradas em documento autêntico o agente é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa. Art. 35.º - Meios técnicos de controlo à distância Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro-versão anterior Artigo 35.º Meios técnicos de controlo à distância 1 O tribunal, com vista à aplicação das medidas e penas previstas nos artigos 52.º e 152.º do Código Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro Versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Artigo 35.º 1 - O tribunal, com vista à aplicação das medidas e penas previstas nos artigos 52.º e 152.º do Código

19 Penal, no artigo 281.º do Código de Processo Penal e no artigo 31.º da presente lei, pode, sempre que tal se mostre imprescindível para a protecção da vítima, determinar que o cumprimento daquelas medidas seja fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância. 2 O controlo à distância é efectuado, no respeito pela dignidade pessoal do arguido, por monitorização telemática posicional, ou outra tecnologia idónea, de acordo com os sistemas tecnológicos adequados. 3 O controlo à distância cabe aos serviços de reinserção social e é executado em estreita articulação com os serviços de apoio à vítima, sem prejuízo do uso dos sistemas complementares de teleassistência referidos no n.º 5 do artigo 20.º. 4 Para efeitos do disposto no n.º 1, o juiz solicita prévia informação aos serviços encarregados do controlo à distância sobre a situação pessoal, familiar, laboral e social do arguido ou do agente. 5 À revogação, alteração e extinção das medidas de afastamento fiscalizadas por meios técnicos de controlo à distância aplicam -se as regras previstas nos artigos 55.º a 57.º do Código Penal e nos artigos 212.º e 282.º do Código de Processo Penal. Penal, no artigo 281.º do Código de Processo Penal e no artigo 31.º da presente lei, deve, sempre que tal se mostre imprescindível para a proteção da vítima, determinar que o cumprimento daquelas medidas seja fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância Art. 36.º - Consentimento Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro-versão anterior Artigo 36.º Consentimento 1 A utilização dos meios técnicos de controlo à distância depende do consentimento do arguido ou do agente e, nos casos em que a sua utilização abranja a participação da vítima, depende igualmente do consentimento desta. 2 A utilização dos meios técnicos de controlo à distância depende ainda do consentimento das pessoas que o devam prestar, nomeadamente das pessoas que vivam com o arguido ou o agente e das que possam ser afectadas pela permanência obrigatória do arguido ou do agente em determinado local. 3 O consentimento do arguido ou do agente é prestado pessoalmente perante o juiz, na presença do defensor, e reduzido a auto. 4 Sempre que a utilização dos meios técnicos de controlo à distância for requerida pelo arguido ou pelo agente, o consentimento considera -se prestado por simples declaração deste no requerimento. 5 As vítimas e as pessoas referidas no n.º 2 prestam o seu consentimento aos serviços encarregados da execução dos meios técnicos de controlo à distância por simples declaração escrita, que o enviam posteriormente ao juiz. 6 Os consentimentos previstos neste artigo são revogáveis a todo o tempo. Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro Versão Lei n.º 19/2013, de 21 de Artigo 36.º Não se aplica o disposto nos números anteriores sempre que o juiz, de forma fundamentada, determine que a utilização de meios técnicos de controlo à distância é imprescindível para a proteção dos direitos da vítima.

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