ARTE NA GRÉCIA: Arcaico, Clássico e Helenístico. Professora: Grasiela Morais.
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- Luiz Guilherme Candal de Sequeira
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1 ARTE NA GRÉCIA: Arcaico, Clássico e Helenístico. Professora: Grasiela Morais.
2 ARTE NA GRÉCIA: Arcaico, Clássico e Helenístico. A arte e a arquitetura gregas de 750 a. C. até o surgimento dos romanos tiveram um efeito fundamental na evolução da arte e da cultura no Ocidente. Os gregos criaram várias obras de arte para enfeitar templos e prédios públicos, para celebrar vitórias em batalhas, as pessoas famosas e os mortos, e como oferendas aos deuses. O realismo idealizado da arte grega foi redescoberto durante a Renascença italiana e se tornou padrão que a maioria dos artistas ocidentais almejou alcançar até o século XIX. O estudo da arte produzida pelos gregos nesse contexto histórico divide-se em três momentos: Arcaico, Clássico e Helenístico.
3 Arcaico é o nome dado ao período que corresponde a meados do século VII (cerca de 650 a. C.), quando os gregos começaram a desenvolver técnicas e ideias estimuladas pelo contato com as civilizações mais antigas do Egito e do Oriente Próximo, até a época das Guerras Pérsicas, na primeira metade do século V. Designa-se por clássico o período entre as Guerras Pérsicas e o final da Guerra do Peloponeso (404 a. C.). O termo clássico é comumente utilizado em mais dois sentidos. Frequentemente denota apenas excelência, de modo que nos referimos a algo como um clássico se constituir um exemplo notável do seu tipo; outras vezes o termo é usado historicamente: as civilizações grega e romana juntas são coletivamente conhecidas como Antiguidade Clássica, de modo a distinguir-se da antiguidade mais remotas das civilizações do Egito e do Oriente Próximo. Sendo assim utilizaremos o conceito clássico para descrever o estilo artístico desenvolvido no século V a. C. Os períodos arcaico e clássico constituíram, para os gregos, épocas profundamente estimulantes, em que pensadores e homens práticos constantemente descobriam e inventavam coisas novas. Essa foi também uma épocas decisiva para o desenvolvimento da arte. Informações obtidas em: WOODFORD, Susan. Introdução à História da Arte da Universidade de Cambridge: Grécia e Roma. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, p. 06.
4 A evolução das esculturas: Pouco depois de meados do século VII a. C., os gregos começaram a esculpir em mármore grandes figuras de homens. Possivelmente ficaram impressionados com as estátuas que haviam visto no Egito. Assim os gregos adotaram o método egípcio de execução e também, em grande medida, o sistema egípcio de proporções. É por isso que as primeiras estátuas gregas se parecem tanto com as egípcias. As semelhanças na pose e na técnica são óbvias; as diferenças de estilo e função são mais sutis, mas extremamente importantes. O escultor egípcio fazia uma figura realista de um homem; a estátua grega é mais abstrata. Pois, para os gregos uma estátua desse gênero não deveria parecer-se apenas com um homem mas também ser um belo objeto em si mesmo. Assim fizeram dela uma peça de beleza ao impor três elementos de composição à representação da forma humana: simetria, repetição exata de formas e uso das mesmas formas em diferentes escalas. A estátua grega que estamos mencionando, executada no século VII a. C., foi muito produzida durante todo o período arcaico. Esse tipo de estátua (uma figura nua masculina em posição ereta e frontal, com o peso igualmente distribuído sobre ambas as pernas) é chamada de Koûros (plural Koûroi), palavra que significa homem jovem.
5 Da esquerda para a direita apresentamos o método grego de lavrar a pedra no período arcaico e clássico. As duas últimas imagens são respectivamente: a estátua Koûros (altura 184 cm, do século VII a. C.) e a estátua Koûros de Anavisso (altura 194 cm, do século VI a. C.).
6 A evolução das esculturas: Contudo, diferentemente da arte egípcia, cuja produção tinha uma função religiosa, a arte grega não estava submetida a convenções rígidas; por isso, pôde evoluir livremente. Assim, com o tempo, para o escultor grego a postura rígida e forçada do Koûros passou a ser insatisfatória. A estátua conhecida como Efebo de Crítios, por exemplo, mostra mudanças nesse sentido. Nessa escultura, em vez de olhar bem para a frente, o modelo tem a cabeça ligeiramente voltada para o lado; em vez de apoiar-se igualmente sobre as duas pernas, seu corpo descansa sobre uma delas, que assume uma posição mais afastada em relação ao eixo de simetria, e mantém o quadril desse lado um pouco mais alto. A estátua adquiriu vida. Efebo de Crítios, 480 a. C., altura 86 cm. Museu da Acrópole, Atenas.
7 Zeus de Artemísio, 470 a. C., altura 2,09 metros. Museu Arqueológico Nacional, Atenas. A evolução das esculturas: Na busca do artista grego pela superação da rigidez das estátuas, o mármore mostrou-se um material inadequado: pesado demais, quebrava-se sob o seu próprio peso, quando determinadas partes do corpo não estavam apoiadas. Para solucionar o problema, os escultores da era clássica começaram a utilizar o bronze, liga metálica que, além de ser mais resistente que o mármore, permitia criar figuras que expressassem melhor a ideia de movimento. Vemos um exemplo disso na escultura Zeus de Artemísio (ou Posêidon). O deus é retratado em plena e vigorosa ação, no momento de lançar um raio (ou um tridente) contra um inimigo que não se vê. A pose livre e aberta ilustra muito bem porque os maiores escultores do século V a. C. preferiam o bronze ao mármore em seus trabalhos.
8 A evolução das esculturas: Outra obra desse período é a escultura Discóbolo obra do artista Míron. Tão célebre foi essa estátua que, séculos depois, os romanos ordenaram a execução de cópias dessa obra. Em vez de fundirem bronzes dispendiosos, os romanos preferiram fazer réplicas em mármore, material mais barato. O bronze original do Discóbolo de Míron desapareceu, e temos sorte de contar com as cópias romanas, pois nos fornecem algumas pistas importantes acerca das representações gregas. Versão romana do Discóbolo de Míron (450 a. C.). Altura: 1,55 m. Museu Nacional Romano, Roma.
9 A arquitetura: as ordens dórica e jônica Na arquitetura grega, as edificações que despertam maior interesse são os templos, construídos não para reunir pessoas em seu interior para o culto religioso, mas para proteger da chuva ou do sol as esculturas de suas divindades. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico da entrada o pronau e os fundos o opistódomo. O núcleo do templo grego era formado pelo pronau, pelo naus (recinto onde se situava a imagem da divindade) e pelo opistódomo. Esse núcleo era cercado pelo peristilo (colunata ou conjunto de coluna). Plano de um templo grego típico.
10 A arquitetura: as ordens dórica e jônica As colunas do templo sustentavam um entablamento horizontal, formados por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e o entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica ou a ordem jônica. A ordem dórica era simples e maciça. A ordem jônica sugeria mais leveza e era mais ornamentada.
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12 A arquitetura: as ordens dórica e jônica Os templos gregos eram cobertos por um telhado descendente no sentido das laterais. Dessa posição do telhado resultava um espaço triangular sobre a cornija, tanto no pórtico de entrada quanto no dos fundos. Esse espaço triangular, denominado frontão, era ricamente ornamentado com esculturas. Além dos frontões, as métopas e os frisos (ver imagem da página anterior) também eram decorados com esculturas que geralmente descreviam cenas épicas e elementos da mitologia grega. Frontão de um templo grego. Atenas.
13 Pintura e Cerâmica pintada Os gregos conceberam a pintura primordialmente como pintura sobre paredes e em painéis. Vastas pinturas sobre a superfícies planas foram frequentemente usadas para decorar a arquitetura; as métopas, por exemplo, eram às vezes pintadas em lugar de esculpidas em relevo. Métopa pintada do templo de Apolo em Térmon, século VII a. C. Altura: 88 cm. O que os tornaram notáveis foram as pinturas feitas em cerâmicas. Os gregos fabricavam vasos com decoração pintada para servir a quatro finalidades: como recipientes para armazenar bebidas e mantimentos; como equipamento para refeições festivas; como recipientes de uso decorativo e, por fim, como vasos especiais para ser usado em rituais (tais como, o casamento).
14 Pintura e Cerâmica pintada As pinturas dos vasos representam pessoas em suas atividades cotidianas e cenas da mitologia grega. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta das figuras. A seguir, gravava o contorno e as marcas interiores com um instrumento pontiagudo, que retirava a tinta preta, deixando linhas nítidas. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. Uma de suas pinturas mais famosas mostra Aquiles e Ajax jogando damas. Por volta de 530 a. C., Eutímedes introduziu uma grande mudança na arte de pintar vasos: inverteu o esquema de cores, deixando as figuras na cor natural do barro cozido e pintando o fundo de negro. Teve início, com isso, a série de figuras vermelhas.
15 Ânfora com figuras negras pintadas por Exéquias (cerca de 540 a. C.). Altura: 61 cm. Ânfora com figuras vermelhas ( a. C.).
16 Modelos diversos de Cerâmica utilizados pelos gregos.
17 Período Helenístico O período helenístico vai do século IV a. C. até o século II a. C. O termo helenística refere-se à cultura iniciada sob o poder de Alexandre e seguida até o domínio da Grécia pelos romanos em 146 a. C. O contexto histórico da época refletiu algumas mudanças na arte grega. Cópia Romana da Afrodite de Cnido, de Praxíteles.
18 Período Helenístico A Escultura O conjunto escultórico do século IV a. C. apresenta traços bem característicos. Um deles era a representação, sob forma humana, de conceitos e sentimentos, como a paz, o amor, a liberdade, a vitória, entre outros. Outro traço marcante foi o surgimento do nu feminino, pois, nos períodos arcaico e clássico, representava-se a figura feminina sempre vestida. Praxíteles, por exemplo, esculpiu uma Afrodite nua que acabou sendo a sua obra mais famosa. A escultura foi comprada pela cidade de Cnido, assim ficando conhecida como a Afrodite de Cnido. Observa-se, nela, o princípio usado por Policleto (autor do Doríforo): opor os membros tensos aos relaxados, combinando-os com o tronco posicionado sem rigidez. Esse princípio, aplicado às formas arredondas femininas, deu sensualidade à figura.
19 Período Helenístico Cópia Romana do Doríforo, de Policleto. O original data de 440 a. C.; altura de 199 cm. Essa obra faz parte do conjunto escultórico do período clássico da arte grega. Cópia Romana da Afrodite de Cnido, de Praxíteles. Vista de dois ângulos. A obra é referência do período helenístico.
20 Período Helenístico A Escultura Outras obras de tamanha relevância desse período são: a Afrodite de Cápua, a Afrodite de Melos ou Vênus de Milo (imagem ao lado). Ademais, os escultores, sobretudo os que trabalhavam em bronze, criaram figuras belas de todos os pontos de vista e que, de fato estimulavam o olhar (e o observador) a circular em torno delas para apreciar a grandeza da obra. A outra conquista do período helenístico foi a representação não de uma só figura, mas de grupos que ao mesmo tempo sugerem mobilidade e a preocupação com o belo em todos os ângulos. Afrodite de Melos, século II a. C.; altura 2, 04 m. Museu do Louvre, Paris.
21 Período Helenístico Cópia romana do soldado Gálata que mata a sua mulher e a si próprio. Século II a. C.; altura 2,11 m. Museo Nazionale delle Terme, Roma. Orestes e Electra, século I a. C.; altura 1,39 m. Museo Nazionale, Nápoles.
22 Período Helenístico A Arquitetura Muitas das mais importantes tendências no desenvolvimento da arquitetura helenística podem ser apreendidas se observarmos três tipos de construção: casas, teatros e santuários. A casa: novo luxo na vida privada No período helenístico, as casas ganham mais espaço e se tornam mais valorizadas. Os pátios da maioria das casas eram adornados com graciosos peristilos (galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio). Muitas paredes simulavam aplicações de mármore e belos mosaicos revestiam os pisos. A disposição dos cômodos são deixadas ao critério individual. Essa liberdade e falta de regulamentação é uma das muitas características grega.
23 Período Helenístico O teatro: o ator torna-se protagonista Desenho da reforma do Teatro de Priene feita no século III a. C. O interesse pelo indivíduo que levou ao desenvolvimento da casa espaçosa, atraente, com peristilo, também se manifestou no desenvolvimento do teatro. Nas criações dramáticas, tal como na vida, a ênfase passou a recair mais sobre o indivíduo do que sobre o grupo; no teatro, isso significava mais atenção ao ator do que ao coro.
24 Referências bibliográficas: FARTHING, Stephen. Tudo sobre Arte. Rio de Janeira: Sextante, PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, WOODFORD, Susan. Introdução à História da Arte da Universidade de Cambridge: Grécia e Roma. Rio de Janeiro: Zahar, 1982 Site indicado para consulta:
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