XXQuestões CAPÍTULO VII FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. (E) caberá ao Juiz Eleitoral indicar, após ouvir o interessado, a que partido político passará
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- Nathan de Andrade Braga
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1 132 FILIAÇÃO PARTIDÁRIA Ingrid Sartório Cheibub XXQuestões CAPÍTULO VII FILIAÇÃO PARTIDÁRIA 1. (Analista Judiciário Área Judiciária TRE/RN 2006 FCC) Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o referido prazo, (A) será considerada, para efeito de filiação partidária, a data da fusão ou incorporação do partido. (B) será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem. (C) os candidatos dos partidos fundidos ou incorporados só poderão concorrer às eleições proporcionais. (D) os candidatos dos partidos fundidos ou incorporados só poderão concorrer às eleições majoritárias. (E) nenhum dos partidos resultantes da fusão ou incorporação poderá concorrer às eleições. 2. (Analista Judiciário Área Judiciária TRE/PI 2009 FCC) Tício filiou-se ao partido político Alpha. Posteriormente, filiou-se ao partido político Beta, sem comunicar ao partido Alpha nem ao Juiz de sua Zona Eleitoral. Nesse caso, (A) as duas filiações serão consideradas nulas para todos os efeitos. (B) somente a segunda filiação será considerada nula para todos os efeitos. (C) somente a primeira filiação será considerada nula para todos os efeitos. (D) o eleitor será chamado perante a Justiça Eleitoral para optar por um dos referidos partidos. (E) caberá ao Juiz Eleitoral indicar, após ouvir o interessado, a que partido político passará a pertencer. 3. (Analista Judiciário Área Judiciária TRE/AM 2010 FCC) A respeito da filiação partidária é INCORRETO afirmar que (A) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras estatutárias do partido. (B) é facultado aos partidos políticos estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária inferiores aos previstos em lei, com vistas a candidaturas a cargos eletivos. (C) os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição. (D) para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito. (E) quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido e ao Juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação. Texto II A Constituição Federal assegura ampla liberdade de organização e funcionamento aos partidos políticos. Em razão dessa liberdade, muitos partidos políticos foram criados no Brasil, desde Para disciplinar a matéria, foi promulgada a Lei n.º 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos). 4. (Analista Judiciário Área Judiciária TRE/GO 2005 CESPE) Ainda acerca dos princípios constitucionais relativos aos partidos políticos e da lei a que se refere o texto II, assinale a opção correta.
2 (A) Os partidos podem exigir de seus filiados um prazo de filiação partidária superior a um ano, para que possam ser candidatos às eleições majoritárias ou proporcionais. (B) O partido político pode determinar a perda do mandato do vereador que votar sistematicamente contra a orientação partidária na Câmara Municipal. (C) Mediante autorização da assembléia geral, os sindicatos têm o direito de apoiar financeiramente os partidos com os quais têm afinidade ideológica. (D) Os recursos oriundos do Fundo Partidário, legalmente recebidos pelos partidos, somente podem ser utilizados em campanhas eleitorais. (E) O horário eleitoral é gratuito, não gerando às emissoras de rádio e TV qualquer direito à compensação fiscal ou de outra natureza. RS 2003 CESPE Questão Adaptada) João, brasileiro, eleitor, maior de 35 anos de idade, candidato a cargo eletivo de vereador nas eleições de 2002 pelo sistema proporcional, não se encontrava filiado a nenhum partido, sob a alegação de que o partido é um órgão governamental que cerceia o livre exercício da candidatura do cidadão, tendo, entretanto, aceitado filiar-se ao partido Y, situado em outro estado da federação e não-organizado na circunscrição eleitoral de João. Acerca da situação hipotética apresentada e das normas referentes aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem. 5. João poderia candidatar-se sem partido. 6. Como filiado ao partido Y, João poderia, atendidas as condições legais, concorrer ao referido cargo. AL 2005 CESPE Questão Adaptada) No que se refere ao registro de candidatos, julgue os itens que se seguem. 7. Para concorrer a certo cargo de eleição proporcional, o postulante tem de ser registrado como candidato por um partido político, ao qual deve estar filiado na circunscrição em que pretende concorrer. BA 2010 CESPE) Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos políticos e o papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos Partidos e da legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral, julgue os seguintes itens. 8. É vedada a mudança de partido, impondo-se a perda do mandato, conforme o entendimento do TSE, por configurar infidelidade partidária, ainda quando o mandatário pretenda fundar novo ente partidário. 9. É permitida a mudança de partido, sem perda de mandato, para quem demonstre a justa causa da mudança, como a perseguição por motivos políticos. 10. A perda de mandato por infidelidade partidária decorre de interpretação da justiça eleitoral, promovida pelo TSE, pois a Lei dos Partidos não é específica quanto a essa questão. XXGABARITO COMENTADO: 1. B A filiação partidária é uma condição de elegibilidade descrita pelo art. 14, 3º da CF/88 e sua aquisição e demais particularidades são reguladas pela Lei 9.096/95, arts. 16 a 22 e pela Lei 9.504/97, arts. 9º e 103. O art. 9º, parágrafo único da Lei 9.504/97 descreve, assim como na questão, que havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado pela lei (um ano), será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem. 2. A O eleitor filiado a um determinado partido que filia-se a outro deve desfiliar-se do primeiro até o dia imediato ao da nova filiação. Se não o fizer, está configurada a dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos, conforme dispõe o art. 22, parágrafo único da Lei 9.096/95. Comentários Extras: A desfiliação ocorre com a comunicação ao partido e posteriormente DIREITO ELEITORAL 133
3 134 FILIAÇÃO PARTIDÁRIA Ingrid Sartório Cheibub ao juiz eleitoral. É importante ressaltar que devem ser feitas as duas comunicações, conforme prescreve o art. 22, parágrafo único da Lei 9.096/95. Só será processada a desfiliação do eleitor quando efetuada pela Justiça Eleitoral, que por sua vez só aceitará o pedido de desfiliação se comprovada a comunicação ao partido. A única exceção à regra acima elencada está prevista no art. 13, 5º da Resolução TSE nº /2009, que prescreve que na hipótese de inexistência de órgão municipal ou zonal partidário ou de comprovada impossibilidade de localização de quem o represente, o filiado poderá fazer a comunicação da desfiliação apenas ao juiz da zona eleitoral em que for inscrito. 3. B 4. A A Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) descreve normas sobre filiação partidária. Dentre elas, o citado dispositivo legal diz em seu art. 17 que considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras estatutárias do partido. Referida lei dispõe ainda sobre a necessidade do pleno gozo dos direitos políticos para ser possível a filiação, o prazo mínimo de um ano de filiação para concorrer a cargo eletivo, o cancelamento da filiação por normas previstas no estatuto do partido e a dupla filiação, quando o eleitor filia-se a mais de um partido sem comunicar ao partido anterior e à Justiça Eleitoral a sua desfiliação, dentre outros. A Lei dos Partidos Políticos permite, em seu art. 20, que o prazo mínimo de um ano de filiação para concorrer a cargo eletivo seja majorado pelo estatuto do partido, não podendo o prazo ser alterado no ano em que se realizarem as eleições (art. 20, caput e parágrafo único da Lei 9.096/95). 5. ERRADA A CF/88 em seu art. 14, 3º, V prevê que para que uma pessoa seja elegível é necessário a filiação partidária. O Código Eleitoral diz em seu art. 87 que somente podem concorrer às eleições candidatos registrados por partidos. A Lei 9.096/95, por sua vez, dispõe em seu art. 18 que para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais. Portanto, João não pode candidatar-se sem estar filiado a partido algum. 6. ERRADA 7.CERTA A CF/88, em seu art. 14, 3º, IV prescreve que para que uma pessoa seja elegível é necessário que possua domicílio eleitoral na circunscrição. O art. 88, parágrafo único do Código Eleitoral, por sua vez, dispõe que nas eleições realizadas pelo sistema proporcional o candidato deverá ser filiado ao partido na circunscrição em que concorrer. O art. 18, da Lei 9.096/95, prevê que para concorrer a cargo eletivo, seja para eleição majoritária ou proporcional, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições. No caso da questão 24, o candidato é filiado a partido de outra circunscrição, não podendo concorrer ao cargo pretendido. Comentários Extras: Se um filiado se transfere para outro domicílio eleitoral, o Filiaweb informará aos diretórios partidários dos municípios de origem e de destino e o filiado somente constará na relação de filiados do novo domicílio a partir da confirmação realizada pelo diretório correspondente no sistema (art. 24, caput e parágrafo único da Resolução TSE nº /2009). 8. ERRADA 9. CERTA 10. CERTA A Resolução TSE nº /07 veio regulamentar os casos de perda do cargo eletivo por infidelidade partidária, prevista na Lei 9.096/95. O artigo primeiro da referida Resolução prescreve que a perda do cargo eletivo ocorre quando há desfiliação do partido no qual o candidato foi eleito, sem justa causa. O parágrafo primeiro descreve que é considerado justa causa a incorporação ou fusão do partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário, e a grave discriminação pessoal. Referido parágrafo traz termos subjetivos, como por exemplo grave discriminação pessoal que depende da interpretação do magistrado no caso concreto, não existindo um conceito específico para o termo, variando conforme a situação fática.
4 XXRAIO-X O tema Filiação Partidária observou a seguinte incidência estatística nas questões analisadas de cada uma das instituições organizadoras: Organizadora Questões do Tema % FCC 3 3,66 CESPE 7 5,38 As questões são baseadas em: doutrina legislação jurisprudência DIREITO ELEITORAL XXDICAS DE ESTUDO Leitura da legislação e doutrina. A doutrina traz conceitos importantes e sistematização da matéria, a legislação traz o seu conteúdo, ambos cobrados com frequência nas provas. Estudo dos seguintes artigos específicos: Art. 14 da CF; art. 13 a 22 da Lei nº 9.096/95; art. 9 e 103 da Lei 9.504/97; art. 87 do CE; art. 1º da Resolução TSE nº /07; e toda a Resolução TSE nº /09 e /2010. XXIMPORTANTE SABER Existem exceções à exigência do prazo de um ano de filiação partidária, conforme jurisprudência consolidada: militares, membros do Tribunal de Contas, Magistratura e Ministério Público. Os militares da ativa não podem filiar-se a partido político. A Constituição Federal prescreve em seu art. 14, 8º que para o militar se candidatar ele deve se afastar da atividade se contar menos de dez anos, ou ser agregado pela autoridade superior, se contar mais de dez anos. Para o militar ser afastado ou agregado é necessário o registro de candidatura. Portanto, a prova de filiação é suprida com o pedido de registro pois só depois deste é que o militar pode filiar-se. Também é vedada a filiação dos magistrados, membros do Tribunal de Contas e do Ministério Público. Para que eles sejam candidatos a cargo eletivo, devem se afastar de suas funções no prazo de seis ou quatro meses antes do pleito, dependendo do cargo, sendo este o prazo para a filiação. A Resolução TSE nº /09 inovou a entrega das listas de filiados à Justiça Eleitoral pelos partidos políticos. Antes, o partido digitava a lista em um programa próprio, imprimia e gravava em mídia a lista e entregava à Justiça Eleitoral nas datas especificadas na Lei 9.096/95, quais sejam nos dias 8 a 14 dos meses de abril e outubro de cada ano. Posteriormente, a Justiça Eleitoral recebia a lista em um outro programa exclusivo desta e o TSE processava as filiações, identificando as duplicidades de demais erros. Hoje, é utilizado o sistema chamado Filiaweb no qual os Presidentes dos partidos políticos possuem uma senha que dão acesso ao programa diretamente no site do TSE. Os Presidentes cadastram no programa um ou mais operadores para gerenciar o sistema, acrescentando novos filiados, alterando dados, etc. Os partidos devem fazer as devidas atualizações no sistema, corrigindo os erros identificados pela Justiça Eleitoral, acrescentando filiados, dentre outros. Na data especificada no cronograma publicado pela Justiça Eleitoral (dias 08 a 14 do meses de abril e outubro), a lista será encerrada e processada automaticamente pelo TSE, sem precisar da entrega física na Justiça Eleitoral. 135
5 136 FILIAÇÃO PARTIDÁRIA Ingrid Sartório Cheibub O art. 8º da Resolução TSE nº /09 descreve as listas existentes no sistema, quais sejam: I relação interna conjunto de dados de eleitores filiados a partido político, relativos a um município e zona eleitoral, destinada ao gerenciamento pelo órgão partidário responsável por seu fornecimento à Justiça Eleitoral; II relação submetida relação interna liberada pelo órgão partidário para processamento pela Justiça Eleitoral; III relação fechada situação da relação submetida pelo órgão partidário após o encerramento do prazo legal para fornecimento dos dados à Justiça Eleitoral; IV relação oficial relação fechada que, desconsiderados eventuais erros pelo processamento, será publicada pela Justiça Eleitoral e cujos dados servirão de base para o cumprimento das finalidades legais; V relação ordinária relação cujos dados serão fornecidos pelos partidos políticos nos meses de abril e outubro de cada ano; VI relação especial relação cujos dados serão fornecidos pelos partidos políticos em cumprimento a determinação judicial, nos termos do 2º do art. 4º desta resolução. Com o processamento, os erros e duplicidades identificadas ficarão de imediato disponíveis no sistema, para que os presidentes e operadores procedam às correções, e, no caso de duplicidade, manifestem-se quanto às mesmas perante à Justiça Eleitoral. Importante destacar que as desfiliações permanecem sendo efetuadas por um sistema próprio da Justiça Eleitoral. Se o partido apenas retirar o nome do filiado da lista mas não houver entrega física do pedido de desfiliação, o eleitor não será desfiliado. O STF reconhece que a homologação, por sentença judicial, de opção pela nacionalidade brasileira (artigo 12, inciso I, alínea c, da Constituição do Brasil) possui efeitos ex tunc. A sentença homologatória da opção pela nacionalidade brasileira deve ser considerada fato novo suficiente para convalidar o alistamento eleitoral e a filiação partidária, em razão de seus efeitos retroativos, que são absolutos. XXLEGISLAÇÃO E SÚMULAS PERTINENTES Constituição Federal Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) Resolução TSE nº /07 (disciplina o processo de perda de cargo eletivo, bem como de justificação de desfiliação partidária) Resolução TSE nº /09 (dispõe sobre filiação partidária, aprova nova sistemática destinada ao encaminhamento de dados pelos partidos políticos à Justiça Eleitoral e dá outras providências) Resolução TSE nº /2010 (instruções para fundação, organização, funcionamento e extinção dos partidos políticos) SúmulaS do TSE Sumula nº 2: (Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92) Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de impugnação. Sumula nº 14: (CANCELADA) (Publicada no DJ de 25, 26 e 27/9/1996) OBS: A Súmula foi cancelada pela Resolução TSE nº /2004. A duplicidade de que cuida o parágrafo único do artigo 22 da Lei 9.096/95 somente fica caracterizada caso a nova filiação houver ocorrido após a remessa das listas previstas no parágrafo único do artigo 58 da referida lei. Sumula nº 20: (Publicada no DJ de 21, 22 e 23/8/2000) A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei 9.096, de , pode ser suprida por outros elementos de prova de oportuna filiação.
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