DIREITOS SUCESSÓRIOS NA FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA POST MORTEM

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "DIREITOS SUCESSÓRIOS NA FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA POST MORTEM"

Transcrição

1 DIREITOS SUCESSÓRIOS NA FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA POST MORTEM Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat Cabral Mariane Ferraz Alves SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Reprodução Humana Assistida; 2.1 Conceito; 2.2 Evolução Histórica; 2.3 Técnicas de Reprodução Humana Assistida; 2.4 Fecundação Artificial Homóloga Post Mortem. 3 Direito Sucessório; 3.1 Conceito; 3.2 Evolução Histórica; 3.3 Vocação Hereditária; 3.4 Direito Sucessório na Fecundação Artificial Homóloga Post Mortem. 4 Legislação Pertinente; 4.1 Princípios Constitucionais; 4.2 Presunção de Paternidade do Artigo do CC; 4.3 Enunciados do CJF; 4.4 Resolução nº 1.957/2010 do Conselho Federal de Medicina; 4.5 Projetos de Lei. 5 Conclusão. Referências. 1 Introdução O presente artigo visa à análise das consequências jurídicas no direito sucessório relacionadas ao filho concebido post mortem por meio da técnica de fecundação artificial homóloga medicamente assistida, à luz dos Direitos Fundamentais, que asseguram os direitos à herança, à igualdade entre os filhos, à dignidade da pessoa humana, ao planejamento familiar e à autonomia da vontade. Com os avanços da Biotecnologia, principalmente em relação às técnicas de reprodução humana assistida, em especial, à fecundação artificial homóloga post mortem, iniciou-se importante discussão em torno dos impactos trazidos por tais técnicas à sociedade e, em consequência, ao Direito, já que atualmente, diante de tantas inovações, é perfeitamente possível a concepção de um filho após a morte de seu pai. 1

2 Uma das primeiras barreiras a serem transpostas seria não infringir o princípio do melhor interesse da criança, tendo em vista que a criança já nasceria sem pai, o que leva muitos doutrinadores a criticarem a permissão para utilização dos meios de reprodução humana assistida após a morte do titular do sêmen. Há, inclusive, no Brasil, um caso recente de inseminação artificial post mortem, exibido no Programa Fantástico, em junho deste ano, não sendo este o único caso no país. Uma menina nascida em Curitiba, em 20 de junho de 2011, concebida três meses após a morte do pai, depois de sua genitora lutar por uma autorização na Justiça. E exatamente por se tratar de segredo de justiça, processos sigilosos, não seria possível um levantamento estatístico dos números de casos submetidos ao Judiciário. No Brasil, não existe lei que regulamente a técnica de inseminação artificial após a morte do titular do material genético, nem mesmo legislação proibitiva dessa técnica, entretanto, importante destacar a necessidade de disciplina legal sobre o tema, a fim de evitar que casos concretos fiquem à mercê da interpretação dos magistrados, pois a ciência e a sociedade evoluem e o direito deve acompanhar essas transformações. O que se tem hoje é a Resolução nº do Conselho Federal de Medicina que estatui normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução humana assistida no âmbito da ciência médica, embora não possua força vinculativa no âmbito jurídico. Embora o vigente CC tenha reconhecido a presunção de paternidade, quanto à possibilidade de filhos havidos mediante técnica de fecundação artificial homóloga post mortem, em seu art , III, a previsão é bastante tímida, e não disciplina a referida técnica, bem como não prevê direitos sucessórios aos filhos advindos dessa técnica, por isso tem chamado à atenção da doutrina que tem analisado o tema, sob diversas perspectivas. Além da falta de previsão legal, o grande problema se encontra na dicção do art do CC, que preconiza "legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão". Numa interpretação apressada, dir-se-ia que em não sendo o filho concebido quando da abertura da sucessão, não seria este legitimado a suceder. Porém, há de se atentar para uma interpretação constitucional desse artigo, considerando-se a principiologia da Lei Maior, como o direito à herança e, em especial, o princípio da igualdade entre os filhos e o da dignidade da pessoa humana. 2

3 Os debates são travados levando-se em conta a lacuna legislativa. Alguns doutrinadores se posicionam no sentido de conferir direitos sucessórios à criança concebida após a morte do próprio pai somente por via de petição de herança, como nos casos de prole eventual, que podem ser previstos em testamento. Outros defendem que os direitos sucessórios desses filhos já se encontram circunscritos na ordem de vocação hereditária, como herdeiro legítimo e até necessário, da classe dos descendentes. Há alguns enunciados de Direito Civil que disciplinam o assunto, muito embora não o suficiente para preencher vácuos e incertezas na esfera jurídica. O objetivo do presente artigo é apresentar a necessidade de previsão legal de direitos sucessórios para filhos havidos mediante a técnica de reprodução humana assistida. Quais os direitos sucessórios dos filhos advindos dessa técnica? Por que não lhes conferir ipso iure direitos sucessórios? 2 Reprodução Humana Assistida 2.1 Conceito Trata-se de uma intervenção médica no processo de fecundação natural, de forma a auxiliar no processo de reprodução humana quando, por meios naturais, não for possível alcançar o desejo de procriar. Nas palavras de Eduardo Leite (apud FERNANDES, 2005, p. 20), "a procriação artificial surge como meio legítimo de satisfazer o desejo efetivo de ter filhos em benefício de um casal estéril" e, ainda, completa dizendo que "nem a inseminação artificial, nem a fecundação in vitro, nem a maternidade por substituição não curam a esterilidade que os motivam. São paliativos, são tratamentos capazes de dar filhos a quem a natureza os negou". Nesse sentido, analisa Silvia Fernandes (2005, p. 19): "a reprodução artificial, como meio hábil para satisfazer o desejo de procriar do ser humano estéril, utilizará, conforme o caso, as técnicas científicas colocadas à sua disposição pela ciência médica; as quais tiveram um desenvolvimento realmente 3

4 espetacular nos últimos anos, provocando uma verdadeira revolução, pois acabaram por permitir que se gerasse uma nova vida sem uma relação sexual sequer." Segundo a Organização Mundial de Saúde, a infertilidade é a ausência de concepção depois de, pelo menos, dois anos de relações sexuais não protegidas. E a partir daí que começaram a serem feitos exames com a finalidade de detectar qual é a anormalidade que existe no casal, para escolher qual a técnica de Reprodução Humana Assistida mais indicada para o caso (Ibidem, p. 20). Diante do exposto, claro é que as técnicas de Reprodução Humana Assistida vieram com a finalidade de revolucionar os métodos de procriação, inclusive solucionando problemas de infertilidade entre os casais, e até mesmo proporcionando a possibilidade de uma fecundação após a morte do doador do sêmen, tendo em vista a ausência efetiva da relação sexual, e os modernos métodos de criopreservação dos gametas. 2.2 Evolução Histórica Em busca de se erradicar o problema de infertilidade, a princípio visto como um problema só da mulher (século XV), as ciências médicas se voltaram para o estudo da fertilização. Somente no século XVII concluiu-se que a esterilidade poderia ocorrer por parte do homem também (FERNANDES, 2005, p. 23). No final do século XIX, muitos pesquisadores descobriram como acontecia a fertilização, que com a união do espermatozoide a um óvulo através da cópula carnal daria origem ao novo ser humano, após uma gestação, é claro (Ibidem, p. 23). Foi no século XX, já atingindo-se conhecimentos mais profundos, que as ciências médicas realizaram grandes descobertas no campo da genética (Ibidem, p. 23). Uma matéria publicada no site da Revista Época, intitulada A Fábrica da Vida (1998), informa que em 1940 é descoberto, pelo biólogo francês Jean Rostand, que o esperma animal pode ser conservado a frio e que na Escócia, em 1952, o médico inglês Robert Edwards faz experiências em fertilização com ratos. 4

5 Os cientistas ingleses James B. Watson e Francis H. C. Crick, em 1953, fizeram a descoberta da estrutura da hélice de DNA (FERNANDES, Op. cit., p. 23). Ainda na referida matéria A Fábrica da Vida (1998), se comenta que, em 1953, tenta-se a primeira inseminação artificial feita com sêmen congelado, nos EUA. A década de 70 foi decisiva para a evolução da Reprodução Humana Assistida. Muitos geneticistas, entre 1970 e 1975, realizaram vários estudos sobre a fertilização in vitro com óvulos humanos, coleta de espermatozoides e óvulos, como também a formação de embriões extracorpóreos e sua posterior implantação no útero (FERNANDES, Op. cit., p. 24). No final da década de 70, na Inglaterra, nasceu o primeiro bebê de proveta, uma menina, que recebeu o nome Louise Brown (FERRAZ, 2011, p. 42). A Sociedade Americana de Fertilidade, em 1984, apresentou um relatório sobre os aspectos éticos da fecundação in vitro, que continuam válidos até hoje, como, por exemplo: "os casais que se submetem à fecundação in vitro, devem assinar, previamente, um termo de consentimento adequando a todas as fases da técnica". Em 7 de outubro de 1984, nasce o primeiro bebê de proveta brasileiro, Anna Paula Caldeira, no Paraná. O médico que fez a inseminação é o paulista Milton Nakamura (A Fábrica da Vida, 1998). Em junho de 2011, nasce a menina brasileira Luiza Roberta, concebida após a morte de seu pai, por meio da técnica de inseminação artificial (Brasil Não Tem Leis sobre Reprodução Assistida após a Morte; Programa Fantástico, 2011). Atualmente, quase todos os tipos de esterilidade possuem uma técnica específica para converter o problema. Conforme preconiza Silvia Fernandes (2005, p. 25): "Se o marido ou companheiro não tem espermatozoides ou os tem em número insuficiente, pode-se socorrer a doação de esperma. Se há esterilidade tubária, trompas ausentes ou obstruídas, sem possibilidade de reversão do quadro, recorrese ao encontro de espermatozoide com o óvulo em um tubo de ensaio, transferindose posteriormente o embrião diretamente ao útero materno. Se os espermatozoides 5

6 apresentam alguma deficiência, estes são colhidos, tratados e auxiliados em seu percurso até o útero, podendo também ser transferido diretamente até as trompas. Se houver ausência de óvulos, pode-se recorrer à doação de óvulos por outra mulher, os quais serão fecundados in vitro pelo esperma do marido ou companheiro da mulher estéril. Da mesma forma, embriões excedentes podem ser doados a casais estéreis. Se for o útero que não tem condições de gerar, pode-se recorrer à maternidade de substituição." Percebe-se que há inúmeras formas de solucionar o problema da infertilidade, tanto feminina como masculina, e foi justamente para isso que as técnicas de Reprodução Humana Assistida se desenvolveram. 2.3 Técnicas de Reprodução Humana Assistida Através das técnicas de reprodução humana artificial, a Medicina trouxe métodos inovadores, possibilitando aqueles que têm o sonho de ter filhos, mas por causas alheias à sua vontade esse desejo não se concretiza de forma natural, podendo assim se socorrer das técnicas de reprodução artificial, disponíveis nos dias atuais, graças aos avanços da biotecnologia. Atualmente é possível armazenar óvulos, sêmens e até mesmo embriões excedentários por muito tempo, através das modernas técnicas de criopreservação. A técnica de criopreservação consiste, nas palavras de Silvia Fernandes (2005, p. 40): "na retirada de quase toda a água das células, substituindo-a por uma substância crioprotetora que não cria cristais quando ocorre o congelamento. Em contato com a substância crioprotetora, os gametas ou embriões se retraem, diminuindo de tamanho; todavia, assim que essa substância penetra nas células, os gametas ou embriões voltam a seu estado normal, estando prontos para o congelamento. São, então, aspirados por um capilar o qual será devidamente vedado e identificado. Os capilares cheios são colocados em uma máquina, composta por um computador e uma câmara de resfriamento, que reduzirá sua temperatura a menos de 196 graus Celsius. Após o congelamento, os capilares serão colocados em um recipiente grande, imersos em azoto líquido, onde poderão permanecer por vários anos. O descongelamento ocorre com o reaquecimento brusco do capilar, deixado em 6

7 temperatura ambiente por alguns segundos ou com a retirada do crioprotetor através da lavagem cultural." Os métodos mais comuns de Reprodução Humana Assistida são o da inseminação artificial (in vivo) e da fertilização in vitro. Ambas podem ser homólogas, ou seja, quando o material genético pertence a ambos os genitores (FISCHER, 2009). A diferença consiste basicamente quanto ao local em que serão fecundados os gametas. Na inseminação artificial in vivo o sêmen do genitor é colocado dentro do útero da mulher para que seja fecundado, já na inseminação artificial in vitro a fecundação se dará fora do útero materno, em uma proveta, para depois inserir o óvulo já fecundado na cavidade uterina da mulher para gestação. Silvia Fernandes (Op. cit., p. 32) explica a inseminação in vitro: "um óvulo maduro é extraído do ovário feminino e misturado, na proveta, ao sêmen do marido, companheiro ou doador, a fim de que se processe a fecundação. Uma vez fecundado o óvulo, o embrião é transferido para o útero da mulher, para que possa se desenvolver". Ainda Silvia Fernandes (Op. cit., p. 29) comenta a Homóloga in vivo: "consiste na introdução dos espermatozoides do marido ou companheiro, previamente colhidos através de masturbação, no útero da mulher. O líquido seminal é injetado, pelo médico, na época em que o óvulo se encontra apto a ser fertilizado". Segundo Fernandes (Op. cit., p. 30), há também as técnicas de reprodução Heteróloga, que ocorrem quando o material genético utilizado é de um terceiro doador, que não o marido ou companheiro da mulher. Além dessas técnicas, também há as chamadas "mães de substituição", que é a cessão temporária do útero para que outro casal possa realizar o sonho de ter filhos, mas que infelizmente, por uma incapacidade de um ou de ambos, não podem gerar um filho. 2.4 Fecundação Artificial Homóloga Post Mortem Como é sabido, com o grande avanço da biotecnologia, em especial no que diz respeito às técnicas de reprodução humana assistida, hoje já é realidade, o fato de um filho ser concebido após o falecimento de seu pai. 7

8 Há até mesmo um caso recente no Brasil, apresentado no programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, no dia 26 de junho de 2011, da menina Luiza Roberta, que nasceu em Curitiba uma semana antes da exibição do quadro no referido programa. Existem outros casos no país, como o da adolescente Camila, de 14 anos, que foi gerada três meses após a morte de seu pai (Brasil Não Tem Leis sobre Reprodução Assistida após a Morte, Programa Fantástico, 2011). O sêmen é coletado e criopreservado a temperaturas muito baixas, em torno de 196 graus Celsius, podendo ser armazenado por longos períodos, tendo em vista as modernas técnicas de criopreservação, possibilitando, dessa forma, sua utilização até mesmo após a morte do dono do sêmen (FISCHER, 2009). A vontade do doador do sêmen sempre será expressa no momento da coleta, por força da Resolução nº 1.957/2010 do Conselho Federal de Medicina, sem ter a necessidade de que o doador deixe um testamento. A esposa, mesmo após o falecimento do marido, se este deixou autorização para que ela possa utilizar o material genético após sua morte, poderá se utilizar dessa técnica para ter o tão sonhado filho, que, por alguma razão, não foi concebido antes. No caso de Luiza Roberta, o pai não deixou por escrito que Kátia (esposa do de cujus e genitora da menina) poderia usar o sêmen após sua morte, por isso só foi possível engravidar após uma autorização obtida judicialmente, em maio de A história de Kátia e Roberto foi interrompida, pois ele teve um câncer, e com a possibilidade de se tornar estéril, resolveu coletar e congelar o próprio sêmen (Brasil Não Tem Leis sobre Reprodução Assistida após a Morte, Programa Fantástico, 2011). Embora não seja o foco do presente trabalho, a doutrina se diverge quanto à possibilidade de ocorrer a inseminação post mortem, alegando que a criança já nasceria sem pai, à luz dos princípios da paternidade responsável e do melhor interesse da criança. Guilherme Calmon Nogueira da Gama (apud FISCHER, 2009) alega que tal prática afronta os princípios da paternidade responsável, dignidade da pessoa humana, melhor interesse da criança e igualdade entre os filhos, e afirma que dessa forma não seria possível o exercício da paternidade responsável, tendo em vista o 8

9 falecimento de um dos pais, não vendo a possibilidade de que o projeto parental seja exercido apenas por ato unilateral da mãe. Nesse sentido, Eduardo Oliveira Leite (apud FISCHER, 2009) preconiza que "se não há mais casal solicitando um filho, nada mais há que justifique a inseminação" e afirma que tal prática "provoca perturbações psicológicas em relação à criança e em relação à mãe", afirmando, ainda, que "a viuvez e a sensação de solidão vividas pela mulher podem hipotecar pesadamente o desenvolvimento psicoafetivo da criança", concluindo que tal prática é "fortemente desaconselhável". Muitos doutrinadores defendem a prática da inseminação post mortem, mesmo porque existem muitas famílias monoparentais. A Constituição Federal de 1988 reconhece a família monoparental como entidade familiar, garantido a proteção do estado, ao prever, no seu art. 226, 4º, que "entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descentes." Ana Claudia Brandão Ferraz (2011, p. 86) observa que "O próprio Código Civil, ao permitir a inseminação artificial homóloga post mortem, admite a utilização de tal técnica para formação da família monoparental (art. 1597). Se da concepção o marido já estiver morto, a mulher vai constituir, por ato de vontade, uma família monoparental, mediante a inseminação artificial com sêmen congelado do seu marido morto, vindo daí sua prole." E argumenta que não vai de encontro ao princípio do melhor interesse da criança o fato de a criança não ser criada em famílias tradicionais. (Ibidem, p. 87). Além disso, "não se pode negar a possibilidade de a pessoa sozinha ter um projeto parental que atenda perfeitamente aos interesses da criança" (ALBUQUERQUE FILHO). No mesmo sentido, Karla Fischer aduz que não se pode falar "em possíveis traumas para crianças que são criadas apenas por sua mãe, visto que é muito mais traumático para uma criança crescer sabendo quem é seu pai, que ele existe, mas que não quer ter qualquer contato afetivo com seu filho" (FISCHER, 2009). Em entrevista dada ao Fantástico, a menina Camila, hoje com 14 anos, fruto de inseminação artificial homóloga post mortem, contou que: "A história é que meu pai morreu um ano antes de eu nascer, de leucemia, e que minha mãe, querendo 9

10 dar continuidade ao amor que tinha por ele, quis me ter. Eu acho que foi um ato de grande amor dela (...)". Ao ser questionada sobre se sofre em decorrência da falta do pai, a menina respondeu: "não, porque eu considero o meu avô como um pai, nunca senti falta de um pai" (Brasil Não Tem Leis sobre Reprodução Assistida após a Morte, Programa Fantástico, 2011). Das práticas de fecundação homóloga post mortem, surgem vários problemas a serem enfrentados no mundo jurídico, principalmente quanto aos efeitos sucessórios, que é o tema que ora se debate. 3 Direito Sucessório Das muitas questões polêmicas que envolvem as discussões sobre a fecundação artificial post mortem, o direito sucessório mostra-se o mais fértil dos campos em que tais debates ganham maiores e mais complexa relevância. 3.1 Conceito Conforme preconiza Carlos Roberto Gonçalves (2011, p. 19), a palavra "sucessão", em sentido amplo, significa "o ato pelo qual uma pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens". Carlos Roberto Gonçalves (Ibidem, p. 19) expressa que "no direito das sucessões o vocábulo é empregado em sentido estrito, para designar tão somente a decorrente da morte de alguém, ou seja, a sucessão causa mortis". O direito sucessório então disciplina a transmissão do patrimônio do de cujus aos seus herdeiros. De cujus é a expressão latina, abreviatura da frase de cujus sucessione agitur, que quer dizer: "aquele de cuja sucessão se trata" (Ibidem, p. 20). Como assevera Eduardo de Oliveira Leite (apud GONÇALVES, 2011, p. 20), o livro das Sucessões é de grande importância: "na medida em que entre a vida e a morte se decide todo o complexo destino da condição humana. O aludido direito se esgota exatamente na ideia singela, mas imantada de significações, de continuidade para além da morte, que se mantém e se 10

11 projeta na pessoa dos herdeiros. A sucessão do latim succedere (ou seja, vir ao lugar de alguém), se insere no mundo jurídico como que a afirmar o escoamento inexorável do tempo conduzindo-nos ao desfecho da morte que marca, contraditoriamente, o início da vida do direito das sucessões." Sendo assim, pode-se concluir que o de cujus falece, porém seus bens passam aos seus herdeiros, que sub-rogam-se em seus bens, direitos e obrigações transmissíveis. Eduardo de Oliveira Leite (apud GONÇALVES, op. cit., p. 20) diz que "o homem desaparece, mas os bens continuam", operando-se a abertura da sucessão com a morte do autor da herança (GONÇALVES, op. cit., p. 33). Veja-se o que dispõe o art do Código Civil: "Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários". A expressão "desde logo" refere-se ao princípio da saisine, segundo o qual o próprio de cujus transmite ao seu herdeiro a propriedade e a posse da herança (GONÇALVES, 2011, p. 38). Existem duas espécies de sucessão: a sucessão legítima e a sucessão testamentária. Proclama o art do Código Civil: "A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade". Quando a sucessão se dá por meio da lei, trata-se de sucessão legítima; quando se dá por meio de disposição de última vontade, trata-se de sucessão testamentária. Dispõe o art do Código Civil que "morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo". Dessa forma, conforme leciona Gonçalves (2011, p. 42), depreende-se que a regra é a disposição de última vontade, no caso de sua inexistência, tomar-se-á a ordem de vocação hereditária, embora, no Brasil, a sucessão legítima seja a mais costumeira, tendo em vista que a maioria falece sem deixar testamento. Quanto ao testamento, há uma ressalva no art , dispondo que "havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança". 11

12 Há que se mencionar, ainda, as espécies de sucessão. Legítima é a que a lei indica, através da ordem preferencial (vocação hereditária), disposta no art do Código Civil de Testamentária ou Instituída é aquela em que o sucessor é o beneficiado pelo testador, sem individuação de bens. Caso se trate de sucessor contemplado em testamento no qual receberá coisa certa e determinada, não se tratará de herdeiro testamentário, mas sim de legatário. Herdeiro necessário, legitimário ou reservatário são os descendentes, ascendentes sucessíveis e o cônjuge, previstos no art Há ainda o herdeiro universal, que é o herdeiro único, que receberá a totalidade da herança, por meio de auto de adjudicação lavrado no inventário (GONÇALVES, 2011, p. 46). Há ainda a sucessão mista, na qual inobstante a existência de testamento, o autor da herança deixa outros bens que não foram abarcados pelas disposições de última vontade. Nesse caso, serão respeitadas as disposições testamentárias, além de haver nova partilha referente aos bens que não foram mencionados no testamento, que seguirá a ordem de vocação hereditária, sendo esta segunda parte do patrimônio dividida através da aplicação das regras da sucessão legítima. 3.2 Evolução Histórica O Direito Sucessório data de longa época, remonta à antiguidade, conforme revela Gonçalves (2011, p. 21): "sempre ligado à ideia de continuidade da religião e da família". Segundo se depreende da obra de Gonçalves, é possível de forma mais nítida conhecer a história do direito das sucessões a partir do direito romano, especialmente na Lei das XII Tábuas, na qual era concedido ao pater familias dispor de seus bens para depois da morte, com absoluta liberdade, mas, se falecesse sem testamento, a sucessão se desenvolvia para três classes de herdeiros. Orlando Gomes (apud GONÇALVES, 2011, p. 22) explica cada uma delas: "os heredi sui et necessarii eram os filhos sob o poder do pater, e que se tornavam sui iuris com sua morte: os filhos, os netos, incluindo-se também, nessa qualificação, a esposa. Os agnati eram os parentes mais próximos do falecido. Entende-se por agnado o colateral de origem exclusivamente paterna, como o irmão consanguíneo, 12

13 o tio que fosse filho do avô paterno, e o sobrinho, filho desse mesmo tio. A herança não era deferida a todos agnados, mas ao mais próximo no momento da morte (agnatus proximus). Na ausência de membros das classes mencionadas, seriam chamados à sucessão os gentiles, ou membros da gens, que é o grupo familiar em sentido lato." Foi somente no Código de Justiniano que a sucessão legítima passou a fundar-se unicamente no parentesco natural, com a seguinte ordem de vocação hereditária, segundo Gonçalves (2011, p. 22): "a) os descendentes; b) os ascendentes, em concurso com os irmãos e irmãs bilaterais; c) os irmãos e irmãs, consanguíneos ou uterinos; d) outros parentes colaterais". Os romanos conheceram, também, a sucessão testamentária, pois tinham verdadeiro horror à morte sem testamento. Os germânicos, porém, desconheciam essa forma de sucessão. Para estes, somente eram considerados herdeiros os que com eles tinham vínculo sanguíneo (GONÇALVES, 2011, p. 22). Na França, surgiu, desde o século XIII, a instituição de origem germânica, droit de saisine "pelo qual a propriedade e a posse da herança passam aos herdeiros, com a morte do hereditando" (Ibidem, p. 22). Da mesma forma, no Código alemão, o patrimônio do falecido passa diretamente para seu herdeiro (Ibidem, p. 22). O direito sucessório moderno resultou da fusão dessas concepções: "os parentes, herdeiros pelo sangue, são os sucessores legítimos, se não houver testamento, ou se este não prevalecer" (Ibidem, p. 22). Concluiu Gonçalves (Ibidem, p. 23) que: "se houver testamento, acata-se a vontade do de cujus. Todavia, se este tem herdeiros necessários (CC, art ) só poderá dispor da metade de seus bens, ou seja, da quota disponível, porque outra metade, denominada legítima, pertence de direito aos aludidos herdeiros." Somente com a Revolução Francesa se excluiu o direito de primogenitura e a prerrogativa da masculinidade, de origem feudal (Ibidem, p. 23). 13

14 O Código de Napoleão estabeleceu a distinção entre herdeiros e sucessíveis. Os herdeiros seriam os parentes do morto, e sucessíveis os filhos tidos como naturais, o cônjuge sobrevivo e o Estado (Ibidem, p. 23). O Direito português introduziu o princípio saisine. O Código Civil português de 1867, em seu art , aduzia que "A transmissão do domínio e posse da herança para os herdeiros, quer instituídos, quer legítimos, dá-se no momento da morte do autor dela" (Ibidem, p. 23). Da mesma forma, o Código Civil de 1916 aduzia que "Aberta a sucessão, o domínio e a posse da herança transmitem-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários" (Ibidem, p. 23). A legislação brasileira recebeu bastante influência da codificação francesa do início do século XIX. A legislação pré-codificada fazia previsão de linha de vocação hereditária formada pelos descendentes, ascendentes, colaterais até o 10º grau, e, posteriormente, o cônjuge sobrevivente e, por último, ao Fisco (Ibidem, p. 23). Com o advento da vigente Constituição Federal, duas importantíssimas disposições relativas ao direito sucessório advieram: as garantias fundamentais do direito à herança - prevista no art. 5º, XXX - e de igualdade de direitos, inclusive sucessório, entre todos os filhos - art. 227, 6º (Ibidem, p. 24). Finalmente, o CC/02, que é o vigente, apresentando muitas inovações, entre elas a inclusão do cônjuge como herdeiro necessário e concorrente com descendentes e ascendentes. 3.3 Vocação Hereditária Ao tratar da vocação hereditária, o Código Civil, em seu art , preconiza que "legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão" (grifo nosso). Dessa forma, em tese, o nascido, após a morte do autor da herança, por meio de fecundação artificial homóloga, estaria excluído da sucessão. Para Giselda Hironaka (2003, p. 86), "tanto podem ser herdeiros legítimos, testamentários, ou mesmo legatários os indivíduos que já tivessem nascido quando do momento do exato falecimento do de cujus, bem assim todos os que já estivessem concebidos no mesmo momento". 14

15 Preconiza Gonçalves (2011, p. 156) que "herdeiro legítimo é a pessoa indicada na lei como sucessor nos casos de sucessão legal, a quem se transmite a totalidade ou quota-parte da herança. Herdeiro testamentário é o sucessor a título universal nomeado em testamento". Preceitua o art do Código Civil que "Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;". Percebe-se que o dispositivo indica outras pessoas que podem ser contempladas, além das já concebidas ou nascidas no momento da abertura da sucessão, no entanto, somente por meio de testamento, ou seja, por disposição de última vontade. É uma exceção à regra geral que permite que os filhos não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, e vivas ao abrir-se a sucessão, venham a receber a herança. "Refere-se à prole eventual do anterior Código Civil" (GONÇALVES, 2011, p. 71). O disposto no inciso III do art do Código Civil exige como pressuposto que as pessoas indicadas pelo testador estejam vivas no momento da abertura da sucessão, dessa forma só se transmitiria a herança se o filho da pessoa indicada nascer vivo, bem como se a pessoa indicada estiver viva no momento da morte do testador. Com a abertura da sucessão, "os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz", como previsto no art , caput, do Código Civil. O 1º do mencionado artigo ainda preconiza que "Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art ". Se o testador deixar disposição para prole eventual, e também para herdeiros já existentes, "faz-se provisoriamente a partilha entre os herdeiros já existentes, com a obrigação de recomporem sucessivamente o respectivo quinhão aos herdeiros que de futuro forem nascendo" e que a partilha ficará sujeita "à condição resolutiva de posteriormente nascerem mais herdeiros", e, sendo assim, "os herdeiros nascidos 15

16 recebem os bens em propriedade resolúvel" (LEITE apud GONÇALVES, 2010, p. 73). O art , em seu 3º, aduz que "nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador". Outra questão relevante é o que preconiza o 4º do já mencionado artigo, "Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos". É importante ressaltar que os bens também caberão aos herdeiros legítimos se o herdeiro aguardado e concebido nascer morto, conforme assevera Gonçalves (2011, p. 74), que afirma ainda (Ibidem, p. 73): "o 4º do art provoca uma questão paralela, que é a admissibilidade, ainda que por breve tempo, da existência de direitos sem sujeito". Todas essas questões atinentes à vocação hereditária são relevantes para a indicação das pessoas que deverão ser chamadas a suceder, discussão que abrangerá a sucessão das pessoas concebidas mediante técnicas de reprodução assistida. 3.4 Direito Sucessório na Fecundação Artificial Homóloga Post Mortem Em um primeiro momento, não há se falar em direitos sucessórios das pessoas que foram concebidas através da técnica de inseminação artificial homóloga post mortem, tendo em vista que a transmissão da herança se dá em decorrência da morte, participando da herança "as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão", conforme previsão do art do CC. A questão, no entanto, gera muita discussão entre doutrinadores e juristas e causa grandes divergências, cabendo à doutrina e à jurisprudência fornecerem meios para a justa solução. Majoritariamente, a doutrina brasileira se inclina para posicionamento de negar legitimação para que os filhos havidos por meio de 16

17 métodos de reprodução humana assistida post mortem possam suceder (GONÇALVES, 2011, p. 75). Assim, afirma Jesualdo Almeida Júnior (2011) que "o embrião fecundado post mortem não teria direito sucessório algum, pois não é pessoa concebida e muito menos nascida". No mesmo sentido, Eduardo de Oliveira Leite (apud GONÇALVES, 2011, p. 75): "posição favorável à criança ocorreria se houvesse disposição legislativa favorecendo o fruto da inseminação post mortem". Ainda nesse sentido, o renomado jurista Caio Mário da Silva Pereira (apud FISCHER, 2009) ensinava que "não se pode falar em direitos sucessórios daquele que foi concebido por inseminação artificial post mortem"; e que uma "reforma legislativa deverá prever tal hipótese, até mesmo para atender ao princípio constitucional da não discriminação de filhos". Carlos Roberto Gonçalves (2011, p. 75), sensatamente, adverte que "não há como esquivar-se, todavia, do disposto nos arts do Código Civil e 227, 6º, da Constituição Federal", dispondo que "o primeiro afirma que se presumem concebidos na constância do casamento os filhos havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido (inciso III) e que o segundo consagra a absoluta igualdade de direitos entre os filhos, proibindo qualquer distinção ou discriminação". Conclui José Luiz Gavião de Almeida (2011, p. 76): "Se, assim, na sucessão legítima, são iguais os direitos sucessórios dos filhos, e se o Código Civil de 2002 trata os filhos resultantes de fecundação artificial homóloga, posterior ao falecimento do pai, como tendo sido concebidos na constância do casamento, não se justifica a exclusão de seus direitos sucessórios. Entendimento contrário conduziria à aceitação da existência, em nosso direito, de filho que não tem direitos sucessórios, em situação incompatível com o proclamado no art. 227, 6º, da Constituição Federal." Albuquerque Filho (2005) argumenta que "vedar o reconhecimento e o direito sucessório a quem foi concebido mediante fecundação artificial post mortem pune, em última análise, o afeto, a intenção de ter um filho com a pessoa amada. Pune-se o desejo de realizar um sonho". 17

18 Preconiza Albuquerque Filho (2005): "as novas técnicas de inseminação artificial possibilitam, no entanto, a ocorrência material de filiação biológica após a morte do autor da sucessão, de modo que o homem ou a mulher que houver conservado material genético, esperma ou óvulo, poderá possibilitar que terceiro, especialmente o cônjuge ou companheiro, utilize do mesmo após o seu falecimento." Nesse sentido, Giselda Hironaka (2006) preconiza que desde que cumpridos todos os requisitos previstos no Enunciado nº 106 do CFM, "a inseminação post mortem operar-se-á o vínculo parental de filiação, com todas as consequências daí resultantes, conforme a regra basilar da Constituição Federal, pelo seu art. 226, 6º, incluindo os direitos sucessórios relativamente à herança do pai falecido". No entendimento de Albuquerque Filho (2005), aquele que foi concebido através das técnicas de inseminação artificial post mortem não pode ser excluído "da participação nas repercussões jurídicas, no âmbito do direito de família e no direito das sucessões" e que "não devem prevalecer as assertivas que privilegiam a suposta segurança no processo sucessório". E menciona, a título de exemplo, o seguinte: "se o falecido não tinha filhos, deixando somente cônjuge sobrevivente e ascendente do primeiro grau, pai e mãe vivos, a herança seria partida em três cotas iguais, nos termos dos arts e do Código Civil, no entanto, havendo ação de investigação de paternidade post mortem julgada procedente, restariam excluídos da sucessão os ascendentes, enquanto o cônjuge, a depender do regime de bens (cf. art , I, do CC), poderia ou não concorrer com o descendente reconhecido judicialmente. Verifica-se que tal fato, existência de filho não reconhecido, modificaria substancialmente a vocação hereditária, donde se conclui que a segurança no procedimento sucessório é sempre relativa." Albuquerque Filho (2005) acrescenta que "a possibilidade jurídica da utilização da ação de petição de herança, nos termos do art do Código Civil, dá a perfeita noção de segurança jurídica apenas relativa de qualquer sucessão", tendo em vista que com a ação de petição de herança "o herdeiro preterido objetiva 18

19 não só a declaração da qualidade de herdeiro como também a restituição do patrimônio deixado pelo falecido". O art , inciso I, do CC admite o chamamento, na sucessão testamentária, dos filhos ainda não concebidos de pessoas indicadas pelo testador, desde que tais pessoas estejam vivas à época da abertura da sucessão. Uma discussão que é travada é se a "prole eventual" seria apenas de terceiro, ou se poderia ser a própria prole do testador, ou seja, filho dele que será concebido posteriormente à sua morte, por meio de técnica de reprodução humana assistida. Juliane Fernandes Queiroz, em sentido favorável, conclui que "se o testador pode atribuir a sua herança à prole eventual de terceiros, também pode, sem qualquer restrição, à sua própria prole". Mas assevera (QUEIROZ apud ALBUQUERQUE FILHO, 2005): "desnecessário lembrar que seria altamente prejudicial à ordem jurídica a espera indefinida de uma possível prole, tendo em vista que o sêmen pode ficar criopreservado por anos ou décadas e só após ser utilizado. Portanto, deverá ser fixado o prazo de espera do nascimento dos filhos dentro da própria disposição testamentária, ou mesmo através de uma lei que regule o assunto." Maria Berenice Dias (2008, p. 326), que também é favorável, aduz: "apesar de a lei exigir que esteja viva a pessoa indicada como genitor quando da abertura da sucessão, não há como impedir que sejam beneficiados os filhos do testador, exatamente em face da possibilidade de reprodução assistida. Havendo material genético armazenado em laboratório, pode o seu proprietário nomear seus próprios filhos como herdeiros eventuais." Nesse sentido, Ana Claudia Ferraz (2011, p. 104) assevera que nada impede que "o futuro filho seja contemplado em testamento, conforme estabelece o art , inciso I, do Código Civil em vigor que permite a sucessão testamentária para a prole eventual da pessoa indicada pelo testador desde que viva esta ao abrir-se a sucessão". 19

20 Giselda Hironaka (2007, p. 290) nega tal possibilidade, mas adverte que o testador pode obter o mesmo resultado por via reflexa: "é claro que o testador não poderá indicar sua própria prole eventual, uma vez que a lei exige que a pessoa indicada pelo testamento esteja viva no momento da abertura da sucessão. E ou bem está ele morto, acarretando a abertura de sua sucessão, ou bem está vivo nesse momento, o que demonstra a impossibilidade de beneficiar sua própria prole eventual. Mas poderá fazê-lo por via reflexa. Basta que indique a doadora do óvulo, se testador, ou o doador do espermatozoide, se testadora. Em assim agindo, beneficiará não só os embriões congelados e provenientes de ser material genético como também a prole eventual do indivíduo supérstite havida com terceiro." Há doutrinadores que entendem que se caso venha ocorrer a prática da inseminação artificial homóloga post mortem, esta tenha que ser realizada no prazo máximo de 2 (dois) anos, a contar da abertura da sucessão, por analogia ao prazo estabelecido para a concepção da prole eventual, fundamentando no princípio da segurança jurídica. Nesse sentido, Albuquerque Filho (2005) preconiza: "caberia ao autor da sucessão quando manifestou a sua vontade por documento autêntico ou por testamento fixar o prazo de espera do nascimento dos filhos, o qual não deve ultrapassar os dois anos previstos para concepção da prole eventual de terceiro, ou, não havendo prazo previamente estabelecido, aplicar-se, por analogia, o prazo constante do art , 4º, do Código Civil, ou seja, de dois anos a contar da abertura da sucessão." Nas palavras de Karla Fischer (2009), "a estipulação de um prazo para que a fertilização homóloga póstuma possa ter efeitos sucessórios torna-se preponderante para que se resguarde a segurança jurídica das relações." E expõe o seguinte exemplo: 20

21 "imagine um inventário aberto no ano de 2004 e finalizado no ano de 2005, no qual participaram da sucessão 5 herdeiros, a título de descendentes de primeiro grau do falecido (filhos), e dois herdeiros (netos), por direito de representação, representando seu pai pré-moriente ao falecido. Os quinhões foram divididos igualitariamente entre os filhos do falecido, cabendo aos netos a parte que caberia ao filho pré-morto do titular da herança. Quatro anos após o término do inventário surge o cônjuge supérstite, com pedido para que se proceda nova partilha do patrimônio, em razão do nascimento de um novo herdeiro, filho biológico do falecido." E questiona, "como ficaria a segurança jurídica daqueles que receberam legitimamente os quinhões hereditários? Estariam ad eternum sujeitos a possibilidade de revisão dos seus quinhões hereditários?" E afirma que deveria, sim, estabelecer um prazo para que se possa exigir os efeitos sucessórios, mas "não, necessariamente, adotando-se o exíguo prazo de dois anos disposto no 4º do art do CC/02, mas um prazo que se revele adequado a possibilidade de se submeter a técnica de fertilização póstuma" (FISCHER, 2009). Em sentido contrário, preconiza o especialista em Direito Civil, Marcio Rodrigo Delfim (2009): "na verdade o que ocorre é um choque entre dois princípios constitucionais, quais sejam: dignidade da pessoa humana, de um lado (da viúva e do próprio filho concebido após a morte do pai), e a segurança jurídica, de outro (dos demais herdeiros concebidos antes daquele infortúnio). Como se sabe, os direitos fundamentais não são absolutos. Desse modo, deve-se fazer uma ponderação entre os princípios, isto é, ou o valor da dignidade da pessoa humana vai preponderar sobre o valor da segurança jurídica ou ocorrerá exatamente o contrário." Outra questão a ser abordada é quanto ao tipo de sucessão. O filho, como pertencente à classe dos herdeiros necessários, deveria ser contemplado não por via de testamento, mas sim pela lei, independente de haver ou não testamento, até porque no Brasil é muito comum as pessoas falecerem ab intestato. 21

22 Albuquerque Filho (2005) aduz que "o simples fato de a criança existir e uma vez comprovada a relação de parentesco já seria suficiente para fazer inserir, na ordem de vocação hereditária, um herdeiro legítimo, da classe dos descendentes, de primeiro grau, na condição de filho, com direito à sucessão". E ainda completa (Ibidem): "ainda que se trate de uma relação instável, passageira, não desejada, o filho assim gerado terá direito de ser reconhecido, voluntária ou judicialmente, não se discutindo juridicamente acerca dos possíveis distúrbios psicológicos graves em relação à criança, ao contrário, a impossibilidade do seu reconhecimento certamente lhe causaria maiores perturbações e prejuízos." Como destaca Albuquerque Filho (Ibidem), "importante esclarecer que alguns autores defendem a possibilidade de inserção do concebido após a morte do autor da herança apenas no âmbito da sucessão testamentária, quando houver expressa disposição de última vontade em favor da prole eventual do próprio de cujus". Nesse sentido, observa Guilherme Calmon (2008, p. 369), in verbis: "Alguns autores têm sustentado que a parte final do art do Código de 1916 admite a disposição testamentária em favor da prole eventual própria quando o testador, prevendo a possibilidade de vir a falecer antes da concepção da criança, confecciona seu testamento referindo à prole dele próprio - no Código Civil de 2002, o art , inciso I admite o chamamento, na sucessão testamentária, dos filhos ainda não concebidos de pessoas indicadas pelo testador, desde que tais pessoas estejam vivas à época da abertura da sucessão." E se a criança nascer e não houver testamento? Ou se ele existir, porém caducar ou for declarado nulo? Estar-se-ia diante de um filho biológico sem direito à herança por falta de previsão legal? Esse posicionamento não parece ser o mais coerente. Embora haja tantas discussões doutrinárias, o grande problema - o direito sucessório do filho advindo da técnica de inseminação artificial homóloga post mortem - ainda não foi resolvido e assegurado pela legislação brasileira. 22

23 4 Legislação Pertinente 4.1 Princípios Constitucionais Como princípio basilar da Constituição da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana está intimamente ligada ao caso em apreço. Partem desse princípio os direitos à liberdade, à autonomia da vontade e ao livre planejamento familiar. Nas lições de Alexandre de Moraes (apud FERNANDES, 2005, p. 6-7): "A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos. O direito à vida privada, à intimidade, à honra, à imagem, dentre outros, aparecem como consequência imediata da consagração da dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil. (...) A ideia de dignidade da pessoa humana encontra no novo texto constitucional total aplicabilidade em relação ao planejamento familiar, considerada a família célula da sociedade, seja derivada do casamento, seja de união estável entre homem e mulher, pois, fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas (CF, art. 226, 7º)." (grifo nosso) Alexandre de Moraes (apud FERNANDES Op. cit., p. 7) ressalta que "a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Resolução nº 2.17A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em , e assinada pelo Brasil na mesma data, reconhece a dignidade como inerente a todos 23

24 os membros da família humana e como fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo." Silvia Fernandes (Op. cit., p. 2) assevera que "em se tratando de reprodução humana assistida, não se pode perder de vista um dos princípios básicos do Estado Democrático: o da dignidade da pessoa humana", bem como que "deverá sempre servir como paradigma para a utilização de qualquer das técnicas de reprodução artificial atualmente disponíveis" e completa: "A dignidade humana está intimamente ligada à possibilidade de procriação; assim, a reprodução artificial, quando necessária, torna-se a única maneira de satisfazer o desejo de procriar, ou seja, de dar continuidade a si próprio na figura do filho, legando-lhe o nome, os valores, o patrimônio econômico e, sobretudo, o patrimônio genético." A CF garante, em seu art. 226, 7º, o livre planejamento familiar: "(...)o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas". Como bem assevera Maria Berenice Dias (2008, p. 117): "O uso das técnicas de reprodução assistida é um direito fundamental, consequência do direito ao planejamento familiar que decorre do princípio da liberdade. Impensável cecear este direito pelo advento da morte de quem manifestou a vontade de ter filhos ao se submeter às técnicas de reprodução assistida. Na concepção homóloga, não se pode simplesmente reconhecer que a morte opere a revogação do consentimento e impõe a destruição do material genético que se encontra armazenado. O projeto parental iniciou-se durante a vida, o que legaliza e legitima a inseminação post mortem." (grifos da autora) No mesmo sentido, argumenta Albuquerque Filho (2005) que "o planejamento familiar, sem dúvida, dá-se quando vivos os partícipes, mas seus efeitos podem se produzir para após a morte". 24

25 Como bem preconiza a advogada Maristela Hertel (2011), "de um lado há aqueles que buscam as técnicas de contracepção para limitação da prole e, de outro, os que se socorrem dos recursos tecnológicos de reprodução assistida para obter êxito na concepção de um filho, muitas vezes em busca da realização de um sonho de ser pai e mãe". Ana Claudia Ferraz (2011, p. 81), ao discorrer sobre o planejamento familiar, afirma que ele representa "o próprio princípio da liberdade nas relações de família". Assim, evidencia-se que a pessoa é livre para fazer suas escolhas, e livre para manifestar sua vontade, conforme expressa Silvia Fernandes: "a autonomia está ligada à capacidade que a razão humana tem de governar a si própria, fazendo escolhas" e que "diz respeito à liberdade individual, porque o ser humano deve ser capaz de tomar uma decisão com plena consciência das consequências que dela podem advir", e completa: "respeitar a autonomia de cada indivíduo é valorizar suas opiniões e escolhas; desrespeitar a autonomia é negar ao indivíduo a liberdade de agir segundo suas convicções" (2005, p. 13). Não há qualquer exceção trazida pela norma constitucional no que se refere à igualdade de filiação. Assim, conforme leciona Maria Berenice Dias (2008, p. 117), "presume-se a paternidade do filho biológico concebido depois do falecimento de um dos seus genitores", bem como que "ao nascer, ocupa a primeira classe dos herdeiros necessários", o que corrobora o texto constitucional através do princípio da igualdade entre os filhos insculpido no art. 227, 6º, da CF. "Art. 227, 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação." Guilherme Calmon (2008, p. 96) afirma que "uma vez existente o vínculo jurídico de parentalidade-filiação, todos os filhos do mesmo pai ou da mesma mãe têm, estritamente, os mesmos direitos reconhecidos no ordenamento jurídico brasileiro, sem possibilidade de qualquer diferenciação". Significa dizer que, a partir da Constituição Federal de 1988, não mais se pode fazer distinção quanto ao status de filho, de forma simples: filho é filho, sendo todos iguais. Tendo em vista a 25

Professora Alessandra Vieira

Professora Alessandra Vieira Sucessão Legítima Conceito: A sucessão legítima ou ab intestato, é a que se opera por força de lei e ocorre quando o de cujus tem herdeiros necessários que, de pleno direito, fazem jus a recolher a cota

Leia mais

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva Direito Civil VI - Sucessões Prof. Marcos Alves da Silva Direito das Sucessões Sucessão: alteração de titulares em uma dada relação jurídica Sucessão (sentido estrito): causa mortis A sucessão engloba

Leia mais

Processos de Regularização de Imóveis

Processos de Regularização de Imóveis Processos de Regularização de Imóveis Prof. Weliton Martins Rodrigues ensinar@me.com www.vivadireito.net 5 5.1. Copyright 2013. Todos os direitos reservados. 1 2 A aquisição da propriedade é forma pela

Leia mais

Professor Álvaro Villaça Azevedo Titular da Faculdade de Direito da USP

Professor Álvaro Villaça Azevedo Titular da Faculdade de Direito da USP Indicação nol2812011 SC-43812011 Comissão de Direito de Família AUTOR DA INDICAÇÃO: ADVOGADO MARCOS NUNES CILOS EMENTA PAI SOCIOAFETIVO: ART. 1.593 E 1.595, AMBOS DO CC/2002. NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO TÉCNICA

Leia mais

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA RESOLUÇÃO CFM nº 1.957/2010 (Publicada no D.O.U. de 06 de janeiro de 2011, Seção I, p.79) A Resolução CFM nº 1.358/92, após 18 anos de vigência, recebeu modificações relativas

Leia mais

DIREITO CIVIL EXERCÍCIOS SUCESSÕES DISCURSIVAS:

DIREITO CIVIL EXERCÍCIOS SUCESSÕES DISCURSIVAS: DIREITO CIVIL EXERCÍCIOS SUCESSÕES DISCURSIVAS: 1. Capacidade para suceder é a aptidão da pessoa para receber os bens deixados pelo de cujus no tempo da abertura da sucessão. Considerando tal afirmação

Leia mais

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva Direito Civil VI - Sucessões Prof. Marcos Alves da Silva SUCESSÃO DO CÔNJUGE Herdeiro necessário e concorrente ( concorrente, conforme o regime de bens) Os regimes de matrimoniais de bens e suas implicações

Leia mais

FILIAÇÃO NA FECUNDAÇÃO IN VITRO. Thiago Kotula Brondani

FILIAÇÃO NA FECUNDAÇÃO IN VITRO. Thiago Kotula Brondani 1 FILIAÇÃO NA FECUNDAÇÃO IN VITRO Thiago Kotula Brondani Os avanços médicos-científicos e a disseminação das técnicas de reprodução humana assistida tornaram necessária a imposição de limites éticos e

Leia mais

Inovações e desacertos no novo Direito Sucessório

Inovações e desacertos no novo Direito Sucessório Inovações e desacertos no novo Direito Sucessório Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka Doutora e Livre Docente em Direito pela Faculdade de Direito da USP Professora Associada ao Departamento de Direito

Leia mais

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS 1 - O que é Beneficiário Indicado? Qualquer pessoa física indicada pelo Participante conforme definido no regulamento do Plano. 2 - O que

Leia mais

OAB 139º - 1ª Fase Regular Modulo II Disciplina: Direito Civil Professor João Aguirre Data: 24/07/2009

OAB 139º - 1ª Fase Regular Modulo II Disciplina: Direito Civil Professor João Aguirre Data: 24/07/2009 TEMAS ABORDADOS EM AULA 9ª Aula: Sucessão SUCESSÃO 1. Tipos 1.1. Sucessão Legítima: surgiu pela lei (legislador deu a lei) 1.2. Sucessão Testamentária: Surgiu o testamento Em regra vale a legítima quando

Leia mais

Gestação de Substituição ASPECTOS PSICOLÓGICOS II Simpósio de Direito Biomédico OAB Cássia Cançado Avelar Psicóloga Centro Pró-Criar Gestação de Substituição Esse tratamento é indicado para pacientes que

Leia mais

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC)

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) DO CONCEITO A ADOÇÃO É UM ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO, CUJA EFICACIA É DEPENDENTE DA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. NESSE CASO, CRIA UM VÍNCULO FICTÍCIO DE PATERNIDADE-

Leia mais

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período Toda a sucessão legítima observará uma ordem de vocação hereditária que, no Código Civil, está prevista no artigo 1.829. Art. 1.829.

Leia mais

Direito das Sucessões Parte I. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Direito das Sucessões Parte I. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Direito das Sucessões Parte I Sucessão - Etimologia Sucessão Successio, de succedere. Relação de ordem, de continuidade. Uma sequência de fato e de coisas. O que vem em certa ordem ou em certo tempo. Sucessão

Leia mais

HERDEIROS, LEGATÁRIOS E CÔNJUGE

HERDEIROS, LEGATÁRIOS E CÔNJUGE HERDEIROS, LEGATÁRIOS E CÔNJUGE Luiz Alberto Rossi (*) SUMÁRIO DISTINÇÃO ENTRE HERDEIROS E LEGATÁRIOS. SAISINE. CÔNJUGE: HERDEIRO NECESSÁRIO. QUINHÃO DO CÔNJUGE. TIPOS DE CONCORRÊNCIA. BENS PARTICULARES.

Leia mais

Aula 008 Da Sucessão Testamentária

Aula 008 Da Sucessão Testamentária Aula 008 Da Sucessão Testamentária 3.5 Disposições Testamentárias 3.5.1 Regras gerais 3.5.2 Espécies de disposições 3.5.2.1 Simples 3.5.2.2 Condicional 3.5.2.3 A Termo ou a prazo 3.5.2.4 Modal 3.5.2.5

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 3.638-C, DE 1993. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 3.638-C, DE 1993. O CONGRESSO NACIONAL decreta: COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 3.638-C, DE 1993 Institui normas para a utilização de técnicas de reprodução assistida. O CONGRESSO NACIONAL decreta: CAPÍTULO

Leia mais

PONTO 1: Sucessões. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA art. 1845 do CC. A dispensa tem que ser no ato da liberalidade ou no testamento.

PONTO 1: Sucessões. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA art. 1845 do CC. A dispensa tem que ser no ato da liberalidade ou no testamento. 1 DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL PONTO 1: Sucessões SUCESSÃO LEGÍTIMA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA art. 1845 do CC. A dispensa tem que ser no ato da liberalidade ou no testamento. Colação não significa devolução

Leia mais

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR 1 - A autorização para que crianças e adolescentes passem as festas de final de

Leia mais

É a primeira classe a herdar. Não há limitação de grau para herdar. Regra do grau mais próximo exclui o mais remoto (art. 1833, CC) Filho 1 Filho 2

É a primeira classe a herdar. Não há limitação de grau para herdar. Regra do grau mais próximo exclui o mais remoto (art. 1833, CC) Filho 1 Filho 2 Sucessão dos Descendentes (art. 1833, CC) É a primeira classe a herdar. Não há limitação de grau para herdar. Regra do grau mais próximo exclui o mais remoto (art. 1833, CC) Filho 1 Filho 2 Neto 1 Neto

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana

Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Leia mais

OAB. OAB. DIREITO CIVIL. Glauka Archangelo. - ESPÉCIES DE SUCESSÃO. Dispõe o artigo 1.786 do Código Civil que:

OAB. OAB. DIREITO CIVIL. Glauka Archangelo. - ESPÉCIES DE SUCESSÃO. Dispõe o artigo 1.786 do Código Civil que: OAB. DIREITO CIVIL.. DISPOSIÇÕES GERAIS. DIREITO SUCESSÓRIO: Em regra geral na sucessão existe uma substituição do titular de um direito. Etimologicamente sub cedere alguém tomar o lugar de outrem. A expressão

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China CONVENÇÃO SOBRE A JURISDIÇÃO, LEI APLICÁVEL E RECONHECIMENTO DE DECISÕES EM MATÉRIA DE ADOÇÃO (Concluída em 15 de novembro de 1965) (Conforme o seu artigo 23, esta Convenção teve vigência limitada até

Leia mais

A SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE EM CONCORRÊNCIA COM OS DESCENDENTES OCORRENDO A HIBRIDEZ FAMILIAR RESUMO

A SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE EM CONCORRÊNCIA COM OS DESCENDENTES OCORRENDO A HIBRIDEZ FAMILIAR RESUMO A SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE EM CONCORRÊNCIA COM OS DESCENDENTES OCORRENDO A HIBRIDEZ FAMILIAR Rodrigo Schenckel da Silva 1 Rachel Marques da Silva 2 RESUMO Com a entrada em vigor do Código Civil

Leia mais

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Autarquia Federal Lei nº 3.268/57

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Autarquia Federal Lei nº 3.268/57 Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Autarquia Federal Lei nº 3.268/57 CONSULTA nº 110.469/11 Assunto: paciente menor, genitores separados, fornecimento prontuário Relator: Laide Helena

Leia mais

A Guarda Compartilhada

A Guarda Compartilhada A Guarda Compartilhada Maria Carolina Santos Massafera Aluna do curso de pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil na Fundação Aprender Varginha, em convênio com o Centro Universitário Newton Paiva.

Leia mais

Banco de Interpretação ISO 9001:2008. Gestão de recursos seção 6

Banco de Interpretação ISO 9001:2008. Gestão de recursos seção 6 6 RSI 028 Pode ser interpretadado no item 6.0 da norma ABNT NBR ISO 9001 que o conceito de habilidade pode ser definido como Habilidades Técnicas e Comportamentais e que estas podem ser planejadas e registradas

Leia mais

O DIREITO DAS Sucessões na Contemporaneidade. http://patriciafontanella.adv.br

O DIREITO DAS Sucessões na Contemporaneidade. http://patriciafontanella.adv.br O DIREITO DAS Sucessões na Contemporaneidade http://patriciafontanella.adv.br Viés Constitucional Assento constitucional (art. 5º XXX, CF/88). Mudança dos poderes individuais da propriedade, trazendo a

Leia mais

DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO Carlos Roberto Gonçalves

DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO Carlos Roberto Gonçalves DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO Carlos Roberto Gonçalves As pessoas unem-se em um família em razão de vínculo conjugal, união estável, de parentesco por consangüinidade, outra origem, e da afinidade. Em sentido

Leia mais

Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões.

Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões. Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões. Para o autor do nosso livro-texto, o Direito de família consiste num complexo de normas que regulam a celebração do casamento e o reconhecimento

Leia mais

Perguntas Frequentes sobre o Certificado Sucessório Europeu

Perguntas Frequentes sobre o Certificado Sucessório Europeu Perguntas Frequentes sobre o Certificado Sucessório Europeu 1- O que é o Certificado Sucessório Europeu (CSE)? 2- Que instrumento jurídico criou o CSE? 3- Quem pode pedir o CSE? 4- Um credor pode pedir

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Por Carlos ley Noção e Significados A expressão direitos humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Sem esses direitos a pessoa não

Leia mais

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas 18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar o reconhecimento de divórcios e separações de pessoas obtidos

Leia mais

A UNIÃO ESTÁVEL NO NOVO CÓDIGO CIVIL

A UNIÃO ESTÁVEL NO NOVO CÓDIGO CIVIL 76 A UNIÃO ESTÁVEL NO NOVO CÓDIGO CIVIL CLAUDIA NASCIMENTO VIEIRA¹ O artigo 226 da Constituição Federal equiparou a união estável entre homem e mulher ao casamento, dispondo em seu parágrafo 3º que é reconhecida

Leia mais

Grupo de Estudos de Empresas Familiares GVlaw/ Direito GV. Reflexos Familiares e Sucessórios na Empresa Familiar. Apresentação 10.08.

Grupo de Estudos de Empresas Familiares GVlaw/ Direito GV. Reflexos Familiares e Sucessórios na Empresa Familiar. Apresentação 10.08. Grupo de Estudos de Empresas Familiares GVlaw/ Direito GV Reflexos Familiares e Sucessórios na Empresa Familiar Apresentação 10.08.10 Luiz Kignel Karime Costalunga F 1 F 2 F 3 F 1 F 2 F 3 F 4 Fundador

Leia mais

Genética Grupos sanguíneos

Genética Grupos sanguíneos Genética Grupos sanguíneos 1- Em um banco de sangue, existe o seguintes estoque: 12 litros de sangue do tipo A, 7 litros de sangue do tipo B, 3 litros de sangue do tipo AB e 10 litros de sangue do tipo

Leia mais

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE Universidade Estadual De Maringá gasparin01@brturbo.com.br INTRODUÇÃO Ao pensarmos em nosso trabalho profissional, muitas vezes,

Leia mais

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida.

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida. Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 04 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva Personalidade (continuação) 3. Extinção da personalidade:

Leia mais

Decreto-Lei n.º 343/91, de 17 de setembro

Decreto-Lei n.º 343/91, de 17 de setembro Decreto-Lei n.º 343/91, de 17 de setembro O regime de pensões de sobrevivência para a função pública, instituído pelo Decreto-Lei n.º 24046, de 21 de junho de 1934, correspondia, na sua essência, a uma

Leia mais

Faculdade de Direito da Alta Paulista

Faculdade de Direito da Alta Paulista PLANO DE ENSINO DISCIPLINA SÉRIE PERÍODO LETIVO CARGA HORÁRIA DIREITO CIVIL V (Direitos de família e das sucessões) QUINTA 2015 136 I EMENTA Direito de Família. Casamento. Efeitos jurídicos do casamento.

Leia mais

Direito das Sucessões

Direito das Sucessões Direito das Sucessões OBJETIVO Compreender as consequências da ordem de vocação hereditária. ROTEIRO! Da ordem de vocação hereditária! Ordem de vocação hereditária no Código de 1916! Nova ordem de vocação

Leia mais

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC 2014) QUESTÃO 54 Analise as seguintes assertivas sobre as causas de exclusão de ilicitude no Direito Civil: I. A legítima defesa de terceiro não atua como

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Os Negócios Jurídicos Da União Estável E Terceiros De Boa-fé Maíta Ponciano Os Casais que vivem união estável DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS DA UNIÃO ESTÁVEL E TERCEIROS DE BOA-FÉ. Desde

Leia mais

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 1 Eficácia é o poder que tem as normas e os atos jurídicos para a conseqüente produção de seus efeitos jurídicos próprios. No sábio entendimento do mestre

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China 25. CONVENÇÃO SOBRE A LEI APLICÁVEL PARA REGIMES DE BENS MATRIMONIAIS (celebrada em 14 de março de 1978) Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando estabelecer previsões comuns concernente

Leia mais

HERANÇA. Danilo Santana

HERANÇA. Danilo Santana A RELAÇÃO HERANÇA Danilo Santana HOMOSSEXUAL PODE GERAR SOCIEDADE E NÃO A RELAÇÃO HOMOSSEXUAL PODE GERAR SOCIEDADE E NÃO HERANÇA Danilo Santana Advogado, graduado em Direito pela PUC-MG, membro efetivo

Leia mais

Exame de Direito das Sucessões. 18 de junho de 2014. I (17 valores) Em 2008, C é condenado pelo crime de homicídio doloso de seu irmão D.

Exame de Direito das Sucessões. 18 de junho de 2014. I (17 valores) Em 2008, C é condenado pelo crime de homicídio doloso de seu irmão D. Exame de Direito das Sucessões 18 de junho de 2014 I (17 valores) A é casado com B, tendo o casal três filhos, C, D e E. B tem ainda um filho, F, de um anterior casamento. C é casado com G e tem uma filha

Leia mais

A COLAÇÃO DOS BENS DOADOS A HERDEIROS: ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 70050981836 JULGADO PELO TJRS

A COLAÇÃO DOS BENS DOADOS A HERDEIROS: ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 70050981836 JULGADO PELO TJRS 23 A COLAÇÃO DOS BENS DOADOS A HERDEIROS: ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 70050981836 JULGADO PELO TJRS Adrieli Aline Frias 1 Daniele Garcia 2 Niagara Sabrina 3 Ynaia Medina Long 4 Orientadora: Profª. Mª. Ana Cleusa

Leia mais

DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ

DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ Através do presente sintetizamos as exigências legais previstas

Leia mais

AULA 07. Herança Jacente = herança sem herdeiros notoriamente conhecidos (arts. 1819 e ss. do CC).

AULA 07. Herança Jacente = herança sem herdeiros notoriamente conhecidos (arts. 1819 e ss. do CC). 01 Profª Helisia Góes Disciplina: DIREITO CIVIL VI SUCESSÕES Turmas: 8ºDIV, 8ºDIN-1 e 8º DIN-2 Data: 21/08/12 AULA 07 II - SUCESSÃO EM GERAL (Cont...) 11. Herança Jacente e Vacante (arts. 1.819 a 1.823,

Leia mais

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões.

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões. No Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais são regis- trados os atos mais importantes da vida de uma pessoa, como o nascimento, o casamento e o óbito, além da emancipação, da interdição, da ausência

Leia mais

I Notas básicas para compreensão da questão Vamos a algumas premissas históricas, básicas e óbvias para a compreensão do problema:

I Notas básicas para compreensão da questão Vamos a algumas premissas históricas, básicas e óbvias para a compreensão do problema: OPINIÃO Estatuto da Pessoa com Deficiência causa perplexidade (Parte I) 6 de agosto de 2015, 19h02 Por José Fernando Simão Em 6 de julho de 2015, foi publicada a Lei Ordinária 13.146, que institui a Inclusão

Leia mais

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Civil (Parte Geral) / Aula 05 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: II) Ausência: Sucessão Definitiva. III)Capacidade: Espécies de Capacidade

Leia mais

Contratos em língua estrangeira

Contratos em língua estrangeira BuscaLegis.ccj.ufsc.br Contratos em língua estrangeira Marcelo Camargo de Brito advogado em São Paulo (SP), atuante nas áreas cível e empresarial, pós-graduando em Direito Tributário pela UNAMA/LFG/IOB/UVB

Leia mais

Palavras chave: Direito Constitucional. Princípio da dignidade da pessoa humana.

Palavras chave: Direito Constitucional. Princípio da dignidade da pessoa humana. 99 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana Idália de Oliveira Ricardo de Assis Oliveira Talúbia Maiara Carvalho Oliveira Graduandos pela Faculdade de Educação, Administração e Tecnologia de Ibaiti. Palavras

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS Cácito Augusto Advogado I INTRODUÇÃO Após quatro anos de vigência do Novo Código Civil brasileiro, que

Leia mais

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação:

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação: O NOVO AGRAVO CONTRA DESPACHO DENEGATÓRIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 2011-06-15 Alexandre Poletti A Lei nº 12.322/2010, que alterou os artigos 544 e 545 do CPC, acabou com o tão conhecido e utilizado

Leia mais

Celebrado em Brasília, aos 20 dias do mês de março de 1996, em dois originais, nos idiomas português e alemão, ambos igualmente válidos.

Celebrado em Brasília, aos 20 dias do mês de março de 1996, em dois originais, nos idiomas português e alemão, ambos igualmente válidos. ACORDO-QUADRO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA SOBRE COOPERAÇÃO EM PESQUISA CIENTÍFICA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO O Governo da República

Leia mais

PONTO 1: União estável PONTO 2: Alimentos. 1. União estável:

PONTO 1: União estável PONTO 2: Alimentos. 1. União estável: 1 PONTO 1: União estável PONTO 2: Alimentos 1. União estável: - Leis 8971/94 e 9278/96. - Lei 10.406/2002 e art. 1723 e seguintes. - Art. 226, 3 1, CF. União entre homem e mulher pública (notoriedade),

Leia mais

PARECER N.º 81/CITE/2012

PARECER N.º 81/CITE/2012 PARECER N.º 81/CITE/2012 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa de autorização de trabalho em regime de horário flexível a trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do n.º 5 do artigo

Leia mais

1º Anexo a estas Normas haverá um conjunto de Resoluções de caráter transitório que legislarão sobre assuntos específicos do Programa em Astronomia.

1º Anexo a estas Normas haverá um conjunto de Resoluções de caráter transitório que legislarão sobre assuntos específicos do Programa em Astronomia. NORMAS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ASTRONOMIA DO ON Capítulo 1 Das disposições gerais Capítulo 2 Da constituição do Corpo Docente Capítulo 3 Da orientação do aluno Capítulo 4 Da admissão e matrícula

Leia mais

DIREITO DAS SUCESSÕES

DIREITO DAS SUCESSÕES DIREITO DAS SUCESSÕES 2.º Ano Turma A (Dia) Exame de Coincidência Professor Doutor Luís Menezes Leitão 26 de junho de 2015 Duração da prova: 90 minutos GRELHA DE CORREÇÃO A morte de A desencadeia a abertura

Leia mais

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público:

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Venho à presença de Vossa Excelência, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, apresentar

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5. Autor: Dep. Celso Russomanno Relator: Dep. Ricardo Tripoli COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO EM SEPARADO Li, com bastante atenção, o bem elaborado voto do Relator, Dep. RICARDO TRÍPOLI, que buscou dar ao tema tratado

Leia mais

Prova Objetiva Disciplina: Direito Civil

Prova Objetiva Disciplina: Direito Civil ALT. C GAB. 1 GAB. 2 GAB. 3 GAB. 4 QUESTÃO 68 81 16 8 Alegam os recorrentes que a questão comporta várias alternativas erradas, pois contraria dispositivo constitucional (art. 5 o., inciso XXXI) e infraconstitucional,

Leia mais

INSTRUÇÃO CVM Nº 51, DE 09 DE JUNHO DE 1986.

INSTRUÇÃO CVM Nº 51, DE 09 DE JUNHO DE 1986. INSTRUÇÃO CVM Nº 51, DE 09 DE JUNHO DE 1986. Regulamenta a concessão de financiamento para compra de ações pelas Sociedades Corretoras e Distribuidoras. O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL Rev. Augustus Nicodemus Lopes APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL Rev. Augustus Nicodemus Lopes APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011 LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL [SLIDE 1] CAPA [SLIDE 2] UM ASSUNTO ATUAL APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011 Os conceitos de liberdade de consciência e de expressão têm recebido

Leia mais

ENUNCIADOS DAS I, III E IV JORNADAS DE DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES

ENUNCIADOS DAS I, III E IV JORNADAS DE DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES As Jornadas de Direito Civil são uma realização do Conselho da Justiça Federal - CJF e do Centro de Estudos Jurídicos do CJF. Nestas jornadas, compostas por especialistas e convidados do mais notório saber

Leia mais

SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL

SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL J u r i s p r u d ê n c i a d o s C o n s e l h o s SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL Parecer n.º 12/PP/2009-G Relator Dr. Marcelino Pires I. Introdução A Sra. Dra.... vem solicitar parecer

Leia mais

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: 25820.005586/20-07 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ PROJUDI REFORMULAÇÃO DE CUMPRIMENTOS - MANDADOS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ PROJUDI REFORMULAÇÃO DE CUMPRIMENTOS - MANDADOS TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ PROJUDI REFORMULAÇÃO DE CUMPRIMENTOS - MANDADOS 2 SUMÁRIO SEÇÃO 1 - FLUXO DAS VARAS QUE NÃO POSSUEM CENTRAL DE MANDADOS... 03 1. CUMPRIMENTOS (PERFIS DE ANALISTA E TÉCNICO

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com 2. Direito como objeto de conhecimento. Conforme pudemos observar nas aulas iniciais

Leia mais

TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS

TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS Autora: Idinéia Perez Bonafina Escrito em maio/2015 TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS Nas relações internacionais do

Leia mais

RELACIONAMENTO JURÍDICO DO ESTADO BRASILEIRO COM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS, NO QUE CONCERNE À EDUCAÇÃO

RELACIONAMENTO JURÍDICO DO ESTADO BRASILEIRO COM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS, NO QUE CONCERNE À EDUCAÇÃO RELACIONAMENTO JURÍDICO DO ESTADO BRASILEIRO COM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS, NO QUE CONCERNE À EDUCAÇÃO GEORGE DE CERQUEIRA LEITE ZARUR Consultor Legislativo da Área XV Educação, Desporto, Bens Culturais,

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 92/IX INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE/MATERNIDADE - (ALTERAÇÃO DE PRAZOS) Exposição de motivos

PROJECTO DE LEI N.º 92/IX INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE/MATERNIDADE - (ALTERAÇÃO DE PRAZOS) Exposição de motivos PROJECTO DE LEI N.º 92/IX INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE/MATERNIDADE - (ALTERAÇÃO DE PRAZOS) Exposição de motivos O conhecimento da ascendência verdadeira é um aspecto relevante da personalidade individual,

Leia mais

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome Sociedade Limitada I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome II a limitação refere-se aos sócios 2. Responsabilidade dos Sócios I - Decreto 3.708/19 (sociedade

Leia mais

DIREITO DAS SUCESSÕES 2.º Ano Turma A (Dia) Época de Recurso Professor Doutor Luís Menezes Leitão

DIREITO DAS SUCESSÕES 2.º Ano Turma A (Dia) Época de Recurso Professor Doutor Luís Menezes Leitão DIREITO DAS SUCESSÕES 2.º Ano Turma A (Dia) Época de Recurso Professor Doutor Luís Menezes Leitão EXAME 09 de junho de 2014 Duração da prova: 90 minutos GRELHA DE CORREÇÃO A morte de A desencadeia a aberta

Leia mais

CARTILHA SOBRE DIREITO À APOSENTADORIA ESPECIAL APÓS A DECISÃO DO STF NO MANDADO DE INJUNÇÃO Nº 880 ORIENTAÇÕES DA ASSESSORIA JURIDICA DA FENASPS

CARTILHA SOBRE DIREITO À APOSENTADORIA ESPECIAL APÓS A DECISÃO DO STF NO MANDADO DE INJUNÇÃO Nº 880 ORIENTAÇÕES DA ASSESSORIA JURIDICA DA FENASPS CARTILHA SOBRE DIREITO À APOSENTADORIA ESPECIAL APÓS A DECISÃO DO STF NO MANDADO DE INJUNÇÃO Nº 880 ORIENTAÇÕES DA ASSESSORIA JURIDICA DA FENASPS 1. Que entidades conseguiram no Supremo Tribunal Federal

Leia mais

OS FATOS JURÍDICOS EM EXEMPLOS PRÁTICOS. Sumário. Questões discursivas... 09. Respostas para as questões discursivas... 93

OS FATOS JURÍDICOS EM EXEMPLOS PRÁTICOS. Sumário. Questões discursivas... 09. Respostas para as questões discursivas... 93 OS FATOS JURÍDICOS EM EXEMPLOS PRÁTICOS Sumário Questões discursivas... 09 Respostas para as questões discursivas... 93 Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) - Artigos 104 a 232... 185

Leia mais

Usucapião. É a aquisição do domínio ou outro direito real pela posse prolongada. Tem como fundamento a função social da propriedade

Usucapião. É a aquisição do domínio ou outro direito real pela posse prolongada. Tem como fundamento a função social da propriedade Usucapião É a aquisição do domínio ou outro direito real pela posse prolongada Tem como fundamento a função social da propriedade!1 Requisitos da posse ad usucapionem Posse com intenção de dono (animus

Leia mais

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Lição 14. Doação Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Na doação deve haver, como em qualquer outro

Leia mais

PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII

PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA OS DIREITOS DA CRIANÇA As crianças são encaradas como sujeitos de direitos, a partir do momento em que o seu bem-estar é concebido como uma consequência

Leia mais

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br O suicídio é coberto ou não pelo seguro de vida dentro do período de carência? Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br Para responder esta pergunta, vamos entender qual a sistemática do Código

Leia mais

Estatuto das Familias

Estatuto das Familias Estatuto das Familias Princípios: a dignidade da pessoa humana, a solidariedade familiar, a igualdade de gêneros, de filhos e das entidades familiares, a convivência familiar, o melhor interesse da criança

Leia mais

BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES SUMÁRIO PLANO DE OPÇÃO PARA AÇÃO... 3 SEÇÃO 1. DISPOSIÇÃO GERAL... 3 1.1 Propósito... 3 1.2 Administração... 3 1.3 Interpretação...

Leia mais

Direito de Família. Consuelo Huebra

Direito de Família. Consuelo Huebra Direito de Família Consuelo Huebra Casamento A lei só admite o casamento civil, mas o casamento religioso pode produzir efeitos civis na forma dos arts.1515 e 1516, C.C. Parentesco Natural pessoas que

Leia mais

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa MARIA LÚCIA AMARAL * Introdução 1. Agradeço muito o convite que me foi feito para participar neste colóquio luso-italiano de direito

Leia mais

TÍTULO: FILHOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA: REVELAR OU NÃO REVELAR, EIS A QUESTÃO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

TÍTULO: FILHOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA: REVELAR OU NÃO REVELAR, EIS A QUESTÃO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS TÍTULO: FILHOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA: REVELAR OU NÃO REVELAR, EIS A QUESTÃO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES

Leia mais

Notas técnicas. Introdução

Notas técnicas. Introdução Notas técnicas Introdução As Estatísticas do Registro Civil são publicadas desde 1974 e fornecem um elenco de informações relativas aos fatos vitais, casamentos, separações e divórcios ocorridos no País.

Leia mais

CONTRATO DE CONVIVÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO SUCESSÓRIO

CONTRATO DE CONVIVÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO SUCESSÓRIO CONTRATO DE CONVIVÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO SUCESSÓRIO Edgard Borba Fróes Neto 1 Resumo A possibilidade dos companheiros livremente estipularem regras de cunho patrimonial, mediante celebração

Leia mais

PARECER CREMEB Nº 14/13 (Aprovado em Sessão Plenária de 05/04/2013)

PARECER CREMEB Nº 14/13 (Aprovado em Sessão Plenária de 05/04/2013) PARECER CREMEB Nº 14/13 (Aprovado em Sessão Plenária de 05/04/2013) Expediente Consulta Nº 018.621/2012 Assunto: Fertilização in vitro com material biológico de doador falecido. Relatora: Consª Maria Lúcia

Leia mais