BRASIL COLÔNIA a 1822 Atividade I

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1 BRASIL COLÔNIA a 1822 Atividade I 1. Período Pré-colonizador: 1500 a 1530 Os portugueses chegam ao Brasil em 1500, mas não encontram riqueza ou perspectiva de lucro imediato, como metais preciosos e comércio desenvolvido. Enviou algumas expedições guarda-costeiras para investigar e guardar o território, encontrando a presença do pau-brasil. Para o corte do pau-brasil foram utilizadas mão-de-obra indígena em troca de quinquilharias (objetos de pouco valor). Outros povos europeus, como franceses e ingleses, começaram a contrabandear madeira, exigindo maior atenção dos portugueses, para não perder sua terra. Em 1530, Martim Afonso de Souza foi enviado com o objetivo de iniciar as primeiras atividades de exploração. Sua expedição tinha como objetivo: percorrer o litoral e o interior em busca de metais preciosos; formar novos núcleos de povoamento; realizar a expulsão das expedições estrangeiras que aqui estivessem; estabelecer locais de exploração próximos às regiões do Rio da Prata; em 1532, criou a vila de São Vicente, primeiro núcleo que deu origem à cidade de São Paulo. 2. As Capitanias Hereditárias Para não perder suas terras, Portugal resolve colonizá-las, a partir da expedição de Martim Afonso de Souza. Em 1534, o rei dom João III dividiu a nova colônia em quinze faixas de terra e doá-las a nobres do reino. Essas faixas de terra foram chamadas capitanias hereditárias e os seus proprietários, capitães donatários. Dois documentos definiam os direitos e deveres dos donatários: a Carta de Doação e o Foral. Mas o sistema de capitanias não surtiu os resultados esperados: falta de apoio econômico do governo; inexperiência de alguns donatários; dificuldades de comunicação e locomoção; hostilidade dos indígenas... Apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco apresentaram certa prosperidade, por causa da indústria do açúcar nestas regiões. Posteriormente, os portugueses decidiram centralizar o modelo político-administrativo do território com a implantação do Governo-geral, mas somente em 1759, as capitanias hereditárias desapareceram com a ação do ministro Marquês de Pombal. 3. Características da Economia Colonial Metrópole: região que exerce domínio sobre outra. Ex.: Portugal. Colônia: região que é influenciada pela Metrópole. Ex.: Brasil. Pacto colonial: relação comercial entre a colônia e sua metrópole, que garantia a exclusividade (monopólio) dos colonizadores sobre todas as riquezas encontradas ou produzidas nas colônias. Monocultura: produção agrícola de um só produto em larga escala. Latifúndio: grande propriedade rural (enormes fazendas) de um só dono, o latifundiário. Os senhores de engenho foram latifundiários. Escravidão: exploração de mão-de-obra: indígena e africana. a) Pau brasil: primeira riqueza explorada pelo europeu em terras brasileiras; mão-de-obra indígena: escambo (troca por quinquilharias) no início, e escravizada posteriormente, por causa da recusa do índio; origem dos povoados e vilas; atividade extrativa: de caráter seminômades e predatório; b) Indústria açucareira: - 1 -

2 Portugal já tinha experiência com o açúcar na ilha da Madeira e no arquipélago dos Açores; produção financiada pelos holandeses; mão-de-obra escrava negra africana; os negros vinham para o Brasil nos chamados navios negreiros e se tornavam os pés e as mãos do senhor de engenho ; engenho de açúcar: grande propriedade agrícola destinada à produção do açúcar. proprietários do engenho: eram conhecidos como senhores de engenho. As principais instalações de um engenho eram as seguintes: Casa-grande residência do senhor de engenho e de sua família, além de uma série de empregados de confiança (capatazes) e escravos domésticos. Capela: pequena igreja, onde se realizavam os serviços religiosos católicos; ponto de reunião da comunidade nos dias santos e domingos. Senzala: habitação rústica e pobre, destinada à maioria dos escravos. Casa do engenho: abrangia todas as instalações destinada ao preparo do açúcar como a moenda (onde se moía a cana para a extração do caldo); as fornalhas (onde o caldo da cana era devidamente fervido e purificado em tachos de cobre); a casa de purgar (onde o açúcar era branqueado); os galpões (onde os blocos de açúcar eram quebrados em várias partes e reduzidos a pó). Sociedade açucareira: Ruralismo: ambiente rural do engenho; o campo era o centro dinâmico da sociedade. Patriarcalismo: o senhor de engenho é o patriarca (chefe masculino) todo-poderoso da sociedade. Estratificação social: não havia mobilidade social, mudança de uma classe para outra; o escravo, por exemplo, não poderia passar à condição de senhor, nem o senhor podia descer de sua posição. Também os membros das camadas intermediárias (padres, feitores, agregados) permaneciam em posições sociais estáticas (imóveis). 4. Formação do Povo Brasileiro O mito da democracia racial: ao contrário do que se propagava no passado, nunca houve uma democracia racial no Brasil, ou seja, as raças não vivem em harmonia, sem separações e preconceitos Miscigenação: a formação do povo brasileiro é resultado de três elementos étnicos: o índio, o negro e o branco. Mulato: mestiço de negro com o branco. Caboclo: mestiço do índio com o branco. Cafuzo: mestiço do índio com o negro. Contribuições culturais: a) Índios: Alimentos: mandioca, milho, guaraná, palmito. Objetos e utensílios: rede de dormir, jangada, canoa, armadilhas de caça e pesca, instrumentos musicais (maracá). Vocabulário: palavras da língua tupi, como Curitiba, Piauí, caju, mandioca, jacaré, sabiá, Tietê, tatu, abacaxi e muitas outras. Técnicas: trabalhos com cerâmica, preparo da farinha de mandioca e do milho. Hábitos: uso do tabaco, banho diário, diminuição das roupas. b) Negros: Alimentos: feijoada, cocada, vatapá, acarajé, quindim, caruru, pé-de-moleque; Religião: umbanda, candomblé; Música: ritmos musicais como samba, maxixe, maracatu, congada. Instrumentos musicais: atabaque, berimbau, ganzá, agogô, cuíca, reco-reco; Vocabulário: palavras como batuque, bengala, banana, zingar, macumba, quitanda, samba, chuchu, cachaça, moleque, fubá, caçula. c) Brancos: O idioma que falamos. A religião católica. O sistema político, jurídico, administrativo e econômico. O modo de vida dominante: roupas, construções, comidas. O conhecimento científico e artístico europeu

3 5. Expansão territorial e Fixação das fronteiras Feitorias: postos de recolhimento e armazenagem de mercadorias, de onde seriam levadas para a Europa. Penetração pelo interior do território: resultado da ação das Entradas, Bandeiras, trabalho dos jesuítas. Entradas: expedições oficiais (do governo), que entravam no interior das matas (principalmente no Nordeste), a procura de ouro e drogas do sertão. Bandeiras: expedições particulares, os bandeirantes, que saíam (século XVII) do planalto paulista, e a partir dos rios (Tietê etc.) se dirigiam para o interior das matas em busca de ouro, drogas do sertão e aprisionamento de índios. as bandeiras penetravam pelo sertão e ultrapassaram a linha de Tordesilhas; durante a União Ibérica (1580 a 1640), as divisões do Tratado de Tordesilhas perderam sua razão de ser, pois tudo passou para a Espanha; alguns bandeirantes conhecidos: Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera; Antônio Raposo Tavares; Fernão Dias Paes e Domingos Jorge Velho (que destruiu o Quilombo de Palmares). O trabalho dos jesuítas: como soldados da religião, trabalharam na catequização dos índios; seu trabalho exigia a entrada dos padres pelo interior do território, contribuindo para a conquista do território; fundaram aldeamentos (missões ou reduções) destinados a reunir os indígenas. dominavam os índios e faziam eles trabalhar na extração de riquezas naturais conhecidas como drogas do sertão (guaraná, cravo, pimenta, castanha, baunilha, plantas aromáticas e medicinais); as missões jesuíticas eram o alvo predileto do ataque do bandeirismo apresador, pois já encontravam o índio pacificado (com sua cultura descaracterizada); os jesuítas protegiam os índios para explorá-los à sua maneira. Fixação das fronteiras: Depois da União Ibérica, as fronteiras do Brasil se expandiram, pois nem portugueses nem espanhóis respeitaram o Tratado de Tordesilhas. Uma série de tratados foram assinados para resolver as questões das fronteiras do Brasil, seno o principal desses, o Tratado de Madri. O Tratado de Madri, assinado por Portugal e Espanha, em 1750, estabeleceu, praticamente, o tamanho atual do Brasil (com exceção do Acre) para os portugueses. 6. O Ciclo do ouro (século XVIII) e a Inconfidência Mineira: Alternativa de renda em decorrência da queda do açúcar, a partir de A região das minas: Minas Gerais (principalmente), São Paulo, Goiás e Mato Grosso atraem muita gente, inclusive portugueses, em busca de enriquecimento rápido. Quinto: imposto equivalente a 20% da produção do ouro, destinado à Coroa. Também era permitido a alguns escravos conservar parte do ouro descoberto para comprar sua liberdade. O período de maior produção ocorre entre 1735 e 1754, quando a exportação anual chega à média de 14,5 mil quilos. Derrama: medida fiscal adotada pelo governo português, equivalente a 596 arrobas (8.940 quilos) de ouro em impostos atrasados, para compensar o quinto que não estava sendo pago. Surge então a Inconfidência Mineira, em 1789: revolta influenciada pelas ideias iluministas; o grupo os inconfidentes defendia a independência da colônia; era formado por intelectuais advogados, poetas, padres e militares; os inconfidentes foram traídos por Joaquim Silvério dos Reis e, em janeiro de 1792; Vários condenados têm sua pena convertida em prisão ou degredo na África, mas o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é (o único) a não obter clemência, sendo enforcado no largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro. Sua execução ocorre em 21 de abril de 1792 e vira o Herói Nacional brasileiro

4 AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA 1 Brasil Colônia 8ª Série E.J.A. A. Preencha a CRUZADINHA (outra página), segundo o seu significado: Horizontais: 1 Nome da primeira riqueza do Brasil, extraída de forma predatória. 2 Exploração de mão-de-obra indígena e negra utilizada no Brasil Colônia. 3 Nome dado aos 15 lotes que se tornaram a primeira divisão territorial do Brasil a partir de Metal valioso muito procurado pelos portugueses em terras brasileiras. 4 Alojamento pobre e rústico que serviu como morada dos escravos negros. 5 Nome das grandes fazendas concentradas nas mãos dos grandes proprietários. 6 Palavra sinônima de idioma. 6 Nome que se dá ao resultado do cruzamento do branco com o negro. 7 Nome genérico dado pelos portugueses ao nativo encontrado no Brasil. 7 Pequena igreja, local dos serviços católicos nos engenhos. 8 (...) Álvares Cabral, nome do capitão português que chegou ao Brasil em Região dominada por Portugal e que marcou o Brasil de 1500 a Cultivo de um só produto em larga escala, uma das características do sistema colonial português. 10 Marquês de (...): nome do ministro português, que em 1759, extinguiu o sistema de capitanias. 10 Gênero (ou ritmo) musical de origem africana, considerado um dos símbolos culturais do Brasil. 11 Região que exerce domínio sobre outra. Portugal foi a (...) que exerceu domínio sobre o Brasil Imposto equivalente a 20% do ouro encontrado no Brasil, destinado ao governo português. 13 Nome do Tratado assinado entre Portugal e Espanha em Uma das características do ambiente (relacionado ao campo) do engenho no Brasil Colônia. Verticais: 1 Nome que se dá ao resultado do cruzamento do branco com o índio. 1 Nome como os historiadores atuais consideram como a chamada democracia racial é tratada no Brasil. 8 Nome do período da História do Brasil entre 1500 e (...) de açúcar, principal riqueza desenvolvida no Brasil Colonial, principalmente no Nordeste. B. Agora, leia atentamente o fragmento de texto a seguir e responda as questões a, b, c. Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho. Sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem engenho. Uns escravos chegam ao Brasil muito rudes e fechados e assim continuam por toda a vida. Outros, em poucos anos ficam espertos. Aprendem a doutrina cristã, constroem barcos, levam recados e fazem qualquer trabalho. As mulheres escravas trabalham com a foice e a enxada, como os homens. Os escravos que desde novos trabalham numa fazenda não é bom que os retirem porque facilmente morrem de tristeza. 1. Como o autor justifica, no texto, a afirmação seguinte: Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho? Qual o sentido desta frase? 2. As mulheres escravas trabalhavam apenas em serviços leves, de modo diferente dos homens? 3. De acordo com o texto, o que acontecia com os escravos que ficavam espertos? Em que sentido o autor usou o termo esperto? - 4 -

5 A Cruzadinha P - B 2 R 3 B A 4 R S 5 I 6 N L A 7 I E 8 E C 9 O 10 L M 11 T O 12 N A 13 I 14 A B Texto a) b) c) - 5 -