A REALIZAÇÃO DO SUBPROJETO JOGOS NA MATEMÁTICA RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA QUE APARENTEMENTE NÃO DEU CERTO. RESUMO

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1 A REALIZAÇÃO DO SUBPROJETO JOGOS NA MATEMÁTICA RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA QUE APARENTEMENTE NÃO DEU CERTO. Amália Fonte Basso 1 Mariane Giovanella 2 Lucileine Sanches Rampasso 3 Elaine Cristina Seraphim dos Santos 4 RESUMO O presente texto faz um breve relato das atividades realizadas na escola EMEB Profa. Inês Prado Zamboni localizada na cidade de Itatiba, SP decorrentes do sub projeto Jogos na Matemática do projeto PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência desenvolvido por quatro bolsistas do curso de Pedagogia da USF, sob orientação de quatro professoras da escola e de uma coordenadora, professora da Universidade São Francisco. Tem, portanto, a intenção de demonstrar o que foi realizado no desenvolvimento do projeto. Procuramos relatar a experiência do subprojeto nas salas dos segundos e quartos anos. A fim de contribuir para o aprendizado da matemática dos alunos do 2º e 4º anos e utilizando-se dos conhecimentos adquiridos na universidade, desenvolvemos em dupla, um projeto de jogos, como subprojeto do PIBID, para cada ano, de acordo com suas características, envolvendo a matemática que pudesse instigar os alunos na construção do raciocínio e capacidades matemáticas. Os desafios que se colocam dentro do cotidiano da escola evidenciam a dificuldade em obter sucesso em atividades com jogos e outras tantas atividades que são planejadas pelo professor. Isso tudo vai, de certa forma, frustrando expectativas docentes, fragmentando as práticas pedagógicas e pouco contribuindo para a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: jogos na matemática, experiência em sala de aula, educação matemática. 1 Curso de Pedagogia/USF, PIBID 2 Curso de Pedagogia/USF, PIBID 3 Prefeitura Municipal de Itatiba, Escola Inês Prado Zamboni 4 Prefeitura Municipal de Itatiba, Escola Inês Prado Zamboni

2 O presente texto faz um breve relato das atividades realizadas na escola EMEB Profa. Inês Prado Zamboni localizada na cidade de Itatiba, SP decorrentes do sub projeto Jogos na Matemática do projeto PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência desenvolvido por quatro bolsistas do curso de Pedagogia da USF, sob orientação de quatro professoras da escola e de uma coordenadora, professora da Universidade São Francisco. Tem, portanto, a intenção de demonstrar o que foi realizado no desenvolvimento do projeto. Procuramos relatar a experiência do subprojeto nas salas dos segundos e quartos anos. A fim de contribuir para o aprendizado da matemática dos alunos do 2º e 4º anos e utilizando-se dos conhecimentos adquiridos na universidade, desenvolvemos em dupla, um projeto de jogos, como subprojeto do PIBID, para cada ano, de acordo com suas características, envolvendo a matemática que pudesse instigar os alunos na construção do raciocínio e capacidades matemáticas. A proposta foi criada tendo por base o pensamento de Grando (2004), no qual as atividades com jogos necessitam ser planejadas, envolvendo momentos de intervenção pedagógica com jogos no sentido de tornar o jogo pedagógico. Nesse sentido planejamos atividades com jogos adequados às turmas que desenvolveríamos o subprojeto. Para os 2os anos seriam trabalhados os jogos presentes no livro didático (que acompanha um encarte com sugestões de jogos e problematizações sobre o jogo). Para os 4os anos planejamos um trabalho com jogos diversificados, disponíveis na escola, ou mesmo que pudemos confeccionar, considerando as necessidades de conteúdos matemáticos que os alunos vinham trabalhando na sala de aula. Acreditávamos que as atividades de jogos propostas pelos professores despertariam nos alunos a reação de alegria em desenvolver a atividade. Que o interesse no jogo, nas regras e nos desafios envolveriam os alunos, estimulando suas ações. Defendíamos que era necessário uma intervenção pedagógica no jogo, garantindo a aprendizagem significativa, não utilizando do jogo como um passatempo. Como dissemos anteriormente, para os segundos anos, trabalhamos com os jogos de um livro de matemática, de acordo com sua proposta. O livro trabalhado foi adotado pela escola justamente pela sua variedade e qualidade dos jogos propostos por ele, bem como pela sua metodologia que trazia o registro de cada jogo. Entretanto, os materiais foram confeccionados e adaptados conforme as necessidades que foram surgindo.

3 Inicialmente organizamos a sala de jogos para receber os alunos, começamos com os jogos do palito 5. As crianças estavam bem agitadas. Consideramos uma situação normal, visto que estavam vivenciando uma nova experiência. Para cada jogo aplicado criávamos uma situação problema e juntamente produzíamos os registros de cada aluno. Os jogos foram aplicados com o auxilio das professoras de cada sala, realizando as intervenções necessárias. Os alunos demonstraram muito interesse pelos jogos, respeitando as regras e trabalhando coletivamente. O projeto, para o quarto ano, contemplava atividades de quatro operações, raciocínio lógico matemático e situações-problema. Todos pautados no princípio da ludicidade na sala de aula e em forma de jogos. Primeiramente, elaboramos o projeto, de forma teórica, reunindo todo o quanto foi possível de teoria adquirida nas aulas de metodologia do ensino de matemática, da universidade, e analisando diversas propostas de jogos matemáticos que pesquisamos. Com a aprovação das orientadoras, combinamos um dia em cada semana para realizar as atividades. O desenvolvimento dos jogos em sala de aula se deu inicialmente, uma vez por semana, na sala de jogos, que organizamos anteriormente. Resolvemos começar com o jogo nunca 10 no ábaco, antes de iniciar o que havíamos planejado no projeto, para perceber como estava o conhecimento dos alunos quanto ao sistema de numeração decimal. Os alunos demonstraram estranhamento com a atividade diferenciada em matemática no primeiro dia. Percebemos que não estavam acostumados a brincar com números e faziam as jogadas mecanicamente, com medo de errar, e na maioria deles, sem familiaridade com regras. Porém, no segundo dia, já se sentiam, no final da atividade, mais a vontade e explorando melhor os materiais e suas potencialidades. Resolvemos então, começar com os jogos que planejamos no subprojeto inicialmente. Entretanto, no decorrer do 5 O jogo do palito é um jogo que exercita a habilidade de contar. Com uma quantidade de palitos sobre a mesa, para grupos de 3 crianças, as mesmas realizam jogadas, com o auxilio de um dado, em que o valor jogado no dado deverá ser a quantidade de palitos retiradas pelos jogadores. Vence o jogo que terminar com a maior quantidade de palitos.

4 semestre, devido ás atividades e outros projetos realizados concomitantemente ao projeto de jogos, o mesmo sofreu muitas alterações e não conseguimos cumprir todo o planejamento. Precisamos diante da realidade, adaptar várias vezes as atividades e os horários, modificamos o projeto, inserindo atividades e suprimindo muitas outras, de modo que acabamos nos restringindo a realizar em todo o semestre apenas o jogo abuse e use das quatro operações. Por força da rotina, que se estabeleceu durante o período, percebemos que os alunos não estavam preparados para corresponderem às nossas expectativas com relação aos jogos que planejamos e a rotina escolar, por outro lado, não tínhamos a oportunidade para que pudéssemos preparar essas crianças para atingir os nossos objetivos. A rotina das classes com as quais trabalhávamos, passavam por um momento conturbado. As professoras precisavam atender às dificuldades de seus alunos, darem conta de seus planejamentos, recebendo seus cinco bolsistas do PIBID, cada qual com seus projetos, uma vez por semana. Alguns estagiários que frequentavam suas salas, também com seus projetos pedagógicos a cumprir e nós, com nosso subprojeto de Jogos na matemática que não fluía como esperávamos. Sem considerar as demais situações pelas quais passava a escola, em que uma delas foi a necessidade de desmontar a sala de jogos para atender a demanda de outras atividades, também necessárias à escola. Diante do cenário, em determinado momento, decidimos realizar as atividades com jogos, que eram semanais, a cada quinze dias. Entretanto, percebemos que isso prejudicou o desenvolvimento das crianças. Uma vez que se esqueciam das regras e do andamento da atividade e a familiarização com o jogo ficava comprometida. O que não contribuiu muito com o aprendizado que propomos construir. Os longos períodos que ficávamos sem jogar e os reduzidos momentos que jogávamos diante da necessidade de trabalhá-los mais, contribuiu para que o subprojeto tivesse pouca contribuição para a aprendizagem matemática das crianças. Aliado à isso, sentíamos uma certa frustração em não atingir nossas expectativas com o subprojeto, uma vez que, pelos estudos que realizamos sobre o jogo, bem como no planejamento de nossas atividades com jogo, estávamos confiantes que seria diferente.

5 Compreendendo a situação da sala e das professoras no momento, e após muita adaptação no planejamento, realizávamos as atividades de jogos quando era possível, o que tornou essa realização cada vez mais descontínua. Até que terminamos o ano e decidimos encerrar esse subprojeto. Analisando essa trajetória, pudemos concluir que, se por um lado não conseguimos contribuir significativamente com a aprendizagem matemática dos alunos, aprendemos a ver o cotidiano escolar com os olhos da realidade, compreendendo suas inconsistências e descontinuidades, bem como a respeitar suas necessidades que se fazem urgentes apesar da emergência essencial da escola em promover o aprendizado do aluno. Aprendemos também que conviver com a frustração, diante de um subprojeto elaborado com muitas expectativas, mas que não aconteceu na prática, faz parte do cotidiano escolar e ensina que diante daquilo que esperamos, existe um emaranhado de situações que podem ou não contribuir para o que efetivamente queremos da realidade, dos alunos e dos nossos pares. Com relação ao trabalho com jogos em aulas de matemática fica claro para nós, a partir de nossas experiências de que ele é possível de ser desenvolvido, que os alunos se sentem bastante envolvidos, entretanto há uma necessidade de continuidade, de que haja um planejamento e de que ele seja desenvolvido com começo, meio e fim. Há, também, a necessidade de se organizar o espaço para que seja desenvolvido, bem como que os alunos aprendam a se organizar e se habituem quanto à realização de um trabalho com jogos. Certamente, os desafios que se colocam dentro do cotidiano da escola evidenciam a dificuldade em obter sucesso em atividades com jogos e outras tantas atividades que são planejadas pelo professor. Isso tudo vai, de certa forma, frustrando expectativas docentes, fragmentando as práticas pedagógicas e pouco contribuindo para a aprendizagem dos alunos. Referência Bibliográfica GRANDO, Regina Célia. O jogo e a matemática no contexto da sala de aula. Editora Paulus, 2004.