Em defesa das aposentadorias Fim ao fator previdenciario

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1 Em defesa das aposentadorias Fim ao fator previdenciario

2 Impacto do fator (quadro ilustrativo) A título de ilustração, confira no quadro elaborado pela subseção Dieese/Seeb-DF alguns exemplos de valor de benefício calculado com base na idade e no tempo de contribuição do segurado. O valor considerado como média dos 80% maiores salários é, para todos os casos, R$ 1.000,00. A expectativa de vida do brasileiro ao nascer é a que estava em vigor quando o quadro foi elaborado, 72,3 anos. (Como a elevação da expectativa de vida implica em redução ainda maior do valor da aposentadoria, deve-se considerar que o impacto seria ainda mais significativo com a expectativa atual de 72,78 anos). Para as mulheres, o cálculo do fator previdenciário inclui uma bonificação de cinco anos no tempo de contribuição. Assim, para uma mulher ter direito a 100% de sua média salarial, ou seja, para que não sofra redução em seu benefício, ela deve contar 30 anos de contribuição e anos de idade. Fonte: Ministério da Previdência Social Cálculo e elaboração: Subseção Dieese/Seeb-DF Nota (1): A Média dos 80% Maiores Salários de Contribuição considerada, nesse exemplo, é R$ 1.000,00. Nota (2): O cálculo do fator previdenciário está baseado na tabela de expectativa de vida referente ao ano de Para o cálculo das mulheres, deve ser acrescentada uma bonificação de cinco anos com relação ao tempo de contribuição. Portanto, o fator previdenciário de uma mulher com 30 anos de contribuição e anos de idade é 100,33%, ou seja, o índice referente a anos de contribuição e anos de idade.

3 Tempo de contribuição Idade Fator previdenciario (percentual incidente sobre a média das remunerações) Valor do benefício ,02% 82,02% 88,69% 96,18% 100,33% 75,07% 91,% - 99,10% 103,% 112,34% 64,76% 77,30% 97,93% 102,04% 110,58% 66,64% 79,54% 96,82% 100,76% 113,77% 119,00% 68,52% 99,55% 103,% 112,% 116,97% 122,34% 97,94% 102,29% 106,44% 110,90% 115,69% R$ 0,22 R$ 820,20 R$ 886,95 R$ 9,76 R$ 1.003,34 R$ 7,75 R$ 913,95 R$ 991,01 R$ 1.033,84 R$ 1.123, R$ 647,57 R$ 773,04 R$ 979,32 R$ 1.020, R$ 1.105,85 R$ 666, R$ 795,41 R$ 968,21 R$ 1.007, R$ 1.1,74 R$ 1.189,98 R$ 685,20 R$ 995,49 R$1.0,97 R$ 1.125,98 R$ 1.169,74 R$ 1.223,44 R$ 979,43 R$ 1.022,85 R$ 1.064,44 R$ 1.109,01 R$ 1.156,89

4 Fórmula 95/85 não elimina injustiça Defender o fim do fator previdenciário como postura de combate à prática do ônus exclusivo sobre os trabalhadores implica em recusa a qualquer "alternativa" circunscrita à lógica da redução do valor das aposentadorias. Porque injustiça não se ameniza, elimina-se. Portanto, foi acertada a posição crítica assumida pelas principais centrais sindicais em relação à chamada Fórmula 95/85 proposta pelo deputado Pepe Vargas (PT/RS) como "alternativa" ao fator previdenciário. Pelo projeto do parlamentar gaúcho, o trabalhador ou trabalhadora poderá se aposentar sem o redutor apenas no caso de a soma de sua idade e de seu tempo de contribuição resultar em 95 anos para homens e em 85 anos para mulheres. A idéia mantém a lógica da imposição de mais tempo de contribuição para a Previdência, com prejuízo maior para quem começa a trabalhar mais cedo, porque essa pessoa levará bem mais que anos para ter direito à aposentadoria. "Isso afeta os mais necessitados, que precisam ir ao mercado de trabalho mais jovens para ajudar a sustentar a família", diz Quintino Severo, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A fórmula de Pepe Vargas é injusta também com quem passa a vida toda como trabalhador da iniciativa privada, onde normalmente há intervalos sem registro em carteira, seja por desemprego ou por trabalho informal.

5 Estudos. ressaltam.. _ aspectos negativos do fator previdenciário Conforme ressalta Henrique Júdice, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o fator previdenciário deprecia o valor da aposentadoria mediante três mecanismos. O primeiro é a imposição de perda com base na idade do trabalhador na hora de requerer o benefício - um homem que trabalhe e contribua por anos terá a média de seus salários de contribuição multiplicada por 0,843 (redução de 15,7%), caso se aposente aos 58 anos. O segundo é a atribuição de peso maior à idade do que ao fato gerador do benefício (o tempo de contribuição) um homem que trabalhe e contribua por anos terá perda maior (16%) que o do primeiro exemplo, caso se aposente apenas um pouco mais jovem, aos 55 anos. O terceiro é a consideração da expectativa de sobrevida no momento em que o trabalhador se aposenta a variável sempre cresce, trazendo perdas até mesmo aos que optam por adiar a aposentadoria. Estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) destaca também que o fator previdenciário, além de se colocar como uma alternativa à idade mínima, trouxe para dentro do sistema de previdência pública a lógica da capitalização, "principal elemento previdenciário privado". O Dieese cita em favor de sua conclusão trecho de artigo publicado no Informe de Previdência Social n. 11, de novembro de 1999, pelo então secretário de Previdência Social, Vinícius Carvalho Pinheiro: "A/o novo método de cálculo, o sistema continua operando com base na lógica da repartição, onde a atual geração de trabalhadores ativos financia os atuais inativos, mas o valor do benefício guarda relação com as contribuições realizadas, que passam a ser capitalizadas escrituralmente, conforme taxa que varia em razão do tempo de contribuição e idade dos segurados".

6 Em defesa das aposentadorias Fim ao fator previdenciário

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