EFEITO FISIOLÓGICO DO EXTRATO DE ALGA Ascophyllun nodosum NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PIMENTÃO (Capsicum annuum).

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1 EFEITO FISIOLÓGICO DO EXTRATO DE ALGA Ascophyllun nodosum NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PIMENTÃO (Capsicum annuum). Cristiano Pereira da Silva 1, Rozeli Aparecida Zanon Felix 2, Cristiane de Pieri 2, Átila Francisco Mogor 3, Elizabeth Orika Ono 4, João Domingos Rodrigues 4. 1 Doutorando em Agronomia, UNESP/FCA, Departamento de Horticultura. 2 Doutorando em Botânica, UNESP/IB, Departamento de Botânica. 3 Prof. Departamento de Fitotecnia/Horticultura UFPR/Curitiba. 4 Prof. Livre Docente/Titular UNESP/IB, Departamento de Botânica. cpsilva@fca.unesp.br INTRODUÇÃO No Brasil, o pimentão apresenta-se como uma das dez mais importantes hortaliças cultivadas, destacando-se o Sudeste como a principal região produtora do país. Entre as solanáceas, é a terceira mais cultivada, sendo superada apenas pelo tomate e pela batata (Filgueira, 2005). Segundo Lorentz et al. (2002), o pimentão situa-se entre as cinco culturas que apresentam maior área cultivada no país, principalmente em ambientes protegidos. Uma das etapas mais importantes do sistema produtivo é a produção de mudas, tendo início no processo germinativo (Silva Júnior et al., 1995). Além disto, tendo em vista que o sucesso da germinação e do vigor das mudas formadas, resulta no desempenho final das plantas nos canteiros de produção (Carmello, 1995). A utilização na agricultura e olericultura de produtos naturais que possuam hormônios vegetais ou exibam atividade reguladora quando aplicados às plantas, tem sido objeto de estudo de diversos autores. No extrato da alga Ascophyllun nodosum foram identificadas e quantificadas diversas fontes naturais de citocininas (Sanderson & Jameson, 1986; Sanderson et al., 1987). A citocinina de maior ocorrência natural é a zeatina e seus derivados (zeatina ribosídio, zeatina ribotídio, dihidrozeatina e isopentenil adenina), sendo que os níveis endógenos de citocininas livres nos tecidos vegetais estão entre 1 e 100 mg g -1 da massa seca (Srivastava, 2002). Sanderson & Jameson (1986) identificaram o complexo de citocininas presentes no extrado de A. nodosun, composto por zeatina, dihidrozeatina, isopentenil adenina, isopentenil adenosina, utilizando espectrometria gasosa com cromatógrafo de massa (GC-MS). Segundo Haber et al., (2006), ao trabalharem com extrato de alga A. nodosum na germinação de sementes de tomate (Lycopersicon esculentum) e cenoura (Daucus carota), verificaram que a imersão das sementes de cenoura, na solução do extrato de alga (0,010g por 500ml água destilada), não teve efeito significativo na germinabilidade, no tempo de

2 germinação, na velocidade de germinação, no coeficiente de velocidade de germinação e no índice de velocidade de emergência, apresentando resultados equivalentes a 42,25% na germinação de sementes tratadas com extrato de alga, já para o controle (água destilada) o resultado foi equivalente a 46,25%. Moreira et al.; (2006), verificou que para o cultivo da alface, não foi observada diferença significativa entre os tratamentos testados, com e sem aplicação do extrato. Porém verificou-se que a aplicação parcelada do extrato de Ascophillum nodoum, proporcionou um incremento na massa fresca (82,17g), número de folhas (18), altura de caule (3.35cm) e massa seca (8,12g), quando comparado aos demais tratamentos. O mesmo tratamento proporcionou menor número de folhas desnutridas (2.75). O uso do extrato de Ascophyllum nodosum parcelado apresentou efeitos positivos, mesmo assim, há necessidade de estudos posteriores com concentrações maiores para o tratamento das sementes, uma vez que o uso da alga apresenta potencial e perspectiva para os produtores. As citocininas promovem a divisão celular, o alongamento celular, o crescimento de gemas, a diferenciação dos feixes vasculares, o crescimento radial do caule, a ativação do câmbio vascular, o crescimento de folhas, efeito sinérgico na germinação com ácido giberélico e além disto, a citocinina é responsável pela ativação da enzima rubisco, aumentando assim a fixação de CO 2, através da fotossíntese (Taiz & Zeiger, 2004). O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos fisiológicos do extrato de A. nodosum, na germinação de sementes de pimentão (Capsicum annunm L), verde cv. Ikeda casca dura em diferentes temperaturas. 2. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram conduzidos em câmara de germinação do Laboratório de Germinação do Departamento de Botânica, UNESP/IB, Campus de Botucatu/SP, em setembro de As soluções com extrato de alga A. nodosum (6%) foram preparadas, contendo 0,3; 0,5; 1; 2; 3 e 4 ml diluídos em 100 ml de água destilada, perfazendo os seguintes 7 tratamentos com 4 repetições e delineamento inteiramente casualizado. A imersão das sementes em extrato aquoso de A. nodosum (6%), sem espalhante adesivo, foi por um tempo de 4 horas. Foram utilizadas sementes de pimentão verde cv. Ikeda casa dura da Empresa Feltrin sementes. As sementes foram distribuídas em caixas gerbox transparentes de 11 x 11x 2 cm, forradas com papel de filtro umedecidos com 5 ml de água destilada e mantidas em BOD com fotoperíodo de 12 x 12 horas nas temperaturas, de 25 o C, 30 o C, 35 o C e alternadas o C. Sempre que necessário, as caixas gerbox foram umedecidas com água destilada. O critério de germinação adotado foi à emergência de radícula. As

3 características avaliadas foram: a) porcentagem de germinação, b) índice de velocidade de emergência (Maguirre, 1962) e c) vigor das plântulas (comprimento parte aérea x radícula). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com sete tratamentos e quatro repetições de 50 sementes. 3. RESULTADOS Tabela 01: Porcentagem de germinação de sementes de pimentão verde cv. Ikeda casca dura, tratada com extrato de alga A. nodosum, em diferentes condições de temperatura. Botucatu SP PORCENTAGEM DE GERMINAÇÃO T1: controle. 88,72 a 83,25 a 35,13 a 41,66 a T2: 0,3 ml extrato de alga. 88,33 a 88,13 a 33,25 a 43,12 a T3: 0,5 ml extrato de alga. 87,65 a 88,05 a 35,15 a 42,15 a T4: 1ml extrato de alga. 88,25 a 86,33 a 22,13 c 41,57 a T5: 2 ml extrato de alga. 86,65 a 88,67 a 28,14 ab 45,15 a T6: 3 ml extrato de alga. 88,25 a 89,25 a 30,25 a 45,25 a T7: 4 ml extrato de alga. 89,45 a 89,12 a 36,25 a 45,05 a Médias 88,18a 87,54a 31,47c 43,42b CV (%) 8,73 8,55 8,59 8,78 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 02: Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de pimentão verde cv. Ikeda casca dura, tratada com extrato de alga A. nodosum, em diferentes condições de temperatura. Botucatu SP INDICE DE VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO T1: controle. 2,33 ab 1,33 b 0,13 c 0,33 bc T2: 0,3 ml extrato de alga. 1,36 c 1,33 b 0,44 a 0,55 b T3: 0,5 ml extrato de alga. 1,58 b 1,58 b 0,44 a 0,55 b T4: 1ml extrato de alga. 1,58 b 1,58 b 0,22 b 0,55 b T5: 2 ml extrato de alga. 1,88 b 1,61 b 0,22 b 0,22 c T6: 3 ml extrato de alga. 1,88 b 1,66 b 0,22 b 0,22 c T7: 4 ml extrato de alga. 3,73 a 2,33 a 0,47 a 1,33 a Médias 2,047a 1,631b 0,3057 c 0,5357c CV (%) 3,25 3,55 3,52 3,15 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

4 Tabela 04: Vigor das plântulas através das médias do comprimento (cm) em diferentes condições de temperatura. Botucatu SP COMPRIMENTO DAS PLÂNTULAS PA x PR PA x PR PA x PR PA x PR T1: controle. 1,49 x 1,94 1,37 x 1,08 0,80 x 0,50 1,01 x 0,45 T2: 0,3ml extrato de alga. 1,30 x 1,59 1,29 x 1,05 0,85 x 0,45 1,00 x 0,50 T3: 0,5ml extrato de alga. 1,79 x 1,61 1,27 x 1,45 0,89 x 0,55 1,06 x 0,96 T4: 1ml extrato de alga. 1,09 x 1,66 1,55 x 1,75 0,89 x 0,52 1,08 x 0,92 T5: 2 ml extrato de alga. 1,10 x 1,15 1,29 x 1,45 0,78 x 0,55 1,00 x 1,33 T6: 3ml extrato de alga. 1,26 x 1,15 1,48 x 1,66 0,85 x 0,55 1,00 x 1,32 T7: 4ml extrato de alga. 1,56 x 2,12 1,43 x 2,65 0,89 x 0,58 1,37 x 1,89 Médias 1,37 x 1,60 1,38 x 1,58 0,85x 0,52 1,07 x 1,05 PA: (parte área / plântulas), PR: (radícula / plântulas) 5. CONCLUSÃO De acordo com os dados obtidos pode-se concluir que o extrato de alga teve efeito alelopático positivo na germinação das sementes de pimentão; as melhores temperaturas foram a de 25 o C e 30 o C, apresentando as melhores porcentagens de germinação. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produçãoe comercialização de hortaliças. 2.ed. Viçosa : Editora UFV, 412p HABER, L.L.; MOREIRA, G.C.; TONIN, F.B.; GOTO, R.; VALENTE, M.C. Alelopatia do extrato aquoso de Ascophyllum nodosum na germinação de cenoura e tomate. XLVI CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA. Goiânia. Anais... p , LORENTZ, L.H.; LÚCIO, A.B.; SOUZA, M.F.; MELO, R.M. Estimativa da amostragem para pimentão em estufa plástica. Horticultura Brasileira. v.20, n.2, Suplemento 2. CD Rom. MOREIRA, G.C.; HABER, L.L.; TONIN, F.B.; GOTO, R.; VALENTE, M.C. Diferentes épocas de aplicação da alga marinha Ascophyllum nodosum no desenvolvimento da alface. XLVI CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA. Goiânia. Anais... p , SANDERSON, K.J., JAMESON P.E. The cytokinins in a liquid seaweed extract: Cold they be active ingredients. Acta Horticulturae, v.179, p , SANDERSON, K.J, JAMESON P.E., ZABKIEWICZ, J.A. Auxin in a seaweed extract: identification and quantification of Indol-3-acetic acid by

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