- Dispensa de Segredo Profissional nº 164/SP/2012-P PARECER

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1 - Dispensa de Segredo Profissional nº 164/SP/2012-P PARECER I. Por comunicação registada com o nº, recebida a 29/05/2012, pela Secretaria do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados, a Mma. Juiz do tribunal, no âmbito do processo aí pendente, veio solicitar ao Presidente do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados a pronuncia sobre a questão invocada nos autos e atinente ao segredo profissional, face às posições díspares assumidas pelos ilustres Mandatários. Em face do teor da referida solicitação, foi esta distribuída como pedido de dispensa de sigilo profissional, conquanto e, sem quebra do maior respeito pelo Tribunal e Mma. Magistrada interpelantes, quer-nos parecer que o efectivamente pretendido, mas não solicitado, é a emissão de parecer sobre a eventual violação do sigilo profissional, postulado no art. 87º do Estatuto da Ordem dos Advogados (E.O.A), aquando da apresentação da resposta e concomitante junção de documento. Todavia, o Presidente do Conselho Distrital é um órgão distinto do Conselho Distrital. O Presidente do Conselho Distrital tem competência em matéria de sigilo profissional, para decidir do seu levantamento, quando lhe for solicitado (art. 51º nº 1, al. m) do E.O.A.), mas não tem competência para proferir pareceres, sendo esta uma competência do órgão Conselho Distrital, nos termos do estatuído art. 50º, nº 1 al. f) do E.O.A. Razão pela qual, se procedeu à redistribuição, do impetrado, como pedido de emissão de parecer sobre a eventual violação do sigilo profissional, postulado no art. 87º do E.O.A. Conquanto, os pareceres são objecto de deliberação em reunião do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados, sendo que, a próxima reunião se acha agendada para o próximo dia , pelo que, somente, nessa data, e não antes, pela razão supra invocada, será o parecer objecto de deliberação pelo Conselho. O pedido vem instruído com cópia do despacho da Mma. Juiz, com a referência x e translado dos identificados autos. II. Da análise da documentação remetida a este Conselho Distrital de forma a instruir a presente pronúncia, podemos restringir a questão suscitada em juízo, nos seguintes termos: a) No exercício das suas funções e em representação do, agora, Autor, a Senhora Advogada W, enviou uma carta, datada de 13/10/2009, aos, agora, Réus, que à data não tinham advogado. b) Corre termos no 3º Juízo do Tribunal, sob o nº y, uma acção declarativa de condenação. c) No âmbito do processo judicial supra mencionado o Autor, em sede de Resposta, subscrita pela Dra. W, junta sob o Doc. 3, a carta referida na alínea a). d) Por sua vez, os Réus, em pertinente requerimento, vieram insurgir-se contra a junção de tal documento, solicitando o seu desentranhamento dos autos por considerarem que o documento foi enviado num contexto negocial entre as partes e, a sua junção aos autos representa violação do dever de sigilo profissional, não podendo, por isso, ter valor probatório. e) Em resposta, o Autor invoca que o referido documento nada revela acerca da posição da parte contrária e, não está a coberto do dever de sigilo profissional.

2 f) A Mma. Juiz face às posições díspares assumida pelos mandatários, despachou no sentido de ser, pela Ordem dos Advogados, emita pronúncia sobre a questão do sigilo invocada. Cumpre, pois, emitir parecer. III. Delineada, assim, a questão que é de ordem profissional, tem este Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados, competência para sobre ela se pronunciar art. 50º, n.º 1, al. f) do Estatuto da Ordem dos Advogados. Tratar-se-á, no caso, de matéria relacionada com eventual violação do sigilo profissional, postulado no art. 87º do E.O.A. Decorre da leitura do requerimento apresentado nos autos, pelos réus, em pronúncia à junção do documento, o entendimento de que a missiva foi enviada no contexto de uma negociação entre as partes e, que, por estar coberta pelo sigilo profissional não pode, consequentemente, ter valor probatório. Assim, impõe-se analisar o regime do segredo profissional e apurar se o acima referido documento está, ou não, coberto por esse dever. O advogado está obrigado a guardar Segredo Profissional relativamente a todos os factos cujo conhecimento lhe advenha do exercício das suas funções ou da prestação dos seus serviços, assim o determina o art. 87º, n.º 1, do Estatuto da Ordem dos Advogados. Esse dever, não assenta somente no vínculo de confiança que a relação advogado cliente deve estabelecer mas, mormente, na natureza social da função que o advogado exerce, enquanto interveniente na administração da justiça. Porque assim e, conforme entendimento pacífico da Ordem, as normas que proíbem a revelação de factos abrangidos pelo segredo profissional estatutariamente imposto ao Advogado são de interesse e ordem pública, e não tanto, ou apenas, de natureza contratual (cfr. Bastonário Coelho Ribeiro, Parecer do Conselho Geral de 13/01/ in ROA, Ano 43, Ano 1983, fls. 211 SS.). Na obrigação de segredo estão sobretudo em causa factos conhecidos no exercício da profissão e que sejam relativos a esse exercício. O regime do segredo profissional, encontra-se em vasta medida plasmado no artigo 87º do E.O.A, onde, pode lerse que: 1 - O advogado é obrigado a guardar segredo profissional no que respeita a todos os factos cujo conhecimento lhe advenha do exercício das suas funções ou da prestação dos seus serviços, designadamente: a) A factos referentes a assuntos profissionais conhecidos, exclusivamente, por revelação do cliente ou revelados por ordem deste; b) A factos de que tenha tido conhecimento em virtude de cargo desempenhado na Ordem dos Advogados; c) A factos referentes a assuntos profissionais comunicados por colega com o qual esteja associado ou ao qual preste colaboração;

3 d) A factos comunicados por co-autor, co-réu ou co-interessado do seu constituinte ou pelo respectivo representante; e) A factos de que a parte contrária do cliente ou respectivos representantes lhe tenham dado conhecimento durante negociações para acordo que vise pôr termo ao diferendo ou litígio; f) A factos de que tenha tido conhecimento no âmbito de quaisquer negociações malogradas, orais ou escritas, em que tenha intervindo. 2 - A obrigação do segredo profissional existe quer o serviço solicitado ou cometido ao advogado envolva ou não representação judicial ou extrajudicial, quer deva ou não ser remunerado, quer o advogado haja ou não chegado a aceitar e a desempenhar a representação ou serviço, o mesmo acontecendo para todos os advogados que, directa ou indirectamente, tenham qualquer intervenção no serviço. 3 - O segredo profissional abrange ainda documentos ou outras coisas que se relacionem, directa ou indirectamente, com os factos sujeitos a sigilo. ( ) 5 - Os actos praticados pelo advogado com violação de segredo profissional não podem fazer prova em juízo. ( ). O n.º 1 do citado artigo contém aquilo que poderá caracterizar-se como a verdadeira regra geral do instituto jurídico-deontológico. Já as circunstâncias previstas nas suas variadas alíneas são particularizações do preceituado, apontando as situações mais proeminentes. IV. Arremessadas as ideias, que orientam o nosso pensamento, urge responder à questão colocada. Seja, a eventual sujeição, ou não, do documento (rectius, os factos nele enunciados) apresentado e colocado à apreciação deste Conselho Distrital, ao dever de sigilo profissional. Prima facie, a correspondência em consideração poderia, aparentemente, consumar uma eventual violação do estatuído na al. f) do n.º 1 do art. 87º do E.O.A. Todavia e, como resulta da letra do preceito citado, trata-se aí de preservar o segredo quanto a factos que tenham sido comunicados no contexto de negociações malogradas. Assim, resultando, plenamente, delineado o objecto de situações que se quer proteger. Sendo que, sem a obrigação de um tal dever de segredo, dificilmente duas partes em litígio encetariam negociações acompanhadas por Advogado, crendo, como se crê, que, em tais condições, os envolvidos manifestam normalmente vontade diferente daquela que corresponde aos direitos que se atribuem. Sendo as negociações dirigidas por critérios de restrita estratégia negocial. Ora, uma vez malogradas as negociações, a defesa desses direitos poderia estar em causa, se as abdicações reveladas no âmbito das negociações pudessem, por alguma forma, chegar ao conhecimento do tribunal.

4 Tríplice é a razão de ser da consagração estatutária do dever do advogado guardar segredo sobre factos e documentos de que tome conhecimento no exercício da profissão: I. Indispensabilidade de tutela e garantia da relação de confiança entre o advogado e o cliente; II. Interesse público da função do advogado enquanto agente activo da administração da justiça; III. Garantia da função do advogado na composição extrajudicial de conflitos. No caso em apreço, estaria em causa a derradeira razão de ser da consagração estatutária daquele dever. Contudo, resulta com clareza do teor do referido documento que o mesmo não espelha qualquer negociação transaccional malograda, pelo que se não encontra abrangida pela alínea f) do nº1 do art. 87º do E.O.A. Nem, tão pouco, se trata de correspondência trocada entre causídicos. A missiva, trazemos à memória, foi remetida por Advogada, a pedido do cliente (ora Autor), servindo, a Advogada emitente, de simples transmissora da informação nela constante. Assim, não descortinamos qualquer dever de sigilo nesta relação estabelecida entre a Advogada e o seu cliente. Quer se atente na formulação do art. artigo 87º do E.O.A., quer, mesmo, na enunciação de sigilo profissional supra exposta. Mencionada carta que, tem por conteúdo não factos revelados durante uma negociação, mas sim questões atinentes à realização de uma avaliação das benfeitorias executadas. Desta forma, não está sujeita ao dever de guardar sigilo profissional a correspondência trocada entre a Advogada (em representação do, ora, Autor) e a parte contrária (então sem Advogado) relativa à tentativa de realização de uma avaliação das benfeitorias executadas, sem que da mesma resulte qualquer negociação malograda entre as partes. E, se não vê que a carta em questão não possa ser junta aos autos de processo pendente por qualquer outro motivo relacionado com o E.O.A. Entende-se, pois, que o documento em apreço não se encontra abrangido pelo artigo 87º do EOA e que nada obsta à respectiva junção aos autos de processo pendente. De resto, como bem, refere a Sra. Advogada Dra. W, citando o Acórdão da Relação de Coimbra, de , in Colectânea de Jurisprudência, Tomo I, p.67, o Estatuto da Ordem dos Advogados não postula uma proibição genérica de revelação ou de correspondência trocada entre Advogados em representação dos seus mandantes. Nem, entre Advogados e a parte contrária. Só existirá essa proibição quando se apure que essa documentação, de acordo com as normas acima tratadas, seja sigilosa. Vejamos:

5 I. Foi trocada entre as partes no âmbito de alguma relação Advogado/cliente? Obviamente que não. (al. a) do nº 1 do art. 87º do E.O.A.); II. A sujeição às al. b), c) e d) do citado normativo, crê-se inaplicável. III. Não se trata de documentação de que a parte contrária do cliente ou respectivos representantes lhe tenham dado conhecimento durante negociações para acordo amigável e relativas à pendência (al. e) do citado normativo. IV. Nem respeita a negociações malogradas, al. f), do, ainda, citado normativo. (Respeita sim, à proposta de execução de uma avaliação das benfeitorias executadas, as quais, de resto, os Réus não contestam. É, porquanto, este Conselho Distrital da opinião de que não se encontra o documento em consideração vinculado à obrigação de guardar segredo profissional, nada obstando à sua junção aos autos pendentes. V. EM CONCLUSÃO 1. Não consta nem resulta do teor do E.O.A. uma proibição genérica de revelação de correspondência trocada entre Advogados, nem, entre Advogados e a parte contrária. 2. Existe essa proibição, quando do seu teor decorram factos sujeitos a sigilo profissional art. 87º, nº 1 e 3 do E.O.A. 3. Nos termos da al. f) do n.º 1 do art. 87º do E.O.A., o Advogado está sujeito ao dever de guardar sigilo quanto a factos de que tenha tido conhecimento no âmbito de quaisquer negociações malogradas, orais ou escritas, em que tenha intervindo Advogado. 4. Assim, não estará sujeita ao dever de guardar sigilo profissional a correspondência trocada entre Advogado e a parte contrária (ao tempo sem advogado), relativa à proposição para realização de uma avaliação, sem que da mesma resulte qualquer negociação malograda entre as partes. Este é, salvo melhor opinião, o meu parecer. À sessão. Porto, 13 de Julho de 2012 A Relatora (Virgínia Alves)

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