Participação Social enquanto Instrumento da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
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- Benedicto Theodoro Affonso Estrela
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1 Participação Social enquanto Instrumento da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos ISWA 2005 Lúcio Gagliardi Diniz Paiva Wanda Maria Risso Günther Buenos Aires, Argentina - Novembro, R u m o a u m s i s t e m a i n t e g r a l d e r e s í d u o s s ó l i d o s u r b a n o s
2 Agenda da Apresentação: 1. Resumo 2. Introdução 3. A Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil 3.1. Definições e Instrumentos da Participação Social nas Questões Ambientais 3.2. Um Exemplo de Participação Social: O Processo para a Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos na Região Metropolitana de São Paulo 3.3. Principais Desafios da Participação Social em Discussões Ambientais 4. Conclusões 4.1. A Relação Homem x Resíduos Sólidos: A Necessária Mudança de Comportamento 4.2. A Atenção Primária Ambiental enquanto Instrumento para a Participação Social na Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
3 1. Resumo: Antecedentes: A inadequada gestão dos resíduos sólidos urbanos, notadamente quanto ao seu tratamento e destinação final, representa, na atualidade, um dos maiores desafios a ser equacionado pelos municípios brasileiros, da América Latina e Caribe. Ainda que incipiente, a participação social na discussão desta temática assume importante papel no sentido de viabilizar soluções para a questão Objetivos: Analisar as formas de participação social na implantação de empreendimentos que impactam o ambiente, particularmente aqueles voltados ao manejo dos resíduos sólidos urbanos, no período compreendido entre 1996 e 2001, na Região Metropolitana de São Paulo, relacionando o aparato legal existente que disciplina a questão e como a participação da comunidade se dá de fato. Métodos: Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental junto a órgãos públicos de meio ambiente e instituições privadas; Levantamento e análise da legislação específica sobre o tema.
4 2. Introdução: Em função de suas características, os resíduos sólidos urbanos RSU adquirem visibilidade pela população nas atividades mais próximas de seu cotidiano: Transporte Tratamento e Disposição Final Coleta Etapas que demandam freqüência e regularidade De acordo com a OPAS, cada um dos 370 milhões de habitantes urbanos da América Latina e Caribe produz cerca de 0,92 quilos de resíduos sólidos por dia (OPAS 1999) Maioria dos Municípios Latinos: Afastamento Disposição Áreas Periféricas Inadequadamente
5 2. Introdução: Quando indevidamente gerenciados, os RSU impactam diretamente a população, causando problemas de diferentes tipos e relevância: Problemas Ambientais Problemas Econômicos Problemas Sociais Problemas de Saúde Pública Graves Conseqüências: De acordo com a Agenda 21 de 1992, 5,2 milhões de pessoas, 4 milhões de crianças menores de cinco anos, morrem, a cada ano, devido a enfermidades relacionadas aos resíduos
6 2. Introdução: Segundo a OPAS, dentre as principais dificuldades para ação no setor de saúde, saneamento e meio ambiente na Região da AL e Caribe, destacam-se: Ausência de políticas adequadas Limitação de recursos financeiros Arranjos institucionais inadequados Falta de sistema adequado para recuperação de custos Obsoleta legislação existente nos países da região, aliada à deficiência de disponibilidade de recursos humanos e materiais Adicionalmente: Baixa participação popular E seu não comprometimento com os assuntos relacionados ao meio ambiente em geral e aos resíduos sólidos em particular
7 3. A Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil: 3.1. Definições e Instrumentos da Participação Social nas Questões Ambientais: A Participação Popular visando Conservação do Meio Ambiente é uma das características da segunda metade do Século XX No Brasil, disciplinada pela Constituição Federal, que estabelece o Estudo Prévio de Impacto Ambiental e por Lei Federal (6938, de 1981) que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente Processo de Avaliação dos efeitos decorrentes de Atividades Antrópicas Diagnóstico da área de intervenção Proposição de medidas mitigadoras e programas de monitoramento e controle dos efeitos por técnicos do poder público e pela sociedade
8 3. A Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil: 3.1. Definições e Instrumentos da Participação Social nas Questões Ambientais: Processo Avaliação Impacto Ambiental: Estudo de Impacto Ambiental Relatório de Impacto ao Meio Ambiente A que se dará publicidade: Audiências Públicas Audiências Públicas Não são deliberativas Impossibilidade de interferências ou veto aos projetos em análise Meramente informativas e consultivas Na grande maioria das vezes, fórum de explicitação de conflitos locais e de interesses difusos da sociedade Posicionamento dos órgãos integrantes não representativos de todo o colegiado
9 3. A Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil: 3.1. Definições e Instrumentos da Participação Social nas Questões Ambientais: Segundo a Constituição Federal, qualquer cidadão conta ainda para a defesa do meio ambiente: Ação Popular Qualquer cidadão gozando de direitos políticos: Propor Ação Popular visando a anulação de ato lesivo ao meio ambiente Ação Civil Pública Complementada Código de Defesa do Consumidor: Tramita perante o juízo civil Defende bens dos patrimônios social e público
10 Fonte: Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Dom iciliares, Cetesb, Participação Social enquanto Instrumento 3. Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil: 3.2. Um Exemplo de Participação Social: O Processo para a Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos na Região Metropolitana de São Paulo: Municípios que necessitam de solução para Destinação Final de Resíduos Sólidos Domiciliares no Estado de São Paulo São Enquadramento dos Municípios Condições Adequadas Condições Controladas e Inadequadas Fora Paulo do Estado UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Saúde Pública Alternativas Institucionais para Disposição Final Compartilhada de Resíduos Sólidos Urbanos Figura n. 3 Municípios que necessitam de solução para Destinação Final de Resíduos Sólidos Domiciliares no Estado de São Paulo Lúcio Gagliardi Diniz de Paiva Processos Licenciamento Ambiental: Entre 1996 e Municípios que geravam na ocasião ton/dia de resíduos, 57% do total de resíduos do Estado, ton/dia Do total de Municípios da RMSP, 24 deles, 62%, utilizando-se de lixões 08 Pedidos de Licenciamento Unidades de Tratamento Disposição Final RSU
11 3. Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil: 3.2. Um Exemplo de Participação Social: O Processo para a Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos na Região Metropolitana de São Paulo: Da Análise dos Processos de Licenciamento neste período na região observa-se que os RSU afetam profundamente a vida das comunidades vizinhas causando: Contra-movimentos de auto proteção (afastar os resíduos) Incompatibilidades nos mercados imobiliários urbanos Rejeição generalizada ao compartilhamento de unidades destinadoras de resíduos entre diferentes municípios Incômodos no cenário político-governamental Questionamentos junto à mídia, desgastando politicamente a discussão com exposição negativa da Administração Pública e prestadores de serviços
12 3. Participação Social e os Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil: 3.3. Principais Desafios da Participação Social em Discussões Ambientais: Cenários da Participação Social no Brasil: Implantação de Projetos Ambientais sem o Efetivo Envolvimento da População: Empreendimentos benéficos ou não Envolvimento tardio da comunidade na discussão dos projetos, dificultando aprovações e relacionamentos futuros Baixo comprometimento com as soluções e gestão das unidades Implantação de Projetos Ambientais pela Ausência da Própria População: Ausência de interesse e envolvimento, ainda que assegurados Sujeito Histórico Participação momentânea e pontual, reivindicando prejuízos perceptíveis Ações ilegítimas e desordenadas Necessidade de mudança de atitude e mobilização social
13 4. Conclusões: 4.1. A Relação Homem x Resíduos Sólidos: A Necessária Mudança de Comportamento Historicamente, a relação mantida entre o Homem e seus Resíduos Sólidos tem sido marcada por constantes incômodos e estigmatizações: Afastamento e deposição em locais distantes Material sem valor de uso, simplesmente descartado, eliminando o indesejável Mudança de comportamento e mentalidade de todos os atores envolvidos: Meio Ambiente representa um bem comum Soluções comuns para questões coletivas
14 4. Conclusões: 4.2. A Atenção Primária Ambiental enquanto Instrumento para a Participação Social na Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos: Estratégias Ambientais Brasileiras: Abordagem Abrangente x Abordagem Local, no nível pertinente Atenção Primária Ambiental - OPAS Ação onde as demandas ambientais se originam: nível local: Reconhecendo o direito do ser humano ao ambiente saudável e adequado De caráter preventivo e participativo Com informações sobre os riscos do ambiente em relação à saúde, bemestar e sobrevivência Com definição de responsabilidades e de deveres em relação à proteção, conservação e recuperação do ambiente e da saúde
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