O OBTURADOR 1. FUNCIONAMENTO:
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- Isabella Clementino Madureira
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1 Esse anexo é um complemento do material didático exclusivo do Curso de Fotografia Digital - A fotografia sob uma nova óptica e função, com Célio Ricardo, constituindo uma parte que completa o total de materiais utilizados para apoio formados pelos Livreto de Estudo, Apresentação das Aulas e Atividades à Distância (EAD). Sua reprodução, comercialização e distribuição é expressamente proibida. O OBTURADOR 1. FUNCIONAMENTO: O obturador é um dispositivo mecânico que abre e fecha, controlando o tempo de exposição do sensor das câmeras digitais à luz. É uma espécie de cortina que protege a câmera da luz, e quando acionado o disparador, ele se abre. Quanto mais tempo aberto, mais luz entra. Ele fica embutido no interior do corpo da câmera na frente do sensor. A velocidade do obturador é um dos fatores utilizados para alterar o resultado final de uma fotografia pelo fotógrafo. O tempo de abertura do Obturador deve ser adequado ao ISO da câmera digital utilizado para que o tempo de exposição seja suficiente apenas para entrar a quantidade certa de luz. As velocidades do obturador são subdivididas em segundos e suas frações. Assim podemos dizer que uma velocidade baixa está entre 1 segundo (1 ) e 30 (1/30), média entre 60 (1/60) e 250 (1/250) e alta entre 500 (1/500) até 8000 (1/8000). Velocidades abaixo de 1 são chamadas de longa exposição e podem ser controlados manualmente em determinados tipos de máquinas fotográficas de acordo com o tempo definido pelo fotografo quando em posição B (Bulb). 2. CONTROLANDO A VELOCIDADE: A velocidade do obturador corresponde ao tempo em que a câmera mantém o obturador aberto com a luz atingindo o sensor digital produzindo a fotografia. Velocidades mais rápidas congelam a imagem de assuntos em movimento: com o obturador a 1/500s, carros numa avenida ficam muito nítidos na imagem, como se estivessem imóveis e para capturar a sensação de movimento basta reduzir a velocidade do obturador e deixar os carros borrarem a foto como nos exemplos abaixo: 1
2 Em situações de pouca luz, na tentativa de evitar fotos escuras devemos aplicar velocidades baixas que é para obturador ficar aberto por mais tempo e a fraca luz ambiente agir prolongadamente sobre o sensor, conforme mostra as imagens abaixo. Porém, conforme se estende a exposição, aumenta o risco da câmera ou do assunto não conseguirem permanecer imóveis e a foto sair tremida ou borrada. Para evitar esse inconveniente, é recomendável utilizar a máquina apoiada ou acoplada em um tripé e dar preferência a assuntos imóveis. Assim como a variação da sensibilidade ISO determina a quantidade de luz que é captada pelo sensor e consequentemente apresenta uma segunda consequência que é a qualidade da imagem devido a variação de granulação, o obturador também controla a quantidade de luz captada pelo sensor e por consequência a variação do tempo de exposição determina se a imagem contendo objetos em movimento ficará congelada ou borrada. Esse efeito deve ser bem entendido pois imagens criativas podem ser obtidas exatamente ajustando o obturador para que determinadas cenas fiquem do jeito que não conseguimos ver, para dar a sensação de movimento ou parar o tempo. Congelando o tempo Para congelar algo em movimento que queremos ver nitidamente como um beija-flor em pleno voo, crianças brincando, pessoas pulando ou um cão correndo como nas imagens de exemplo abaixo é prioritário que o obturador trabalhe em altas velocidades. A partir dessa prioridade, ajustamos o ISO e a abertura de diafragma para equilibrar a quantidade de luz captada pelo sensor. 2
3 Registrando o movimento Para captar a sensação de movimento como um metrô que passa rapidamente à nossa frente, pessoas numa aula de dança ou o giro de um cata vento como nas imagens de exemplos abaixo é prioritário que o obturador trabalhe em velocidades baixas. Dessa forma a luz fica mais tempo no sensor enquanto o movimento acontece. Nesse caso também como temos a prioridade a velocidade baixa do obturador, o equilibrio de luz deve ser feito ajustando a sensibilidade ISO e abertura de diafragma. Na maioria das máquinas fotográficas compactas com ajustes avançados e em todas as profissionais há um modo programado de disparo que prioriza somente a velocidade do obturador; esse modo está denominado em alguns modelos como S, que significa Shutter ou Tv que significa Time value (valor de tempo). Quando selecionamos esse modo a máquina fotográfica permite que ajustemos a velocidade do obturador enquanto ela automaticamente ajusta a abertura de diafragma para equilibrar a luz e ainda assim podemos ajustar manualmente a sensibilidade ISO e outras funções. O modo S ou Tv é a maneira mais prática de fotografar quando a prioridade do disparo é referente ao tempo de exposição controlado pelo obturador. Nas máquinas compactas sem ajustes manuais avançados também há modos que priorizam a velocidade do obturador. Claro, não podemos condicionar a velocidade do obturador de acordo com nossa vontade mas podemos obter o resultado desejado ou próximo dele sabendo que esses modos existem e usando-os quando corretamente necessário. O modo Esporte, Sport, Movimento e outras denominações de acordo com o modelo e do fabricante da câmera é um modo programado que prioriza a velocidade alta de trabalho do obturador. Sendo assim, a idéia de que eles são modos destinados a fotografar somente cenas esportivas está errada. Essa denominação existe apenas para exemplificar uma das características para esse modo de disparo. O modo Noturno, Night Scene, Crepúsculo e outras denominações de acordo com o modelo e do fabricante da câmera é um modo que prioriza a velocidade baixa de trabalho do obturador. Entendendo que em cenas noturnas geralmente há pouca luz esse modo ajusta a baixa velocidade do obturador para que mais tempo de luz incida o sensor, logo, o risco de fotos tremidas e borradas nesse modo são comuns pois a maioria dos usuários sem conhecimento técnico desconhecem como esse modo funciona. Em ambos os modos, Esporte ou Noturno a câmera controla automaticamente a sensibilidade ISO e demais ajustes. Portanto, se a câmera é compacta, saiba a partir de agora que podemos escolher as velocidades rápida e lenta do obturador através desses modos e que eles são limitados. 3
4 Criando arte A variação da velocidade do obturador oferece ao fotografo treinado muito mais do que a simples captação do movimento ou o congelamento dele. É possível criar imagens impressionantes ou efeitos psicodélicos quando ajustamos o tempo para uma longa exposição. Imagens como as dos exemplos abaixo são feitas quando ajustamos a velocidade do obturador para tempos maiores que 1 segundo. Esse tempo é calculado de acordo com o tempo que o fotografo calcula para que a ação desejada seja registrada pelo sensor. Efeitos como os das imagens abaixo são conseguidos quando o obturador não está em velocidades altíssimas mas em velocidades altas e com a câmera acompanhando o alvo em movimento. Dessa forma o movimento é captado no segundo plano já que a câmera se move e o objeto que está em movimento fica congelado pois seu movimento foi acompanhado durante a exposição. A variação da velocidade do obturador pode alterar dramaticamente o resultado de uma imagem. Quando fotografamos uma cachoeira, por exemplo, a velocidade do obturador é decisiva para que se tenha um efeito de congelamento da água quando em altas velocidades ou obter um efeito de véu quando a imagem é captada com velocidade mais baixa como exemplifica as imagens abaixo: 4
5 3. DISPARO CONTÍNUO (Burst Mode): Ainda se tratando de velocidades de obturador não há como não levar em consideração uma função muito importante presentes nas câmeras fotograficas que determina a quantidade de fotos por segundo que pode se obter em um clique único denominado disparo contínuo. Para um fotografo de esportes, por exemplo, essa função é prioritária na escolha de uma câmera pois é com esse modo que se faz uma sequência de imagens contínuas onde deseja ou registrar varias fotos sequenciadas de uma ação ou entre essas fotos escolher a que melhor se enquadra para ilustrar o momento. É com esse modo também que podemos criar imagens congeladas de uma ação rápida demais onde num único disparo seria quase impossível captar o melhor momento. Nesses casos o disparo inicia-se antes da ação e varias imagens são registradas até que a ação termine. Ao final temos uma sequência de imagens como num filme quadro-a-quadro e aí sim escolhemos o melhor momento congelado. As imagens abaixo ilustram esse tipo de efeito: A quantidade de imagens que é capaz de fazer uma máquina fotografica em modo de disparo contínuo varia de acordo com o modelo e fabricante da câmera. Normalmente uma câmera compacta faz em média 3 disparos contínuos por segundo enquanto uma câmera profissional faz em torno de EXPOSIÇÃO +/- : O modo de ajuste denominado Exposição +/-, que na maioria das vezes é acessado na máquina através de um botão com o símbolo +/- é um ajuste de velocidades de obturador que pode ser feito durante o uso dos modos programados de cenas (retrato, paisagem, esporte, noturno, etc), e o modo manual A ou Av (abertura de diafragma). Esse ajuste é apresentado sob uma forma de escala de valores negativos e positivos. Normalmente esse valor é sempre mantido em 0 (zero) e quando fotografamos e a imagem fica escura demais (sub-exposta), através dele e selecionando valores positivos fazemos com que o obturador trabalhe mais lentamente, logo, obtendo mais luz na imagem. O contrário ocorre quando selecionamos valores negativos para quando a imagem fica com luz demais (super-exposta). A quantidade de vezes que o obturador pode ser alterada nesse modo também varia de acordo com o modelo e fabricante da câmera. As imagens de exemplos abaixo ilustram os resultados obtidos quando a mesma cena é fotografada no valor -2 da escala, 0 e 1+. 5
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