AÇÃO ANTIMICROBIANA DE Symphytum Officinalle L. E Atropa Beladonna

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1 454 AÇÃO ANTIMICROBIANA DE Symphytum Officinalle L. E Atropa Beladonna Odila Rigolin de Sá (1) ; Liliane Garcia de Oliveira (2) ; José de Paula Silva (3) ; karyna Cristilaine Pereira (4) 1 Professora Adjunto do curso Ciências Biológicas / Faculdades Integradas Fafibe e FESP/UEMG-campus de Passos-MG/ odila@fafibe.br 2 Graduanda do Curso Ciências Biológicas /Faculdades Integradas Fafibe/ lili_goliveira@hotmail.com 3 Professor do curso Ciências Biológicas / FESP/UEMG-campus de Passos-MG/ jpaula@passosuemg.br 4 Graduanda do Curso Ciências Biológicas/Fundação de Ensino Superior de Passos-MG/ karynapereira@yahoo.com.br RESUMO Nas ultimas décadas, inúmeros esforços estão sendo feitos para conferir as plantas seu real papel e valor na terapêutica. Neste estudo foi avaliada a atividade antibacteriana de extratos de Atropa beladonna (Beladona) e Symphytum officinalle L. (Confrei) através do método de microdiluição frente a quatro microorganismos: Bacillus sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeroginosa e Salmonella Clholeraerus. Foi determinada a Concentração Inibitória Mínima (CIM) para os diversos extratos. Todos os extratos apresentaram atividade antibacteriana e as Concentrações Inibitórias Mínimas variaram entre 90 e 100 µl/ml. Para as diferentes bactérias e respectivos extratos, os resultados mostraram que os extratos de Atropa beladonna e Symphytum officinalle L. inibiram satisfatoriamente as quatro bactérias testadas. ABSTRACT In the last decades, countless efforts have been made to provide the plants with the real role and value in therapeutic. In this paper the antibacterial activity of extracts of Atropa beladonna (Beladona) and Symphytum officinalle L. (Confrei) was analysed through the microdilution method before four microorganisms: Bacillus sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeroginosa e Salmonella Clholeraerus. It was determined the Minimum inhibitory concentration (MIC) to the diverse extracts. All the extracts presented antibacterial activity and the Minimum inhibitory concentrations ranged from 90 to 100 µl/ml. To the different bacteria and respective extracts, the results showed that the extracts of Atropa beladonna (Beladona) and Symphytum officinalle L. inhibited satisfactorily all four bacteria tested.

2 455 INTRODUÇÃO/OBJETIVOS As plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca ou nenhuma comprovação de suas propriedades farmacológicas, propagadas por usuários ou comerciantes (VEIGA JUNIOR, F. V, PINTO, C.A. 2004). A presente investigação foi realizada para avaliar a atividade antibacteriana de Atropa belladonna (beladona) e Symphytum officinalle L. (confrei). A Atropa belladonna é classificada segundo Amaral e Sliva, (2003) como plantas biorreatora. O composto fármaco ativo produzido normalmente pelas plantas da família Solanaceae são alcalóides, que constituem uma fonte potencial da síntese de moléculas altamente valiosas ás indústrias de alimentos, cosméticos, fármacos e têxteis, as quais têm utilizado as plantas como matéria-prima básica para seus produtos. O Symplytum officinalle L., originário da Europa, da família Boraginaceae, cultivada no Brasil há muitos anos, alanceoladas ou ovais, que saem praticamente ao nível do solo (EMBRAPA, 2006), suas folhas são indicadas na forma de extratos, tinturas, cremes, pomadas, antiinflamatória, emoliente e anestésica suave, no tratamento de lesões, hematomas e distensões, e na promoção da cicatrização óssea (TOLEDO; DUARTE; NAKASHIMA, 2004). O estudo teve como objetivo avaliar a atividade antibacteriana de extratos de Atropa beladonna (beladona) e Symphytum officinalle L. (confrei) em quatro microorganismos: Cândida albicans, Escherichia coli, Pseudomonas aeroginosa e Salmonella Clholeraerus, através da Concentração Inibitória Mínima (CIM). MATERIAL E MÉTODOS Os extratos vegetais utilizados foram de folhas e flores de Atropa beladonna e folhas de Symphytum officinalle L., recém colhidas, que foram adquiridas no Centro Cultural Aruanda Brasil, situado na Cidade de Barretos-SP. Os vegetais após a colheita foram secos a temperatura de 45 C permanecendo por 5 dias, em seguida foram macerados e embebidas em álcool 98% por 10 dias, em recipiente fechado, ao abrigo de luz. O sobrenadante foi filtrado com algodão, em seguida o filtrado foi evaporado com evaporador rotativo com pressão reduzida, para a redução do solvente. Para avaliar a atividade antibacteriana de extratos de Atropa beladonna (beladona) e Symphytum officinalle L. (confrei) foi usado o método de microdiluição com quatro microorganismos: Cândida albicans, Escherichia coli, Pseudomonas aeroginosa e Salmonella Clholeraerus. Foi determinada a Concentração Inibitória Mímima (CIM) para os diversos extratos, nas concentrações de 50 a 300 µl/ml para os quatro microorganismos.

3 456 RESULTADOS/ DISCUSSÃO Atropa belladonna A partir dos resultados pode-se observar que os extratos das folhas de Atropa beladonna apresentaram atividade antimicrobiana de 3:1 frente aos microorganismos: Cândida Albicans, Pseudomonas aeroginosa, Salmonella Clholeraerus, apresentando bons resultados nas análises realizadas através do método de microdiluição (Figura 1) segundo Pretto (2005) que classifica a atividade antimicrobiana de extratos e frações de plantas utilizando o parâmetro de que: os extratos ou frações que apresentaram CIM menor que 100µL/ml são consideradas com boa atividade, e os que apresentam CIM entre 100 e 500µL/ml são considerados fracos. A concentrações de 90 µl/ml, só não foi obtida na E. coli que apresentou inibição na concentração de 100 µl/ml. Para Oliveira (2005) a A. belladonna é muito usada na homeopatia e vários medicamentos devidos sua ação de ativação nos macrófagos, desencadeando uma resposta imune mais rápido e devido as suas propriedades parassimpáticos na medicina moderna. As flores de A. belladona apresentaram CIM nos quatro microorganismos igual a 100 µl/ml, de forma satisfatória (Figura 2). Segundo Correia (2005) a atropina e a hiosciamina presente em quase todas as plantas da família Solanaceae agem como antagonistas na ativação da acetilcolina presente nos receptores muscarínicos colinérgicos. Figura 1: Resultado do CIM em folhas de Atropa belladona. Figura 2: Resultado do CIM em flores de Atropa belladona.

4 457 Symphytum Officinalle L. O CIM das bactérias P. Aeroginosa, Salmonella e Bacillus sp,foram testadas nas concentrações de 50 a 300 µl/ml,os extratos foram inibidos a partir 90 µl/ml, mas para a bactéria E. coli o CIM foi de 100 µl/ml (Figura 3). No seu trabalho Pileggi et. al. (2002) relata o bom resultado de teste para ação contra fungos e bactérias no método de ágar sangue confirmando o bom desempenho desta planta para tais fins. Segundo Arcaro et al (2006), a alantoína presente no confrei atua de forma cicatrizante, pois favorece a proliferação celular acelerando a regeneração e diminui as bactérias em ferimento externos. Figura 3: Resultado do CIM em folhas de Symphytum officinalle L. Tabela1: Concentração Inibitória Mínima de extratos vegetais de Atropa beladonna (beladona) e Symphytum officinalle L. (confrei) em quatro bactérias Gram positivas: Bacillus sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeroginosa e Salmonella Clholeraerus que foram testadas nas concentrações de 50 a 300 µl/ml. Inóculo Concentração Inibitória Mínima (CIM) Confrei Beladona (folha) Beladona (flores) Bacillus sp 90µL/mL 90 µl/ml 100 µl/ml Pseudomonas aeroginosa 90 µl/ml 90 µl/ml 100 µl/ml E. coli 100 µl/ml 100µL/mL 100 µl/ml Salmonella 90 µl/ml 90µL/mL 100 µl/ml Os extratos secos de Atropa beladonna e Symphytum officinalle L. apresentaram respectivamente a atividade antimicrobiana, resistente a CIM dos extratos vegetais que foram testadas. CONCLUSÃO A partir dos resultados pode-se observar que os extratos das folhas de Atropa beladona e Symplytum officinalle L, apresentaram atividade antimicrobiana frente às bactérias: Bacillus sp, Pseudomonas aeroginosa e Salmonella, apresentaram bons resultados nas análises realizadas através do método de microdiluição com a utilização das

5 458 concentrações de 50 µl/ml a 100 µl/ml. Sendo assim, são considerados microrganismos sensíveis aos extratos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, F.L.C. SILVA, B.A. Melhoramento Biotecnológico de Plantas Medicinais, Revista Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento,edição nº30, Janeiro/julho ARCARO,R., TUPÃ P.C. 1 (IC), BANNACH G., CARVALHO FILHO S.A.M., ANA MÁRCIA VOLPATO M.A., SCHNITZLER E.. Estudo sobre a Estabilidade Térmica de Pomadas Contendo Alantoína em Tintura de Symphytum officinale (Confrei),V Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria V CBRATEC CORREIA, A. Atropina e Hiosciamina e suas Aplicações Biológicas, Faculdade de Ciências e Tecnologia Nova de Lisboa, Janeiro,2005. OLIVEIRA, M.S..Triagem de Medicamentos Homeopáticos que Ativam Macrofagos com Detecção e Quantificação de Ifn-Y,Il-4, e No., Curitiba,2005.pg.108. PILEGGI, M. RAIMAM, M.P,MICHELI,A., BEATRIZ,S., BOBATO,V. Açao Antimicrobiana e Endofitica em Symphytum officinalle L., publicatio UEPG- Ciências Biológicas e Saúde,8(1):47-55,2002. PRETTO, B.J. Potencial antimicrobiano de extratos, frações e compostos puros, obtidos de algumas plantas medicinais brasileiras, Itajaí, disponível em:biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/ html.acesso em:24 de Fevereiro de 2007, 17h45min. TOLEDO, A.C.O.; DUARTE, M.R.; NAKASHIMA, T., Análise farmacognóstica da droga e do extrato fluido das folhas de Symphytum officinale L. (Boraginaceae) Rev. rás. Farmacogn., v. 14, supl., p , TOLEDO, C. A., DUARTE, R. M., NAKASHIMA T., Caracterização Morfo-Anatomica das Folhas de Symphytum officinalle L Acta Farm. Bonaerense 23 (3): (2004). PG.1. VAZ, A.P.; JORGE,A.H.M., EMBRAPA, Série Plantas Medicinais, Codimento e Aromáticas,2006.