DOSES DE POTÁSSIO EM QUATRO VARIEDADES DE ALGODOEIRO

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1 VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página 1931 DOSES DE POTÁSSIO EM QUATRO VARIEDADES DE ALGODOEIRO Marcos Antonio Camacho da Silva (UEMS Unidade Universitária de Aquidauana/ Raildo Paulo da Silva, Fernando Geovannetti de Macedo (FCAV/UNESP Programa de Pós-graduação em Agronomia/Ciência do Solo), Jolimar Antonio Schiavo (UEMS Unidade Universitária de Aquidauana/ RESUMO A cadeia produtiva do algodão está entre as maiores do Brasil e representa uma das grandes fontes de geração de empregos da agricultura. Somado a isso, a qualidade do algodão nacional se equivale a dos grandes países produtores, ocupando com assim destaque no cenário internacional. A prevista expansão da cotonicultura deve ser amparada à pesquisas que possibilitem que essas novas áreas consigam competir com as antigas regiões produtoras. Com base nisso, um experimento conduzido em vaso foi desenvolvido na Fazenda Experimental da UEMS no município de Aquidauana (MS), com o objetivo de avaliar doses de potássio em diferentes cultivares comerciais recomendados para região. O experimento constituiu de doses de potássio (0 g/vaso ; 1, g/vaso;, g/vaso;, g/vaso) e variedades de algodoeiro herbáceo (,, e ), sendo conduzidos em estufa tipo arco,no sistema guarda-chuva. Não foram identificadas diferenças significativas para as características agronômicas avaliadas (número de nós, altura de plantas, fibra, rendimento de fibra e produtividade). Palavras-chave: Gossypium hirsutum, adubação potássica, macronutriente. INTRODUÇÃO As plantas exigem mais potássio do qualquer outro nutriente, exceto o nitrogênio (N). As culturas de importância econômica contem aproximadamente as mesmas quantidades de nitrogênio e potássio, mas o conteúdo de potássio de algumas altamente produtivas pode ser maior que o de nitrogênio. O potássio não forma compostos nas plantas, mas permanece livre para regular muitos processos essenciais, incluindo ativação enzimática, fotossíntese, uso eficiente da água, formação de amido e síntese de proteína (MALAVOLTA, 199). Segundo Passos (190), citado por Carvalho et al., (1999), a ação do potássio é pouca conhecida, porem sabe-se que a folha aumenta a atividade assimiladora e a síntese de carbono, e na

2 VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página 193 sua falta à fotossíntese diminui e a respiração aumenta, alem de ser um elemento móvel e distribui-se por toda planta, é catalisador da passagem de aminoácidos a proteínas e diminui a susceptibilidade da planta as doenças, Uma pequena quantidade de potássio é requerida pelo algodoeiro nos primeiros 0 dias após o plantio. Como resultado, parte do potássio necessária pode ser aplicada algumas vezes durante este período. Quando a lixiviação se constituir problema, é aconselhável aplicar o potássio em cobertura, para minimizar os riscos de perda, Kamprath e Welch, (19) citados por CARVALHO et al., (001). Outro fator a ser considerado é que o potássio é o segundo nutriente mais absorvido e exportado pelas culturas. O suprimento de potássio às plantas varia em função da forma em que se encontra no solo, da sua quantidade e do seu grau de disponibilidade nas diferentes formas, além dos fatores que interferem no deslocamento do nutriente na solução do solo até as raízes (BERNARDI et al., 003). O uso de doses adequadas de potássio na adubação do algodoeiro, aumenta o numero de maças com maior diâmetro, o peso de capulhos e o peso de 0 sementes e reduz o numero de maças atacadas por pragas e doenças,conseqüentemente observa- se aumento considerável na produtividade, Staut (199),citado por Staut e Kurihara, (001). Segundo Malavolta (19), citado por Silva et al., (199), para uma produção de algodão em caroço de.00 kg.ha -1, o mesmo extrai do solo cerca de 11 kg de KO, porém como foi visto acima, Silva (199), afirma que essa exigência é variável de acordo com a espécie ou cultivar utilizado. O objetivo deste trabalho foi comparar quatro variedades de algodoeiro submetidas a diferentes doses de potássio na região de Aquidauana MS. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, na Unidade Universitária de Aquidauana, situada nas coordenadas geográficas 0º0 00 latitude sul, e º 00 longitude oeste, com altitude de 0 metros. Foi utilizada uma estufa de plástico transparente com abertura lateral do tipo arco onde foi instalado o ensaio. Foram utilizadas quatro variedades comerciais (grow,, e ) e quatro doses de KO, (0 g/vaso -1, 1. g/vaso -1,. g/vaso -1,. g/vaso -1 ). Cada variedade teve quatro repetições de cada tratamento, resultando num total de unidades experimentais. A semeadura foi realizada em vasos com capacidade de L cada, preenchido com amostras de solo do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, A moderado, textura média/argilosa amostrou o horizonte A e horizonte B, a calagem ocorreu 90 dias antes da semeadura. Foi realizada a semeadura no dia

3 VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página /0/00 juntamente com a adubação que se baseou no preconizado por Raij et al., (199), sendo utilizados os seguintes adubos: uréia 1. g/vaso -1, superfosfato triplo.9 g/vaso -1. Foram utilizadas sementes por vaso e, dias após a emergência foi feito o desbaste permanecendo apenas 1 planta por vaso. Aos 30 dias após a emergência, foi feita a adubação de cobertura que correspondeu a 1. g/vaso -1 de uréia. Durante todo o ciclo foi realizada irrigação diária. A colheita foi realizada manualmente quando todos capulhos já tinham alcançado a maturação fisiológica, a produção foi beneficiada manualmente onde retirou a pluma do caroço, que em seguida foi pesada em uma balança analítica com peso máximo de 0g. A analise estatística foi realizada com auxilio do software SAS, através do procedimento ANOVA e REG (FREUND; LITTELL, 000) para dados balanceados ou GLM (LITTELL et al., 1991) para dados não-balanceados. Após a estimação dos parâmetros de regressão, e, sendo a mesma quadrática, a MET foi encontrada realizando a derivação da equação e igualando esta a zero, RESULTADOS E DISCUSSÃO Como podemos ver na Figura 1, não houve diferença significativa entre as variedades avaliadas para o peso da fibra sem o caroço, sendo que a cultivar teve um desempenho melhor em relação as outras cultivares. O rendimento significa a porcentagem da fibra em relação ao capulho (fibra+caroço), dentre as cultivares avaliadas, como foi verificado anteriormente o rendimento também não diferiram entre si. Sendo que a cultivar teve um melhor rendimento. Os resultados encontrados coincidem com os verificados por Carvalho et al. (001) utilizando potássio via foliar, no qual também não encontraram diferenças significativas para número de nós, capulhos, produtividade e altura de planta, porém, Staut e Athayde, (1999) realizando ensaios à campo encontraram respostas lineares em função do aumento das doses de potássio na produção de algodão em caroço, na altura das plantas e peso de capulhos. Carvalho e Souza (003), avaliando doses e épocas de adubação potássica em solos com baixa fertilidade também não atingiram grandes produtividades e observaram diferenças significativas somente com relação ao peso e ao número de capulhos por planta e conseqüentemente na produtividade, porém esse aumento não foi linear.

4 Rendimento Rendimento Rendimento Rendimento VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página 193 (a) (b) 3 (c) (d) Figura 1. Representação gráfica da média e desvio padrão dos valores de fibra, para as variedades testadas quando utilizadas as doses de 0 (a), 1, (b),, (c) e, g vaso -1 de KO (a) 0 (b) (c) 9 (d) Figura. Representação gráfica da média e desvio padrão dos valores de rendimento para as variedades testadas quando utilizadas as doses de 0 (a), 1, (b),, (c) e, g vaso -1 de KO.

5 Total Total Total total VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página (a) 1 1 (b) 1 (c) (d) Acala 90 Figura 3. Representação gráfica da média e desvio padrão dos valores do total para as variedades testadas quando utilizadas as doses de 0 (a), 1, (b),, (c) e, g vaso -1 de KO. Os níveis de potássio no solo pode ter suprido a necessidade da cultura e os acréscimos em função das doses aplicadas não foram suficientes para afetar as características agronômicas avaliadas beneficamente, nem de forma negativa (Figuras e 3). Porém, ao realizarmos separadamente por variedade estudada, percebemos que as variedades e foram responsivas as doses de potássio (Figuras, e, podendo-se inferir que a resposta foi diferenciada para estas duas variedades. A variedade teve resposta crescente no intervalo estudado, enquanto a variedade apresentou uma tendência quadrática. Apenas ao analisarmos esta diferença, evidenciamos que a variedade tende a ser menos eficiente no uso de potássio comparativamente à. O rendimento de fibras foi uma característica com resposta as doses de potássio, o que indica que o manejo deste nutriente pode aumentar o rendimento de fibra, o que altamente desejável, pois quanto maior o rendimento de fibra maior será a eficiência do sistema produtivo aplicado.

6 Rendimento de fibra, % Produção, g Produção, g, g, g VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página 193 y = -0,01x + 0,0x +, R = 0,** y = 0,3111x +,3 R = 0,99** 0 1,, 3,, 0 1,, 3,, Figura. Efeito das doses de KO sobre a produção de fibras do algodoeiro. 1 y = 0,30x - 0,11x +, R = 0,99** 11 y = -0,0x + 0,03x +, R = 0,* 13 1 y = 0,x + 9,99 R = 0,1* ,, 3,, 9 0 1,, 3,, Figura. Efeito das doses de KO sobre a produção do algodoeiro. 9 y = -0,0x - 0,0x +,9 R = 0,9** y = -0,19x +,91 R = 0,** 3 0 1,, 3,, Figura. Efeito das doses de KO sobre o rendimento de fibra do algodoeiro (média das variedades).

7 VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 009 Página 193 CONCLUSÃO Não houve diferenças entre as variedades para as características avaliadas. As doses de potássio alteração a produção e o rendimento de fibras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDI, A. C. C.; LEANDRO, W. M.; OLIVEIRA JUNIOR, J. P.; MESQUITA, T. G.; FREITAS, P. L.; CARVALHO, M. C. S. Adubação potássica do algodoeiro cultivado em sistema de plantio direto nos cerrados. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ALGODÃO,., 003, Goiânia. Algodão: um mercado em evolução: anais. Campina Grande: Embrapa Algodão; Fundação GO, CD-ROM. CARVALHO, M. da C. S.; BARBOSA, K. de A. Resposta do algodoeiro a doses e épocas de adubação potássica em solo de baixa fertilidade no cerrado de Goiás. Campina Grande: Embrapa Algodão, p. (Embrapa Algodão. Comunicado Técnico, 00). CARVALHO, O. S.; SILVA, O. R. R. F. da; MEDEIROS, J. da C. Adubação e calagem In: BELTRÃO, N. E. de M. O Agronegócio do algodão no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão; Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, v. 1 p. 1-. CARVALHO, M. A.; PAULINO, H. B.; FURLANI JUNIOR, E.; BUZETTI, S.; SÁ, M. E.; ATHADE, M. L. F. Uso da adubação nitrogenada e potássica no algodoeiro. Bragantia, Campinas, v. 0, n. 3, p.39-, 001. FREUND, R. J., LITTELL, R.C.; SAS system for regression. 3. ed. Cary: SAS Institute, p. LITTELL R. C.; FREUND, R. J.; SPECTOR, P.C. SAS system for Linear Models 3th. ed. Cary, NC : SAS Institute, MALAVOLTA, E., Potássio é uma realidade. o Potássio é essencial para todas as plantas.. Potafos. Piracicaba SP, 199. (Arquivo do Agrônomo. n ) RAIJ, B. van., CANTARELLA, H., QUAGGIO, J. A., FURLANI, A. M. C.; Recomendações de adubação e calagem para o estado de São Paulo. ed. Campinas: Instituto Agronômico, 199. p. SILVA, N. M.; CARVALHO, L. H.; CIA, E.; FUZATTO, M. G.; CHIAVEGATO, E. J.; ALLEONI, L. R. F.; Seja o Doutor do Seu Algodoeiro. Piracicaba: Potafos, 199. (Arquivo do Agrônomo. n.) STAUT, L. A.; KURIHARA, C. H.; Calagem e adubação. In: ALGODÃO: Tecnologia de Produção. Dourados - MS: Embrapa Agropecuária Oeste, 001. p STAUT, L. A.; ATHAYDE, M. L. F. Efeitos do Fósforo e Potássio no rendimento e em características agronômicas do algodoeiro herbáceo. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 3. n, p , out