A actividade fiscalizadora do agente de execução. 1ª Conferência Internacional Promover a Eficácia das Execuções
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- Ana Vitória Aquino Machado
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1 A actividade fiscalizadora do agente de execução 1ª Conferência Internacional Promover a Eficácia das Execuções
2 A Fiscalização através de meios informáticos
3 A Fiscalização através de meios informáticos A possibilidade da monitorização remota dos actos do Agente de Execução é hoje uma realidade incontestável, de que a maior parte dos agentes judiciários tarda em tomar consciência. Aplicações informáticas como o CITIUS e o SISAAE, a primeira de utilização quase obrigatória pelos respectivos operadores e a segunda obrigatória para os Agentes de Execução, permitem o acesso a informação importante que, correctamente tratada pode e deve ser um meio privilegiado de controle das boas práticas da função do Agente de Execução.
4 A sua utilização como meio Preventivo e Pedagógico Dados como, número de processos pendentes, actos processuais praticados, processos parados, movimentos da conta-cliente de executados, por um determinado agente, conjunto de agentes ou o todo, podem e devem ser examinados e utilizados, como meios preventivos e pedagógicos. Alertas automáticos, em função de uma criteriosa monitorização devem ser criados e transmitidos ao respectivo Agente, para que este possa actuar, corrigir ou mesmo reparar um determinado procedimento. Já existem alguns alertas no nosso sistema, insuficientes, na minha perspectiva, pelo que temos muito a fazer
5 A Fiscalização presencial no escritório do Agente de Execução
6 Recolha e análise prévia de elementos A recolha e análise prévia de elementos sobre o Agente de Execução a fiscalizar, através dos dados disponibilizados, é fundamental para um bom desempenho. Aconselha-se uma reunião prévia dos elementos que integram a equipa de fiscalizadores para definir procedimentos.
7 A abordagem do Agente de Execução no seu local de trabalho A abordagem do Agente de execução, no seu local de trabalho, elemento importante para que a fiscalização corra de forma cordata, é essencial. Assim a equipa de fiscalizadores deve começar por se apresentar ao Agente de execução e a todos os seus colaboradores, informando o Agente dos seus direitos e deveres.
8 Direitos do Agente de Execução Nomeadamente: De que se pode fazer acompanhar durante a fiscalização pelos técnicos que consigo colaborem (ex. nas áreas da Contabilidade e informática); Do horário da fiscalização; Das condições de adiamento da fiscalização; De que deve exigir que os processos ou documentos apreciados ou verificados, sejam rubricados por um dos membros da comissão de fiscalização; De que receberá uma cópia do relatório da comissão de fiscalização, após a conclusão da mesma;
9 Deveres do Agente de Execução Nomeadamente: De prestar toda a colaboração á comissão de fiscalização, facultando prontamente documentos, informações e quaisquer outros elementos que lhe sejam solicitados; Estar presente ou fazer-se representar na fiscalização.
10 A verificação dos meios técnicos e humanos O agente de Execução deve possuir no seu escritório equipamento detalhado constante de regulamento de Inscrição e das estrutura e meios informáticos do escritório do Agente de Execução.
11 A verificação dos meios técnicos A sua verificação, através de lista, é uma operação de relativa simplicidade. Notas para: a verificação da afixação obrigatória dos montantes praticados no escritório, quanto a tarifas; Da existência de seguro de Responsabilidade Civil; Da existência de arquivo de processos findos; Da utilização ou não de aplicações informáticas complementares ao SISAAE, e neste, dos utilizadores e níveis de acesso; Dos certificados digitais instalados em cada equipamento.
12 A verificação dos meios humanos Já a verificação dos meios humanos deve ser feita com algum cuidado: Se existem funcionários forenses, inscritos ou não na Câmara dos Solicitadores, respectivo vínculos; Se existem colaboradores em regime de prestação de serviços e, outras eventuais situações;
13 As contas cliente O Agente de Execução deve disponibilizar os extractos das contas cliente que possuir, facultando cópias aos fiscalizadores. A partir destas pode ser efectuada uma triagem aos movimentos a débito, sendo solicitado os respectivos comprovativos e a análise dos correspondentes processos executivos. De salientar que os movimentos em bloco (várias retiradas de vários processos num só movimento) só é admissível com a existência do respectivo comprovativo, descriminando todos os movimentos e a sua imputação aos respectivos processos.
14 A Tramitação do Processo A Analise de um determinado processo executivo implica a verificação de um conjunto de elementos, de que se destaca: Genericamente o cumprimento dos procedimentos previstos na Portaria n.º 313/2009 de 30 de Março; O cumprimento dos prazos previstos na lei; O cumprimento do dever de registar todos os actos electronicamente; O cumprimento do dever de informar, previsto no n.º10 da Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março;
15 A Tramitação do Processo A elaboração das notas de liquidação e descrição de valores a título de remuneração e despesas de acordo com a Portaria n.º 331-B/2009 de 30 de Março; A realização das citações e notificações de acordo com o Código de Processo Civil e restantes diplomas ou códigos aplicáveis; A correcta realização das diligências da execução; O correcto registo da prática dos diversos actos da execução;
16 Relatório Final Este relatório reveste particular importância na medida em que deve: Retratar toda a informação e documentação disponibilizada pelo Agente de Execução; Relevar as questões legais levantadas; Analisar detalhadamente a matéria da fiscalização; E incluir conclusões e eventuais propostas de procedimento.
17 Conclusões A utilização de meios informáticos nas fiscalizações deve ser desenvolvida e usada de forma pedagógica e preventiva, por todos os intervenientes no procedimento de fiscalizar. É essencial implementar e disponibilizar meios, para que os objectivos propostos, em número e qualidade das fiscalizações possam ser cumpridos.
18 Conclusões Alerto que: são essenciais medidas de fiscalização, junto dos Agentes de Execução com grande volume de processos. A concentração verificada é preocupante em termos da eficácia pretendida. Uma das soluções, para além das fiscalizações, poderá passar por uma eventual contingentação de número de processos distribuídos por Agente.
19 Conclusões Não posso deixar de concluir, evocando a preocupação final manifestada, hoje aqui, nesta conferência, pelo Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, sobre os trabalhos estatísticos realizados nesta casa, pelo Prof. Cat. João Bilhim, sobre os estudos para a necessidade da contingentação de processos, para os senhores juízes, de forma a tornar mais rápida e mais eficaz a função de julgar. É urgente pensar em soluções idênticas para os Agentes de Execução, de forma a, igualmente se tornar mais rápida e mais eficaz a função de executar.
20 A actividade fiscalizadora do agente de execução Fernando Cardoso Agente de Execução 1.º Conferência Internacional Promover a Eficácia das Execuções Lisboa, 18 de Junho de 2010
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