USO E DISPONIBILIDADE DE EPI (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) NOS PSFs DA ZONA URBANA DE GUANAMBI-BA.
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- Lucas Canário Frade
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1 USO E DISPONIBILIDADE DE EPI (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) NOS PSFs DA ZONA URBANA DE GUANAMBI-BA. 1 Anderson Dias Cardoso 1 Elionara Teixeira Boa Sorte Gabriela Luz Sousa Gabryella Castro Guimarães Maurício da Silva Santos Orientador: Mauro César Ribeiro dos Santos 2 Instituição: Universidade do Estado da Bahia Categoria: Pôster RESUMO Relata o uso dos EPI (Equipamentos de Proteção Individuais) pelos profissionais de enfermagem dos PSFs (Programa de Saúde da Família) da zona urbana do município de Guanambi-BA, e a disponibilidade desses equipamentos de proteção nestas unidades de saúde. Objetiva retratar a proporção do uso pelos profissionais e o comprometimento dos gestores na disponibilidade dos EPI. Discorre a respeito da importância de medidas preventivas para a saúde do trabalhador, contribuindo assim para o bom desempenho de suas atividades. É notável que a maioria dos profissionais pesquisados reconhecem a importância das medidas preventivas, já que fazem uso dos EPI e os gestores cumprem seu papel no que se refere à disponibilidade desses equipamentos. Como método, optouse realizar uma pesquisa de campo, com abordagem quantitativa, utilizando artigos científicos e livro para fundamentação teórica, sendo o questionário estruturado o instrumento de pesquisa adotado. Considera-se que diante do crescente número dos acidentes de trabalho, relatados em diversos estudos, a discussão e adoção de medidas preventivas, por parte de profissionais e gestores são de extrema importância para a garantia de condições ideais de trabalho. Valendo-se da relevância do tema abordado, anseia-se aprofundar este estudo, utilizando-se de outros instrumentos de pesquisa, a fim de enriquecer a discussão proposta. Palavras-chave: EPI (Equipamentos de Proteção Individuais), saúde do trabalhador, condições de trabalho. INTRODUÇÃO 1 Graduando (a) em enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia. 2 Prof. Esp. da Universidade do Estado da Bahia.
2 As questões referentes à saúde e segurança do trabalho tem sido elemento de discussão com intuito de assegurar melhores condições de trabalho aos profissionais, o que evitaria danos à saúde e garantiria a continuidade de suas atividades. A problemática discutida busca responder questionamentos referentes ao uso e disponibilidade de EPI, sendo pertinente esse estudo, visto a importância da prevenção para evitar riscos relacionados à saúde do trabalhador. A princípio, julga-se que os profissionais de enfermagem entrevistados não fazem uso dos EPI, mesmo estes sendo disponibilizados pelos gestores, suposição essa baseada no conhecimento do alto índice dos acidentes próprios às atividades laborais referenciados em diversos estudos. Equipamento de Proteção Individual EPI intitula a Norma Regulamentadora do trabalho urbano (NR 6) e estabelece as definições legais, formas de proteção, requisitos de comercialização e responsabilidades (empregador, empregado, fabricante e MTE - Ministério do Trabalho e Emprego). Os artigos 166 e 167 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) embasam juridicamente essa norma (ROCHA, 2001). Os equipamentos de proteção individual referem-se à proteção específica aos riscos constatados, e cabe a cada empregador fornecer os EPI e capacitar o trabalhador em relação ao uso correto dos mesmos. Contudo, torna-se indispensável o empenho dos profissionais em reconhecer a importância de utilizá-los, não se limitando apenas a uma obrigação dos empregadores. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Marizale e Robazzi (2000) mostram que desde a década de 40, diante das inadequadas condições de emprego nos hospitais de diversos países, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem considerado o problema como tema de discussão e proposto recomendações referente à higiene e segurança, para melhorar essa situação. Em se tratando de profissionais de enfermagem, Costa e Felli (2005) ainda apontam que esses estão expostos a diversas cargas de trabalho. [...] No Brasil, MAURO et al. (1976) foram as pioneiras em utilizar os princípios ergonômicos para analisar o trabalho de enfermagem e na última década houve uma maior utilização da referida abordagem e um número crescente de estudos tem sido realizados (MARIZALE E ROBAZZI, 2000, p.125).
3 O estudo de Malaguti et al. (2007) relata os acidentes com perfurocortantes, sendo a causa mais comum de exposição ocupacional. Além disso, mostra que a adoção de medidas preventivas requer mudanças de hábitos e, muitos profissionais experientes têm dificuldade de lidar com essa mudança. Nesse estudo, a disponibilidade dos EPI foi citada por 44% dos enfermeiros com carga de chefia como a maior facilidade que os profissionais de enfermagem têm à disposição para prevenção de acidentes. Malaguti et al., 2007 ainda aponta que a resistência do profissional em utilizar os EPI foi citada por 41,3% dos sujeitos pesquisados, como motivo que determina a ocorrência de acidentes na unidade relacionados ao profissional, à instituição e ao paciente. Tanto Formozo e Oliveira (2009) quanto Malaguti et al. (2007) afirmam que os profissionais de enfermagem se preocupam mais com o uso dos EPI de acordo com a gravidade e a facilidade de transmissão da patologia do cliente assistido. É relevante a prática de educação preventiva para o grupo de enfermagem, advertindo os possíveis riscos a acidentes de trabalho com o não uso EPI, é fundamental que toda equipe busque formas que possibilitem mais garantia nos procedimentos. Com isso, percebe-se que o uso de EPI é de extrema importância para evitar acidentes de trabalho, o que é percebido pelos profissionais de enfermagem, contudo, apesar de muitas vezes esses equipamentos estarem disponíveis, o seu uso adequado não é estabelecido devido a diversas situações, como por exemplo, o receio pela mudança de hábitos, sendo necessários treinamentos e orientações a cerca dessa iniciativa. 3 OBJETIVOS Este artigo busca investigar o uso dos EPI (Equipamentos de Proteção Individuais) pelos profissionais de enfermagem dos PSFs (Programa de Saúde da Família) da zona urbana do município de Guanambi-BA, e a disponibilidade desses equipamentos nas unidades de saúde da família pesquisadas. METODOLOGIA Trata-se de um estudo quantitativo, realizado com pesquisa de campo e questionário estruturado. Esse estudo expressa o total de enfermeiros de nível superior, técnicos e auxiliares de enfermagem lotados em Unidades de Saúde da Família da cidade de
4 Guanambi-BA, totalizando 46 trabalhadores aos quais foram feitos convites individuais para participarem deste estudo, assegurando o caráter sigiloso quanto à identificação dos respondentes e apresentado a estes profissionais o objetivo e método da investigação, respeitando-se as recomendações sobre a ética em pesquisa. O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de artigos e livros relacionados a ergonomia. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário estruturado, elaborado pelo grupo de estudo do projeto de extensão Perfil ergonômico dos postos de trabalho dos profissionais de enfermagem da cidade de Guanambi-Bahia da Universidade do Estado da Bahia Campus XII. A coleta de dados realizou-se em agosto de 2010 com aplicação do instrumento após leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE pelos respondentes. O questionário compreendeu 28 questões objetivas de múltipla escolha abordando os seguintes dados: Relação Profissional, Mobiliário e Estrutura Física, EPI, Normas Regulamentadoras, Condição Biopsicossocial e Patologias Mais Freqüentes. Sendo que neste artigo utilizou-se apenas as três questões referentes a EPI. Os dados foram tabulados em planilha no Microsoft Office Excel 2007, a análise baseou-se na relação do uso dos EPI e das ofertas destes pelos estabelecimentos, fato preconizado por leis e normas do trabalho, para isso elaborou-se gráficos em busca de favorecer as análises dos dados. Isto surgiu com objetivo de proporcionar uma crítica sobre os riscos ocupacionais pelos quais os profissionais estão submetidos, para que contribua para melhoria das condições de trabalho. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os questionários foram respondidos por 46 profissionais, sendo 16 enfermeiros, 26 técnicos de enfermagem e 4 auxiliares. ; Nun Qua ; Às veze Quanto à disponibilidade dos EPI no ambiente de trabalho, segue o gráfico 1. Sempre ; Não mar Gráfico 1: Disponibilidade dos EPI no ambiente de trabalho Quase sempre ; Sem
5 5 A partir dos dados dispostos no gráfico 1 afere-se que a maioria dos PSFs pesquisados dispõem de EPI, contribuindo para prevenção dos acidentes de trabalho ao qual a equipe de enfermagem está exposta. Com isso, percebe-se que a gestão tem cumprido seu papel diante da NR-6. Os dados referentes ao uso de EPI encontram-se distribuídos no gráfico 2. ; Não ; Qua mar ; Às ; Sempre ; veze Nun Sem Gráfico 2: Utilização do EPI Quase sempre Este gráfico remete ao uso de EPI, em que 50% dos pesquisados refere sempre usar os equipamentos, fato contrastado com o estudo de Malaguti et al., 2007, no qual houve resistência dos entrevistados no uso dos equipamentos de proteção individual. Estes resultados constatam a conscientização e a relevância dada a estes equipamentos por parte dos profissionais entrevistados, desconfirmando a hipótese apresentada. CONSIDERAÇÕES Constata-se a relevância de discutir a saúde do trabalhador, com a finalidade de adotar medidas preventivas de danos à saúde que visem melhorias nas condições de trabalho. Em se tratando dos profissionais de enfermagem, a adoção de medidas como o uso de EPI é relevante para redução de riscos inerentes às atividades realizadas por estes. Aos gestores cabe propiciar adequadas condições de trabalho e capacitar a equipe quanto às prevenções e, aos profissionais, se sensibilizarem para importância dessa medida, e do uso de todos os equipamentos necessários à sua proteção. Neste estudo, verifica-se o uso de EPI pelos profissionais entrevistados e a disponibilidade desses nos estabelecimentos de saúde pesquisados. Contudo, vale ressaltar um possível aprofundamento deste estudo, com a utilização de outros instrumentos de pesquisa, como uma observação total, entrevista semi-estruturada com profissionais de enfermagem e usuários dos PSFs, a fim de ampliar a discussão a cerca do tema.
6 6 REFERÊNCIAS COSTA, Taiza Florêncio; FELLI, Vanda Elisa Andrés. Exposição dos trabalhadores de enfermagem às cargas químicas em um hospital público universitário da cidade de São Paulo. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 4, Ago Disponível em: < Acesso em: 27 Out FORMOZO, Gláucia Alexandre, OLIVEIRA, Denise Cristina de. Auto-proteção profissional e cuidado de enfermagem ao paciente soropositivo ao HIV: duas facetas de uma representação. Acta paul. Enferm. [online]. 2009, vol.22, n.4, pp.392.disponível em: < em: 28 de outubro de 2010 as 12:48 MALAGUTI, Silmara Elaine et al. Enfermeiros com cargos de chefia e medidas preventivas à exposição ocupacional: facilidades e barreiras. Rev. esc. enferm. USP. São Paulo, v. 42, n. 3, Set Disponível em: < Acesso em: 27 Out MARZIALE, Maria Helena Palucci; ROBAZZI, Maria Lúcia do Carmo Cruz. O trabalho de Enfermagem e a Ergonomia. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 6, Dez Disponível em: < Acesso em: 14 Out RIBEIRO, Maria Celeste Soares (org.). Enfermagem e trabalho: fundamentos para atenção à dos trabalhadores. São Paulo: Martinari, ROCHA, Geraldo Celso. Trabalho, Saúde e Ergonomia: Relação entre aspectos legais e médicos. 3ª triagem. Curitiba: Juruá, 2006.
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