O impacto potencial das mudanças climáticas na agricultura

Transcrição

1 Ciclo de Conferencias Biodiversidade e Mudanças Climáticas - FAPESP O impacto potencial das mudanças climáticas na agricultura São Paulo, 22 de maio de 2014 Eduardo Delgado Assad Pesquisador da Embrapa

2 Os últimos 50 anos observamos: Dramática degradação do capital natural do Planeta Aumento de CO 2, N 2 O, CH 4 Aquecimento Global Degradação da terra Perda de Biodiversidade Eutrofização Poluição Extração de Água Rockstrom

3 Impactos previstos para o Brasil Intensificação das chuvas no Sul e Sudeste; O Nordeste deverá se tornar mais árido; Substituição gradual da floresta amazônica oriental por vegetação de savana; Diminuição na disponibilidade de água no semiárido; Aumento no nível do mar. (Fonte: Prof. Hernani Löebler, Dep. de Ciências Geográficas-UFPE)

4 Projeção de aumento de temperatura segundo o IPCC 2007

5 Temperatura da superfície do globo segundo IPCC2 013 IPCC AR5 WGI, 2013,

6 days 50 Número de dias com temperatura maior ou igual a 34 C em Campinas years

7 IAPAR 16/

8 Day 29/09 temperature 33 o C

9 Cenários Climáticos globais para América do Sul Projeções de anomalias de precipitação (mm/dia) para América do Sul, para o período de (Cenário A2), em relação ao período base de para 15 diferentes modelos climáticos globais, disponíveis através do IPCC.

10 Tmax (Precis-A2) 2010 media [⁰C] 8 a a a a a a -2

11 Tmax (Precis-A2) 2020 media [⁰C] 8 a a a a a a -2

12 Tmax (Precis-A2) 2030 media [⁰C] 8 a a a a a a -2

13 Tmax (Precis-A2) 2040 media [⁰C] 8 a a a a a a -2

14 Source : Porto de Carvalho et all.atmospheric Research 102 (2011)

15 Fotossíntese X Respiração Porter e Semenov, 2005

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17 Algumas tendências

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21 O QUE FAZER? Controlar o clima Adaptar-se Esperar Gaia Reduzir a concentração atmosférica dos gases do efeito estufa Gases de efeito estufa

22 AÇÕES PARA O SETOR AGROPECUÁRIO Recuperação/ reforma de pastagens Melhorament o genético Confinamento Integração Lavoura-pecuária Fonte: Cerri 2010

23 23

24 Principais ações Estimar as vulnerabilidades Estabelecer prioridades para mitigação Buscar opções de adaptação Transformar o aquecimento global num desafio de inovação e oportunidade de mercado 24

25 CONSEQUÊNCIAS PARA O CAFÉ

26 A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA Cultura: Café Arábica Zoneamento Atual irrigação necessária baixo risco climático irrigação recomendada risco de geadas risco de temp. elevadas alto risco climático AQUECIMENTO GLOBAL E A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL 2008

27 A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA Cultura: Café Arábica Cenário A2 - Ano Área de baixo risco 9,48% Prejuízo em milhões R$ 882,6 irrigação necessária baixo risco climático irrigação recomendada risco de geadas risco de temp. elevadas alto risco climático AQUECIMENTO GLOBAL E A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL 2008

28 A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA Cultura: Café Arábica Cenário A2 - Ano Área de baixo risco 17,15% Prejuízo em bilhões R$ 1,6 irrigação necessária baixo risco climático irrigação recomendada risco de geadas risco de temp. elevadas alto risco climático AQUECIMENTO GLOBAL E A NOVA GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL 2008

29 Zoneamento de Riscos Climáticos da Cultura do Café arábica Atual Espírito Santo Classe Área (Km2) Alto Risco Baixo Risco_Sequeiro Baixo Risco_Irrigado 3046 Alto Risco Baixo Risco Médio Risco

30 Zoneamento de Riscos Climáticos da Cultura do Café arábica Precis_2020_a2 Espírito Santo Classe Área (Km2) Alto Risco Baixo Risco_Sequeiro Baixo Risco_Irrigado 7384 Alto Risco Baixo Risco Médio Risco

31 Zoneamento de Riscos Climáticos da Cultura do Café arábica Precis_2070_a2 Espírito Santo Classe Área (Km2) Alto Risco Baixo Risco_Sequeiro Baixo Risco_Irrigado 1871 Alto Risco Baixo Risco Médio Risco

32 Zoneamento de Riscos Climáticos da Cultura do Café robusta Atual Espírito Santo Classe Área (Km2) Alto Risco Baixo Risco_Sequeiro Baixo Risco_Irrigado 612 Alto Risco Baixo Risco Médio Risco

33 Zoneamento de Riscos Climáticos da Cultura do Café robusta Precis_2020_a2 Espírito Santo Classe Área (Km2) Alto Risco Baixo Risco_Sequeiro Baixo Risco_Irrigado 1327 Alto Risco Baixo Risco Médio Risco

34 Zoneamento de Riscos Climáticos da Cultura do Café robusta Precis_2070_a2 Espírito Santo Classe Área (Km2) Alto Risco 3160 Baixo Risco_Sequeiro Baixo Risco_Irrigado 5734 Alto Risco Baixo Risco Médio Risco

35 Fruticultura de Clima Temperado Fonte: Wrege & Herter - Lab. Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado (2007)

36 Situação Atual Fruticultura de Clima Temperado Horas de frio (<7,2ºC) - 0 horas Horas de frio Valores 0 0, SC RS PR 50, Fonte: Wrege & Herter - Lab. Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado (2007)

37 Situação Atual + 1ºC Horas de frio (<7,2ºC) Fruticultura de Clima Temperado - 0 horas Horas de frio +1ºC Valores 0 0, , Fonte: Wrege & Herter - Lab. Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado (2007)

38 Situação Atual + 3ºC Horas de frio (<7,2ºC) Fruticultura de Clima Temperado - 0 horas Horas de frio + 3ºC Valores 0 0, , Fonte: Wrege & Herter - Lab. Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado (2007)

39 PROJEÇÃO: Aumento da Temperatura em 2 C

40 PROJEÇÃO: Aumento da Temperatura em 2 C

41 Porcentagem de perda Perda de produção (em 1000 US$) Área plantada (em mil ha) Perda de produção (em mil toneladas) Evolução da produção brasileira de milho Área plantada , , , Década , , , , , , , , ,0 - Perda de produção , , , , Década 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Porcentagem de perda 7,06% 5,63% 6,22% 6,33% Década $ ,00 $ ,00 $ ,00 $ ,00 $ ,00 $ ,00 Perda de produção (em US$) $- $ ,74 $ ,14 $ ,38 $ , Década

42 Porcentagem de perda Perda de produção (em 1000 US$) Área plantada (em mil ha) Perda de produção (em mil toneladas) Evolução da produção brasileira de soja , , , ,0 Área plantada , , , , Perda de produção , , , , , Década Década Porcentagem de perda Perda de produção (em US$) 5,00% 4,90% 4,80% 4,70% 4,60% 4,50% 4,89% 4,59% 4,65% 4,70% $ ,00 $ ,00 $ ,00 $ ,00 $ ,00 $ ,13 $ ,84 $ ,46 $ ,75 4,40% $ Década Década

43 23,80 23,60 23,67 23,40 Temp/ ( C) 23,20 23,00 23,11 23,35 22,80 22,85 22,60 22, ETP (mm) Periodo

44 44

45 45

46 46

47 47

48 48

49 49

50 High Risk Low Risk High Risk Low Risk

51 World Bank Report (P118037) Impacts of Climate Change on Brazilian Agriculture - May, 2012

52 Tendências 2020

53 Estoque de C (Mg ha-1) Estudo de Caso Santa Carmem, MT 80, Inicio do cultivo e plantio da pastagem Mudança de uso da terra X Estoques de C do solo 75,0 70,0 65,0 60,0 55, Introdução da ILP 50, J.L.N.Carvalho Dados não publicados

54 Com braquiária Sem braquiária S Tecnologia istema Santa Fé

55 Típico exemplo de adaptação No Brasil temos tecnologia para mudar...

56

57 Brasil, NE 2011 Essa não é a adaptação que procuramos!

58 Mas sim essa, com integração pecuária-floresta

59 Ou essa, com integração lavoura-pecuária-floresta

60 Fonte :Embrapa agrobiologia 60

61 Área com pastos degradados baixa taxa de lotação 61

62 Expressão de gene tolerante à seca na Soja P58: 2. BR16: 2 Figure 2.rd29A:DREB1A / ahastransgenic soybean plants (left,t 2 )andtheoriginal veriety, BR16plants (righ afterapplied P58 drought (BR-16 stress com (5%ofhumidity:29days, gene) then2.5%:17days). BR-16 Theplantswithout sem gene stress (15.0%) were growing normally liketheplants leftofthispicture. ThispicturewastakeninApril 17,thedaybefore9thevaluati in Figure 2.5% 3. Umidade do solo 2.5% Umidade do solo

63 Faixa potencial de utilização das soluções genéticas da biodiversidade do cerrado brasileiro Qual o valor disso?

64 Ciclo de Conferencias Biodiversidade e Mudanças Climáticas - FAPESP Obrigado Eduardo.assad@embrapa.br