Setor Externo CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA. Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!
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- Vergílio Bayer Fagundes
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1 Setor Externo 2 CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!
2 Comportamento cíclico da Balança Comercial A partir de 2001 a Balança Comercial aumentou sua importância nos resultados das Transações correntes e portanto, do Balanço de Pagamentos, ela muda a tendência negativa e passa a ter superávits acima de 4% do PIB afetando a longa fase de déficit da Conta Corrente. Muito antes da crise americana, se observa a redução dos saldos comerciais, que persiste até os dias atuais, com uma pequena reversão durante a crise econômica. Na fase ascendente, as exportações crescem a taxas mais elevadas que as importações a pesar da forte apreciação cambial do período. Na queda pós-2006, as exportações continuam crescendo, embora a taxas menores, com exceção de 2009 quando tem uma queda de 22,7%, o resultado líquido da balança comercial se mantém positivo porque a queda nas importações mais que compensa a redução nas vendas externas. 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 43,55 33,08 46,51 49,97 47,75 53,35 52,99 59,75 51,14 57,71 48,01 49,21 55,09 55,78 58,22 55,57 60,36 47,24 73,08 48, ,48 62,83 118,31 73,61 X M BC 137,81 91,35 160,65 120,62 197,94 173,11 152,99 127,70 201,92 181,77 256,04 226,25 242,58 223,18 242,18 239,63 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 2,55-10,00 Balança Comercial Brasileira (US$ bilhões) Fonte: MIDIC 62
3 Estagnação das exportações de alta intensidade tecnológica 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 As exportações brasileiras cresceram a taxas elevadas a partir de 2001 acompanhando o crescimento do comercio internacional. Quando se analisam as exportações dos Setores Industriais por Intensidade Tecnológica, se observa uma especialização nas exportações de baixa e média intensidade tecnológica. As exportações de alta intensidade tecnológica tiveram um crescimento modesto atingindo seu maior valor em 2008 (US$ 11,5 bilhões), mantendo uma baixa participação nas exportações totais, em torno de 6% em média. A especialização em produtos de baixa intensidade tecnológica sinaliza a pouca competitividade da indústria brasileira, independente do chamado custo Brasil. Mostra também que o desempenho das exportações está sujeitos à variabilidade dos preços das commodities e a falta de uma política industrial proativa que permita reverter esse quadro alta média-alta média-baixa baixa Evolução das Exportações de bens por intensidade tecnológica 1996 à 2013 (US$ bilhões) Fonte: MIDIC 63
4 Aumento das exportações de commodities Os produtos exportados por fator agregado são classificados em básicos, semimanufaturados, manufaturados e operações especiais. Semimanufaturados, são produtos com baixo processo de beneficiamento industrial, assim como alguns manufaturados, todos eles comercializados como commodities, cujos preços são fixados em bolsas de mercadorias (AEB, 2012) e portanto, passiveis de serem agrupados. A serie assim construída, mostra que as exportações de commodities tem uma participação cada vez maior no total exportado, passando de 41,26% em 1998, atingindo seu máximo em 2011(70%). Os produtos manufaturados não considerados commodities reduzem sua participação de 58% para 28% no mesmo período. 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 57,45 46,75 44,76 43,58 43,82 41,94 40,53 36,72 34,24 31,02 28,16 28,96 30, %COMMODITIES %MANUFATURADOS Par cipação das commodi es nas exportações Fonte: AEB / MDIC 64
5 Concentração dos mercados de destino Embora a propaganda oficial comemore a maior diversificação dos mercados de destino das exportações, os dados não confirmam esse fato. As exportações continuam concentradas em 5 mercados de destino responsáveis por 65% do total exportado, a mesma proporção de 1994! O que se observa é uma perda de mercado nos Estados Unidos e na União Europeia para a China e a substituição desses mercados pela própria China. A participação no mercado mundial que era de 2,3% na década de 50, se mantém em torno de 1,2% desde os anos Uniao Europeia Estados Unidos China Argen na Principais des nos das Exportações brasileiras (% do total exportado) Fonte: MDIC 65
6 Forte relação entre transações correntes e necessidade de poupança externa A conta de transações correntes brasileira é historicamente deficitária mostrando a necessidade de capitais externos para financiar esse déficit e o próprio crescimento da economia. A tendência muda em 2003 e se mantem positiva até 2007 coincidindo com um aumento no saldo da Balança Comercial tanto em termos absolutos quanto em proporção do PIB. Em relação aos Serviços, os valores relativamente estáveis até 2004, iniciam uma tendência crescente (negativa) acompanhando o crescimento do PIB. Duas subcontas chamam a atenção pela forte ampliação do déficit, Viagens internacionais e aluguel de equipamentos, atingindo US$ 19 bilhões em A conta de Rendas, tradicionalmente negativa em países receptores de capital estrangeiro, apresenta uma trajetória de melhora em termos do PIB, dos -3,6% do PIB em 2002 para -1,8% em A saída de recursos para o exterior pela conta renda dobrou entre 2004 e 2013 atingindo US$ 39,8 bilhões TC Serviços BC RENDA Componentes da Conta Corrente (US$ milhões e par cipação no PIB) Fonte: Banco Central do Brasil 66
7 Déficit em Transações correntes exigem maior entrada de investimento estrangeiro direto O Gráfico resume os resultados da Conta Corrente brasileira desde 1994 em valores e como percentual do PIB, assim como o ingresso de investimento estrangeiro direto (IED). É possível observar que o país, depois de um raro intervalo de superávits voltou a apresentar déficits. Desde 2008 o resultado é negativo, e evoluiu de 0,11 em 2007 até -3,6% do PIB em Em valores absolutos, significa uma mudança de financiador do resto do mundo em US$ 1,56 bilhões para precisar de financiamento de US$ 81 bilhões, recorde histórico, coberto por entrada de investimentos estrangeiros que atingiram US$ 64 bilhões em ,00 60,00 40,00 20,00 0,00-20,00-40,00-60,00-80,00-100,00-1,81-18,38-23,50-30,45-33,42-25,33-24,22-23,21-7,64 4,18 11,68 13,98 13,64 1,55-28,19-24,30-47,27-52,47-54, TC IED TC/PIB Inves mento estrangeiro direto e Transações correntes (US$ bilhões e % do PIB) -81,07 3,00 2,00 1,00 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00-5,00 Fonte: Banco Central do Brasil 67
8 Acumulação de Reservas internacionais supera dívida externa Os dados indicam que o Brasil tem desde 2007 uma dívida externa líquida negativa tornando o país credor externo pela primeira vez. A razão dívida liquida/pib passou de 32,7% em 2002 para -0,9% em 2007 com reservas cambiais de US$ 180,3 bilhões. Nesse ano, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 87,45 bilhões explicando o maior acumulo de reservas por parte do Banco Central. Esse processo de redução da dívida se acentua no decorrer do período atingindo -4,2 do PIB e com acumulação de reservas de US$ 358,8 bilhões em O fluxo cambial ficou negativo em US$ 12,26 bilhões, mostrando a menor entrada de dólares no país tanto pelo segmento financeiro quanto pelo comercial e a inversão no processo de acumulação de reservas iniciado em 2000, a redução embora pequena (de US$ 373,14 bilhões em 2012 para US$ 358,8 em 2013), pode significar uma mudança de tendência. FLUXO CAMBIAL (US$ BILHÕES) Fluxo cambial, reservas e dívida externa liquida/pib (US$ milhões e % do PIB) Fonte: Banco Central do Brasil 68
9 Elevado ingresso de IED e fraca participação no PIB O volume de IED que ingressou no país a partir de 1994 tem sido crescente salvo nos períodos de crise, o IED atingiu o seu maior valor, US$ 66,6 bilhões, em Os investimentos em carteira, mais voláteis, tem atingido também valores expressivos nos dois sentidos, saídas de US$ 5,1 bilhões na crise de 2002 e ingressos líquidos de US$ 63 bilhões em 2010 consolidando o Brasil como um dos principais destinos do capital internacional. Usando o indicador IED/PIB e comparando alguns países que atraíram menores volume de IED, se observa que o Brasil fica atrás de países como Canada, Rússia, Colômbia, Chile e Peru. Inves mentos estrangeiros no Brasil e em países selecionados (US$ milhões e % do PIB) Fonte: Unctad e BCB 69
10 Descolamento do quantum do comportamento do câmbio Embora crescentes as exportações tiveram um desempenho ruim apesar da melhoria nos termos de troca. A quantidade exportada se manteve praticamente estável a partir de 2005 com taxa de câmbio efetiva depreciada e preços elevados devido ao aumento da demanda chinesa. A quantidade importada se descola da depreciação real e mantem a trajetória ascendente, salvo no período da crise de O crescimento do quantum importado em períodos de alta do câmbio real, pode ser explicado pelo crescimento da economia no período analisado e da importação de combustíveis e bens de capital. 600,0 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 0, Exportação Importação TCER INPC Taxa de cambio efe va e Quantum do comércio Quantum (base: media 1996=100) 160,00 140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 Taxa de cambio efe va real e valor das exportações (US$ milhões) TCER INPC exportações índice (media 2005=100) Fonte: MDIC e IPEDATA Fonte: MDIC e IPEDATA 70
11 Após a crise norte-americana a correlação entre risco e taxa de câmbio desaparece A queda persistente no risco-país a partir de 2002, de 1423 pontos para 224 em 2013, sinaliza para os investidores um cenário macroeconômico mais estável e com menor incerteza, permitindo que o país tenha melhor acesso a investimentos diretos, e em carteira. O maior acesso ao mercado financeiro internacional se traduz em elevada oferta de dólares no País, afetando a taxa de câmbio que se aprecia passando de R$ 3,53 por dólar na média de 2002 para R$ 1,77 por dólar na média de De forma inversa, o aumento no risco-país, piorara o acesso ao financiamento externo, depreciando a taxa de cambio se não houver intervenção do Banco Central. O que se observa a partir de 2010 é o aumento na taxa de câmbio com redução do risco. 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0, R$ / US$ EMBI+ 2,34 2, , Risco país (EMBI+) e taxa de câmbio nominal Fonte: IPEDATA 71
12 Intervenção cambial em regime de câmbio flexível e guerra cambial O gráfico apresenta as intervenções do Banco Central, os swaps e a taxa de câmbio nominal real/dólar, de 2000 a Em períodos de depreciação cambial as operações de venda de dólares (valores negativos) aumentam para evitar o aumento do preço do dólar. As compras foram realizadas em períodos de apreciação do real, reforçando o acumulo de reservas evitando uma apreciação maior. O recurso a swaps foi muito forte em 2002 e 2008, períodos de crise, fuga de capitais e depreciação do real. As compras aumentam a partir do final de 2005, coincidindo com o período de queda do preço do dólar. A variação da cotação do dólar está relacionada com o saldo do movimento do câmbio nos canais comercial e financeiro Intervençoes SWAP R$/US$ Intervenções do Banco Central e câmbio nominal (US$ bilhões e R$/US$) 4,5000 4,0000 3,5000 3,0000 2,5000 2,0000 1,5000 1,0000 0,5000 0,0000 Fonte: BCB e Secretaria do Tesouro 72
13 Balanço de pagamentos em queda O Gráfico mostra o resultado da Balança de Pagamento brasileira desde o primeiro trimestre de 1993 até o quarto trimestre de O saldo trimestral do BP sofre fortes oscilações. É possível observar no entanto, períodos de elevados déficits que se seguiram a saldos positivos do BP e que coincidem com crises econômicas externas, a crise russa de 1998 e a crise americana de O último movimento de forte queda no saldo do BP não parece ligado diretamente a uma crise externa e sim a fatores domésticos, criados pela deterioração dos fundamentos macroeconômicos e ao aumento da incerteza sobre o desempenho da economia brasileira , , , , ,0000 0, , , , T T T T T T T T T T T , T , T T T T T T T T T T T T T T T T T T , T T T , T T T T , T T T , T T3 Balanço de pagamentos (US$ bilhões) Fonte: Banco Central do Brasil 73
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