FACULDADE DE LETRAS/ UFRJ VÍTOR DE MOURA VIVAS NOVOS ENFOQUES SOBRE A FLEXÃO VERBAL EM PORTUGUÊS: ABORDAGEM FORMAL E SEMÂNTICA DO MECANISMO FUSÃO

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1 FACULDADE DE LETRAS/ UFRJ VÍTOR DE MOURA VIVAS NOVOS ENFOQUES SOBRE A FLEXÃO VERBAL EM PORTUGUÊS: ABORDAGEM FORMAL E SEMÂNTICA DO MECANISMO FUSÃO Rio de Janeiro Fevereiro de

2 FACULDADE DE LETRAS/ UFRJ NOVOS ENFOQUES SOBRE A FLEXÃO VERBAL EM PORTUGUÊS: ABORDAGEM FORMAL E SEMÂNTICA DO MECANISMO FUSÃO Vítor de Moura Vivas VOLUME ÚNICO Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras (Letras Vernáculas), Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas, na Área de Concentração Língua Portuguesa. Orientador: Prof. Doutor Carlos Alexandre Victorio Gonçalves Rio de Janeiro Fevereiro de

3 Novos enfoques sobre a flexão verbal em português: abordagem formal e semântica do mecanismo fusão Orientador: Prof. Dr. Carlos Alexandre Victorio Gonçalves Dissertação de mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). Examinada por: Presidente, Professor Doutor Carlos Alexandre Victorio Gonçalves - UFRJ. Professora Doutora Maria Lucia Leitão de Almeida - UFRJ Professora Doutora Mônica de Toledo Piza - UFRRJ Professora Doutora Eliete Figueira Batista da Silveira - UFRJ Professor Doutor Roberto Botelho Rondinini - UFRRJ 3

4 Nº?? VIVAS, Vítor de Moura. Novos enfoques sobre a flexão verbal em português: abordagem formal e semântica do mecanismo fusão. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas - Língua Portuguesa)- Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras. Orientador: Carlos Alexandre Victorio Gonçalves 1. Morfologia. 2 Flexão Verbal. 3. Fusão. 4. Letras Teses I. Gonçalves. Carlos Alexandre Victorio. (Orientador) II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa de Pós - Graduação em Letras Vernáculas. III. A fusão de categorias verbais no português. CDD: 4

5 SINOPSE Abordagem dos padrões de fusão na morfologia verbal portuguesa tendo em vista fundamentação semântica / formal e a sistematicidade / produtividade do processo. 5

6 Novos enfoques sobre a flexão verbal em português: abordagem formal e semântica do mecanismo fusão Orientador: Carlos Alexandre Victorio Gonçalves Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Faculdade de Letras, da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). O mecanismo fusão, apesar de sistemático e produtivo, está à margem dos estudos de morfologia do português. A fusão é uma operação na qual uma modificação num tema de um vocábulo revela a manifestação de um conteúdo relevante para a base. Para o enfoque estruturalista, qualquer processo que não envolva encadeamento estrito de formas constitui um problema. O foco da Dissertação são as fusões que ocorrem em verbos; demonstramos que a morfologia flexional portuguesa se organiza não só por concatenação de afixos, mas também por fusão. Explicitamos diversos expedientes de fusão ditongação, mudança consonantal, inserção consonantal, haplologia, alternância vocálica que manifestam conteúdos de tempo e de número-pessoa. Damos conta do polo semântico utilizando Bybee (1985) e Gonçalves (2005) e formalizamos o fenômeno da alternância vocálica com base em McCarthy (1979, 1981) e Clements & Hume (1995). Rio de Janeiro Fevereiro de

7 New approaches to verbal inflection in portuguese: focus formal and semantic of the mechanism fusion Advisor: Carlos Alexandre Victorio Gonçalves Abstract of Master s Thesis presented to Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Faculdade de Letras, da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Portuguese. The mechanism fusion, although systematic and productive, is outside the morphological studies of Portuguese. The fusion is an operation in which a change in the stem of a word reveals the manifestation of a content relevant. For the structuralist approach, any process that does not involve strict chain of forms is a problem. The focus of the Thesis are the fusions that occur in verbs; we demonstrate that the Portuguese inflectional morphology is organized not only by concatenation of affixes, but also by fusion. We evidence various fusion s expedients diphtongization, consonant shift, consonant insertion, haplology, vowel shift that manifest verbal content of tense and number. We analyse the semantic pole using Bybee (1985) and Gonçalves (2005) and we formalize the phenomenon of vowel shift based on McCarthy (1979, 1981) and Clements and Hume (1995). Rio de Janeiro February

8 AGRADECIMENTOS A Deus, por me abrir sempre os melhores caminhos, permitir-me conhecer as pessoas certas, guiar a minha trajetória pessoal e profissional. Ao Carlos Alexandre, por respeitar a minha opinião e ouvir, atentamente, as minhas ideias desde a Iniciação Científica; por acreditar no meu potencial; por se colocar, em todos os momentos, como um orientador amigo, por fazer suas revisões sempre perfeitas e por ter construído uma produção intelectual de valor estimável, que contribuiu, sobremaneira, à minha Dissertação. Ao meu pai, por, com a minha mãe, ter dado todo apoio a mim desde a infância; por ser um exemplo na área das Letras, que sempre me orgulhou, incentivando-me a enveredar pelos caminhos da Língua Portuguesa. À minha mãe, pela dedicação, paciência e amor demonstrados em cada momento da vida; pelo apoio constante e diário; por, assim como o meu pai, ser um grande exemplo na área do Magistério. Ao meu irmão, por ser um grande amigo em todas as horas. Aos meus tios e primos, por se comportarem como pais e irmãos, me fazem sentir mais seguro e feliz. Aos meus avós (in memoriam), pelo amor e carinho dedicados, tornando-me uma pessoa querida. Aos meus amigos, por, a cada dia, fazerem de mim, uma pessoa melhor nas risadas, nas críticas e nas festas. Aos amigos João Vicente e a Hayla, por terem me ajudado a manusear as ferramentas computacionais ensinando-me a acertar figuras e ajustar traços. Ao amigo Felipe, quase londrino, por ter realizado a revisão do resumo em inglês. 8

9 A todos os meus Professores de Português da UFRJ, da Graduação e do Mestrado, que, com todo o seu conhecimento e atenção, fizeram com que eu me empolgasse, cada vez mais, com a pesquisa em língua portuguesa e ficasse seguro do caminho a percorrer. À Professora Silvia Rodrigues Vieira, que, no segundo período da Faculdade, me fez ter a certeza de que deveria seguir a trajetória acadêmica. À Professora Maria Lucia Leitão de Almeida, por, numa prova de Monitoria, ter me incentivado a conhecer o NEMP e a pesquisar sobre Morfologia com o Professor Carlos Alexandre Gonçalves levando a que eu me encontrasse nos rumos da pesquisa; além de sempre me dar força e acreditar em mim desde os tempos das aulas de Semântica na Graduação. Aos meus alunos da UFRJ, por me fazerem aprender mais e mais sobre o português com suas dúvidas e interesse, o que muito me auxiliou na elaboração da Dissertação. Ao Professor Mauro José Rocha do Nascimento, que, ao utilizar, na sua Prova de Aula para Professor Adjunto de Língua Portuguesa da UFRJ, alguns aspectos da minha pesquisa sobre fusão, além de me deixar orgulhoso e lisonjeado, incentivou-me a pesquisar mais e mais esse fenômeno. A todas as pessoas, que participaram, de alguma forma, da minha trajetória, ensinando-me lições sobre viver. À CAPES, pelos primeiros dezoito meses de apoio financeiro com a Bolsa de Mestrado. À FAPERJ e ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, por terem me concedido a oportunidade de ser Bolsista FAPERJ Nota 10 nos últimos seis meses do Mestrado. 9

10 Há um tempo em que é preciso abandonar/ As roupas usadas/que já têm a forma do nosso corpo/e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares./é o tempo da travessia/e se não ousarmos fazêla/teremos ficado para sempre/à margem de nós mesmos (Fernando Pessoa, Tempo de Travessia) 10

11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ENFOQUES SOBRE A ALTERNÂNCIA VOCÁLICA EM PORTUGUÊS Revisando a modificação na base em português Irregularidades no tema de pretérito perfeito do indicativo Quanto à vogal temática Alternância vocálica no radical Ditongação no radical Realização ou não da nasal Irregularidades no tema de presente do indicativo Mudança da consoante final do radical Alargamento da vogal do radical Acréscimo de uma consoante final ao radical Realização da consoante nasal Irregularidades no futuro Verbos anômalos Acertando pontos a partir da Revisão Teórica MOTIVAÇÃO ENTRE FORMA E CONTEÚDO A relevância semântica Focalizando a fusão de categorias gramaticais A FUSÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA A informação de tempo presente Alternância vocálica: oposição entre presente do indicativo e pretérito perfeito do indicativo Vogal média-aberta: informação de presente Ditongação na sílaba tônica do radical: informação de presente

12 Mudança na consoante final do radical: fusão da informação de presente Expediente morfológico para informação de presente: fusão Fusão da noção gramatical de pretérito perfeito Noção de futuro: fusão por haplologia Fusão de número-pessoa Fusão número-pessoal por ditongação Fusão por mudança na consoante final do radical Fusão número-pessoal por alternância vocálica Fusão levada às últimas consequências Palavras finais MORFOLOGIA NÃO-LINEAR: FUSÃO POR ALTERNÂNCIA VOCÁLICA Morfologia Autossegmental (MCCARTHY, 1979, 1981): fundamentação teórica e instrumental de análise A fusão por alternância vocálica no português Algumas assunções teóricas da Geometria de Traços O nó de abertura e a interpretação de altura vocálica Formalização da operação fusão por alternância vocálica no paradigma verbal Fusão por alternância vocálica: conteúdo de presente A fusão número-pessoal no padrão A A fusão número-pessoal no padrão B Fusão: operação não-linear sistemática e formalizável

13 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

14 I. INTRODUÇÂO No presente trabalho, pretendemos explicitar que a fusão, aqui entendida como alteração na constituição fonológica da base (radical + vogal temática), constitui expoente de informação gramatical, sendo regular e produtiva no português contemporâneo. A morfologia flexional do português não se estrutura apenas por concatenação de afixos; no nosso entendimento, há padrões de fusão responsáveis por manifestar os mesmos conteúdos gramaticais expressos pela adjunção de desinências. Neste trabalho, focalizamos o verbo; desse modo, analisamos fusões nos conteúdos veiculados pelos afixos de MTA (modo-tempo-aspecto) e NP (número-pessoa). A literatura morfológica sobre o português, ao explicar mudanças nos radicais, focaliza apenas o polo formal. Em geral, faz-se uma apresentação exaustiva de paradigmas formais, explicitando eventuais regularidades. Todavia, o polo semântico é desconsiderado. Desse modo, a fusão, produtiva e regular, tende a escapar ao olhar do morfólogo. Os únicos casos de mudança no radical que manifestam conteúdo gramatical apontados, com certa frequência, são os de alternância vocálica (morfêmica e submorfêmica): form[o]so / form[ɔ]sos (submorfema de número plural); form[o]so / form[ɔ]sa (submorfema de gênero feminino) e av[o] / av[ɔ] (morfema de gênero); t[i]ve / t[e]ve (morfema de NP). Para a literatura morfológica tradicional, a alternância vocálica é improdutiva em português e acontece em pouquíssimos casos. Essa visão, apesar de errônea, é comum, porque mudanças formais no radical constituem um problema para o mapeamento biunívoco entre morfe e morfema (AZUAGA, 1996; GONÇALVES & ALMEIDA, 2008). Às vezes, uma informação gramatical não se dá por acréscimo de afixos, mas por reduplicação total ou parcial, encurtamento, mudança na base. Na literatura morfológica 14

15 de inflexão estruturalista, afixos informam conteúdos; sendo assim, a fusão (assim como os outros processos não-lineares), apresenta-se como uma dificuldade para a descrição formal: esse aporte teórico não consegue formalizar uma informação que não seja dada por encadeamento de formas, além de negligenciar a descrição semântica. O Estruturalismo não oferece instrumentos eficazes para explicar como uma mudança no radical, e não um afixo, manifesta um conteúdo, sendo, por isso mesmo, o próprio expoente da informação morfológica. Pretendemos, nesta Dissertação, explicitar como esses polos se correlacionam na fusão. Defendemos a hipótese de que modificações formais na base verbal, mesmo quando condicionadas fonologicamente, têm uma contraparte semântica: informam tempo (passado, presente, futuro) e número-pessoa (1ª pessoa do singular; 3ª pessoa do singular). Fundamentando-nos em Bybee (1985), para quem a forma de superfície é motivada semanticamente, evidenciamos o aporte que nos permite entender que modificações formais no radical revelam fusões de conteúdos semânticos (polo semântico). Quanto ao polo formal, conseguimos formalizar a fusão por alternância vocálica, principal objeto da nossa Dissertação, através da Morfologia Autossegmental (McCARTHY, 1979; 1981). Nossa Dissertação estrutura-se da seguinte maneira: no capítulo 2, Enfoques sobre a alternância vocálica em português, demonstramos como a literatura morfológica trata esse tipo de mudança no radical de verbos. Geralmente, os autores fazem uma análise exaustiva dos padrões formais na conjugação verbal, evidenciando casos de alternância vocálica ( fiz ; fez ); mudança da vogal temática ( ver ; visse ); ditongação no radical ( passeio ); realização ou não da nasal ( vim ; vir ); mudança da consoante final do radical ( perco ; perder ); acréscimo de consoante ao radical ( vejo ; ver ), mas não abordam a contraparte semântica dessas mudanças formais. A 15

16 alternância vocálica é o único caso de mudança formal que manifesta conteúdo gramatical geralmente apontado pelos autores: t[i]ve / t[e]ve, f[i]z / f[e]z (informação número-pessoal); p[o]de / p[ɔ]de (informação de MTA); t[i]nha / t[e]nha, p[u]nha / p[o]nha (informação de MTA). Monteiro (1991) explicita também a alternância consonantal que reforça número-pessoa: faço / fazes, digo / dizes, trago / trazes, peço / pedes. De uma forma geral, esses casos são tratados como improdutivos. No capítulo 3, Motivação entre forma e conteúdo, fundamentando-nos em Bybee (1985) e Gonçalves (2005), apresentamos o aporte teórico que nos permite considerar que mudanças formais têm uma contraparte semântica. Assim, demonstramos as causas para as mudanças no radical, que, como ressaltamos, seriam problemas para a abordagem estruturalista. No capítulo 4, A fusão em língua portuguesa, apresentamos diversos casos de fusão na morfologia do verbo; assim, demonstramos que esse processo é sistemático e regular tanto na informação de tempo (passado, presente e futuro) como na informação de número-pessoa (1ª pessoa do singular; 3ª pessoa do singular). No capítulo 5, Morfologia Não-Linear: fusão por alternância vocálica, sintetizamos as principais ideias da Morfologia Autossegmental (McCARTHY, 1979, 1981) e demonstramos como esse modelo oferece instrumental adequado para a representação de processos morfológicos não-lineares. Com base na Morfologia Autossegmental (1979, 1981) e nas assunções de Clements & Hume (1995) para o traço de abertura vocálica, propomos uma formalização para a fusão por alternância vocálica, principal foco de nosso trabalho. Já no capítulo 6, Considerações Finais, sintetizamos os principais aspectos apontados na Dissertação e as conclusões a que chegamos com a pesquisa. 16

17 Pretendemos, com esta Dissertação, dar conta da sistematização de um processo regular e produtivo na morfologia verbal do português: a fusão. Objetivamos 1) explicitar as variadas estratégias formais de fusão (ditongação, alternância vocálica, mudança consonantal, entre outras); 2) demonstrar como a fusão constitui exemplo de iconicidade na língua; 3) comprovar que alguns zeros morfológicos são casos de fusão que passaram despercebidos pela maior parte dos morfólogos do português e 4) propor uma formalização para a fusão por alternância vocálica. Esta Dissertação evidencia que fenômenos de morfologia não-linear, apesar de considerados marginais pelo enfoque estruturalista, podem ser regulares e produtivos. Esperamos que a pesquisa, mais do que ser uma semente para novos trabalhos sobre a fusão, demonstre a necessidade de um olhar mais cuidadoso para processos dessa natureza. 17

18 2. ENFOQUES SOBRE A ALTERNÂNCIA VOCÁLICA EM PORTUGUÊS Neste capítulo, observamos o tratamento da literatura morfológica sobre o português para a alternância vocálica ou outra mudança na base dos verbos que expressa alguma informação gramatical. Começamos analisando o que há de consolidado sobre esses fenômenos na descrição dessa língua Passeio pela tradição morfológica A maioria dos autores tece considerações gerais apenas sobre a alternância vocálica. Essa alternância é tratada ao se falar sobre o morfema e o submorfema alternativo (também chamado substitutivo ou replacitivo). Carone (1999) não apresenta nenhum comentário sobre alternância vocálica e mudança no radical que estejam a serviço da flexão. Kehdi (1990) descreve a alternância vocálica ao tratar dos morfemas alternativos. Distingue o autor três casos de alternância vocálica, afirmando serem bastante frequentes em português. A primeira é a que ocorre entre [e], [ɛ]; [o], [ɔ]. Kehdi (1990) demonstra que essa diferença de timbre ocorre na oposição singular / plural, como em [o]lho ; [ɔ]lhos, e na oposição masculino / feminino, a exemplo de [e]sse ; [ɛ]ssa. Tal alternância ocorre também nos verbos e, para o autor, serve à distinção entre a primeira pessoa do singular (b[e]bo) e as outras pessoas que apresentam acento tônico no radical no presente do indicativo (b[ɛ]bes, b[ɛ]be, b[ɛ]bem). A outra alternância apontada por Kehdi (1990) é a que ocorre entre [e], [i]; [o], [u]. Essa diferença, entre vogal média fechada e vogal alta, estabelece oposição entre 18

19 pronome animado e pronome neutro: aqu[e]le, aqu[i]lo; t[o]do, t[u]do. Essa mesma alternância serve também para a distinção entre primeira e terceira pessoa nos verbos, do pretérito perfeito, com vogal tônica no radical (chamados verbos fortes): f[e]z, f[i]z ; p[o]s, p[u]s. A terceira alternância apontada pelo autor é a que se dá entre [i], [ɛ]; [u], [ɔ]. Esta ocorre em verbos da terceira conjugação e diferencia, no presente do indicativo, a primeira pessoa do singular das demais que apresentam acento tônico no radical: f[i]ro, f[ɛ]res, f[ɛ]re, f[ɛ]rem. Aponta Kehdi (1990) que a alternância vocálica, em português, é geralmente redundante. Em outras palavras, reforça uma noção já expressa por outro morfema 1. Para o autor, os únicos casos em que a alternância é por si só distintiva são os seguintes: (a) indicação de gênero em exemplos como av[o], av[ɔ] ; e (b) indicação de pessoa na alternância entre [o], [u]; [e], [i] nos verbos fortes ( f[e]z ; f[i]z ; p[o]s, p[u]s ). Esses casos, realmente, não têm uma outra marca, além da alternância vocálica, para auxiliar na oposição funcional. Em outras palavras, não há elemento morfológico adjungido para expressar gênero (a) e número-pessoa (b). Na alternância entre [i], [ɛ]; [u], [ɔ], diferentemente, há uma desinência também atuando na distinção de númeropessoa: f[i]ro, f[ɛ]res ; ac[u]do, ac[ɔ]des. Na terceira pessoa, com relação a f[ɛ]re ; ac[ɔ]de, é importante levantarmos um questionamento: há uma ausência de marca formal e isso é percebido através da análise do paradigma verbal. Na expressão do presente do indicativo, -o indica primeira pessoa do singular; -s, segunda pessoa do singular, -mos, primeira do 1 Neste capítulo, quando estamos referenciando abordagens estruturalistas, utilizamos o vocabulário empregado pelos autores e, por isso mesmo, fazemos uso de termos como morfema e submorfema. 19

20 plural; -is, segunda do plural; -/N/ 2, terceira do plural e, na indicação de 3ª pessoa do singular, atuaria, segundo a tradição estruturalista, um morfe zero. Quando uma ausência formal manifesta o conteúdo de 3ª pessoa, a abertura ( ac[ɔ]de ) seria o único elemento distintivo ou uma redundância na expressão número-pessoal manifestada, primariamente, pelo morfema zero? Defendemos a hipótese de que a língua busca meios de expressar um conteúdo, através de mudança no radical, quando não há um afixo para realizar a categoria gramatical em questão; a alternância vocálica é um desses meios. Portanto, a informação de 3ª pessoa, em ac[ɔ]de não se dá por concatenação de constituintes, mas por modificação na qualidade da vogal tônica do radical. Kehdi (1990) demonstra uma maneira, segundo ele, mais econômica de formalizar a alternância vocálica. Afirma que, por razão de economia descritiva, a melhor estratégia seria estabelecer como formas básicas as de vogal mais aberta. Desse modo, para descrever a alternância na distinção singular / plural dos nomes, bastaria dizer que a vogal se fecha no singular ( /ɔ/lhos /o/lho ). Se partisse do singular, o autor teria de dar conta de exceções como b/o/lso, b/o/lsos, em que a abertura não se faz presente. No paradigma verbal, o mesmo ocorreria, já que, em t/e/mo ; t/e/mes, não há abertura na segunda pessoa, mesmo sendo um verbo de segunda conjugação. Na verdade, a abertura, em t/e/mes, não acontece porque, antes de consoante nasal, vogais são realizadas como fechadas e nasalizadas. Partindo da forma com vogal aberta, Kehdi (1990) defende não ocorrer exceção t/e/mes t/e/mo ; b/ɛ/bes b/e/bo. Nesses termos, a regra seria a seguinte: a vogal tônica fecha-se na primeira pessoa do singular. 2 Estamos seguindo a proposta de M. Câmara Jr. (1970) para o tratamento da nasalidade vocálica e, consequentemente, para a marca morfológica de 3ª. pessoa do plural. Em muitas obras (p. ex., Monteiro, 1991), admite-se m como desinência. 20

21 A proposta de Kehdi (1990) é bastante questionável. Em primeiro lugar, não se observa a economia descritiva desejada, visto que há exemplos em que o singular e o plural têm vogal aberta: s/ɛ/de, s/ɛ/des ; p/ɔ/rta, p/ɔ/rtas ; b/ɔ/la, b/ɔ/las ; m/ɔ/la, m/ɔ/las. Além disso, a vogal fechada é o padrão (default): com relação aos nomes, a abertura da vogal é o expoente secundário da noção de plural, coocorrendo com o afixo -s. Quanto aos verbos, se focalizarmos a realização de vogal média na primeira conjugação, por exemplo, verificamos que a vogal média-fechada ( /e/ ou /o/ ) é, também, a forma básica (default): s/o/carei, s/o/quei, s/o/cava, s/o/caria e s/e/carei, s/e/quei, s/e/cava, s/e/caria ; a vogal aberta (/ɛ/ ou /ɔ/) só ocorre nas formas rizotônicas ( s/ɔ/co, s/ɔ/que, s/ɔ/ca ; s/ɛ/co, s/ɛ/que, s/ɛ/ca ). Laroca (1994) também só trata de algum tipo de mudança no radical ao abordar a alternância vocálica; fornece exemplos da alternância vocálica atuando como morfema em verbos, na indicação de número-pessoa e modo-tempo, como em f[i]z / f[e]z ; t[i]ve / t[e]ve ; est[i]ve / est[e]ve ; p[u]de / p[o]de ; p[ɔ]de / p[o]de, e em nomes, na indicação de gênero: av[o] / av[ɔ]. A autora expõe a alternância opondo tempos diferentes: p[o]de expressa P3 3 do pretérito perfeito do indicativo e p[ɔ]de, P3 do presente do indicativo, dado não demonstrado pelos outros autores até então citados. Laroca (op. cit.) não explicita casos de alternância vocálica redundante. Rolim de Freitas (1991) aponta a mudança de vogais em dois momentos de sua análise: na abordagem de morfemas redundantes e na abordagem de morfemas suprafixos (morfemas que, segundo o autor, se constituem unicamente de fonemas suprassegmentais). Para o primeiro tipo de morfema, dá o exemplo de form[ɔ]sas. Já 3 Utilizaremos, nesta Dissertação, P1, P2, P3, P4, P5 e P6 para nos referirmos às primeira, segunda, terceira pessoa do singular e às primeira, segunda e terceira pessoa do plural, respectivamente. 21

22 para o segundo 4, aponta a alternância opondo nomes com significados distintos (s[e]de / s[ɛ]de) e casos de oposição entre P1 e P3 no pretérito perfeito. Essa última situação é a única apontada por Petter (2003) ao tratar da alternância, explicitada numa seção chamada Processos Morfológicos. Não concordamos com a oposição por alternância vocálica em s[e]de / s[ɛ]de, visto que s[e]de e s[ɛ]de são dois itens vocabulares diferentes com significados também distintos. Lopes (2003) e Zannoto (1986) também abordam mudança no radical ao mencionar a alternância vocálica no tratamento dos morfemas alternativos. Lopes (2003) cita Kehdi (1990) e explicita as três alternâncias vocálicas apontadas pelo autor e afirma, também reforçando Kehdi (1990), que a alternância vocálica costuma ser redundante, excetuando a indicação de gênero em av[o] / av[ɔ] e a indicação de primeira pessoa do singular e terceira pessoa do singular em alguns verbos irregulares do pretérito perfeito: f[e]z / f[i]z. Zannoto (1986), ao abordar a alternância vocálica, mostra que esta pode ser morfêmica ou submorfêmica e dá exemplos em verbos e nomes. A alternância é morfêmica em casos como av[o] / av[ɔ], nos nomes, e f[u]i / f[o]i ; t[i]ve / t[e]ve ; p[u]nha / p[o]nha, nos verbos. A alternância é submorfêmica em exemplos como p[o]rto / p[ɔ]rtos ; tij[o]lo / tij[ɔ]los, nos nomes, e f[i]ro / f[ɛ]res ; d[u]rmo e d[ɔ]rmes, nos verbos. A alternância opondo pretérito imperfeito do indicativo e presente do subjuntivo em p[u]nha / p[o]nha é um exemplo novo em relação aos autores já citados. 4 O autor trata como um caso de suprafixo a alternância em [o]vo / [ɔ]vos. Na literatura morfológica, em geral, essa abertura vocálica é tratada como reforço da informação de plural. 22

23 Sandmann (1991) não explicita a alternância vocálica. A mudança no radical é abordada numa seção chamada Mudanças na base ou no radical. Nessa seção, demonstra que, em processos derivacionais, é frequente a mudança de bases ou radicais. O autor aponta que é comum ocorrer mudanças quando os substantivos terminam em -ção, -são ou ão e cita casos como variacionista, de variação ; feijoada, de feijão. A mudança de base através da passagem de [k] a [s] ( prático [k] praticidade [s]; drástico [k]; drasticidade [s]) também é explicitada pelo autor. Sandmann (op. cit.) mostra que há mudança de radical em cruzes ; lugares ; males. Diz ser o radical no singular sem e final (cruz-) ou i final (animal) e o radical no plural com e final (cruze-) ou i final (animai-). Câmara Jr. (2006) não trataria cruze ; lugare ; male como radicais, mas como temas teóricos; outros autores (LAROCA, 1994) alegam que es é responsável pela indicação de número. Monteiro (1991) aborda a alternância vocálica ao tratar da alomorfia. Mostra, então, que a expressão de gênero, nos nomes, pode ser realizada por um morfema alternativo, assim como a indicação de número-pessoa, nos verbos. Desse modo, haveria alomorfia na expressão de gênero e de número-pessoa, pois essas informações podem ser expressas por desinências ou por mudança no radical. Dois exemplos dados já foram aqui citados: distinção entre primeira e terceira pessoa no pretérito perfeito (f[i]z / f[e]z); indicação de gênero em av[o] / av[ɔ] ; reforço de número-pessoa: s[u]mo / s[o]mes. Além disso, Monteiro (1991) fala de reforço de número-pessoa por mudança na consoante final do radical (chamada alternância consonantal pelo autor): faço / fazes ; digo / dizes ; trago / trazes ; peço / pedes. Koch & Souza e Silva (1989) apontam para a alternância vocálica ao abordarem a expressão de gênero e número. Mostram ser a alternância vocálica um caso de 23

24 alomorfia da expressão dessas noções. Na expressão de gênero, em casos como form[o]so, form[ɔ]sa ; n[o]vo, n[ɔ]va, apontam ser a alternância vocálica redundante, já que atuariam dois morfemas: o aditivo e o alternativo. Em exemplos como av[o] ; av[ɔ], acontece, para as autoras, alternância vocálica não redundante, visto que ocorre apenas o morfema alternativo. Na expressão de número, as autoras também afirmam ser a alternância vocálica uma alomorfia da expressão de número. Apontam que, na expressão do plural, ocorre morfema alternativo redundante. Assim, em c[o]rpo, c[ɔ]rpos ; p[o]vo, p[ɔ]vos, além da marca de plural, s, ocorre o morfema alternativo e, por isso, haveria redundância na informação de número. Como ressaltamos mais acima, Câmara Jr. (1970) considera a alternância que indica uma informação redundante um submorfema e a alternância que, por si só, indica uma informação gramatical um morfema. Dá exemplos em nomes, assim como fazem Koch & Souza e Silva (1989), e mostra a alternância em verbos no pretérito perfeito indicando P1 e P3. Esse exemplo de informação de P1 e P3 através de alternância vocálica também é exposto por Cabral (1982) e a autora chama o morfema realizado por alternância de vogais de replacivo. Numa outra seção do livro, chamada Alteração do Radical, Koch & Souza e Silva (1989) tratam de mudanças no radical. Apontam que o radical de verbos sofre uma alternância vocálica na sílaba tônica, afirmando que essa alternância é regular e ocorre em condições previsíveis. Na primeira conjugação, observam que as vogais abertas, [ɛ] e [ɔ], marcam as formas rizotônicas. Apontam as autoras que isso ocorre na primeira (P1), segunda (P2), terceira (P3) e sexta (P6) pessoa do presente do indicativo e do presente do subjuntivo e na segunda pessoa (P2) do imperativo: l[ɛ]vo, l[ɛ]vas, 24

25 l[ɛ]va, l[ɛ]vam (presente do indicativo) / l[ɛ]ve, l[ɛ]ves, l[ɛ]ve, l[ɛ]vem (presente do subjuntivo) / l[ɛ]va (imperativo); ch[ɔ]ro, ch[ɔ]ras, ch[ɔ]ra, ch[ɔ]ram (presente do indicativo) / ch[ɔ]re, ch[ɔ]res, ch[ɔ]re, ch[ɔ]rem (presente do subjuntivo) / ch[ɔ]ra (imperativo). No entanto, nada informam sobre a abertura na P3 e na P6 do imperativo: l[ɛ]ve / ch[ɔ]re ; l[ɛ]vem / ch[ɔ]rem. Talvez não citem a alternância vocálica em P3 e P6 do imperativo devido à sua identidade formal com o presente do subjuntivo. A abertura da vogal média anterior na sílaba tônica do radical, [ɛ], ocorre, para Mira Mateus et al. (1983), devido à assimilação. Para essas autoras, antes da supressão da vogal temática na P1 do presente do indicativo e nas formas do presente do subjuntivo, há uma assimilação da altura da vogal temática a (vogal baixa). Koch & Souza e Silva (op. cit.) consideram que [e] e [o] marcariam as formas arrizotônicas. Nessas formas, o acento não se localiza na sílaba tônica do radical, mas na vogal temática (l[e]vamos, l[e]vais; ch[o]ramos, ch[o]rais) ou na vogal do sufixo flexional (l[e]varei, ch[o]rarei.) Ainda abordando a primeira conjugação, demonstram haver alguns verbos que, nas formas rizotônicas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo, sofrem uma ditongação, a exemplo de passeio, passeias, passeia, passeiam (presente do indicativo) / passeie, passeies, passeie, passeiem (presente do subjuntivo) / passeia (imperativo). Não apontam para a ditongação nas P3 e P6 do imperativo, que se manifesta da mesma forma que em P3 e P6 do presente do subjuntivo. Com relação à segunda conjugação, mostram as autoras a mesma alternância vocálica: [o], [ɔ]; [e], [ɛ]. Todavia, apontam que a abertura só ocorre nas P2, P3 e P6 do 25

26 presente do indicativo (b[ɛ]bes, b[ɛ]be, b[ɛ]bem; c[ɔ]rres, c[ɔ]rre, c[ɔ]rrem) e na P2 do imperativo (b[ɛ]be; c[ɔ]rre). A diferença da alternância na segunda conjugação é a seguinte: não ocorre média aberta, [ɔ], [ɛ], na sílaba tônica do radical na P1 do presente do indicativo ( b[e]bo ; c[o]rro ) nem no presente do subjuntivo ( b[e]ba, b[e]bas, b[e]ba, b[e]bam ; c[o]rra, c[o]rras, c[o]rra, c[o]rram ). A vogal média-alta [e] só ocorre nas formas em que há síncope da vogal temática primeira pessoa do singular do presente do indicativo e formas do presente do subjuntivo. Para Mira Mateus et al. (1983), a realização de [e] ocorre por assimilação. A vogal tônica do radical assimila a altura da vogal temática [e], antes de sua supressão. Na terceira conjugação, a alternância, para Koch & Souza e Silva (op. cit.), ocorre nas mesmas circunstâncias da alternância na segunda conjugação. Entretanto, a alternância é entre [o] e [u] / [e] e [i]. Assim P2, P3 e P6 do presente do indicativo e P2 do imperativo possuem vogal [ɛ]: f[ɛ]res, f[ɛ]re, f[ɛ]rem ; d[ɔ]rmes, d[ɔ]rme, d[ɔ]rmem (presente do indicativo) / f[ɛ]re ; d[ɔ]rme (imperativo). Já P1 do presente do indicativo e o presente do subjuntivo têm vogal alta, [i] e [u], na sílaba tônica: f[i]ro ; d[u]rmo (presente do indicativo) e f[i]ra, f[i]ras, f[i]ra, f[i]ram ; d[u]rma, d[u]rmas, d[u]rma, d[u]rmam (presente do subjuntivo). As autoras não tecem considerações sobre a alternância vocálica em P3 e P6 do imperativo: d[u]rma ; d[u]rmam / f[i]ra ; f[i]ram. Mira Mateus et al. (1983) também veem, na 3ª conjugação, a assimilação como responsável por serem a P1 do presente do indicativo e as formas do imperativo diferentes com relação à vogal tônica do radical. Ocorre, para as autoras, assimilação da altura da vogal temática i, antes de sua supressão. Desse modo, a vogal tônica do radical passa a i. 26

27 Numa seção chamada O Padrão Especial, Koch & Souza e Silva (1989) mostram que os chamados verbos irregulares possuem padrões claros que devem ser explicitados. Os desvios apresentados, nos verbos irregulares, podem ser, de certa forma, padronizados, de modo a chegar-se a pequenos grupos de verbos que apresentam padrões comuns, perfeitamente explicitáveis. (KOCH & SOUZA E SILVA, 1989, p.59). Para definir os padrões existentes, nos chamados verbos irregulares, as autoras indicam ser muito importante focalizar os tempos ou formas primitivas, que são os tempos dos quais os outros se originam. Demonstram que as formas primitivas são as seguintes: P2 do pretérito perfeito do indicativo; P1 do presente do indicativo; P2 e P5 do presente do indicativo e infinitivo não flexionado. Da P2 do pretérito perfeito do indicativo, originam-se o maisque-perfeito do indicativo, o imperfeito do subjuntivo e o futuro do subjuntivo. Da P1 do presente do indicativo, surgem o presente do subjuntivo e as formas imperativas deste derivadas. Da P2 e P5 do presente do indicativo, originam-se P2 e P5 do imperativo afirmativo com apócope do s final. A forma primitiva do infinitivo não flexionado dá origem aos seguintes tempos: pretérito imperfeito do indicativo; futuro do presente; futuro do pretérito; infinitivo flexionado; gerúndio e particípio. Sempre que há irregularidade na forma primitiva, essa irregularidade mantém-se nas formas derivadas. As autoras acrescentam que a irregularidade pode levar a uma variação do morfema flexional ou a uma variação do radical. Consideram, seguindo Câmara Jr., que a variação do radical passa a contribuir para a expressão das noções gramaticais de tempo, modo e pessoa. Nesta Dissertação, pretendemos observar o que a literatura morfológica aborda com relação à mudança na base. Desse modo, demonstraremos apenas as 27

28 irregularidades verbais, trazidas pelas autoras, que ocorrem nos temas sem focalizarmos as que ocorrem nos morfemas flexionais ou nas formas nominais de verbos Irregularidades no tema de pretérito perfeito do indicativo Quanto à vogal temática A primeira irregularidade apontada pelas autoras é a seguinte: os radicais terminados em r ou z não apresentam vogal temática na P3 do presente do indicativo, a exemplo de quer (querer); faz (fazer); diz (dizer); produz (produzir). A vogal temática -e, de segunda conjugação, passa a i em alguns verbos, como em viste (ver); quiseste (querer). Essa irregularidade mantém-se nas formas derivadas: vira, visse, vir ; quisera, quisesse, quiser Alternância vocálica no radical A P1 e a P3 do pretérito perfeito do indicativo podem sofrer alternância vocálica nas formas rizotônicas quando não há sufixo flexional. Assim, ocorre [i]; [u] na P1 e [e]; [o] na P3. Mostram as autoras que é a alternância no radical a responsável por opor P1 e P3 nesses casos. Afirmam ainda que, quando essa alternância não ocorre, P1 e P3 não se diferenciam formalmente: quis (P1 e P3); disse (P1 e P3); coube (P1 e P3); houve (P1 e P3), trouxe (P1 e P3), soube (P1 e P3) Ditongação no radical Há verbos com radical com ou em oposição ao radical de infinitivo, como, por exemplo, soub- ; coub- ; troux- ; houv- (de saber ; caber ; trazer ; haver, respectivamente). Koch & Souza e Silva (1989) ainda citam prouver, verbo 28

29 unipessoal, que só se realiza na P3. Essa irregularidade no radical ocorre não só no pretérito perfeito, mas também nos tempos derivados: pretérito mais-que-perfeito (soubera); pretérito imperfeito do subjuntivo ( soubesse ) e futuro do subjuntivo ( souber ) Realização ou não da nasal O verbo vir é realizado na P1 do pretérito perfeito do indicativo com consoante nasal: vim. Ressaltam as autoras que há uma vogal nasal final que não ocorre nas formas arrizotônicas quando seguida por vogal temática e : vieste, viemos, vieste, vieram. Na P3, ocorre alternância de [i] para [e] seguida de ditongação: veio. 2.3 Irregularidades no tema de presente do indicativo Mudança da consoante final do radical Ocorre, em alguns verbos, mudança da consoante final do radical. Essa mudança mantém-se no presente do subjuntivo e nas formas de imperativo dele originadas, como nos seguintes exemplos: valho ( valer ); peço ( pedir ); meço ( medir ); ouço ( ouvir ); faço ( fazer ); trago ( trazer ); digo ( dizer ); posso ( poder ) Alargamento da vogal do radical Ocorre alargamento da vogal do radical, segundo as autoras, através da ditongação de e (aberto) para ei, como em requeiro (requerer), e da ditongação de a para ai, a exemplo de caibo (caber). Os verbos querer e saber não apresentam ditongação na primeira pessoa do singular do presente do indicativo ( quero ; sei ). 29

30 Todavia, a ditongação ocorre no presente do subjuntivo e nas formas de imperativo dele derivadas: saiba ; queira. Segundo Câmara Jr., a forma sei é explicada através de redução de radical e alternância a~e Acréscimo de uma consoante final ao radical Em algumas formas verbais, ocorre acréscimo de uma consoante final ao radical, como em vejo (ver) e haja (haver). O acréscimo em haj- não ocorre na forma primitiva, mas no presente do subjuntivo. Afirmam as autoras que, segundo Câmara Jr., também é um exemplo dessa irregularidade o radical hav-, com a explicação que vemos a seguir: Segundo CÂMARA, também se encaixa aí o verbo haver, cujo radical é hav- e cujas formas rizotônicas no Id Pr, por serem atemáticas, perdem o j final: há, hás, há. Já P1(hei), pode ser explicado da mesma maneira que sei, isto é, como uma forma radical haj-, com a vocalização do j final e também com uma alternância a~e (KOCH & SOUZA e SILVA, 1989, p.62). As autoras veem, então, na forma vejo, um acréscimo, que se mantém nas formas derivadas (presente do subjuntivo e formas do imperativo dele derivadas). No verbo haver, percebem duas inserções consonantais: em haj- (forma que aparece no presente do subjuntivo) e em hav Realização da consoante nasal Koch & Souza e Silva (1989) salientam que radicais atemáticos terminados em vogal tônica nasal ( tens, vens, pões ) têm em P1 uma transformação da nasal final em palatal: venho, ponho, tenho (que se mantém nas formas derivadas tenha, venha, ponha ). A nasal palatal ocorre também no pretérito imperfeito do indicativo 30

31 ( tinha, vinha, punha ). No infinitivo ( ter, vir, pôr ) e nas formas futuro do presente e futuro do pretérito ( terei, teria ; virei, viria ; porei, poria ), a consoante nasal não se realiza, mas, no gerúndio, mantém-se ( tendo, vindo, pondo ). Talvez seja mais efetiva a percepção de um arquifonema nasal em casos como pões, tens, vens ; essa é a leitura de Câmara Jr. (1970) Irregularidades no futuro Koch & Souza e Silva (1989) mostram que os verbos dizer, fazer e trazer apresentam irregularidades no futuro do presente e no futuro do pretérito. Essa irregularidade consiste na síncope da sílaba final do tema: di(ze)rei, fa(ze)rei, tra(ze)rei ; di(ze)ria, fa(ze)ria, tra(ze)ria. O apagamento da sílaba que contém a vogal temática ocorre devido ao processo fonológico chamado de haplologia e tem, como consequência, mudança no radical de um verbo. Nesta Dissertação, defendemos a hipótese de que processos fonológicos podem ter repercussão direta na expressão de categorias gramaticais. Desse modo, o radical com síncope reforça a noção de futuro, visto que só ocorre nas formas que expressam essa informação Verbos anômalos Os verbos anômalos, além de apresentarem irregularidades no radical, possuem radicais supletivos. Segundo as autoras, as formas derivadas do infinitivo não flexionado e do presente do indicativo não são realizadas por um radical permanente. Alguns exemplos são os verbos ser e ir. Com relação ao verbo ser, vemos um radical 31

32 e- (aberto, [ɛ]) que alterna com se-. O primeiro aparece na P2 e na P3 do presente do indicativo ( és, é ), com uma variante er-, que ocorre no pretérito imperfeito do indicativo ( era, eras ). Já se- é encontrado no infinitivo, no futuro do presente e no futuro do pretérito ( ser, serei, seria ) e teria as variantes sej- (presente do subjuntivo), so-, atemática, que aparece nas formas somos, sois, e sa-, que aparece em são. Há, ainda, o radical fo-, com variante fu-, no pretérito perfeito e nos tempos originados dele: pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo, futuro do subjuntivo. Com relação ao verbo ir, há um radical i-, que alterna com va-. O radical i- ocorre no infinitivo, no futuro do presente, no futuro do pretérito, no gerúndio, na P5 do presente do indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo. O radical va- ocorre em P2, P3, P4, P6 do presente do indicativo, no presente do subjuntivo e no imperativo. O radical va-, segundo as autoras, possui a variante vo- na P1 do presente do indicativo. Há ainda, para o verbo ir, um radical diferente no pretérito perfeito e nos tempos dele derivados: fo- com uma variante fu Acertando pontos a partir da Revisão Teórica Monteiro(1991) e Zannoto (2006) fazem, assim como Koch & Souza e Silva (1989), uma descrição exaustiva dos verbos irregulares em português, criando uma seção específica para demonstrar como é possível padronizar formalmente as irregularidades. Mostram, por exemplo, que 1) a irregularidade na P1 do presente do indicativo é mantida no presente do subjuntivo e nas formas de imperativo dele originadas e que 2) as irregularidades, no pretérito perfeito, ocorrem nos tempos 32

33 derivados pretérito imperfeito do subjuntivo; pretérito mais-que-perfeito do indicativo e futuro do subjuntivo. Essa padronização, geralmente, só leva em conta a forma. São esporádicos os casos apontados na literatura morfológica sobre o português que demonstram informação acarretada pela mudança no radical do verbo. A alternância vocálica é responsável pela distinção de número-pessoa no pretérito perfeito (f[i]z / f[e]z), atuando como redundância da distinção de número-pessoa no presente do indicativo (rep[i]to / rep[ɛ]tes 3ª conjugação; b[e]bo /b[ɛ]bes 2ª conjugação) e distinguindo presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do indicativo em p[o]nha ; p[u]nha / t[e]nha ; t[i]nha / v[e]nha ; v[i]nha. Em p[o]de ; p[ɔ]de, a alternância vocálica distingue presente do indicativo de pretérito perfeito do indicativo. A modificação consonantal (faço; fazes / digo; dizes / trago; trazes) atua como reforço de número-pessoa, já que ocorre alomorfia no radical de P1 (MONTEIRO, 1991, p.112). Monteiro (1991) discute o caso de est/i/ve / est/e/ve. Mostra que há duas leituras possíveis para esse exemplo. Na primeira, seria a alternância o traço distintivo e, então, haveria uma flexão interna, já que as desinências e a vogal temática não se atualizariam. A segunda interpretação possível, preferida pelo autor, apontaria que há zero de número-pessoa e modo-tempo e, assim, o -e final seria vogal temática. O autor prefere a segunda leitura, porque alega ser esporádico o caso. Todavia, percebemos outros exemplos semelhantes: p[u]de / p[o]de; t[i]ve / t[e]ve. Como veremos adiante nesta Dissertação, há dados ( tr[u]xe / tr[o]xe ) que evidenciam a produtividade dessa alternância. Vemos, nos exemplos a seguir, alternâncias apontadas por Monteiro (1991) em que a P1 do presente do indicativo tem uma vogal tônica igual à vogal tônica do presente do subjuntivo, mas diferente das outras pessoas do presente do indicativo: 33

34 (01) /e/ ~ /ɛ/: el/e/ja = el/e/jo ~ el/ɛ/ges, el/ɛ/ge, el/ɛ/gem (o mesmo ocorre com dever, beber e erguer ) (02) /o/ ~ /ɔ/: res/o/lva = res/o/lvo ~ res/ɔ/lves, res/ɔ/lve, res/ɔ/lvem (o mesmo ocorre com volver ) (03) /in/ ~ /en/: s/in/ta = s/in/to ~s/en/tes, s/en/te, s/en/tem (04) u nasalizado ~ o nasalizado: s/u/ma = s/u/mo ~ s/o/mes, s/o/me, s/o/mem (o mesmo ocorre com consumir ) (05) /u / ~/ɔ/: c/u/bra = c/u/bro ~ c/ɔ/bres, c/ɔ/bre, c/ɔ/brem (o mesmo ocorre com dormir, acudir, tossir, cuspir ). Os dois últimos grupos, (04) e (05), poderiam ser colocados como um só, visto que a realização de /o/ como vogal fechada, em somes, some e somem, se deve à existência da consoante nasal na sílaba seguinte à vogal. As vogais médias que assimilam a nasalidade da consoante da sílaba seguinte são categoricamente realizadas como fechadas em português. Em todos esses casos, há alternância redundante segundo o autor, que não explicita, na seção intitulada Desvios do Padrão Geral, qual seria a redundância de informação. Todavia, quando fala sobre alomorfia, observa que a alternância vocálica serve de reforço à expressão número-pessoal. Assim, a redundância a que se refere deve ser o reforço de P1 no paradigma de presente do indicativo. Caso esteja mesmo se referindo à redundância de informação de P1, não demonstra semelhança de alguma informação gramatical entre P1 do presente do indicativo e as formas do presente do subjuntivo; desse modo, a identidade do radical, nesses tempos, seria apenas por razões formais. Câmara Jr. (1970) demonstra que a mudança no radical dos verbos tem relação com informações gramaticais de modo-tempo e número-pessoa. Entretanto, não aponta muitos casos de manifestação de contéudo gramatical através de modificação no radical. Assim como os outros autores, faz uma padronização dos verbos irregulares, reduzindo 34

35 o vasto número de verbos irregulares apontados pelas gramáticas a um pequeno número de grupos com regularidades formais claras. Quanto às irregularidades que trazem oposição funcional, Câmara Jr. (1970) cita casos de alternância vocálica no pretérito perfeito e demonstra também a alternância entre /e/ e /i/ opondo primeira e terceira pessoa em vim ; veio (perda do travamento nasal e ditongação). Um outro submorfema, apontado por Câmara Jr., é a alternância vocálica na segunda e terceira conjugações, citada acima quando demonstramos a visão de Monteiro (1991). Câmara Jr. (op.cit.), ao falar dessa alternância, opõe a P1 do presente do indicativo e as formas do presente do subjuntivo a P2, P3, P6 do presente do indicativo e P2 do imperativo, ressaltando, ainda, que essa alternância é submorfêmica. Entretanto, não expressa qual a informação gramatical acarretada por esses grupos que se opõem funcionalmente. Todos os autores, citados nesta Dissertação, quando abordam alguma espécie de mudança no radical dos verbos, tratam essa modificação, de um modo geral, apenas através de argumentos formais. Em algumas obras da literatura morfológica sobre o português (KOCH & SOUZA e SILVA, 1989; ZANNOTO, 2006; CÂMARA JR., 1970; GONÇALVES LOPES, 2003; MONTEIRO, 1991), padronizam-se muito bem os verbos irregulares quanto às semelhanças formais entre os tempos. A explicação das irregularidades, partindo da observação dos tempos de que derivam (presente do indicativo; infinitivo ou pretérito perfeito), é muito criteriosa em termos formais. Não vemos, todavia, nessa padronização de grupos de verbos, o que, em termos de significado, liga essas formas verbais. Na minoria dos casos, os autores explicitam uma relação entre irregularidade e informação expressa. Koch & Souza e Silva (1989), apesar de mostrarem que Câmara Jr. já observara que irregularidades no verbo trazem informação gramatical, fazem uma descrição quase toda baseada em aspectos formais. As autoras chegam a afirmar que as alternâncias vocálicas que ocorrem nas formas 35

36 rizotônicas do presente do indicativo nas segunda e terceira conjugações ou a ditongação do radical que ocorre nas formas rizotônicas de certos verbos ( passear, odiar ) não devem ser tratadas como irregularidades no plano morfológico: são simplesmente alterações fonologicamente condicionadas (KOCH & SOUZA e SILVA, 1989, p.60). Azuaga (1996) e Gonçalves & Almeida (2008) mostram que a alternância vocálica é um dos problemas no mapeamento biunívoco entre morfe e morfema. Observa Azuaga (1996) que as relações apofônicas (ablaut, umlaut e modificações morfologicamente significativas em vogais e consoantes) talvez constituam o caso mais importante na explicitação da dificuldade de identificação e segmentação de morfemas. Os exemplos apontados pela autora são do inglês: sing ; sang (cantar; cantei) / break ; broke (partir; partiu) / foot ; feet (pé; pés) / man ; men (homem; homens). Segundo a autora, casos de mutação vocálica e consonantal são exemplos de modificação parcial da base; há, ainda, os casos em que o processo envolve mudança total da base, como, em português, o verbo ser ( fui ) e, em inglês, o verbo go ( went ). Defendemos a hipótese de que toda irregularidade formal no radical dos verbos possui uma contraparte semântica. Mesmo a alternância vocálica condicionada fonologicamente (causada pela tonicidade na vogal tônica do radical) acarreta alguma informação gramatical. Em outras palavras, acreditamos, como Bybee (1985) e Gonçalves (2005), na correlação entre forma e significado; assim, verbos irregulares formalmente próximos são também relacionados em termos de informação gramatical. Em português, o processo morfológico que envolve mudança total ou parcial da base, explicitado por Azuaga (1996), tem regularidade e produtividade. 36

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