CRITÉRIOS OBSTÉTRICOS/ANESTÉSICOS PARA INÍCIO DA ANALGESIA DE PARTO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND PROTOCOLO ANALGESIA DE PARTO Cláudia Regina Fernandes Manoel Cláudio Azevedo Patrocínio Eleine Maria Moreira Barbosa Pablito Miguel Andrade Aguiar José Nazareno de Paula Sampaio Francisco Eristow Nogueira CRITÉRIOS OBSTÉTRICOS/ANESTÉSICOS PARA INÍCIO DA ANALGESIA DE PARTO Interlocução com o obstetra responsável pelo caso, e evidência precisa de trabalho de parto em evolução. Boa relação anestesista-obstetrapaciente 1. Colo uterino apagado> 50% e com pelo menos 4cm de dilatação 2. Contrações rítmicas na frequência de 3 a 5 em 10 minutos 3. Ausência de desproporção feto-pélvica 4. Bem-estar fetal comprovado através da cardiotocografia 5. Manter boa relação anestesista-paciente, perguntar se a paciente deseja que execute o procedimento de analgesia de parto, explicar o procedimento. Se sim, solicitar que a paciente assine o termo de consentimento livre e esclarecido

2 6. Realizar avaliação materna: certificar-se da ausência de processo infeccioso e febre, ausência de história clínica de coagulopatia 7. Hipertensão arterial sistêmica, sem sinais e sintomas neurológicos, não contraindica a analgesia de parto 8. Não há necessidade de jejum por parte da anestesia 9. Não há necessidade de hidratação prévia à realização da peridural EXECUÇÃO DA TÉCNICA DE ANALGESIA DE PARTO 1. Venóclise preferencialmente membro superior esquerdo, jelco Soro glicosado 5% 500ml, para manter veia 3. Verificar pressão arterial antes e pós o procedimento 4. Monitorização com oximetria de pulso 5. Paciente no seu leito, no centro de parto humanizado, posicionar a paciente sentada, com os pés apoiados na escadinha, com as duas mãos sob os joelhos 6. Lavagem cirúrgica das mãos do anestesista ou residente de anestesia que realizará o procedimento sob supervisão, seguido de paramentação completa 7. Antissepsia extensa da região dorsal da paciente com clorexidine alcoólica Paciente apresentando dilatação do colo uterino menor ou igual a 8cm 8. Punção peridural, L3-L4 ou L2-L3, pela técnica de Dogliotti. 9. Administração da solução de NOVABUPI0,5% (mistura racêmica em excesso enantiomérico - RS75R25)2ml + 1 ampola de sufentanil 5mcg/ml (2ml) + 6ml de água destilada = 10ml. Esta solução resulta em concentração de NOVABUPI de 0,1%.

3 10. Introdução do catéter peridural, deixar sempre 3 a 4 cm no espaço peridural (entre a marca 3 e 4 do cateter). Aspira-se o cateter com seringa de 5ml para certificar que não vem sangue ou líquor. 11. Curativo do catéter, com atenção para não contaminar o orifício de entrada na pele e a ponta do catéter. Passar na pele tintura de Benjoin para melhor fixação do esparadrapo. Manter posicionamento do catéter em direção ao lado direito, já que a paciente geralmente deita-se do lado esquerdo. 12. Doses adicionais de solução de NOVABUPI 0,5% (mistura racêmica em excesso enantiomérico - RS75R25) 2ml + 8ml de água destilada, sem sufentanil, = 10ml, deve ser administrada a cada 1h30 a 2h ou por solicitação da paciente. 13. Com esta concentração anestésica não há perda da função motora, como também não há sensação de dormência, assim, a paciente poderá deambular, sentar e fazer todos os exercícios recomendados para a boa evolução do trabalho de parto 14. Após 9cm de dilatação do colo uterino ou no período expulsivo, já ultrapassando 1h30 da última dose, caso a paciente reclame de dor, aumenta-se a concentração da solução do anestésico local, administrando-se a seguinte solução através do cateter peridural: NOVABUPI 0,5% 4ml + 6ml de água destilada = 10ml. Certificar-se se realmente é dor, na maioria das vezes é sensação de peso na região pélvica e perineal. Com esta concentração a maioria das pacientes já apresenta discreta perda da força muscular nos membros inferiores, discreta sensação de dormência na região sacral, entretanto, não há prejuízo da força da prensa abdominal nem da sensação de puxos. 15. Especial atenção deve ser dada com relação a não contaminação da ponta do catéter nas administrações intermitentes, deve-se lavar as mãos e utilizar luvas estéreis para manipulação do catéter ao administrar doses adicionais. 16. Após o nascimento do feto, delivramento da placenta e revisão do canal de parto, retira-se o catéter peridural, inspeciona-se se a ponta está íntegra, realizase assepsia no orifício do catéter, seguida de pequeno curativo. A paciente estará de alta da anestesia, poderá se alimentar normalmente e ser encaminhada para

4 enfermaria. Não é necessário hidratação adicional por parte da técnica anestésica. 17. A documentação da paciente, e a ficha de anestesia devem ser devidamente preenchidas, inclusive anotando que o catéter foi retirado e a ponta se mostrava íntegra. Paciente apresentando dilatação do colo uterino maior ou igual a 9cm 18. Punção subaracnóidea (raquianestesia), agulha 26 ou 27; 19. Administração de 2,5mg de bupivacaina pesada 0,5% (0,5ml) + 5mcg (1ml) de sufentanil, volume total 1,5ml, em 15 segundos. Com esta técnica obtém-se analgesia por um período médio de 2h30min. 20. Posicionamento da paciente em decúbito lateral esquerdo. Liberar para realização dos exercícios de parto. Paciente em período expulsivo, com indicação de fórcipe 21. Paciente portando cateter peridural. Administrar 5 a 10ml de lidocaína 2% com adrenalina através do catéter, 5 minutos após liberar para instrumentalização do parto. Verificar pressão arterial da paciente 5/5minutos 22. Paciente sob analgesia por punção subaracnóidea, considerar a duração da analgesia em até 2h30min após a punção Paciente sob analgesia de parto que evolui para indicação de cesárea

5 23. No centro cirúrgico certifica-se da perviedade do acesso venoso, administra-se soro ringer lactato. Promove-se monitorização da paciente. Segue protocolo para anestesia em cesárea 24. Paciente portando catéter peridural. Certificar-se que o cateter está bem posicionado, inspecionar boa fixação do curativo. Administrar 15ml de lidocaína 2% com adrenalina através do catéter + 2mg de morfina. Aguarda-se 10minutos, tempo em que se prepara o material cirúrgico e a equipe cirúrgica se paramenta. Solicita-se que teste o nível do bloqueio, se necessário administra-se mais 5 ml de lidocaína 2% com adrenalina através do cateter. 25. Paciente sob analgesia por punção subaracnóidea. Necessário realizar uma nova punção com massa anestésica normalmente utilizada para realização de cesárea. 26. Ao final da cirurgia encaminhar para sala de recuperação pós-anestésica