1º CICLO DE PALESTRA SOBRE FINAL DE MANDATO A GESTÃO MUNICIPAL E O CONTROLE EXTERNO: ORIENTAÇÃO PARA O FINAL DE MANDATO
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- Larissa Araújo Nunes
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1 1º CICLO DE PALESTRA SOBRE FINAL DE MANDATO A GESTÃO MUNICIPAL E O CONTROLE EXTERNO: ORIENTAÇÃO PARA O FINAL DE MANDATO
2 A fiscalização do TCU na aplicação dos recursos federais nos municípios Processo de Tomada de Contas Especial Precauções no último ano de mandato o Transferências federais o Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) o Crimes contra as finanças públicas (lei nº /2000) o Proibições da Justiça Eleitoral o Comissão de transição de governo
3 A FISCALIZAÇÃO PELO TCU DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS QUEM ESTÁ SOB A JURISDIÇÃO DO TCU?
4 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS JURISDIÇÃO (TCU) Pessoas físicas e jurídicas, entidades públicas e privadas que: Utilizam, arrecadam, guardam, gerenciam, aplicam ou administram dinheiros, bens e valores públicos federais; Ocasionam perda, extravio ou outra irregularidade (dano ao erário); Recebem contribuições para-fiscais e prestam serviço de interesse público ou social; Devem, por força da lei, prestar contas ao TCU; Praticam atos que estão sujeitos à fiscalização do TCU por expressa disposição legal; Aplicam quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo ajuste ou outros instrumentos semelhantes. 4
5 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Competência do Tribunal de Contas da União (TCU) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos federais repassados mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congêneres, ao DF, Estados ou Municípios ou a qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada. Essa competência não exclui a atuação dos outros órgãos de controle, a exemplo da fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU). 5
6 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Julgamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) Compete ao TCU julgar as contas de qualquer pessoa física ou jurídica, publica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos, bem como dos responsáveis que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário. Ao julgar as contas, o TCU decidirá se são regulares, regulares com ressalva ou irregulares. 6
7 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Conseqüências do Julgamento do TCU pela Irregularidade das Contas obrigação de o responsável, no prazo de 15 dias, provar, perante o Tribunal, o pagamento da quantia correspondente ao débito que lhe tiver sido imputado ou da multa imposta; título executivo suficiente para a cobrança judicial da dívida decorrente do débito ou da multa, se não recolhida no prazo; fundamento para a aplicação da sanção e da medida cautelar. 7
8 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Conseqüências do Julgamento do TCU pela Irregularidade das Contas São inelegíveis todos aqueles que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário. OBS.: Cabe à Justiça Eleitoral declarar a inelegibilidade. 8
9 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Omissão no Dever de Prestar Contas A prestação de Contas é dever do gestor e direito da sociedade; O gestor público tem o dever de comprovar a boa e regular aplicação dos recursos públicos, por meio da competente prestação de contas; Constitui irregularidade motivadora de TCE; Constitui crime de responsabilidade; Constitui ato de improbidade Administrativa; Envio fora do prazo é necessário justificar o atraso. 9
10 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Desvio de Objeto e de Finalidade Desvio de Objeto executa ações diferentes das previstas no plano de trabalho, mas na mesma área de governo; Desvio de Finalidade executa diferentes das previstas no plano de trabalho e em diferentes áreas de governo; Desvio de finalidade e de objeto com beneficio à municipalidade resulta em responsabilização solidária do município convenente; Ambas irregularidades motivam a não-aprovação das contas e a instauração de TCE. 10
11 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Não Aplicação da Contrapartida do Convenente Execução de objeto sem aplicação da contrapartida prometida: devolução proporcional ao concedente; Responsabilização solidária do município convenente; É Irregularidade motivadora da não-aprovação das contas e instauração de TCE. 11
12 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Inexecução Total ou Parcial do Objeto Conveniado Inexecução de metas e etapas do plano de trabalho acordado, com utilização dos recursos e sem execução total do contrato assinado com a construtora/fornecedor: responsabilização do gestor municipal e da contratada; Inexecução de metas e etapas do plano de trabalho acordado com utilização dos recursos e execução total do contrato assinado com a construtora/fornecedor: responsabilização do gestor municipal; Valor do débito: percentual de inexecução do objeto. 12
13 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Sobrepreço/Superfaturamento na Execução do Objeto (I) O sobrepreço é identificado no orçamento estimativo do órgão licitante e nas propostas de preços apresentadas pelas empresas interessadas no certame, resultando em superestimativa de valores; O superfaturamento é identificado no pagamento da fatura ou nota fiscal, onde conste a cobrança por execução de obras, prestação de serviços ou fornecimento de bens, com preços acima do valor de mercado ou em quantidade superior ou com qualidade inferior. 13
14 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Sobrepreço/Superfaturamento na Execução do Objeto (II) O dano ao erário, na TCE, será a diferença a maior entre o preço cobrado e pago e o preço real de mercado para o mesmo bem ou serviço, ou ainda no faturamento de itens não contratados ou pela divergência da qualidade do que foi executado em relação ao que estava previsto; O jogo de planilhas é enquadrado nesta irregularidade; Cabe ao gestor municipal provar a inexistência do sobrepreço/superfaturamento alegado. 14
15 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Principais Motivos que Ensejam Condenações no TCU Sobrepreço/Superfaturamento na Execução do Objeto (III) O superfaturamento é uma irregularidade praticada diretamente pelas empresas e fornecedores contratados, com a aquiescência ou participação ativa do gestor público; O gestor contratante e a empresa contratada podem ser responsabilizados solidariamente. 15
16 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Penalidades Aplicáveis aos Prefeitos Municipais (I) No exercício das funções constitucionais e legais, o TCU pode aplicar aos prefeitos penalidades pecuniárias e restritivas de direito: Multa de até 100% do valor do dano ao erário; Multa de até R$ ,46; Condenação a restituir o dano ao erário; Inabilitação para o exercício de cargo ou função pública; 16
17 FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS Penalidades Aplicáveis aos Prefeitos Municipais (II) Medidas Cautelares (de Urgência): Afastamento temporário do gestor público de suas funções; Indisponibilidade de bens; Apreensão de bens; Suspensão do ato ou procedimento impugnado. 17
18 COMO SE DÁ A APURAÇÃO E RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO?
19 A TCE é um processo administrativo formalizado com os objetivos de apurar a responsabilidade por danos causados aos cofres públicos e obter o respectivo ressarcimento.
20 PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL (TCE) Especificidades da TCE Motivos (Irregularidades) Geradores de TCE Omissão no dever de prestar contas; Não-comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União; Ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores público; Prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário. 20
21 PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL (TCE) Súmulas Importantes Aplicadas à TCE Súmula AGU 46/2009: "Será liberada da restrição decorrente da inscrição do município no SIAFI ou CADIN a prefeitura administrada pelo prefeito que sucedeu o administrador faltoso, quando tomadas todas as providências objetivando o ressarcimento ao erário." 21
22 PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL (TCE) Súmulas Importantes Aplicadas à TCE Súmula TCU 230: Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade 22
23 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO
24 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Último Ano de Mandato e Período de Eleições Municipais No último ano de mandato há eleições municipais, em que poderá haver continuidade da atual gestão (reeleição) ou alteração na gestão municipal. Portanto, é importante redobrar os cuidados na gestão patrimonial, das finanças públicas e das transferências federais, com vistas a dar condições de continuidade administrativa e evitar eventual responsabilidade. 24
25 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Transferências Federais Decreto n 6.170/2007 Portaria Interministerial 507/2011 Mpog/Min.Fazenda/CGU - SICONV - É obrigatória a utilização do Portal de Convênios para a celebração, liberação de recursos, acompanhamento da execução e prestação de contas de transferências de recursos repassados voluntariamente pela União. Lei Complementar 101/2000) - Estabelece as condições para os entes federados receberem as transferências voluntárias 25
26 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Transferências Federais - Convênio: transferência de recursos financeiros dos orçamentos da União para um órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta - Contrato de repasse: transferência dos recursos financeiros por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal - Termo de parceria: instrumento jurídico previsto na Lei 9.790/1999 para transferência de recursos para OSCIP - Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil - Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros 26
27 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Transferências Federais É importante para a continuidade administrativa e evitar eventual responsabilização: Realizar levantamento da situação de todos os convênios celebrados com o município; Verificar se as prestações de contas dos convênios já foram encaminhadas aos órgãos concedentes; Verificar o estágio da execução física dos objetos e se a contrapartida foi aplicada; Organizar os arquivos e documentos dos convênios junto à prefeitura (guarda dos documentos pelo prazo de 10 anos); 27
28 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Transferências Federais É importante AINDA: Exigir da nova gestão o recibo da entrega formal de toda documentação (e prestações de contas, quando for o caso) relativa aos ajustes (concluídos ou ainda em andamento) ou manter cópia da documentação em arquivo particular Prestar contas mesmo que parcialmente; Compete ao prefeito que celebrou o convênio prestar contas. Cabe ao sucessor a prestação de contas referentes aos recursos recebidos por ele ou os referentes a ajustes com final de vigência nasua gestão. SOLIDARIEDADE. 28
29 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Proibições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) É importante para a continuidade administrativa e evitar eventual responsabilização, observar: Limites com despesa com pessoal (60% da RCL); É nulo o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato (art. 21) importante destacar que a verificação é feita pelo percentual resultante do cálculo da despesa com pessoal dos últimos 12 meses em relação à Receita Corrente Líquida 29
30 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO RCL É a soma das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, sendo deduzidos: a) na União, os valores transferidos aos estados e municípios, por determinação legal ou constitucional, e as contribuições patronais e dos trabalhadores e demais segurados da previdência social para o Regime Geral da Previdência Social e bem como as contribuições para o PIS/PASEP; b) nos estados, as parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional; c) na União, nos estados e nos municípios, a contribuição dos servidores públicos para o custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira entre os diversos regimes de previdência social para a contagem recíproca do tempo de contribuição, para efeito de aposentadoria. 30
31 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Proibições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) Proibição (crime) de realizar operação de crédito por antecipação da receita orçamentária do município no último ano de mandato [art. 38] Proibição (crime) de contrair obrigação de despesa, nos 2 últimos quadrimestres do mandato, que não possa ser cumprida no próprio exercício (restos a pagar) [art. 42]. 31
32 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Limites com Despesa de Pessoal (LRF) Caso a despesa com pessoal ultrapasse o seu limite (60% RCL) no 1º quadrimestre do último ano do mandato do prefeito, o município fica proibido de: Receber transferências voluntárias; Obter garantia direta ou indireta da União ou dos Estados; Contratar operações de crédito. 32
33 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Crimes Contra as Finanças Públicas Evitar a prática de condutas tipificadas como crimes contra as finanças públicas (Lei nº /2000): Art. 359-A. É considerado crime ordenar, autorizar, ou realizar operação de crédito sem prévia autorização legislativa (penas de reclusão 1 a 2 anos); Art. 359-G. É considerado crime ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura (pena de reclusão 1 a 4 anos) 33
34 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Proibições da Justiça Eleitoral Atentar para o elenco de proibições impostas pela Lei Eleitoral (Arts. 73, 74 e 75 da Lei nº 9.504/1997), com vista a garantir a igualdade de oportunidade entre os candidatos aos pleitos eleitorais. O descumprimento das proibições pelo gestor público caracterizam ato de improbidade administrativa, resultam na suspensão imediata da conduta proibida, sujeita os responsáveis à multa; à cassação do registro ou do diploma; e exclusão dos partidos beneficiados pelas condutas da distribuição dos recursos do Fundo Partidário. 34
35 PRECAUÇÕES NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO Comissão de Transição de Governo É importante para a continuidade administrativa: A constituição de uma comissão de transição de governo, com representantes da atual e futura gestão, a fim de trocar informações sobre a estrutura administrativa do município; situação orçamentária, financeira, patrimonial e dos programas e das transferências. 35
36 OBRIGADO SECRETARIA-GERAL DE CONTROLE EXTERNO (SEGECEX) Secretaria de Controle Externo do TCU em Alagoas Claudivan da Silva Costa
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