Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Universidade Federal do Rio de Janeiro

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1 1 Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa da Disciplina Optativa Direito Urbanístico I Professor: ALEX MAGALHÃES Código: PRU 746 Carga Horária: 40 h/a - 2 créditos Horário: 4 o bimestre de 2012, 5ªs feiras, de 13h às 17h. 1. Ementa Partindo da premissa de que as cidades são formações complexas e multidimensionais e de que a instância jurídica constitui uma das suas dimensões estruturais, e não meramente epifenomenais (tal como já se considerou em algumas abordagens), a disciplina buscará apresentar e debater um conjunto de noções básicas envolvendo categorias, conceitos, princípios, instituições e procedimentos oriundas do campo jurídico, a fim de desenvolver a compreensão das estruturas jurídicas envolvidas nas dinâmicas urbanas, especialmente no campo do planejamento urbano e regional. A presente disciplina constitui a 1ª parte (de um total de 3) com a qual se buscará explorar o vasto campo temático abrangido pelo chamado Direito Urbanístico. Essa 1ª parte será voltada ao exame das noções fundantes dessa disciplina, de caráter histórico, científico e normativo. Organiza-se, basicamente, em dois momentos: MOMENTO 1: formação e autonomia do Direito Urbanístico; seus fundamentos constitucionais; os princípios que lhe são próprios, em especial o da função socioambiental da propriedade; a proposta de reconfiguração do direito de propriedade. MOMENTO 2: estudo aprofundado do chamado "Estatuto da Cidade", a referência legislativa mais importante do Direito Urbanístico brasileiro (quiçá, internacional) contemporâneo.

2 2. Objetivos a. Gerais 1 Desenvolver a capacidade de compreender e lidar com a dimensão jurídica dos problemas urbanos e regionais. 2 Inserir a dimensão jurídico-urbanística como uma das dimensões essenciais da análise das questões urbanas e regionais. 2 b. Específicos 1 Conhecer as noções básicas do Direito Urbanístico e as construções doutrinárias, legislativas e jurisprudenciais relativas à matéria urbanística. 2 Analisar criticamente a legislação urbanística em vigor e os impactos, no processo de desenvolvimento urbano, dos instrumentos de intervenção no território nela previstos. 3 Compreender o arcabouço jurídico do planejamento urbano e regional e os condicionamentos de ordem normativa a que este se submete. 4 Realizar trabalhos teórico-práticos (orais e escritos) visando o aperfeiçoamento das habilidades acima mencionadas, a fixação das noções estudadas, e o aprofundamento da reflexão sobre as questões inerentes a abordagem jurídica das formações urbanas e regionais. 3. Instrumentos de Avaliação a. Resenha crítica dos textos indicados para as aulas 2 a 5 4 pontos b. Seminário a respeito dos tópicos das aulas 6 a 9 4 pontos c. Participação nas aulas e outras atividades propostas 2 pontos 3.1 Equivalência entre pontos e conceitos: 9,0 a 10,0 pontos = A 7,0 a 8,5 pontos = B 5,0 a 6,5 pontos = C 0 a 4,5 pontos = D 4. Obra de interesse geral para todo o curso: FERNANDES, Edésio; ALFONSIN, Betânia (org.). Coletânea de Legislação Urbanística: normas internacionais, constitucionais e legislação ordinária. Belo Horizonte: Fórum, 2010.

3 3 5. Cronograma, Programa e Bibliografia AULA DATA CONTEÚDO /11 Apresentação dos alunos, do professor e do programa. Debate de algumas referências teóricas para pensar o fenômeno jurídico, em especial o Direito Urbanístico. LEFEBVRE, Henri. O direito à Cidade. São Paulo: Centauro, 2001, p AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2004, p BARRETO, Ariadne Muricy. Direito à cidade na cidade espetáculo: perspectivas para o pensamento jurídico crítico sobre a sociedade urbana. Dissertação Mestrado em Direito. Brasília, UnB, Capítulo II (p ). NONET, Philippe; SELZNICK, Philip. Direito e sociedade: a transição ao sistema jurídico responsivo. Rio de Janeiro: Revan, 2010, p CAVALLAZZI, Rosângela Lunardelli. O estatuto epistemológico do Direito urbanístico brasileiro: possibilidades e obstáculos na tutela do direito á cidade. In: COUTINHO, Ronaldo (org). Direito da Cidade: novas concepções sobre as relações jurídicas no espaço urbano. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011, p /11 Lineamentos fundamentais do Direito Urbanístico. Formação. Conceito. Autonomia científica e didática. Objeto. Princípios informadores. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. São Paulo: Malheiros, Cap. VIII Poder de Polícia, p SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. 3. Ed. São Paulo: Malheiros, Título I, capítulos I ao IV. FERNANDES, Edésio. A construção do Direito Urbanístico brasileiro: desafios, histórias, disputas e atores. In: (coord). Coletânea de Legislação Urbanística. Belo Horizonte: Fórum, p I SEMINÁRIO FLUMINENSE DE DIREITO URBANÍSTICO. Conferência 1: A trajetória do Direito Urbanístico brasileiro nos últimos 30 anos. Conferencistas: Álvaro Pessoa, Rosângela Cavallazzi, Nelson Saule Jr. Rio

4 4 de Janeiro, out., DVD /12 Constituição Política e Direito Urbanístico. Repartição constitucional de competências relativas à matéria urbanística. O capítulo da Política Urbana da Constituição da República. A Emenda popular da reforma urbana. COSTA, Regina Helena. Princípios de Direito Urbanístico na Constituição de In: DALLARI, Adilson Abreu (org). Temas de Direito Urbanístico, 2. São Paulo: RT, 1991, p DOMINGUES, Rafael Augusto Silva. A competência dos estadosmembros no Direito Urbanístico: limites da autonomia municipal. Belo Horizonte: Forum, 2010, p SAULE JÚNIOR, Nelson. Novas Perspectivas do Direito Urbanístico brasileiro: ordenamento constitucional da política urbana. Porto Alegre: Sergio Fabris, p SILVA, Éder Roberto da. O Movimento Nacional pela Reforma Urbana e o Processo de Democratização do Planejamento Urbano no Brasil. Dissertação Mestrado em Engenharia Urbana. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2003, p /12 O direito de propriedade na nova ordem jurídico-urbanística. Concepções patrimonialistas e socialmente funcionalizadas de propriedade do solo. A noção de função social. A instituição da Posse. As modalidades insurgentes de propriedade (coletiva, quilombola, etc.). CASTRO, Sonia Rabello de. Algumas formas diferentes de se pensar e de reconstruir o direito de propriedade e os direitos de posse nos países novos. In: FERNANDES, Edésio (org). Direito Urbanístico e Política Urbana no Brasil. Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p MAGALHÃES, Alex Ferreira. A função social da propriedade na história e na doutrina jurídica. Dissertação Mestrado em Direito da Cidade. Rio de Janeiro: Faculdade de Direito da UERJ, 1999, p (cap. 4). PESSOA, Álvaro. Equacionando a nova propriedade urbana. In:. Direito do Urbanismo. Rio de Janeiro: IBAM, p SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. 2. Ed. São Paulo: Malheiros, p

5 5 SUNDFELD, Carlos Ari. Função social da propriedade. In: DALLARI, Adilson Abreu. Temas de Direito Urbanístico, nº 1. São Paulo: RT, p /12 O Estatuto da Cidade. O processo de produção dessa lei. Seus precedentes. O seu conjunto de diretrizes para as políticas urbanas. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Comentários ao Estatuto da Cidade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p DALLARI, Adilson Abreu (coord). Estatuto da Cidade: comentários à lei federal /2001. São Paulo: Malheiros, p /01 Entrega de Resenha crítica de um texto indicado para cada uma das aulas da 1ª parte do curso, em formato impresso. Os instrumentos de intervenção urbanística previstos no Estatuto da Cidade DALLARI, Adilson Abreu (coord). Estatuto da Cidade: comentários à lei federal /2001. São Paulo: Malheiros, p LIRA, Ricardo Pereira. Elementos de Direito Urbanístico. Rio de Janeiro: Renovar, 1997, p /01 Os instrumentos de intervenção urbanística previstos no Estatuto da Cidade (continuação) Bibliografia: idem sessão /01 Feedback do professor a respeito das Resenhas críticas. Aspectos jurídicos do Plano Diretor. Sua articulação obrigatória com outras modalidades de planejamento (ex: transporte / acessibilidade / mobilidade). Análise das experiências recentes. O caso do município do Rio de Janeiro. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Comentários ao Estatuto da Cidade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p RIO DE JANEIRO (Município). Lei Complementar nº 111, de 1º/02/2011: Dispõe sobre a política urbana e ambiental do município, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências.

6 6 SANTOS JR., Orlando Alves dos (org). Os Planos Diretores municipais pós-estatuto da Cidade: balanço crítico e perspectivas. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2011, p /02 A gestão da política urbana e seus mecanismos de democratização. As esquecidas disposições finais do Estatuto da Cidade (ex: política tarifária das concessionárias de serviços públicos). MATTOS, Liana Portilho (org). Estatuto da Cidade comentado. Belo Horizonte: Mandamentos, p CONCIDADES; Conselho Nacional das Cidades. Resoluções nº 25 e 34/2005; 80 e 83/ /02 Seminário: análise de experiência concreta de aplicação de um dos instrumentos previstos pelo Estatuto da Cidade, com ênfase nos aspectos jurídicos envolvidos nessa experiência. Avaliação geral da disciplina pelo professor e alunos. 22/02 Lançamento dos conceitos