Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis de Notificação Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN
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- Sabina Caetano Fagundes
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1 INFORMATIVO EPIDEMIOLÓGICO AGRAVOS AGUDOS TRANSMISSÍVEIS 23 de fevereiro de 2015 Vol. 01/2015 NESTA EDIÇÃO INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NOS CASOS DE CONTATO COM MORCEGO SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE CENTRO DE EPIDEMIOLOGIA JULIANE CRISTINA C. OLIVEIRA Diretora do Centro de Epidemiologia ALCIDES AUGUSTO S. DE OLIVEIRA Coordenação de Agravos Agudos Transmissíveis DANIELA MARIA W. DA SILVA LETÍCIA CONCEIÇÃO M. COUTINHO LÚCIA HELENA N. TONON MANOELA SANTOS MARION BURGER Equipe de colaboradores EDITORIAL Considerada um grave problema de Saúde Pública, a raiva é uma doença infecciosa transmitida entre os animais e o homem, de etiologia viral, que causa encefalite aguda em mamíferos. O vírus da raiva é encontrado na maior parte do território brasileiro, com diferentes variantes relacionadas ao animal transmissor. O desfecho da doença é o óbito na quase totalidade dos casos. Devido ao elevado número de casos de raiva humana transmitida principalmente por cães nas décadas de 1950 e 1960 no Brasil, municípios e estados desenvolveram atividades e regulamentações direcionadas ao controle das zoonoses, em particular da raiva. Ainda que estas atividades e regulamentações tenham reduzido o número de casos de raiva humana e canina no país, ainda existem áreas endêmicas para o ciclo urbano, envolvendo reservatórios domésticos como cães e gatos. Por sua vez, tem-se observado a emergência do ciclo silvestre e seus reservatórios selvagens, como morcegos, cachorros do mato, raposas e primatas não humanos.
2 Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis de Notificação Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para a execução de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, por isto, necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde. A Portaria n 1271 de 06 de junho de 2014 do Ministério da Saúde apresenta a relação vigente de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória, devendo ser notificados todos os casos suspeitos ou confirmados. O Programa Nacional da Profilaxia da Raiva foi criado no ano de 1973, sendo implantado em todos os estados até Desde então, estão previstas ações de vigilância da população animal através de vacinação, captura e diagnóstico de laboratório, atendimento aos indivíduos agredidos e educação em saúde. Os dados referentes à notificação de agravos provocados por animais são registrados na Ficha Individual de Notificação ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO e digitados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN. Os dados referentes à notificação do agravo raiva são registrados na Ficha Individual de Notificação RAIVA HUMANA e digitados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN.
3 Agravos Agudos Transmissíveis: RAIVA A raiva não apresenta comportamento uniforme no Brasil. Em termos de casos humanos, é uma zoonose endêmica nas regiões Norte e Nordeste. No país, entre os anos de 2001 e 2006, ocorreram 110 casos de raiva humana, sendo 63,6% no sexo masculino. As faixas etárias mais atingidas foram as dos adultos entre 20 a 39 anos (23,6%) e jovens de 10 a 14 anos (22,7%). A espécie agressora predominante foi a quiróptera (morcego), com 59 casos (53,6%), seguida pela canina (36,4%). Anualmente, em Curitiba, são atendidos milhares de acidentes com animais. Não temos raiva humana em nosso município desde o ano de 1975 e o Estado do Paraná não registra casos de raiva animal (variante cão) desde 2005, o que não nos isenta de realizar a profilaxia adequada e o acompanhamento dos pacientes, considerando a gravidade e a letalidade da raiva humana. A raiva é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas e/ou pele lesionadas. Em relação à fonte de infecção pode-se subdividir didaticamente a transmissão em quatro ciclos epidemiológicos: ciclo aéreo, que envolve os morcegos; ciclo rural, representado pelos animais de produção que encerram o maior número de casos positivos para raiva e, portanto, sentinelas no monitoramento da circulação do vírus; ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; ciclo silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinins, entre outros animais selvagens. Morcegos e animais de produção são importante fonte de infecção para a transmissão da raiva aos humanos. Não há tratamento comprovadamente eficaz para a raiva. Poucos pacientes sobrevivem à doença, a maioria com sequelas graves. A imunidade ativa é adquirida pelo uso da vacina e a imunidade passiva pelo uso do soro. Todos os imunobiológicos disponíveis atualmente para a profilaxia da raiva vacinas, soro e imunoglobulina humana antirrábica são eficazes para prevenir a doença, independentemente da variante animal. Os imunobiológicos utilizados no Brasil são seguros. A vacina produzida em células Vero está disponível desde a década de 1970 e foi introduzida no Brasil no início da década de 2000, substituindo a Fuenzalida & Palácios. São raras as reações adversas à vacina; da mesma forma, o atual soro antirrábico produzido em equinos é um produto altamente purificado e seguro. A imunoglobulina humana, disponível somente em centros de referência, é indicada apenas para pacientes com alto risco de choque anafilático pelo uso de soro heterólogo.
4 OS MORCEGOS: O homem tem provocado diversas modificações no ambiente natural adaptando-o às suas necessidades básicas de moradia e de bem estar social, atraindo assim uma série de animais como baratas, pombos, ratos e morcegos. Ao construir cidades, o homem motivou a vinda especialmente dos morcegos insetívoros e fitófagos (frugívoros e nectarívoros), já que as edificações urbanas, apresentando sótãos, porões, juntas de dilatação e outros espaços construtivos, são verdadeiras cavernas artificiais para abrigar estes animais. Além disto, a iluminação noturna das vias públicas e das residências é atrativa aos insetos e, consequentemente, aos morcegos insetívoros. Os morcegos apresentam atividade noturna, geralmente iniciando seus vôos durante o crepúsculo; habitualmente não conseguem levantar vôo do chão, necessitando de apoio para subir e, então, decolar. Alguns destes animais podem entrar em casa e ter dificuldade de localizar a saída: neste caso, apague as luzes e deixe aberta uma janela ou porta para facilitar seu escape. As variantes de morcego, hematófagos ou não hematófagos, são transmitidas por meio de lesões discretas, às vezes difíceis de serem reconhecidas, havendo, inclusive, relato de casos em que não foi possível identificar o ferimento que foi a porta de entrada do vírus. Esta característica é fator fundamental quando se avalia a profilaxia da raiva. Acidentes com morcegos, hematófagos ou não, sempre são classificados como graves e a profilaxia (soro + vacina) deve ser indicada até mesmo para os casos nos quais a suspeita de contato não pode ser descartada (por exemplo, quando o morcego é encontrado no mesmo ambiente - adentramento - onde há pessoas dormindo). O vírus das variantes de morcego pode ser transmitido por outros mamíferos; assim, nos acidentes causados por mamíferos é necessário incluir como critério de avaliação em cada caso o possível risco de contato destes animais com morcegos.
5 Outros cuidados devem ser tomados: Crianças e adultos devem evitar contato direto com morcegos, vivos ou mortos Jamais segure um morcego sem luvas ou outro tipo de isolamento (pano, papel) Se observar fezes destes animais em sua residência ou local de trabalho, guarde os alimentos em locais fechados Se você for mordido, arranhado ou sofrer lambedura por morcego, lave imediatamente o local atingido com água e sabão e procure a Unidade de Saúde mais próxima para iniciar a profilaxia (soro+vacina) da raiva Se você tiver contato com morcego, procure a Unidade de Saúde mais próxima para iniciar a profilaxia (soro+vacina) da raiva Cães e gatos devem receber vacinação antirrábica anualmente Preferencialmente enviar o animal para o diagnóstico laboratorial de raiva, através de contato com as Secretarias Municipal ou Estadual da Saúde. Todos os morcegos, independentemente de seu hábito alimentar, podem morder se forem perturbados. Se contaminados podem transmitir a raiva, doença quase sempre fatal na ausência de tratamento apropriado. Portanto, sempre evite contato com morcegos. Ressalta-se o crescente número de morcegos positivos para a raiva e os inúmeros acidentes que vêm causando aos moradores de Curitiba. Lembre-se: morcegos não devem ser tratados como animais de estimação.
6 PLANTÃO DA SMS (CIEVS/ CENTRO DE EPIDEMIOLOGIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE CURITIBA): ou (à noite, feriados e finais de semana) DISTRITOS SANITÁRIOS DE CURITIBA: BAIRRO NOVO: ou fax: BOA VISTA: ou fax: BOQUEIRÃO: ou fax: CAJURU: ou fax: CIC: ou fax: MATRIZ: ou fax: PINHEIRINHO: ou fax: PORTÃO: ou fax: SANTA FELICIDADE: ou fax: CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES (CCZ): , PLANTÃO DA SESA (CIEVS/URR PARANÁ): ou / urr@sesa.pr.gov.br MINISTÉRIO DA SAÚDE DISQUE SAÚDE: SITES PARA CONSULTAS: CURITIBA: SESA-PARANÁ: MINISTÉRIO DA SAÚDE: OMS: CDC: Referências Bibliográficas: 1- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Protocolo de tratamento da raiva humana no Brasil/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Guia de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
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