A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS COMO FERRAMENTAS DO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO

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1 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS COMO FERRAMENTAS DO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO Ismael Luiz Hoppe 1 Lisane Regina Vidal Conceição 2 Gilda Maria Cabral Benaduce 3 1 Autor, acadêmico bolsista do projeto PIBID-Geografia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria - RS. ismael.hoppe@hotmail.com 2 Co-autora, professora supervisora do projeto PIBID-Geografia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria - RS. lisanevidal@gmail.com 3 Orientadora e co-autora, professora coordenadora do projeto PIBID-Geografia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria - RS. g.benaduce@gmail.com Resumo: As atividades lúdicas no processo de ensino/aprendizagem no Ensino Médio, através de jogos e brincadeiras, possibilitam aos alunos momentos de criação e troca de conhecimentos ao trabalhar a cooperação entre os mesmos. Assim, o professor ao propor estas atividades permite que alunos ao construírem seu conhecimento também desenvolvam conjuntamente sua criatividade, capacidade de representação, busca de soluções e o prazer da interação social. Neste contexto, foi elaborado um jogo de perguntas e respostas aos alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Instituto Estadual Luiz Guilherme do Prado Veppo sobre orientação e coordenadas geográficas. A atividade teve como objetivo proporcionar aos alunos através de práticas lúdicas conhecimento sobre orientação e coordenadas geográficas. Entre os procedimentos destaca-se: inicialmente para a elaboração da atividade foi utilizado como mapa base o mapa Mundi, com coordenadas e fusos horários. Foram impressos cinco mapas em uma folha A2, os quais foram fixados em uma folha de isopor de 42 x 59,4 centímetros cm. Num segundo momento, foram elaboradas 25 perguntas sobre localização geográfica, como por exemplo, em qual ponto está localizado a latitude S e a longitude L? No dia da atividade a turma estava composta por vinte e cinco alunos, os quais foram divididos em cinco grupos. Posteriormente os alunos foram levados para a quadra da escola. Em cada quanto da quadra estava um mapa e, cada grupo se dirigiu a um mapa. No centro da quadra estavam distribuídas às vinte e cinco perguntas para cada grupo. O primeiro exercício foi localizar o norte do mapa e o norte verdadeiro e pôr o mapa orientado para o norte. Assim que o grupo conseguisse realizar essa atividade dava sequência às demais questões e com o auxilio de um alfinete fixava a pergunta na referida coordenada. Após o termino dos grupos, foi realizada a correção grupo por grupo. Entre os principais resultados destaca-se a cooperação em realizar as atividades e, ao mesmo tempo, a capacidade de criação na resolução dos problemas apresentados. Assim, mostra-se que é possível a construção do conhecimento através de atividades lúdicas, ou seja, o aluno desenvolve sua aprendizagem através de brincadeiras cooperativas. Estas atividades possibilitam o professor sair da abstração

2 conteudista e desenvolver um processo de ensino/aprendizagem prazeroso e que mostra a importância e envolvimento de cada aluno. Palavras-chave: Ensino de Geografia; Orientação e localização; Coordenadas Geográficas; Atividades Lúdicas; Ensino/Aprendizagem. Introdução As atividades lúdicas no processo de ensino/aprendizagem no Ensino Médio, através de jogos e brincadeiras, possibilitam aos alunos momentos de criação e troca de conhecimentos ao trabalhar a cooperação entre os mesmos. Assim, no momento em que professor propõe tais atividades possibilita aos alunos construírem seus conhecimentos, bem como desenvolver sua criatividade, juntamente com sua capacidade de representação, busca de soluções e o prazer da interação social. Segundo Vygotsky (1989) o lúdico só pode ser considerado educativo quando desperta o interesse do aluno pela disciplina, portanto os professores precisam aproveitar o mesmo como facilitador da aprendizagem. Os jogos e brincadeiras despertam nas crianças o gosto pela vida e ao mesmo tempo permitem desenvolver conhecimentos sobre o espaço que os cercam. Em Bertoldo (2000) que traz uma revisão conceitual a respeito do jogo, baseada na visão de Benjamim, Didonet, Froebel, Piaget e Vygotsky, e que apesar, comprovadamente, que ainda não exista até o momento nenhuma teoria aceita universalmente para o jogo, todos os autores apontam sua importância no desenvolvimento do ser humano. Neste contexto, Almeida e Shigunov (2000) abordam o brincar como uma característica inerente ao ser humano e que pode ser compreendia por adultos e/ou crianças. Exige concentração durante certa quantidade de tempo, que varia de acordo com a faixa etária e com o grau desenvolvimento em que se encontra. Assim, reportamo-nos a Oliveira (2004) que elenca uma série de funções que podem ser desenvolvidas a partir do uso do lúdico. Dentre as possibilidades de funções dos jogos pode-se destacar o desenvolvimento corporal como a coordenação motora, visual e verbal. O jogo colabora para o

3 desenvolvimento social ao estabelecer vínculos afetivos, possibilita o controle da impulsividade ao proporcionar aprendizado na simples observação de regras, entre outros benefícios. Além disso, a referida autora destaca também a importância deste tipo de atividade no desenvolvimento intelectual e sua contribuição à cultura geral, especialmente ao possibilitar a simbolização, fantasia, imagem mental, vivência de diferentes papéis, regras, valores, linguagem e criatividade. A partir deste contexto foi proposto um jogo de perguntas e respostas aos alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Instituto Estadual Luiz Guilherme do Prado Veppo, sobre o tema: orientação e coordenadas geográficas. A atividade teve como objetivo proporcionar aos alunos através de práticas lúdicas conhecimento sobre orientação e coordenadas geográficas. Além disso, desenvolver o espírito cooperativo entre os alunos bem como a troca de conhecimentos já trabalhados durantes as aulas de Geografia, fazendo com que o aluno além de promover sua aprendizagem também a compartilha. Entre os procedimentos destaca-se: a elaboração da atividade foi utilizado como mapa base o mapa Mundi, com coordenadas e fusos horários. Metodologia de Trabalho Os procedimentos para a realização do trabalho foram feitos em etapas: Inicialmente, dialogou-se com a professora regente da turma, verificando em quais assuntos os alunos apresentavam maior dificuldade de aprendizagem. Seguido dessa conversa, realizou-se o planejamento da atividade, o qual foi realizado juntamente com a professora da turma, optandose por uma atividade lúdica para melhor compreensão do conhecimento que estava sendo trabalhado em sala de aula. Após o planejamento da atividade a ser realizada, realizou a busca teórica sobre o assunto a ser desenvolvido, cujos autores e tórias dão sustentação ao proposto. Em seguida, realizou-se a busca de um mapa Mundi com as coordenadas geográficas e com os fusos horários, via internet, como pode ser observado na Figura 01.

4 Figura 01: Mapa Mundi. Fonte: Após o mapa base definido, foram impressos cinco mapas em folha tamanho A2. Os quais foram fixados em uma folha de isopor de 42 x 59,4 centímetros. Num segundo momento, foram elaboradas 25 perguntas sobre localização geográfica, como por exemplo: em qual ponto no mapa está localizado a latitude S e a longitude L? No dia da atividade a turma estava composta por vinte e cinco alunos, os quais foram divididos em cinco grupos. Posteriormente, os alunos foram levados para a quadra da escola. Os mapas estavam divididos em cada ponto da quadra e, cada grupo se dirigiu a um mapa. No centro da quadra estavam distribuídas às vinte e cinco perguntas para cada grupo. Como pode ser observado na Figura 02.

5 Figura 02: Desenvolvimento da atividade com os alunos na quadra da escola. Fonte: Acervo dos Autores. O primeiro exercício foi localizar o norte do mapa. Depois foi solicitado que os alunos localizassem o norte verdadeiro e, na sequencia colocassem o mapa orientado para o norte. Assim que o grupo conseguisse realizar essa primeira atividade, eles poderiam dar sequencia às demais questões. A cada pergunta respondida eles deveriam fixá-la com o auxílio de um alfinete na referida coordenada, conforme se pode ver na Figura 03. A cada pergunta respondida pelo grupo, logo se realizada a correção das respostas. Quando uma resposta estava errada, sua correção era anunciada oralmente com o grupo, questionando-os se realmente era esse o local indicado na pergunta, em que eles se confundiram, e com a ajuda do grupo buscava-se a resposta correta, fixando-a no mapa.

6 Figura 03: Alunos respondendo às perguntas e localizando as coordenadas geográficas. Fonte: Acervo dos Autores. Discussão dos Resultados Entre os principais resultados alcançados na realização desta atividade destacam-se: - O envolvimento (Figura 02). A atividade mostrou o empenho dos alunos em realizar a atividade, onde cada grupo, trabalhando coletivamente, busca resolver as indagações, através dos saberes já adquiridos de cada componente. Muitas vezes surgiam divergências, as quais eram sanadas testando as possíveis respostas ou divergências. - A cooperação (Figura 02 E 03). O trabalho coletivo é fundamental para a realização da atividade. Nota-se que todos os grupos cooperaram entre si para que conseguissem cumprir as tarefas. Cabe ressaltar que na cooperação é fundamental o respeito e a compreensão com o outro, fazendo com que os

7 alunos entendam as diferentes formas de ver a realidade e os fenômenos, bem como, partilham seus saberes com o grupo. - A troca (Figura 02 e 03). A troca de conhecimento e saberes acontece quando os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem têm prazer em dialogar, realizar, discutir e compartilhar suas idéias, saberes e interesses. Portanto, a troca é um processo necessário a aprendizagem. - A aprendizagem (Figura 3). As imagens do resultado final da atividade mostra que apesar de cada pergunta ser igual para todos os grupos, nota-se divergências nas respostas. As quais necessitam ser dialogadas com todos os grupos para sanar dúvidas, erros, entre outros. O erro em qualquer atividade é importante, pois eles mostram ao professor o que necessita trabalhar com os alunos, bem como possibilita a aprendizagem a partir de sua ocorrência. Portanto, a realização de uma atividade simples, lúdica, possibilita o empenho, a determinação, a cooperação, a criatividade, o raciocínio lógico, a reflexão, a aprendizagem em conhecimentos muitas vezes tão abstratos e de difícil compreensão dos alunos. Considerações Finais As atividades lúdicas possibilitam aos alunos desenvolver a capacidade de cooperação em realizar as atividades e, ao mesmo tempo, a habilidade de criação na resolução dos problemas apresentados. Assim, mostra-se que é possível a construção do conhecimento através de atividades lúdicas, ou seja, o aluno desenvolve sua aprendizagem através de brincadeiras cooperativas. Estas atividades possibilitam o professor sair da abstração conteudista e desenvolver um processo de ensino/aprendizagem prazeroso e que mostra a importância e envolvimento de cada aluno na construção do seu conhecimento.

8 Referências ALMEIDA, Ana C. P. C. de; SHIGUNOV, Viktor. A Atividade Lúdica Infantil e Suas Possibilidades. In: Revista da Educação Física. Maringá. v. 11. n. 01, BERTOLDO, Janice/ Ruschel, Maria Andréa de Moura, (2000) In: OLIVEIRA, Maria Ângela Calderari. Intervenção Psicopedagógica na escola. Curitiba: IESDE, Disponível em < OLIVEIRA, Maria Ângela Calderari. Intervenção Psicopedagógica na escola. Curitiba: IESDE, VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, WORLD ATLAS ONLINE MAP < Acessado em: 10 de Julho de 2015.

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