20, 21 e 22 de junho de 2013 ISSN
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- Leonardo Sá Gomes
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1 ISSN LOGÍSTICA REVERSA APLICADA A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS HOS- PITALARES: UM ESTUDO DE CASO FEITO NA ASSOCIAÇÃO SANTO AN- TÔNIO DOS POBRES DE ITAPERUNA (ASAPI) Marcos Paulo de Oliveira Motta (Fac. Redentor) Eduardo Barbosa Bernardes (Fac. Redentor) Alexandre Jairo de Castro Costa (Fac. Redentor) Alber Neto (Fac. Redentor) Resumo Entre os vários problemas que assolam o Brasil destacam-se os problemas ambientais e sociais, além da crise do sistema de saúde pública, que vem ganhado destaque tanto na mídia quanto no meio acadêmico. O pensar estratégico dos Resíduos Sóllidos de Saúde (RSS), além de ser oportunidade de melhoria para o meio ambiente pode se tornar uma fonte de novos recursos financeiros para os hospitais. Para aproveitar essa oportunidade esse estudo tem como objetivo analisar e avaliar a real situação dos resíduos sólidos gerados pela Associação Santo Antônio dos Pobres de Itaperuna (ASAPI), entidade filantrópica mantenedora do Hospital Santo Antônio. Os meios utilizados para realização deste trabalho foram pesquisa bibliográfica e documental além do levantamento de informações da ASAPI, organização selecionada como estudo de caso em Gestão de Resíduos de Serviço de Saúde. A Logística Reversa deve ser vista pelos gestores como o elo entre o mercado e a atividade operacional da empresa, pois desempenha um papel fundamental e de extrema relevância nas decisões das organizações públicas e privadas. Ao utilizar-se da Logística Reversa no processo de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde verifica-se uma oportunidade de melhoria quando da classifi-cação correta dos resíduos e assim reciclar uma parte gerando novos recursos financeiros para o Hospital.
2 Palavras-chaves: gestão de resíduos; hospital; logística reversa. 2
3 1. INTRODUÇÃO O Brasil, na busca pelo desenvolvimento, é assolado por vários problemas ambientais e sociais, e dentre esses problemas, que atingem a população como um todo, está a má gestão dos resíduos sólidos. Nessa atual realidade, buscam-se alternativas eficientes para minimizar esses problemas. Outro problema vivenciado hoje em nosso país é a crise do sistema de saúde pública, uma situação preocupante e agravante presenciada pelo cidadão brasileiro e constatada pelos canais de comunicação, como: demora no atendimento, dificuldade na internação devido a falta de leitos, recursos financeiros e humanos escassos, dentre outros. Esses são alguns dos reflexos dessa crise que impedem a operação com eficácia e eficiência dos serviços de saúde (POLIGNAMO, 2000). O pensar estratégico sobre o destino dos resíduos de serviços de saúde pode se tornar uma oportunidade de melhoria dos processos internos do hospital e até uma fonte de novos recursos financeiros. Aplicando os conceitos de Logística Reversa, será investigado a possibilidade da obtenção de vantagens competitivas com a gestão dos resíduos de serviços de saúde gerados pela Associação Santo Antônio dos Pobres de Itaperuna (ASAPI). 2. OBJETIVO Este trabalho por objetivo analisar e avaliar a real situação dos resíduos sólidos gerados pela ASAPI, entidade filantrópica mantenedora do Hospital Santo Antônio. 3. METODOLOGIA Quanto aos meios foi realizada uma pesquisa bibliográfica por documentação indireta, onde foram utilizados fontes secundárias como: artigos publicados em congressos, revistas científicas, trabalhos de conclusão de curso e etc. Utilizou-se também fontes primárias, como: Lei nº , de 2 de agosto de 2010, ANVISA Resolução - RDC N.º 33 e Resolução - RDC Nº. 306, CONAMA Resolução nº283, de 12 de julho de
4 Para coleta de dados internos da ASAPI, além da consulta em documentos, foram realizadas entrevistas despadronizadas ou não estruturadas, porém focalizadas, com os funcionários do hospital. De acordo com Marconi e Lakatos (2007), na entrevista despadronizada ou não estruturada, o entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Quanto aos fins, a pesquisa será descritiva, e realiza-se um levantamento das informações referentes ao número de setores e funcionários da instituição e referente ao gerenciamento dos resíduos (geração, identificação, manuseio, segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte e disposição final dos referidos resíduos). Trata-se de analize dos dados obtidos e uma avaliação dos resíduos gerados. Esses resultados serão apresentados na forma de um estudo de caso. Para o estudo de caso, foi selecionada a experiência da ASAPI em gerenciamento de resíduos de serviço de saúde (RSS). 4. DESENVOLVIMENTO 4.1. Logística Reversa A logística reversa, nessa era de alta tecnologia informativa, desempenha um papel fundamental e de extrema relevância nas decisões das organizações públicas e privadas. Leite argumenta: Logística Reversa é a área da Logística Empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pósvenda e de pós - consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição Reversos (LEITE, 2002, p. 2). A Logística Reversa deve ser vista pelos gestores como o elo entre o mercado e a atividade operacional da empresa. Embasados nas informações supracitadas, as organizações que têm um perfil inovador, passam então a enxergar a logística como uma fonte de vantagem competitiva. Desta forma: 4
5 A logística reversa adquire relevância crescente em implementação de programas empresariais, com diferentes objetivos estratégicos, dado que os executivos modernos têm melhor conhecimento dos valores envolvidos com retorno de produtos, maior percepção da possibilidade de transformar um problema em oportunidade, seja como fonte de novos centros de lucros, como fonte de redução de custos ou como salvaguarda da reputação empresarial. (LEITE, 2006, p. 6) Na Figura 1 estão representados as atividades logísticas tradicionais de abastecimento e as atividades relacionadas ao sistema de logística reversa. A etapa de Inspeção/Separação auxilia na determinação de qual processo de recuperação será o mais adequado, tanto na reintrodução a cadeia de abastecimento tradicional quanto ao tratamento e eliminação em aterro ou incineração. Figura 1. Cadeia de abastecimento em circuito fechado (BARROSO & MACHADO, 2005) De acordo com Shibao, Moori e Santos (2010, p. 4) e embasados nas informações supracimencionadas, podemos então resumir as atividades da logística reversa em algumas fases básicas, sendo elas: 5
6 a) Fase onde se planeja, implanta e controla toda cadeia logística desde o ponto de consumo ao ponto de origem; b) Fase onde se movimenta os produtos dentro da cadeia produtiva, na busca pela utilização de todos os recursos disponíveis de maneira a reduzir os custos, seja reciclando, reaproveitando ou reutilizando os resíduos; d) Fase onde se recupera o valor do produto e assegura a destinação após utilização 4.2. Gestão de resíduos sólidos hospitalares A NBR /04 define o conceito de resíduos sólidos como: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. De acordo com a lei nº art. 13, inciso I e II (2010), os resíduos sólidos são classificados quanto a orígem: resíduos domiciliares, resíduos de limpeza urbana, resíduos sólidos urbanos, resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, resíduos industriais, resíduos de serviços de saúde, dentre outros, e quanto a periculosidade: resíduos perigosos e não perigosos. Camargo, Motta, Lunelli e Severo (2009, p.03) dizem que A partir dos anos 50, alguns países começaram a dar mais importância para a contaminação da água subterrânea, e conseqüentemente estudos foram desenvolvidos nesse campo. Como resultado, os resíduos foram classificados em duas categorias: perigosos e não perigosos. Quanto ao gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, defini-se como: O conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente (Brasil, 2003). 6
7 Já os resíduos de serviço de saúde (RSS) são descritos como: aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal; aqueles provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde [ ] (Brasil, 2001). A coleta de RSS diárias no país segundo registros dos IBGE (2010), chegou a toneladas em Quanto a coleta e recibimento dos RSS, 41,5% dos municípios brasileitos que foram investigados pela PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico informou não apresentar nenhum tipo de processamento desses RSS. 5. ESTUDO DE CASO: ASAPI 5.1. Caracterização da ASAPI A Associação Santo Antônio dos Pobres de Itaperuna (ASAPI), entidade filantrópica mantenedora do Hospital Santo Antônio, iniciou suas atividades no setor de assistência social em Seus administradores, visualizando a necessidade da sociedade a sua volta, inaugurou em 1994 o hospital para pacientes sob cuidados prolongados, com capacidade instalada de oitenta leitos, e em 1997 o hospital para portadores do vírus HIV com capacidade instalada de doze leitos, ampliando assim a sua área de atendimento, passando a atuar também no setor de saúde (ASAPI, 2012a). A ASAPI tem uma área física de 3000 m² e conta com 101 funcionários contratados e 11 terceirizados. Possui onze (11) setores: ILPI Instituição de longa permanência para idosos, Hospital para pacientes sobre cuidados prolongados, Hospital Clínico onde também atende pacientes portadores do vírus HIV, administração, almoxarifado, cozinha, lavanderia, laboratório, consultório, fisioterapia e terapia ocupacional. A instituição possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), com o objetivo de controlar todas as etapas do processo de gestão do lixo hospitalar. Na figura 2 é apresentado o fluxograma do PGRSS. 7
8 Figura 2. Fluxograma do PGRSS ASAPI. Fonte: Criação própria Entrevista No mês de novembro de 2012, durante uma etapa do estudo de campo realizado na ASAPI, foram realizadas várias entrevistas despadronizadas com os funcionários de diversos setores da instituição, com perguntas abertas e respondidas dentro de uma conversação informal, focalizando o tema proposto nesta pesquisa. As respostas obtidas foi um dos pontos culminantes no levantamento das informações e totalmente satisfatória para o desenvolvimento do artigo Geração e identificação dos Resíduos Dentro de uma estrutura hospitalar existem vários setores geradores de resíduos, sendo necessário identificá-los e classificá-los por grupos de resíduos. A identificação consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos 8
9 RSS, e deve atender aos parâmetros referenciados na norma NBR da ABNT (BRASIL, 2004). Os resíduos são classificados por grupos na ordem em que o quadro 1 demonstra: Grupo Tipo Identificação A Infectantes. B Químicos. C Radioativos. D Comuns. E Resíduos perfuro cortantes. RE Resíduos recicláveis (papelão, vidro, metais, outros). ES Resíduos específicos (entulho, móveis, eletroeletrônicos, lâmpadas fluorescentes e etc). Quadro 1. Classificação dos Resíduos por grupo. Fonte: Criação própria Pode-se observar no quadro 2 os grupos de resíduos gerados em cada setor da ASA- PI, conforme segue: 9
10 SETORES ILPI Hospital para pacientes sobre cuidados prolongados Hospital para pascientes portadores do vírus HIV Administração Almoxarifado Cozinha Lavanderia Consultório Fisioterapia Terapia Ocupacional Farmácia TIPOS DE RESÍDUOS GERADOS A, B, D, E, RE A, B, D, E, RE A, B, D, E, RE D, RE D, RE D, RE B, D, RE D D D B, D Quadro 2. Setores geradores de resíduos e tipos de resíduos gerados. Fonte: Criação própria Uma vez gerados e classificados, como apresentado no quadro 2, na ASAPI ela é feita na etapa de armazenamento externo, quando os resíduos do grupo A, B e E já acondicionados separadamente, são juntamente armazenados, identificados como lixo hospitalar e passando então pelo processo de pesagem. O lixo do grupo D é subdividido em lixo orgânico e lixo seco, sendo pesados separadamente. A instituição ainda não possui um sistema de reciclagem, sendo um tema proposto para um próximo estudo. Para controlar o fluxo dos RSS é necessário quantificar a sua geração. No caso da ASAPI os RSS são segmentados em: Hospitalar (Tipos: A, B e E) e Comum (subdividido em Orgânico e Seco). Segue na tabela 2 os dados referentes a quantificação dos resíduos gerados: Quantidade de resíduos gerados Unidade de RESÍDUOS medida Lixo Hospitalar Lixo Orgânico Lixo Seco Medido (dia) KG
11 Estimado (dia) KG Medido (semana) KG Estimado (semana) KG Medido (Mês) KG Estimado (Mês) KG Quadro 3. Quantidade resíduos medidos e estimados. Fonte: ASAPI (2012b). Durante a visita foi observado que as lixeiras para os resíduos biológicos estão adequadamente identificadas e com tampa acionadas por pedais, os recipientes em número suficientes para o armazenamento, isto demonstra a eficiência do PGRSS desenvolvido pela instituição. 90/ 5.4. Manuseio e Segregação dos Resíduos De acordo com o Ministério da Saúde (2006), a segregação é uma das operações fundamentais para permitir o cumprimento dos objetivos de um sistema eficiente de manuseio de resíduos e consiste em separar ou selecionar apropriadamente os resíduos segundo a classificação adotada. Essa operação deve ser realizada no local onde os RSS são gerados e no momento da geração, o que resulta na redução do volume de resíduos com potencial de risco e na incidência de acidentes ocupacionais. Os profissionais da ASAPI são treinados e capacitados, sendo capazes de desenvolver o PGRSS com eficiência em todas as suas etapas (ASAPI, 2012c). No processo de segregação, após a geração, os resíduos são selecionados conforme sua classificação e acondicionados nos seus devidos recipientes Acondicionamento e Armazenamento dos Resíduos O processo de acondicionamento consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo (BRASIL: 2004). 11
12 O armazenamento externo Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores (BRASIL: 2004). O acondicionamento e armazenamento feito pela ASAPI se assemelham a um PGRSS divulgado pelo Governo de Paraná (2012), seguindo os critérios abaixo citados: GRUPO A: Resíduos Infectantes - São acondicionados em sacos plásticos, de cor branca leitosa e vermelho, impermeáveis e resistentes, com identificação de resíduo infectante. GRUPO B: Resíduos Químicos - São acondicionados em recipiente rígido e estanque, compatível com as características físico-químicas do resíduo, identificando de forma visível com o nome do conteúdo e suas principais características. GRUPO D: Resíduos Comuns - São acondicionados em sacos pretos resistentes de modo a evitar derramamento durante o manuseio. GRUPO E: Resíduos Perfurantes ou escarificantes - Os resíduos perfurantes e cortantes do Grupo A são acondicionados e armazenados em caixas, devidamente identificados com a simbologia de resíduo infectante e perfurocortante. GRUPO RE: Resíduos Recicláveis (papelão, vidro, metais, outros) - Os resíduos comuns recicláveis (papel, papelão, plástico e vidro) ainda não são separados e destinados à reciclagem Coleta e Transporte Externos Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) argumenta sobre a coleta e transporte externos: Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana (Brasil 2004). 12
13 A empresa responsável pela coleta e transporte dos resíduos gerados na ASAPI, até sua destinação final, é devidamente licenciada pelo órgão ambiental. A instituição mantem uma ficha para cada grupo de resíduos que identifique o responsável pelo transporte, a freqüência da coleta e o destino final. No quadro 4 estão descritos as frequências das coletas efetuadas na ASAPI: Frequência de coletas Tipo Diariamente Dias Alternados Hospitalar X Comum X Quadro 4. Frequência de coletas. Fonte: ASAPI (2012d) 5.7. Disposição Final dos Resíduos Existem diversas técnicas para disposição final dos Resíduos sólidos. Segundo González e Petris (2007, p. 7-8) as técnicas mais utilizadas para a disposição final dos resíduos são os aterros sanitários e as valas sépticas; sendo asseguradas as condições de proteção ao meio ambiente e à saúde pública previstas na legislação. Entretanto, quando se refere aos Resíduos Sólidos de Saúde (RSS), objeto de nosso estudo, existe legislação específica determinando a forma de disposição final de cada tipo de resíduo. E as empresas responsáveis por essa etapa do processo de gerenciamento de RSS devem segui-las e os órgãos públicos de vigilância sanitária são responsáveis por fiscalizar. A ASAPI contratou uma empresa, devidamente cadastradas nos órgãos de vigilância sanitária, para realizar tanto as etapas de disposição final quanto de coleta e armazenamento dos RSS. Esta empresa tem a responsabilidade de seguir todas as exigências legais e semanamente entrega à administração do Hospital relatório especificando o destino dos resíduos coletados. Após avaliar a situação atual dos resíduos sólidos gerados na ASAPI, pode-se aplicar os conceitos da Logística Reversa para identificar oportunidades de melhorias do processo e 13
14 assim alcançar vantagem competitivas. Pois, apesar de seguir todas as exigências legais exitem oportunidades de melhoria no processo de classificação dos resíduos, que nas últimas coletas não apresentou nenhuma quantidade de lixo reciclável, uma grande oportunidade de gerção de recursos financeiros. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A logística reversa desempenha um papel fundamental e de extrema relevância nas decisões das organizações públicas e privadas. Dentro do contexto da ASAPI, ela poderá contribuir com a redução de matérias que teriam sua destinação e descarte irregular e que estariam impactando o meio ambiente de forma negativa. Ao se conhecer o real valor do gerenciamento dos RSS gerados no hospital e sua relação com os contextos socioambiental e de segurança de todos os envolvidos nos serviços prestados, o gestor hospitalar terá informações para resolver os potenciais problemas e assim buscar vantagens competitivas no setor. Diante das informações supracitadas, é possível afirmar que a logística reversa aplicada no gerenciamento dos RSS é de fundamental importância para as organizações empresariais. Aplicando seus conceitos no gerenciamento dos RSS, os hospitais terão uma ferramenta estratégica para gestão desses resíduos, podendo adquirir vantagens competitivas e até novos recursos financeiros. REFERÊNCIAS ASAPI. Documentos de procedimentos internos: planejamento estratégico hospitalar. Itaperuna. Acesso em: 07 de novembro de 2012a. ASAPI. Documentos de procedimentos internos: plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Itaperuna. Acesso em: 07 de novembro de 2012b. ASAPI. Documentos de procedimentos internos: livro de registro de treinamento. Itaperuna. Acesso em: 07 de novembro de 2012c. ASAPI. Documentos de procedimentos internos: Documentação de Coleta e Transporte Externo de RSS. Itaperuna. Acesso em: 07 de novembro de 2012d. 14
15 BARROSO, A.P.; MACHADO, V.H. A gestão logística dos resíduos em Portugal. Investigação Operacional, v. 25, p , BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Resolução - RDC N.º 33, DE 25 DE FEVEREIRO DE Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível em: < Acesso em: 07 de novembro de BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Resolução - RDC Nº. 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível em: < Acesso em: 07 de novembro de BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº283, de 12 de julho de Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Disponível em: < Acesso em: 07 de novembro de BRASIL. Lei nº , de 2 de agosto de Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 07 de novembro de CAMARGO, M. E; MOTTA, M. E. V; LUNELLI, M. O; SEVERO, E. A. Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde: Um Estudo Sobre o Gerenciamento. Revista Scientia Plena, v.5, n.7, p.03, jul CARRERA, Marcelo Alves. A logística empresarial vista como estratégia competitiva: um estudo de caso sobre a logistísca reversa da DHL f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) - CESD Centro de Ensino Superior de Dracena, São Paulo, COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso Futuro Comum. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas,
16 DIAS, S. M. F. Avaliação de Programas de Educação Ambiental voltados para o gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos. São Paulo, [Tese de Doutorado da Faculdade de Saúde Pública da USP] GONZÁLEZ, Alberto Durán; PETRIS Airton José. Revisão sobre resíduos de serviço de saúde: proposta de um plano de gerenciamento para farmácia. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.8, n.2, p.01-10, jun GOVERNO DO PARANÁ. Plano simplificado de gerenciamento de resíduos de serviços da saúde para mínimos geradores. 13 f. GOVERNO DO PARANÁ. Disponível em < Acesso em: 19 de novembro de IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Pesquisa Nacional de Saneamento Básico ano Disponível em < ondicaodevida/pnsb2008/default.shtm>. Acesso em 19 de novembro de LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: Nova área da logística empresarial. Revista Tecnologística, São Paulo, Edit. Publicare, p. 2, maio LEITE, Paulo Roberto. Da logística empresarial à logística reversa. Revista Banas Qualidade, São Paulo, p.5,6 julh Disponível em: < Acesso em: 07 nov MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 6. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, POLIGNAMO, M. V. História das políticas públicas de saúde no Brasil: Uma pequena revisão. In: CURY, G. E. et al. Cadernos do Internato Rural. Depto de Medicina Preventiva e Social. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. BH SHIBAO, F. Y.; MOORI, R. G.; SANTOS, M. R. A logística reversa e a sustentabilidade empresarial. In: XIII SEMEAD Seminários em Administração. 2010, São Paulo. Anais. São Paulo: FEA-USP, p.4. 16
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