Neoliberalismo, Qualidade Total e Educação: Uma Análise Crítica 1

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1 Neoliberalismo, Qualidade Total e Educação: Uma Análise Crítica 1 Jorge Antônio da Silva Sito 2 Resumo: O artigo propõe-se a analisar, do ponto de visto crítico e desmistificador, os marcos ideológicos constitutivos da proposta de Qualidade Total incorporada à matriz do neoliberalismo. Com tal propósito, organiza-se o texto referenciado nos seguintes procedimentos: de forma inicial, são apresentados alguns aspectos da gênese do pensamento neoliberal, seus principais pressupostos e os condicionantes de gestação da proposta de Qualidade Total. Em sequência, o caráter envolvente e até sedutor do corolário da Qualidade Total na Educação é analisado. Como desdobramento, sob o tema Qualidade Total: um novo paradigma?, busca-se caracterizar e situar, com base nas faces do pensamento pedagógico brasileiro, a referida concepção. Propõe-se a recolocação do conceito de qualidade para além do modelo neoliberal, procurando reforçar a necessidade de desmistificação da retórica neoconservadora de qualidade, negando-a como fenômeno político, voltado à defesa dos interesses da maioria da população, numa perspectiva inclusora e emancipatória. Busca-se, no contexto da contradição, sistematizar alguns pressupostos para o processo de travessia. Palavras-chave: Capitalismo - Neoliberalismo - Educação - Qualidade Total Ideologia. PRIMEIRAS PALAVRAS A partir do estudo do processo de desenvolvimento das sociedades capitalistas, verificamos que, na constante busca de hegemonização, ocorrem processos de adequações e readequações como formas de superação de seus conflitos paradigmáticos e crises orgânicas. O neoliberalismo, metamorfoseando o velho liberalismo, é um claro exemplo das várias facetas assumidas e a determinação permanente de buscar novos 1 Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação Especialização em Organização Escolar da UFSM. 2 Secretário de Educação, Pedagogo, Especialista em Organização Escolar e Mestrando em Docência Universitária (UTN Buenos Aires).

2 2 conteúdos para os novos paradigmas de acumulação de capital e desenvolvimento econômico. A concepção neoliberal é uma resposta política a mais uma das crises capitalistas que ocorre no final da década de 70 e início da década de 80, crise esta do regime de acumulação fordista, e que leva os países do capitalismo central a lançarem mão desse mecanismo. À medida que emerge esse novo ideário como componente da organização capitalista, novas exigências são lançadas ao conjunto das organizações sociais, às práticas sociais, as políticas de Estado e, entre elas, a educação. Estas circunstâncias expressam as múltiplas influências de paradigmas que impactam a escola sendo, geralmente, usada como espaço estratégico e reforçador da dominação pelos processos de condicionamento e assujeitamento. Mas, apesar de todo esse processo que os fenômenos históricos incorporam, também se constituem mecanismos para o exercício da contradição e, nesses marcos, a escola pode caracterizarse como um espaço produtor da emancipação, potencializado para grandes contribuições às necessárias transformações, orientada por uma nova ética para além dos condicionamentos do capital. É com base nesta crença que é proposta a análise dessas influências, desatando alguns nós e, sobretudo, refletindo sobre alguns caminhos possíveis de superação do modelo de escola capitalista. Parte-se da premissa orientadora de que a tarefa dos sujeitos envolvidos em uma determinada prática social concreta e que nutrem a esperança de referendá-la no processo de transformação é identificá-la, compreendê-la e interpretá-la, enquanto manifestação objetiva, à luz de seus condicionantes, procedendo-se a sua enunciação ou negação como fenômeno político alternativo. É nessa perspectiva, que sugere-se analisar o tema Qualidade Total como conteúdo integrante do pensamento e discurso educacional, notadamente, na realidade brasileira; tese essa que se multiplicou lastreada pelo ideário neoliberal e passou a hegemonizar os vários organismos sociais e o imaginário popular como pensamento político estratégico. Essa reflexão se faz necessária como forma de desatar muitos nós, de desfazer muitos equívocos sobre a temática que, em virtude das estratégias da engenharia ideológica orquestrada pelos seus intelectuais históricos ou pelos intelectuais

3 3 neoconvertidos, conjugadas com o desconhecimento de seus suportes teóricos e filosóficos, acabou se constituindo e se expandindo. Os novos paradigmas de acumulação de capital vêm revestidos de conceituações e ações que dão configuração às renovadas relações econômicas, políticas e culturais nesse processo de (re)desenho histórico. A terceira Revolução Industrial, as significativas e profundas inovações tecnológicas, a redefinição da organização produtiva, as renovadas relações originárias da reestruturação do trabalho, a geração de mercados regionais, entre outros, são conteúdos históricos lançados pelos novos sustentáculos de desenvolvimento capitalista. Essas modificações estruturais e materiais vêm acompanhadas e articuladas numa intensa cadeia conectada e sustentada por um sistema de ideias, princípios e concepções coerentes com os objetivos e as metas estabelecidos pela economia de mercado. Há uma sintonia entre o que é dito, defendido e difundido no plano das ideias e o que efetivamente é posto em prática. (AZEVEDO, 1995:1) Dessa forma, para se compreender e interpretar a proposta de Qualidade Total e seus reflexos na educação, ocorre a necessidade do resgate de alguns mecanismos constitutivos de sua gênese e, principalmente, percebê-la como uma proposta engendrada no processo de desenvolvimento capitalista e justificada pelas suas exigências. Assim, procura-se no presente artigo, que se fundamenta em um processo de revisão bibliográfica, demonstrar o quanto o neoliberalismo, na condição de engenharia política global, se utiliza da educação institucionalizada como um dos campos estratégicos e privilegiados para lançar seus tentáculos. CONTEXTO NEOLIBERAL E A PROPOSTA DE QUALIDADE TOTAL Após a queda do muro de Berlim, como significação da derrocada do Socialismo Real, o capitalismo torna-se uma tendência hegemônica. É o Fim da História, como afirmavam seus teóricos e, a partir dessa condição, torna-se necessário gerenciar essa forma de organização com mais competência. Nesse processo de busca de hegemonia e da consequente necessidade de superação dos seus conflitos e crises orgânicas, o ideário

4 4 da ordem é construído e reconstruído, assumindo novas facetas que mascaram as velhas. Dessas exigências surge a política neoliberal, que se espalhou pelo mundo como uma saída política protagonizada por alguns países capitalistas centrais nos anos 70-80, como forma de busca de superação da profunda crise do regime de acumulação fordista, iniciada no final da década de 60. O neoliberalismo passou a se constituir na expressão política de gerenciamento dessa crise. Elucidando essa questão, Gentili (1994:13) caracteriza o neoliberalismo como uma necessidade estrutural do capitalismo ou, pelo menos, como a saída política para a necessidade estrutural: a redefinição de uma forma (o projeto) histórico de dominação de classe. Assim, o neoliberalismo se constitui em um novo processo de configuração da velha vertente liberal, decorrente da Revolução Industrial, caracterizada no contexto do século XVIII e redefinida ao longo do processo histórico, enquanto concepção que entende o homem e a sociedade como sujeitos e produtos da construção da livre concorrência, da ação dos mais capazes, mais eficientes e eficazes, cujas credenciais, na verdade, são decorrentes da liberdade suprema e edificante do grande Deus mercado. Nos anos 80, basicamente nos países capitalistas desenvolvidos, com a crise da social-democracia e a desestruturação dos Estados de Bem Estar Social a política neoliberal passa a se constituir em uma saída possível. Configura-se uma Nova Ordem Econômica a nível mundial (economia internacionalizada, globalização, blocos econômicos). O processo de globalização, configurado historicamente na virada do século, caracteriza-se pela formação de um mercado único e global. As relações econômicas, tanto produtivas quanto financeiras, ultrapassaram as fronteiras nacionais desregulamentando, desregrando os chamados mercados nacionais, constroem macroeconomias constituindo os chamados mercados emergentes nas regiões periférics do capitalismo, articulados com a formação dos chamados mercados regionais. (AZEVEDO, 1995:3) O novo paradigma exposto é o do Estado Mínimo: quanto menor a intervenção do Estado, melhor. O Estado é rotulado como o grande causador dos males econômicos e sociais e, a livre iniciativa como a grande redentora, como a única possibilidade de regeneração da atual democracia, da economia e com condições de redimensionar os organismos vitais da sociedade.

5 5 Esse processo, gerador da aceleração da corrente privativista, acaba por reduzir a função social do Estado, que passa a não possuir mais o domínio em relação ao estoque monetário internacional, enfrenta a queda das receitas públicas, acabando engessado e inviabilizado de atender as demandas da sociedade, principalmente no campo das políticas sociais e públicas. A tendência configurada é a do refluxo do Estado na relação com os interesses públicos e o alargamento para os interesses privados. A metamorfose do liberalismo para o neoliberalismo passou a exigir uma nova filosofia e arcabouço teórico capaz de dar sustentação e funcionalidade aos novos tempos. Surgem então, com nova roupagem, expressões, slogans e, nesse contexto, a tão propalada Qualidade Total, como mecanismos alavancadores de uma nova forma de gerenciamento do capitalismo e/ou como nova retórica conservadora, propagando-se desde o Japão, passando pelos países desenvolvidos e chegando, inclusive, em termos de tese hegemonizadora, de forma tardia, aos países periféricos. É obviamente importante, nesse processo de construção da hegemonia do discurso liberal/empresarial/capitalista, a criação de novas expressões e termos e a redefinição de velhos slogans e palavras e sua vinculação respectivamente positiva ou negativa ao campo bom (o capitalismo, a livre iniciativa, os empresários e suas inerentes virtudes) ou campo mau (a intervenção estatal, os movimentos sociais, os funcionários públicos, os políticos e seus essenciais defeitos). (SILVA, 1995:12) Esta nova filosofia tem seus pilares nos meios de comunicação e na ação do consumidor. A mídia como processadora de um verdadeiro ataque ideológico de inculcação dos pressupostos da tese de suprema autoridade do mercado, que passa a ditar normas, costumes, modas e, fundamentalmente, a configurar um quadro onde o consumidor (cliente), passa a ser substituto do cidadão. O que vale é o cliente, o que compra, o que tem a livre opção de consumir (suposta autonomia do cliente), quando na verdade já está pré-estabelecido o que deverá ser consumido. A estratégia em curso visa cooptar e manipular o afetivo, os sentimentos, os desejos, através do convencimento publicitário, não deixando espaços para circularem visões alternativas à lógica estabelecida. Isso pressupõe conceber que a política neoliberal precisa ser compreendida e analisada como um projeto estratégico global que, para

6 6 equacionamento, exige significativas reformas materiais, conjugadas essas reformas com uma estratégia de caráter cultural. O que estamos presenciando é um processo amplo de redefinição global das esferas social, política e pessoal, no qual complexos e eficazes mecanismos de significação e representação são utilizados para criar e recriar um clima favorável à visão social e política liberal. O que está em jogo não é apenas uma reestruturação neoliberal das esferas econômica, social e políticas, mas uma reelaboração e redefinição das próprias formas de representação e significação social. (SILVA, 1995:14) Dessa forma, noções de igualdade e justiça social recuam no espaço e cedem campo aberto para a redefinição de produtividade, de qualidade, de eficiência e modernidade. Assim, quem não se apropria e utiliza esta linguagem está ultrapassado, não é moderno. O neoliberalismo sustentado em sua parafernália estratégica se constitui, irrefutavelmente, em uma espécie de Epistemologia Social Global, isto é, em um conjunto de noções, conceitos e termos que acabam por constranger e marginalizar as formas de pensamento geradas fora dessas categorias hegemônicas. Oprime, portanto, outras ideias, outros conceitos, outros pressupostos teóricos e novos paradigmas, obscurecendo a memória e a construção popular autônoma. O projeto neoconservador, em síntese, incorpora essencialmente a definição de um espaço em que se torne impossível analisar o econômico, o político e o social, desconectado das premissas que justificam o arranjo organizacional capitalista. Para tal, seus intelectuais identificados ou neoconversos ( hoje, em muitas circunstâncias, os últimos mais fervorosos que os primeiros) se utilizam de frases de efeito, de caráter mirabolante. Em suas retóricas, elas surgem com muita freqüência, reveladoras, muito mais de uma atitude de marketing do que propriamente de uma leitura rigorosa e honesta sobre os condicionantes sociais e suas manifestações concretas na cotidianeidade. Em resumo, nesta operação da política neoliberal...os existentes defeitos da vida política e social são separados de qualquer conexão com o presente modo de organização econômica (o capitalismo) e vinculados tão somente a uma suposta tendência estatizante e burocratizante de seu modo de organização política. Corrupção, ineficiência, desperdícios são excrescências que sequer podem ser traçadas a algum possível mau funcionamente da dinâmica capitalista; elas são atribuídas, ao invés disso, a

7 7 uma política pública que, curiosamente, nada deve ao seu núcleo econômico). (SILVA, 1995:12) Esse paradigma, associado com o processo de redefinição dos padrões de acumulação capitalista, dos processos produtivos e as novas dimensões no campo científico e tecnológico passa, como política global, a colocar novas exigências para a educação, para os processos da escola, de acordo com a economia globalizada e os pressupostos de mercado. QUALIDADE TOTAL NA EDUCAÇÃO: O CANTO DA SEREIA A definição das funções da educação não ocorre processada por um vazio ideológico e conceitual. É decorrente de um feixe de determinantes, da correlação de forças, muitas vezes forças essas antagônicas em termos de concepção de mundo, de sociedade, de humano e de conhecimento. É nesse complexo quadro que é necessário buscar elementos para a análise e elucidação da proposta de Qualidade Total na Educação. Proposta essa que se espraiou no coletivo do pensamento educacional como nova categoria pedagógica e que, pela incessante busca de alternativas reais para a crise dessa prática social (a educação), pela sede do processo de qualidade e se for total tanto melhor, é que muitos educadores acabaram incorporando o conteúdo da proposta e, equivocadamente (ou de forma esperta), passaram a defendê-la como alternativa real ao quadro educacional brasileiro, seduzidos que foram pelo arcabouço neoliberal. Tal atitude, geralmente desprovida de criticidade, se efetivou quase que de forma genérica, sem que tenha ocorrido a reflexão e explicitação dos suportes ideológicos e filosóficos que dão sustentação à estrutura da bela sereia. A concepção de Qualidade Total na Educação é uma proposta ideológica que visa, na esteira da política neoliberal, ajustar a educação enquanto campo estratégico, a lógica empresarial voltada às necessidades de mercado. Desse modo, emerge um modelo de escola... ajustada ao projeto de reconversão econômica, social, política e cultural, ou seja, a mercoescola. (AZEVEDO, 1995:6).

8 8 Sobre a concepção de mercoescola, reforça (AZEVEDO, 1995:6): Essa visão elaborada pelo corolário neoliberal afirma a educação como uma mercadoria a mais, um bem que pode ser comprado, vendido ou consumido no mercado educacional. O mercado educacional garantirá a hierarquização da qualidade do serviço colocado à disposição dos usuários, ou seja, dos consumidores. Isso posto, explicita de forma clarividente que tal processo, também na educação, se vincula e ganha corpo e significação em toda a ação orquestrada no contexto capitalista e na sua busca de plena hegemonia. A tese da Qualidade Total recoloca também, no campo da educação, conceitos como eficiência, eficácia, produtividade, com uma nova roupagem, da mesma forma como introduz outros, a exemplo da terminologia parceria, expressão e concepção construída nas organizações populares e que passou a ser utilizada no contexto da parafernália neoliberal, geralmente como proposta entre ideários e interesses antagônicos - na verdade, acobertando, pela suposta possibilidade de parcerias, em interesses contraditórios e até inconciliáveis, o seu real significado, à vocação privativista. Assim, na sutileza, esse processo também é armado no espaço da educação, encobrindo a sua real face como proposta global estratégica, qual seja: a guerra econômica entre os países, a exacerbação da competição, do individualismo e, principalmente, o mascaramento dos seus reais impactos e suas verdadeiras vítimas : os seres humanos e o próprio conceito de cidadania, pois a busca de eficiência a todo custo, o excesso de competição entre empresas e outros setores produtivos, estão robotizando, moendo as pessoas e desmantelando instituições históricas, com a secundarização do afetivo, da solidariedade, a exemplo da própria família. Na análise desse processo, tendo como referência a realidade americana, o cientista político e historiador Edward Luttwark (1995:7), se posiciona da seguinte forma: O atual estágio do capitalismo (turbocapitalismo) 3, as traumáticas mudanças pelos quais está passando o país, a atitude obcecada pela eficiência e a ampliação do grau competitivo está destruindo as pessoas. Do ponto de vista humano, é cruel. Do ponto de vista econômico, é contraproducente. 3 O termo turbocapitalismo é uma expressão usada para configurar o estágio do capitalismo americano.

9 9 Isso revela que o discurso sobre modernidade e/ou pós-modernidade, que as elites tentam legitimar junto ao imaginário popular, apesar de todo o requinte, não consegue ocultar o caráter profundamente anti-humano, contraditório de suas concepções e, sobretudo, de sua prática. A ideologia da qualidade para a competitividade reforça os princípios individualistas, segregadores. Na educação, essa ideologia volta-se para a formação de uma mentalidade e de um comportamento ajustável às demandas do mercado, ou seja, competidor consoante à lógica de competição do capital. (JÚNIOR, 1994:60) A proposta de Qualidade Total na Educação precisa ser analisada a partir desses componentes condicionadores, a sua incorporação ao discurso e prática educativa, como decorrência das influências de uma pedagogia concebida e gestada nos marcos do capitalismo. Nesse sentido, embora de forma embrionária, mas como um exercício intelectual de reflexão-sistematização, é proposta a caracterização da mesma (Qualidade Total), enquanto tendência, no quadro do pensamento pedagógico brasileiro. A atitude reflexiva e sistematizadora tem por finalidade contribuir na superação dos inúmeros equívocos, hoje bastante enraizados na sustentação dos discursos pedagógicos e em algumas práticas nessa perspectiva pedagógica, embora ainda incipientes. Do mesmo modo busca a elucidação no sentido de que a qualidade que temos buscado construir em nossa militância cotidiana, nas escolas, nos sindicatos, nos partidos políticos comprometidos com a luta dos setores populares e outras instituições sociais se opõe radicalmente, em forma e conteúdo, à ideia de qualidade com vínculo, eminentemente de caráter mercadológico. É imperioso distinguir a concepção da qualidade total na educação do conceito de qualidade social de caráter emancipatório, de dimensão humanizadora, para não nos enredarmos nas armadilhas da polissemia. QUALIDADE TOTAL NA EDUCAÇÃO: UM NOVO PARADIGMA?

10 10 A configuração do pensamento pedagógico brasileiro, referenciado na produção teórica existente, tratada in genere, apesar dos vários enfoques, apresenta-nos dois grupos de pedagogias: as Pedagogias Liberais e as Pedagogias Progressistas, ou ainda na caracterização Freireana: Pedagogias para a domesticação e Pedagogias para a humanização. A primeira vertente de pedagogias pode ser traduzida pela configuração das concepções Tradicional, Escolanovista e Tecnicista. A segunda vertente é expressa pelas concepções Libertadora, Libertária e Crítico-Social dos Conteúdos. O primeiro bloco de pedagogias, com diferenciados pressupostos, possuem um fio condutor que as identificam e configuram similaridade, são pedagogias da ordem, de ajustamento à estrutura social, pedagogias para uma escola capitalista, portanto, com um conteúdo teórico-prático voltado para a domesticação, mantenedoras, pelo exercício de concepção, do processo de status quo. O segundo bloco de pedagogias, tratadas in genere, se diferenciam das primeiras por processarem a explicitação e a problematização das contradições da sociedade de classes por buscarem a humanização em contraposição ao ato de domesticação e, principalmente, por contemplarem um conteúdo político traduzido em suporte para a ação pedagógica transformadora e emancipadora, por consequência, de natureza contrahegemônica. Nesse contexto referencial do pensamento pedagógico, como podemos situar a proposta de Qualidade Total na Educação enquanto paradigma gestado e parido no bojo do capitalismo? A Qualidade Total na Educação é uma proposta conservadora ou de um novo conservadorismo, travestido de modernidade, identificando-se por consequência com o quadro das Pedagogias da Ordem, podendo ser definida como uma proposta neotecnicista, forjada em um modelo organizacional nos marcos do Taylorismo/Fordismo com novos revestimentos (Neo-Tayloristas/Neo-Fordistas). Sobre esse modelo de pedagogias do capital, é possível observar: O aprendizado, para o capital, deve ter como foco as mudanças comportamentais do educando, no sentido deste localizar-se dentro da cadeia produtiva através da conscientização de seu papel como fornecedor e cliente, buscando-se, inclusive, a padronização do trabalho mental. (FIDALGO, 1994:35)

11 11 A presente ofensiva é, portanto, carregada de similaridades com os projetos educacionais que vêm historicamente reproduzindo a ideologia hegemonizadora do capital, exemplificados pelos próprios projetos da ditadura militar como na configuração do tecnicismo educacional, evidentemente, que resguardadas as especificidades e as diferenças de períodos históricos. Não estabelece, dessa forma, uma ruptura com o paradigma de escola Taylorista/Fordista, de caráter verticalizado, autoritária, que trabalha com o conhecimento de forma fragmentada, produzindo uma visão parcializada da realidade, onde a historicidade e a provisoriedade do conhecimento não são percebidos como mecanismos inerentes do ato de produção humana, o que despotencializa e compromete as possibilidades de formação de sujeitos capacitados para responderem aos desafios da vida no mundo e com o mundo. Não é por acaso que a grande ideóloga e multiplicadora da concepção de Qualidade Total na Educação no Brasil, Cosete Ramos, foi autora, no período do tecnicismo, no discurso desenvolvimentista presenciado a partir da década de 60, de vários livretos intitulados de Engenharia da Instrução; naquele período, como hoje, baseava-se e sustentava-se na estrutura burocrática do Ministério de Educação e Cultura, convergente à época com tal ideário. Por esses caminhos, a referida professora mantém a sua coerência no sentido de continuar defendendo uma proposta pedagógica e de escola com as mesmas diretrizes e princípios em termos de concepção educacional, evidentemente, com novos contornos, o que não poderia ser diferente, pois as demandas históricas da sociedade capitalista para a educação se modificaram e tornou-se necessária a readaptação do pensamento e das ações educativas. Essa contextualização da proposta e os eixos orientadores da Qualidade Total em Educação são fundamentais no sentido de trazer à tona os mecanismos constitutivos desse discurso de viés conservador; discurso esse que, pelo seu caráter estratégico, pelo processo de adestramento do cognitivo, do afetivo, das vontades coletivas e individuais, acaba por gerar o anestesiamento, o conformismo, o imobilismo, como forma hegemonizadora do imaginário social.

12 12 O processo de inculcação ideológica é, competentemente, trabalhado pelos grandes meios de comunicação, esparramando-se pelos vários espaços da sociedade, a exemplo do campo educacional, de forma sutil ou explícita, como os grandes processos pirotécnicos que fazem parte das pautas educacionais no Brasil neste momento histórico analisado. Essa atitude, eifada da intencionalidade política explicitada, é uma ação engenhosamente planificada, constituindo-se em efetivos pilares para a massificação do pensar, do sentir e do agir. O desvelamento desses fatores ideológicos nos permite a construção de alternativas de reflexão, capazes de referenciarem e potencializarem a ação de construção de instrumentos de fuga ao canto da sereia, a embriaguez com os novos conceitos e terminologias, processos esses que acabam, em última análise, por sufocar e em muitos casos inviabilizar todo o manancial que vem sendo elaborado e experenciado no campo das pedagogias alternativas que buscam a transformação do quadro hegemônico instituíudo. É importante compreender que quando um discurso desse tipo se torna hegemônico ele não apenas coloca novas questões, introduz novos conceitos e categorias; ele, sobretudo, desloca e reprime outras categorias, obscurece a memória popular, ocupa lugar de categorias que moveram nossas lutas no passado, redefinidas agora como anacrônicas e ultrapassadas. (SILVA, 1995:220) A estratégia neoliberal, ao buscar o ajustamento da educação institucionalizada às regras do mercado, tornando o conhecimento um produto comercial por excelência, determina também a retirada da educação da esfera pública, matando, consequentemente, o processo de autonomia, a liberdade, na exata medida em que a transforma em objeto de consumo individual, promovendo a escancarada mercantilização no grande supermercado educacional. Isso acaba por gestar a morte da concepção de esfera pública nos espaços institucionalizados de educação, à medida em que emperra a discussão, a elaboração pública coletiva. Um outro aspecto que precisa ser explicitado e discutido do arcabouço teórico de sustentação da proposta de QTE é a situação que se refere ao processo reducionista configurado na análise dos problemas sociais e educacionais onde, via de regra, ocorre a transformação dos complicadores, das mazelas relativas a esses campos, eminentemente,

13 13 a um enfoque técnico, com o consequente silenciamento da dimensão política. Portanto, uma atitude de secundarização do político e de exacerbação do técnico. As questões políticas como desigualdade, injustiça, evasão e insucesso escolar não são tratadas em termos de distribuição desigual de recursos materiais e simbólicos de poder, mas como questões técnicas, vinculadas a processos de ineficiência, ineficácia, no gerenciamento de recursos humanos e materiais. A situação dramática de desmantelamento das escolas brasileiras, o crescente processo de proletarização dos profissionais da educação e a crise enfrentada pelos estudantes é vista como má gestão e desperdício de recursos por parte dos poderes públicos. A falta de produtividade, o pouco esforço dos professores e administradores é encarado como consequência dos métodos atrasados e inadequados de ensino com conteúdos incompatíveis e anacrônicos, nesse sentido, para problemas avaliados como técnicos, soluções técnicas, ou melhor, questões políticas traduzidas como técnicas. Talvez residam nessas questões os mais graves equívocos da concepção de Qualidade Total na Educação, principalmente por reduzir a análise dos problemas educacionais ao nível micro-institucional, ou seja, ao âmbito de cada uma das escolas, não avaliando esses problemas como decorrência de uma concretude macro-estrutural. É concebido que, de forma reducionista, através dos comitês, dos times e/ou pactos de qualidade firmados em cada instituição de ensino, produz-se, gradativamente, o contágio de todo o complexo educacional mudando, em decorrência, as mazelas do sistema. Ora, buscar resolutividade para os problemas educacionais em nível de complexidade com esses limites de análise do fenômeno educativo, retrata o quanto é descompromissada e nefasta a política neoliberal para a educação brasileira. A cultura filosófica, que serve como motor e combustível ao referido conceito, é a filosofia racionalista, que concebe o homem como um ser utilitário, servil, ajustado e com comportamento padronizado. A visão de mundo que envolve a ideologia da qualidade, racionalista do tipo instrumental, tem o objetivo de condicionar o ato de pensar, a criativdade, a personalidade dos indivíduos e do coletivo, modelando, padronizando um comportamento a uma normalidade eficiente e eficaz ao mundo do capital. (JÚNIOR, 1994: 60)

14 14 A organização escolar exigida tem base no modelo organizacional de caráter interfuncional, modelo esse pautado pela promoção de um distanciamento entre quem pensa e quem executa, onde a liderança tem um papel imprescindível. Dessa forma, o diretor passa a ser o grande mentor intelectual de representação das diretrizes educacionais e, ao mesmo tempo, gerente no processo de implementação do conteúdo dessas diretrizes. O gerenciamento interfucional objetiva consolidar a visão da organização, dos seus objetivos estratégicos, cabendo tal responsabilidade à alta administração, ou seja, a cúpula estabelece as metas (pensar) e os trabalhadores executam (fazer). Nessa dinâmica, o controle se sobrepõe à autonomia e gera a dicotomização entre o ato de pensar e o ato de fazer. A caracterização do gerenciamento interfuncional fica assim clara se fizermos uma analogia com um navio. As pessoas que trabalham na base do navio (casa das máquinas) têm como função manter o navio funcionando, fazendo pequenos ajustes para que o navio funcione melhor. Mas estas pessoas não sabem em que direção está indo o navio. Já na cabine do comandante, estão as pessoas responsáveis em determinar a direção em que o navio vai navegar. (FREITAS, 1992:18) A organização estruturada dessa forma, para ter funcionalidade, precisa da mecanização como alicerce da robotização, com um conjunto de atividades repetidas ciclicamente e que exigem o envolvimento de todos na sua operacionalização e correção. A ideia de interfuncionalidade fica bastante clara na adaptação feita por Cosete Ramos ao campo pedagógico, com base no pensamento de Deming 4, questão essa que só não é captada por uma leitura acrítica e reprodutora quando Cosete Ramos (1992:71) afirma: Qualidade se decide no topo (direção da escola), mas se contrói debaixo para cima (através dos comitês de qualidade). A ênfase metodológica da proposta recai em uma ação pragmática e despolitizadora, o que não poderia ser diferente, por ser uma pedagogia da ordem, do status quo. Se primasse pela dialeticidade, pela politização, colocaria em xeque a estrutura capitalista, o que seria um contrasenso face aos seus pressupostos e contexto de origem. 4 W. Eduards Deming-Teórico americano pioneiro da teoria administrativa da qualidade.

15 15 Em síntese, esse paradigma pedagógico significa um refluxo sem precedentes na possibilidade de elaboração e equacionamento de uma proposta alternativa para a escola, notadamente, na realidade brasileira. Ao refletir sobre essa questão, Miguel Arroyo (1995:75) assume a seguinte posição: Recolocar o modelo de qualidade na educação e, consequentemente, a questão metodológica na estreiteza das relações de mercado é como um recuo de séculos. Também é perceptível que o forte conteúdo de cooptação que subjaz ao ideário neoliberal, representado pela Qualidade Total na Educação, se reflete de forma significativa no coletivo dos trabalhadores, sobretudo nos trabalhadores em educação das escolas públicas, tentando impor um processo de limitação a esses profissionais através do estímulo ao individualismo, às ações adaptadas, geradoras de desagregação. Assim, as organizações de professores com caráter coletivo são colocadas num plano secundário em termos de significado ou até refutadas, sendo apenas concebidas iniciativas organizativas de tal natureza no âmbito das instituições escolares inaugurando, dessa forma, um processo de fragmentação e pulverização. Cosete Ramos, embora mencione os sindicatos em sua proposta como instituições externas para alianças, tem explicitado em suas pregações, como missionária da Qualidade Total, uma atitude contraditória ao se referir às organizações sindicais, entendendo-as como grupos corporativos que supostamente defendem os interesses dos trabalhadores. RECOLOCANDO A QUESTÃO DA QUALIDADE PARA ALÉM DO NEOLIBERALISMO Por toda a reflexão até aqui desenvolvida, pelo desvelamento dos componentes da engenharia política neoliberal, entende-se que a sua negação e superação como fenômeno politico não é uma tarefa fácil, devido à sua força política e intelectual como paradigma capitalista. Perry Anderson, ao definir caminhos para essa travessia, evoca uma das máximas de Lênin, de cuja liderança e legado as propostas alternativas seguem precisando jamais subestimar o inimigo. Nesse sentido, argumenta o autor:

16 16 É perigoso iludir-se com a ideia de que o neoliberalismo é um fenômeno frágil ou arcaico, ou já anacrônico. Continua a ser uma ameaça ativa e muito ponderosa, tanto aqui na América Latina quanto na Europa ou em outras partes. Um adversário formidável que foi vitorioso muitas vezes nos últimos anos, mas que não é invencível. (ANDERSON, 1995:16) Na luta política de busca pela ruptura com o neoliberalismo e de construção de perspectivas superadoras que possam surgir além dessa concepção, entende o autor supracitado que não podemos esquecer três lições básicas, fornecidas pelo próprio neoliberalismo. Primeira lição: não ter medo de estar absolutamente contra a corrente política do nosso tempo. Esse fato implica em paciência histórica, muitas vezes em uma postura política de oposição marginal mas que, estrategicamente, espera a configuração de condições objetivas históricas para uma atitude política mais determinada. Segunda lição: não transigir em ideias, não aceitar nenhuma diluição de princípios. As teorias neoliberais foram extremas e marcadas por falta de moderação, um iconoclatismo chocante para os bens pensantes do seu tempo; mas não perderam eficácia; por isso, ao contrário, foi propriamente o radicalismo, a dureza intelectual do temário neoliberal, que lhe assegurou uma vida tão vigorosa e uma influência finalmente tão esmagadora, exercendo o papel de uma visão verdadeira hegemônica do mundo. Terceira lição: não caracterizar nenhuma instituição estabelecida como imutável. Quando o neoliberalismo era um fenômeno politicamente menosprezado e marginal, durante o grande auge do capitalismo dos anos 50 e 60, parecia ao consenso burguês daquele tempo inconcebível criar desemprego de cerca de 40 milhões de pessoas nos países ricos, sem provocar transtornos sociais, parecia impensável redistribuir renda abertamente, em voz alta, dos pobres aos ricos, em nome do valor da desigualdade; parecia inimaginável privatizar não somente o petróleo, mas também a água, a receita, os hospitais, escolas, até prisões. Mas tudo isto se comprovou factível quando a correlação de forças mudou com a longa recessão. A mensagem do neoliberalismo foi, neste sentido, eletrizante em sociedades capitalistas. Nenhuma instituição, por mais consagrada e familiar é, em princípio, intocável; a paisagem institucional é muito mais maleável do que se crê.

17 17 Essas três lições são relevantes no processo de superação do neoliberalismo e a questão da qualidade precisa ser refletida no bojo de todas essas circunstâncias, exatamente com o objetivo de não ser cometido o equívoco neoliberal de buscar reconstruí-la de forma reducionista, tratando a questão da qualidade como essencialmente técnica. A palavra qualidade, por sua polissemia, pode traduzir através de seu conteúdo vários interesses politicos. A expressão qualidade não é neutral ou ociosa, pois adquire significação no lastro ideológico em que é concebida. Pode prestar-se para o anúncio ou para a astúcia. Portanto, a concepção de qualidade configurada como necessária na perspectiva de vida plena, nada tem a ver com a qualidade nas marcas do neoliberalismo. Aliás, é importante ressaltar que a qualidade já existe, mas para uma minoria da população e é esse processo de qualidade que buscam refinar os neoliberais, oferecendo-a aos seus clientes (os possuidores da condição de comprar). A grande discussão que precisa ser desenvolvida é no sentido de uma proposta de qualidade que venha a beneficiar a maioria historicamente excluída dos benefícios gerados pela ciência, pela tecnologia e pelo processo de desenvolvimento. Essa possibilidade implica em se ter claro que a luta política precisa ganhar conteúdo e consistência para a desestabilização da política neoliberal. Na area da educação é inegável a necessidade de uma pedagogia de qualidade para além da proposta da Qualidade Total na Educação, que inaugure novas e mais amplas possibilidades de capacitação do humano, de modo a exercer a sua cidadania em plenitude, de permitir-lhe compreender, interpretar e agir na dinâmica da sociedade, intervindo nesse contexto como sujeito politico propositivo e com uma formação sólida e global que lhe permita também competência nas múltiplas relações. Essa construção exige uma discussão da qualidade inclusora, fato esse negado ao longo da história pela sociedade capitalista, na dimensão de formação de um homem ominilateral. É preciso explicitar, para que se saiba a favor de quem e contra o que a qualidade está sendo pensada e praticada. A sociedade capitalista promoveu, nos últimos anos, a ampliação das oportunidades de acesso à escola, mas não permitiu ainda à dialética quantidadequalidade na perspectiva da mudança imprescindível da função social da escola.

18 18 Retomar e ampliar esse debate é uma questão necessária e inadiável para aqueles(as) que sonham e realizam, realizam e sonham a luta por uma escola diferente, realmente cidadã, como contraponto à escola neoliberal e a qualidade como concessão tutelada. Possuímos todo um manancial que é produto da construção social, das lutas populares, dos diversos movimentos sociais, da ação comprometida e apaixonada de educadores(as) em múltiplos espaços, conteúdo esse que precisa ser resgatado, organizado e ganhar visibilidade a fim de dar substância e horizontes a uma proposta de qualidade radicalizada. Foi a articulação das experiências democráticas, dos fazeres pedagógicos alternativos que fertilizaram o campo progressista em décadas de lutas, que semearam e acalentaram o sonho embrionário de uma educação emancipadora, associada a um projeto sócio-cultural, voltado à formação de sujeitos históricos capazes de, conscientemente, produzir e transformar a sua existência. (AZEVEDO, 1995:13) Essa reversão do eixo da concepção de qualidade como anúncio-conquista em oposição à astúcia-concessão precisa ter presente esse acúmulo dos setores organizados da sociedade que é, exatamente, um dos focos de ataque do projeto neoliberal, tentando obscurecê-lo. É preciso efetivar uma ação de radicalização da democracia no interior da escola, sendo esse espaço um campo fértil no desdobramento de práticas renovadas de participação, resultantes de uma consciente atitude política. Isso requer uma nova concepção de gestão e o eixo balizador de toda essa nova dinâmica deve ser o princípio de gestão democrática como mecanismo fomentador da democracia participativa. Da mesma forma, é necessário que a escola se constitua em um palco diversificado de atores e atrizes sociais das múltiplas visões de mundo e que se crie, por essa ação coletiva de solidariedade e de respeito às pluralidades, as sínteses superadoras. Urge, portanto, nesse processo de redefinição da qualidade, uma ação de reconstrução curricular que seja balizada de forma competente para incorporar às desigualdades existentes, problematizando-as nos caminhos da superação, um currículo capaz de contemplar as múltiplas culturas e vozes que ressoam no espaço da escola,

19 19 reconstrução essa baseada em princípios que representem diretrizes comuns, construídas coletivamente. Este padrão de qualidade não pode reduzir-se à aplicação de fórmulas de controle, nem subordinar-se à lógica da produção de bens de consumo. Em síntese, uma educação de qualidade, entre outros fatores, pressupõe os seguintes movimentos: a) Compromisso politico que replique em competência técnica e competência política; b) A capacitação do cidadão com conteúdos que proporcionem a autonomia individual e coletiva, que resgate a relação entre conhecimento, produção e relações sociais em uma perspective histórico-crítica; c) Uma ação continuada para a instrumentalização do professor, com este adquirindo consciência dessa necessidade e criando formas autônomas de capacitação; d) Buscar a formação de um homem global, solidário, fraterno e com espírito coletivo; e) Proporcionar vivências teórico-práticas de instrumentalização para o exercício pleno da cidadania; f) Gerar condições ao aluno para desenvolver ao máximo seus talentos, competências e habilidades; g) Constituir uma concepção pedagógica reflexiva-crítica e propositiva que justifique-se em processo de travessia no chão da sala de aula; h) Instituir a escola como um espaço prazeroso, de alegria, gerando condições para o aguçamento da curiosidade epistemológica; i) Profissionais da Educação assumindo a condição de autoridades do conhecimento; j) Uma escola arquitetonicamente estruturada, contando com equipamentos e condições físicas adequadas; k) Transformar a escola em espaço de mediação, realizando as sínteses unificadoras entre o feixe de informações e conhecimentos que complexificam-se no atual paradigma societário.

20 20 Uma escola de qualidade social precisa conhecer com profundidade as expectativas, os sonhos e as esperanças dos que a ela chegam e nela transitam. Não é mais possível uma escola anestesiada em relação à realidade, impotente aos apelos populares, com uma estrutura burocrática, verticalizada e com conteúdos anacrônicos, desinteressantes e até desnecessários. Esse modelo de escola há muito tempo não tem mais significado, pela sua pequena serventia. É uma escola velha em quase todos os ângulos que possa ser analisada, onde a qualidade em função da necessidade da maioria é um produto em escassez ou praticamente inexistente. Apesar dessa situação obscura da escola e, ao mesmo tempo, paradoxalmente a paixão, a generosa contribuição de processos alternativos, bem como a crença inarredável de muitos no sentido do espaço da escola como um espaço de transformação, é o que possibilita o desenho dos contornos de um fértil campo de possibilidades transgressoras na educação. Portanto, a possibilidade do anúncio projeta-se nos vácuos da contradição, embora reconhecendo-se as adversidades, os caminhos marcados por desencontros e desencantos, o que constitui um quadro complexo para o enraizamento de uma pedagogia da esperança, conforme explicita Freire (1994): Quando muita gente faz discursos pragmáticos e defende nossa adaptação aos fatos, acusando sonho e utopia não apenas inúteis, mas também de inoportunos enquanto elementos que fazem necessariamente parte de toda prática desocultadora das mentiras dominantes, pode parecer estranho falar em pedagogia da esperança. (FREIRE, 1994:9). Todavia, partejar uma pedagogia da esperança nos marcos da contradição, traz como exigência a manutenção de sonhos e utopias na esteira dos interesses coletivos da sociedade, pois são exatamente essas crenças que a política neoliberal quer mutilar. Reorganizá-las e potencializá-las é uma tarefa política inadiável. PARA (NÃO) CONCLUIR Nessa investida global da política neoliberal o mercado passa a ser o instrumento determinante, regulador da economia e da vida social, baseando-se na tese de que as políticas sociais e a diversidade dos organismos da sociedade devem subordinar-se às

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