Unidade de formação. Teoria e Metodologia do Treino Desportivo

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1 Associação de futebol de Aveiro CURSO TREINADORES FUTEBOL GRAU I 2014/2015 Unidade de formação Teoria e Metodologia do Treino Desportivo Subunidades 1. Rendimento Desportivo Horas previstas: 1,5 2. Planeamento da Formação Desportiva Horas previstas: 3 3. Sessões de treino Horas previstas: 1,5 Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender Blaise Pascal Subunidade 1. Rendimento Desportivo 1.1. Conceitos e modelos estruturais O conceito de rendimento desportivo está relacionado com a preparação do atleta/equipa para determinados resultados, sendo um estado dinâmico e complexo que se caracteriza por um elevado nível de exigência física e psicológica (capacidade física e psicológica) e pelo grau de aperfeiçoamento das aptidões e conhecimentos (capacidade técnica e táctica), estando o êxito desportivo dependente de factores internos herança genética e, de factores externos metodologia de treino. Uma equipa/atleta só chega ao estado de forma desportiva se o processo de treino desportivo for orientado e sistematizado numa perspectiva de rendimento, estabelecendo-se uma relação de causa-efeito entre os conceitos de treino e rendimento desportivo. AFA Carlos Miragaia Página 1

2 1.2. Unidade do processo treino/competição (diagnóstico/prognóstico, planificação, aplicação e controlo) O êxito do processo treino/competição, passa pela formulação de algumas perguntas e sobretudo pela capacidade que o treinador tem em responder a essas perguntas, de uma forma ajustada. O que tenho? Diagnóstico Onde pretendo chegar? Objetivos Que caminhos vou seguir e que meios vou utilizar? Metodologia do treino O trajeto escolhido está a ser respeitado? Controlo do treino Que correções são necessárias? Ajustamentos As respostas a estas questões, devem ser objeto de uma reflexão com base: Análise da situação Diagnóstico / Prognóstico Diagnóstico: caracterização da realidade do clube Características dos atletas: Quem são dados pessoais (nome, idade, altura, peso de competição, estado, profissão, etc.; Como são aspetos socioculturais efeito da globalização; Como estão dados antropométricos (medidas corporais); dados fisiológicos. (testes físicos e de laboratório: VO2 max. capacidade vital; historial clínico (doenças, lesões, etc.); Quantos são número de atletas, posições habituais e os dados do historial desportivo (clubes; títulos, etc.). Características do nível competitivo: Características do campeonato I liga, II liga, CNS, Campeonatos distritais, escalões de formação. (Análise dos modelos de esforço - Volume / Intensidade); Características dos modelos e sistemas de jogo; Características dos adversários (individualmente / colectivamente); Outras características jogos com prognóstico favorável ou desfavorável. Características das condições de trabalho: Recursos materiais bolas, pinos, coletes, balizas reduzidas, nº de campos disponíveis, sala de musculação, sauna, banhos de imersão, departamento clínico, etc.; Recursos humanos - diretor desportivo / chefe de departamento / seccionistas; Apoio logístico disponível material informático, sala de reuniões, etc.; Recursos económicos média dos salários, prémios, estágios, etc.; Prognóstico: Antever aonde se pretende chegar Definição dos Objetivos: Metas objetivos finais (desportivo / económico / formativo); AFA Carlos Miragaia Página 2

3 Objetivos intermédios (desportivo / económico / formativo); Hierarquização dos objetivos. Modelo de jogo do treinador: Capacidades e características dos jogadores (qualidade individual); O modelo de jogo adotado; Princípios de jogo: ofensivos e defensivos; Organização geral da equipa com e sem bola: Organização ofensiva/ defensiva; transições ofensivas/defensivas; Sistemas e esquemas táticos Organização do processo de treino Planificação Constituição da programação: Periodização do treino (divisão por períodos, mesociclos, microciclos, unidades de treino); Dinâmica das cargas (relação Intensidade / Volume); Métodos e meios para o treino dos conteúdos de treino (tático-técnicos, físicos e psicológicos); Meios de apoio (instalações, médicos, rouparia) Aplicação do programa Treino Estruturação e organização da sessão de treino em consonância com a periodização, com os conteúdos tático / técnicos (organização ofensiva, defensiva, transições ofensivas e defensivas), com o modelo de jogo, sistemas táticos, esquemas táticos e circulações táticas Avaliação e controlo do treino/competição Análise do produto A avaliação quantitativa e qualitativa dos comportamentos técnico-tácticos (análise e registo do jogo e do treino), deverá ser feita través dos meios audiovisuais. Para a avaliação das capacidades motoras, podemos utilizar testes realizados no laboratório (VO2 max., Lactatemia - V4 e testes isocinéticos), ou no terreno (teste intermittent endurance e Lactatemia - V4), a avaliação da flexibilidade é feita ao nível dos isquiotibiais, flexores da Anca, quadricípite femoral, adutores e rotadores internos da anca. A detecção das debilidades do comportamento motor deverá ser feita através de avaliações biomecânicas e fisiológicas. A avaliação da composição corporal é feita através da medição das pregas cutâneas % massa gorda e magra. A prevenção do sobre treino deverá ser através de exames bioquímicos cálcio, ferro, magnésio e potássio e exames à urina e ao sangue e por último devemos avaliar o perfil psicológico dos atletas. AFA Carlos Miragaia Página 3

4 E por último o controlo dos objetivos e dos resultados, deverá ser feita através de reuniões periódicas para que possamos identificar as causas do sucesso e/ou insucesso, de modo a corrigir e ajustar o processo de treino Exercício de treino como elemento integrador dos diferentes componentes do treino Como seleccionar e como organizar um exercício que responda a uma forma adequada, às exigências de uma determinada situação, são duas interrogações cujas respostas implicam uma reflexão permanente e constante. VITTORS, considera "o treino desportivo como sendo um processo que se concretiza com a realização do exercício", em que este ocupa um papel importante e nuclear no processo de treino. Vários autores têm-se debruçado sobre esta problemática e todos eles têm o mesmo consenso sobre a importância do exercício no processo de treino. Destacamos, entre outros, BOMPA; MATVEIEV; KORCEK; HARRE e TEODORESCO. Para HARRE, os exercícios são "um meio mais importante para a elevação dos rendimentos desportivos". Deste modo, um dos aspectos mais importantes do treino é escolher, de uma forma criteriosa, aqueles que se "mostrem mais efectivos e eficazes para o desenvolvimento do rendimento desportivo". No seguimento deste raciocínio compete ao treinador, selecionar o exercício que permita uma relação de causa-efeito, de modo que a equipa/atleta atinja o rendimento desportivo. Para que esta relação esteja em consonância a estrutura e a organização dos exercícios deverá obedecer a uma identidade e a uma especificidade, isto é, os exercícios de treino deverão reproduzir parcialmente ou integralmente o conteúdo, a forma e a estrutura do jogo. Por conseguinte, estruturar o exercício correlacionando com a lógica didática (treino) com a lógica interior dos modelos de jogo, com a estrutura tático estratégica e com os sistemas táticos, é das tarefas mais difíceis e aliciantes que se coloca ao treinador de futebol O treino e a melhoria do rendimento desportivo Conceitos e definições O aumento da capacidade de rendimento desportivo depende fundamentalmente da utilização das cargas no treino e na competição. A carga é um elemento central do sistema de treino e «compreende em sentido lato, o processo de confronto do desportista com as exigências físicas, psíquicas e intelectuais que lhe são apresentadas durante o treino, com o objectivo de optimizar o rendimento desportivo». (Thiess,1978) Matweyew (1972) diferencia critérios internos e externos para a apreciação e descrição da carga de treino. Os critérios externos carga externa são informações sobre as formas de treino, como por exemplo: distâncias a percorrer, tempos gastos nas execuções, número de repetições dos AFA Carlos Miragaia Página 4

5 exercícios, etc. Os critérios internos carga interna dizem respeito às reacções no interior do organismo estruturas biológicas. Ao treinador compete definir os elementos da carga externa treino sem no entanto deixar de ter em consideração que a ela irão corresponder determinados efeitos adaptações no interior do organismo através de uma reação estrutural e funcional do organismo e do seu sistema orgânico. Um dos objectivos do treino é o desenvolvimento das adaptações que o organismo necessita para poder realizar um esforço adequado a especialidade desportiva que pratica. O processo de adaptação depende de uma série de estímulos biológicos que implicam uma reacção orgânica psíquica e afectiva. Em suma, a adaptação é uma resposta de auto regulação do organismo que se vai modificando funcionalmente e morfologicamente a fim de responder as diferentes fases de rendimento requeridas pela preparação, ou seja, a mesma carga externa aplicada a diferentes desportistas pode provocar neles diferentes níveis de adaptação, uma vez que esta depende fundamentalmente da capacidade momentânea de rendimento de cada um deles. Assim, para aqueles que estão num estado de treino avançado essa carga pode ser demasiado baixa e não atingir o limiar de adaptação, logo não reproduzir qualquer efeito, enquanto para um principiante poderá ser demasiada elevada e se for continuamente repetida poderá mesmo originar uma situação de super treino com todos os inconvenientes que dele advém. Este facto alerta os treinadores o facto da necessidade de planear as exigências da carga de treino de acordo com a capacidade de rendimento dos atletas e não copiar o sistema de treino utilizado por um outro treinador Carga de treino e adaptação É um dado consumado que a carga funcional provoca alterações estruturais, que proporcionam à melhoria da capacidade funcional através de adaptações do organismo dos atletas (Carga - Efeito). Quando surgem, Onde surgem, Quando desaparecem, qual é a relação entre a grandeza da carga e da adaptação, são questões que os treinadores deverão analisar permanentemente. A aplicação da carga de treino, deve ser suportada com base na sistematização de princípios biológicos, no qual passamos a descrever: i) Princípio da sobrecarga Este princípio biológico é de caracter quantitativo que permite uma melhoria funcional das estruturas biológicas, através da ativação do ciclo de auto-renovação da matéria viva, que consiste na aplicação de uma sobrecarga dentro dos valores ótimos relativo à capacidade dos atletas, de modo, a que possamos provocar um efeito positivo de treino, levando a um aumento da capacidade funcional do atleta. AFA Carlos Miragaia Página 5

6 Arndtschultz, diferencia os tipos de cargas em: i) cargas fracas (inferiores ao habitual) provocam uma atrofia e uma perda das capacidades, já que há uma diminuição de atividade. ii) cargas médias (habituais) mantém o mesmo nível de organização estrutural e de capacidades, já que existe um a manutenção de actividade, não tendo efeito de treino. iii) cargas fortes (superiores ao habitual) provocam uma hipertrofia, um melhor arranjo estrutural e uma melhoria funcional devido a um aumento de actividade, tendo efeito de treino. iv) cargas demasiado fortes provocam um esgotamento e uma perda de capacidades já que ultrapassam os limites fisiológicos. A sobrecarga deve ser aumentada sistematicamente e progressivamente, através do aumento do volume (da quantidade total, ou da duração de cada sessão, ou da quantidade de sessões de cada treino), da intensidade (aumento da velocidade de execução, ou diminuição do tempo de decisão, ou diminuindo o tempo de recuperação), ou através da variabilidade dos exercícios (aumento da complexidade). Crescimento fisiológico dos jogadores ii) Princípio da especificidade Este princípio é de caracter qualitativo e espacial em que só os aparelhos, órgãos, células e estruturas intracelulares que forem suficientemente activados pela carga funcional é que são adaptados a uma melhoria funcional, mantendo os restantes sensivelmente o mesmo nível que tinham anteriormente, ou seja que só aquilo que se desgasta (especificidade) de uma maneira significativa (sobrecarga) é que se adapta. Um treino só terá efeitos específicos no organismo se as solicitações e as exigências fisiológicas em termos de quantidade e qualidade se estiverem interligados com o modelo de esforço. Treino fisiológico funcional e sectorial iii) Princípio da acção reversível Este princípio é de caracter qualitativo e temporal em que os aparelhos, órgãos, células e estruturas intracelulares que deixem de ser sujeitos à aplicação de uma determinada carga funcional regride em organização estrutural e capacidade funcional até ao nível que tinham anteriormente, ou seja as alterações estruturais e funcionais adquiridas ao longo do processo de treino são transitórias. Sendo assim: Cargas de grande volume e de pequena intensidade têm um efeito de treino prolongado. Cargas de grande intensidade e de pequeno volume têm um efeito de treino mais breve. As aquisições que levam mais tempo a ser obtidas, mantêm-se durante mais tempo, relativamente as aquisições obtidas num curto espaço de tempo. AFA Carlos Miragaia Página 6

7 Em traços gerais, os patamares da forma desportiva ganhos progressivamente mantêm-se com mais facilidade ao longo da época desportiva do que as aquisições da forma desportiva ganhas repentinamente num curto espaço de tempo. Periodização das cargas iv) Princípio do efeito retardado da carga Este princípio é de caracter qualitativo e temporal em que os aparelhos, órgãos, células e estruturas intracelulares só são conduzidos a um nível superior de organização estrutural e a uma melhoria da sua capacidade funcional algum tempo depois da aplicação da carga, ou seja, entre um momento em que se aplica a carga e o aparecimento do correspondente processo de adaptação existe um desfasamento temporal. Ritmos biológicos diferenciados Componentes da carga A especificidade do estimulo esta determinada por características do mesmo e das reacções que esta provoca, no qual depende da estrutura do movimento, os músculos implicados, a duração da actividade, o tempo de implicação neuromuscular pretendida, o tipo de metabolismo e as adaptações estruturais dos ossos e articulações. Deste modo, para planear e conduzir as cargas de treino e assim poder alcançar os efeitos desejados, torna-se necessário manipular correctamente as componentes da carga, (intensidade do estímulo, duração do estimulo, densidade do estimulo, frequência do estimulo, volume do estímulo), alguns autores também consideram como componentes do treino, a frequência do treino e a qualidade da execução do exercício. i) INTENSIDADE É um nível de rendimento pretendido a um atleta em relação a sua capacidade máxima potencial, isto é, é caracterizado pelo valor da exigência com que um exercício ou uma série de exercícios devem ser executados em relação com o máximo das possibilidades do desportista nesse ou nesses exercícios. No Futebol quantificar esta componente torna-se difícil, no entanto, podemos avalia-la através da frequência dos gestos técnicos avaliação qualitativa ou através do reação do organismo que pode ser medida através da frequência cardíaca (FC) ou pela acumulação de ácido láctico lactato (V4 - recolha de sangue do lóbulo da orelha). Quanto às formas de incrementar a intensidade no exercício pode ser através: 1. Aumento da velocidade (frequência) da execução motora em resposta à situação contextual do treino AFA Carlos Miragaia Página 7

8 2. Diminuição do tempo para a resolução mental da situação de treino e a correspondente resposta motora. 3. Simultaneamente pelo aumento da velocidade de execução e pela diminuição do tempo para a decisão da ação. O quadro nº1, apresenta-nos as zonas de intensidade que são aplicadas nas sessões de treino. Zonas de Objetivos a nível energético F. Lactacto Grau de intensidade Cardíaca mmol/l intensidade Zona I Recuperação Zona II Manutenção Zona III Desenvolvimento Zona IV Desenvolvimento Zona V Sprint Ativação dos processos de recuperação Manutenção das capacidades aeróbias adquiridas Aumento das capacidades aeróbias Aumento das capacidades anaeróbias lácticas Aumento das capacidades anaeróbias alácticas Baixa Média Média Submáxima Máxima Quadro 1 Zonas de intensidade ii) VOLUME: O volume no futebol expressa-se de diferentes formas, podemos considerar os Km percorridos por cada atleta no treino/competição, o número de repetições a duração, ou a distância dos metros a percorrer num exercício de treino 30 repetições de 15 m, em kgs num exercício de força e por último a duração de uma unidade de treino e o número de sessões de treino num microciclo. Quantos às formas para incrementar o volume no exercício podem ser através: 1. Prolongando a duração de cada exercício de treino; 2. Prolongando a duração das sessões de treino; 3. Aumentando o número de sessões por microciclo de treino; 4. Aumentando o número de repetições de um mesmo exercício de treino; 5. Aumentado a duração (horas, minutos, segundos) de execução de cada exercício de treino. AFA Carlos Miragaia Página 8

9 iii) DURAÇÃO No futebol esta componente pode ser objetivada pelo tempo que demora a executar um exercício ou uma série de exercícios, pelo tempo que demora a percorrer uma determinada distância, ou ainda, pelo tempo programa /útil da sessão de treino. iv) DENSIDADE É a relação entre o tempo de um estímulo e o repouso dentro de uma unidade de treino, ou seja, é a relação temporal entre a carga e a recuperação na unidade de treino. A natureza das pausas de recuperação podem ser classificas quanto ao tipo completas, incompletas ou reduzidas e quanto à forma ativas, passivas e mistas. As pausas ditas completas servem para tentar eliminar a fadiga e permitir que a próxima repetição do exercício se faça em condições semelhantes ao anterior. As pausas ditas incompletas ou de supercompensação servem para que durante elas sejam levados a cabo os processos de adaptação. Para além da duração da pausa é também importante considerar a acção a exercer enquanto ela decorre, podendo ser ativa, passiva ou mista. A densidade no exercício pode ser representada da seguinte forma: o primeiro dígito representa a unidade de tempo; o segundo dígito representa o tempo de repouso Exemplos práticos 50 segundos de duração do exercício / 50 segundos de pausa de recuperação (1:1) 50 segundos de duração do exercício / 100 segundos de pausa de recuperação (1:2) 100 segundos de duração do exercício / 50 segundos de pausa de recuperação (2:1) Apresentamos os três principais pontos de referência para as pausas de recuperação: 1. Frequência cardíaca A recuperação da capacidade de rendimento, produz-se de forma paralela a uma diminuição da frequência cardíaca. Segundo Hare (1981) antes da aplicação de um novo exercício de treino a frequência cardíaca deverá situar-se entre os 120 e as 140 pulsações por minuto 2. Pela observação do treinador ou pela opinião expressa pelo atleta podem ser determinadas pela observação do treinador dos traços de fadiga evidenciados pelo atleta ou tomar em consideração a opinião subjetiva deste quanto à sua recuperação 3. Em função do tempo necessário para a ressintese dos sistemas de energia utilizados AFA Carlos Miragaia Página 9

10 O Quadro 2, apresenta-nos a relação esforço/repouso de acordo com o objetivo de treino. Objectivo do treino Relação esforço/repouso Quanto ao tipo Quanto à forma Potência anaeróbia aláctica 1:5 a 1:6 Completa Passiva Capacidade anaeróbia aláctica 1:6 Completa Passiva Potência anaeróbia láctica 5:1 a 6:1 Incompleta Ativa Capacidade anaeróbia láctica 3:1 a 4:1 Incompleta Ativa Capacidade aeróbia 1:0,5 a 1:2 completa Mistas Quadro 2 - Relação esforço/repouso v) FREQUÊNCIA: É caracterizada pelo número de repetições de um exercício na unidade de treino. Numa carga contínua, como por exemplo a corrida, a frequência é um. Numa carga por intervalos a frequência é igual ao número de séries vezes o número de repetições executadas em cada uma delas Ex.: 5 séries de 6 repetições = frequência 30. A frequência está relacionada, com a intensidade, a duração e a densidade quanto maior for cada uma destas componentes menor será a frequência vi) FREQUÊNCIA DO TREINO: Durante a época desportiva as equipas estão sujeitos a uma frequência de treino anual e semanal, em que esta frequência depende do enquadramento competitivo e do escalão etário. O quadro 3 e 4, apresenta-nos as frequências anuais de treino do futebol 7 e 11. Sub 11/12 Sub 9/10 Sub 8 Sub 7 Sub 6/5 Total de microciclos = = = = Nº de treinos: pré-época Nº J. de treino: pré-época Jogos de campeonato Total de treinos Quadro 3 - Frequências anuais do futebol 7 AFA Carlos Miragaia Página 10

11 Séniores Sub 17/18 Sub 15/16 Sub 13/14 II Liga Nacional Nacional Distrital Nacional Distrital Total de microciclos = = = = = 42 Nº de treinos: pré-época Nº Jogos de treino: pré-época /5 4/5 4/5 Jogos de campeonato Total de treinos Quadro 4 - Frequências anuais do futebol A fadiga e a recuperação Se porem à mesma carga se segue um período de recuperação demasiado curto e esta situação se repete sistematicamente durante um certo período, o nível de rendimento baixa e o desportista pode entrar em super treino que o conduzirá a um estado de fadiga patológico do qual demorará muito tempo a recuperar. Se existir uma relação óptima entre a carga e o repouso, as adaptações orgânicas permitirão uma melhoria do rendimento e consequentemente a elevação do período de supercompensação. É importante para o processo de treino escolher o momento óptimo para aplicar correctamente as cargas, bem como, o tempo de recuperação entre elas. Estando estas dependentes da planificação periodização, do nível de treino e do estado de forma desportiva dos atletas/equipa. Salienta-se que o tempo necessário para a obtenção da supercompensação depende fundamentalmente da relação existente entre o treino desportivo e o treino invisível Princípios do treino Uma correta condução do processo de treino exige ao treinador de futebol, o conhecimento da dinâmica dos efeitos da carga e em particular a relação existente entre o estímulo, a adaptação e a recuperação dos processos metabólicos. Para o efeito, existem um conjunto de princípios que irão regular a intervenção diária do treinador no processo de treino, em que estes deverão ser aplicados numa perspetiva global e conectados entre si Princípios pedagógicos do treino O progresso dos conhecimentos acerca da fisiologia do exercício físico e a fisiologia específica dos desportos proporcionam um melhor conhecimento da metodologia do treino, sendo instrumentos importantes para a preparação desportiva e para caracterização da mesma com referência aos objectivos, assumindo assim um papel determinante no processo de treino imposta AFA Carlos Miragaia Página 11

12 pelo treinador. As capacidades e as habilidades dos atletas adquirem-se e desenvolvem-se através de um planeamento metodológico, pedagógico e didáctico. i) Princípio da atividade consciente: Este princípio obriga à formação do desportista para que ele, quer no treino quer na competição, desempenhe as suas tarefas de forma autónoma, consciente e criativa. Para que se possa concretizar este princípio torna-se necessário organizar a actividade do desportista de forma a haver da parte dele um activo empenho na execução das exigências do treino e da competição. Quanto mais apto estiver o desportista para se conduzir a si próprio, tanto mais poderá mobilizar a sua capacidade de rendimento. Isto pressupõe uma compreensão consciente dos objectivos a atingir e das tarefas e exigências necessárias para que eles se concretizem. A essência deste princípio passa pela integração no atleta no processo, melhorando o seu conhecimento declarativo, processual e estratégico. Cultura tático/fisiológica ii) Princípio da atividade sistematizada e planeada: Proceder de forma sistematizada no processo de treino significa efectua-lo de forma consequente, isto é, utilizando sequências metodológicas que conduzam à consecução dos objectivos previstos. Isto pressupõe a elaboração de um cuidadoso plano do treino que deverá ter em conta as normas para a formação do rendimento desportivo, as particularidades da modalidade e os factores como a idade cronológica, biológica, os anos de pratica e o estado momentâneo das diversas capacidades do desportista, etc. Treinar de forma sistematizada e planeada significa pois, prever e posteriormente executar de forma lógica e consequente as tarefas do treino. Eliminar a técnica do improviso iii) Princípio da atividade apreensível: Este princípio diz-nos que só devemos propor ao desportista actividades que sejam por ele apreensíveis. Para isso há que ter em consideração as particularidades da idade, bem como, da capacidade individual de rendimento. De acordo com este princípio só devem ser exigidos ao desportista cargas que promovam uma mobilização óptima dos seus potenciais físicos, psíquicos e intelectuais, sendo de evitar as que ficam quer abaixo desse nível óptimo de mobilização. Para isso é conveniente controlar e avaliar assiduamente a sua capacidade de rendimento. É também conveniente que ao exigir ao desportista a realização dessas cargas, o treinador tenha em conta que deve partir: do simples para o complexo; do conhecido para o desconhecido; do concreto para o abstracto. Adaptação do treinador aos mecanismos de processamento de informação dos atletas AFA Carlos Miragaia Página 12

13 iv) Princípio da atividade dirigida e da auto-atividade O princípio da actividade dirigida no treino, coloca determinadas exigências aos processos de actuação do treinador. Dirigir não é tutelar, é provocar no desportista o despertar para a execução de actividades conscientes e criativas. O desportista desenvolve-se na atividade e com a atividade, em que compete ao treinador estimula-la, organiza-la e articula-la. Existe uma ligação dialéctica entre a actividade dirigida e a auto-atividade isto é, a atividade dirigida pressupõe sempre uma ligação com a criatividade da auto-atividade do desportista. Este princípio obriga o treinador a prever para cada unidade de actividades que estimulem no desportista a criatividade. A imaginação é mais importante do que o conhecimento Albert Einstein v) Princípio da estabilidade dos resultados O treino pressupõe a aquisição de determinadas capacidades e habilidades, mas para que se realiza com êxito é necessário que todas as aquisições sejam fixadas e estabilizadas. Sem essa estabilização, a evolução da capacidade de rendimento será afectada. Ela consegue-se através da exercitação sistematizada e planeada e de uma avaliação e controlo frequentes. A estabilidade dos resultados exige uma boa organização do treino para através dele se irem adquirindo as bases que permitem o desenvolvimento das capacidades e habilidades, evitando sempre o perigo da monotonia. Treino sistematizado e inovador Princípios sobre a construção e organização do treino Os princípios especiais do treino dizem respeito, como já dissemos, à escolha, administração e condução da carga do treino, a qual ao actuar sobre o desportista visa provocar no seu organismo processos de adaptação, visando o aumento da capacidade do rendimento desportivo. Na origem desses processos de adaptação está um princípio biológico básico do treino princípio da supercompensação que consiste na perturbação da homeostasia (estado de equilíbrio funcional), através de estímulos de treino ou de carga. A progressão no rendimento desportivo deve-se em parte à soma de múltiplos processos de supercompensação que conduzem as adaptações. Dizemos em parte porque, como já afirmamos anteriormente, a evolução do rendimento desportivo não depende exclusivamente dos processos de adaptação biológica. Como se desenvolve então o processo de supercompensação? O treino implica, como já vimos, uma carga constituída por vários estímulos que vão agir sobre o desportista, provocando-lhe uma degradação das reservas energéticas e uma acumulação de fadiga, que conduzem a uma diminuição progressiva da capacidade de rendimento. A carga vai assim provocar um desequilíbrio no interior do organismo. Imediatamente após o treino o desportista encontra-se com AFA Carlos Miragaia Página 13

14 as reservas energéticas diminuídas, em situação de fadiga e consequentemente com uma menor capacidade de rendimento. Nesta altura inicia-se a fase de regeneração ou recuperação na qual vão ser repostas as reservas energéticas. Essa reposição faz-se não só até ao nível inicial, mas vai um pouco mais além, originando a chamada fase de supercompensação na qual a capacidade de rendimento atinge um valor um pouco mais elevado que tinha antes de sofrer a carga de treino (fig 1). Fig 1 - Princípio da supercompensação Isso deve-se ao facto de o desequilíbrio provocado no interior do organismo ter accionado mecanismos e processos de adaptação que lhe permitem fazer frente a futuros estímulos perturbadores do seu desequilíbrio. A nova carga deve ser aplicada na fase de supercompensação para que se observe uma progressão óptima no rendimento. Para que se verifique a supercompensação é no entanto necessário que os estímulos da carga ultrapassem um certo limiar. Estímulos abaixo desse limiar (fraco) não produzem qualquer supercompensação porque não provocam suficiente desgaste energético, estímulos muito fortes podem provocar lesões no organismo, os estímulos corretos são aqueles onde se conjuga de forma óptima o volume e a intensidade da carga com o tempo concedido para a sua recuperação antes de ser aplicada nova carga. Para que seja garantido e consolidado os efeitos da supercompensação é necessário cumprir os seguintes princípios: i) Princípio da relação ótima entre a carga e o repouso; ii) Princípio da repetição ou da continuidade da carga; iii) Princípio da ciclicidade da carga. i) Princípio da relação ótima entre a carga e o repouso Efectivamente só após uma carga suficientemente forte é que se verifica uma perturbação da homeostasia e um desgaste de energias, seguida de um determinado tempo de repouso necessário para a reposição até um nível um pouco mais elevado do potencial energético, é possível acontecer a supercompensação. Perante este facto poder-se-á perguntar, mas então qual é a carga óptima e qual o repouso óptimo, que permitirão uma supercompensação ótima? AFA Carlos Miragaia Página 14

15 Este é na realidade um dos grandes problemas do treino, e não há nenhum treinador por mais computadores e laboratórios que tenha à sua disposição para o ajudar no seu trabalho, que possa afirmar categoricamente que por exemplo num determinado microciclo aplicou a carga óptima, com repousos óptimo e assim tirou um rendimento óptimo nos treinos executados. É que, quer a carga, quer o repouso dependem de um número tão grande de factores, quer externos quer internos, que o treinador dificilmente poderá ter um domínio exacto de todos eles. É evidente que quanto mais experiente for o treinador e melhor conhecer o atleta/equipa tanto mais hipóteses terá de se aproximar da optimização do treino. No que diz respeito à escolha da carga, ela vai depender em primeiro lugar dos objectivos operacionais que se pretende atingir, mas ter-se-á necessariamente de ter também em conta, o estado de treino do desportista, a sua idade biológica, além de outros factores tanto internos como externos, como por exemplo, as condições climatéricos, a predisposição do desportista para o treino, o tipo de carga que ele já teve na escola ou no trabalho, etc. Quanto ao tempo necessário para a recuperação e a obtenção da supercompensação ele vai depender essencialmente do tipo de carga utilizada (esforço em regime de resistência aeróbia, ou anaeróbia láctica ou aláctica) do volume da intensidade da carga, do estado de treino do desportista e de outros factores externos e internos como sejam as horas de sono, a alimentação, a utilização de meios terapêuticos, etc. Perante um dos vários problemas que fazem do processo de treino um processo complexo o qual exige do treinador, para além de um levado número de conhecimentos teóricos, uma certa intuição que vai aumentando com a experiência que lhe é transmitida pela prática (desde que ele saiba tirar as ilações correctas). Então podemos concluir que um aumento do rendimento, principalmente ao que concerne no âmbito biológico, depende de várias cargas de treino com um certo volume e intensidade, executadas nos períodos de supercompensação que os procedem. Efectivamente, se a carga é óptima, mas o período de recuperação (repouso) que se lhe segue é muito longo, isto é, a nova carga é aplicada depois de passar o período de exaltação supercompensação, não existe progressão no rendimento. ii) Princípio da repetição ou da continuidade da carga Este princípio diz-nos que uma longa interrupção no processo de treino conduz à diminuição da capacidade de rendimento, uma vez que se verifica um retrocesso nas adaptações conseguidas até ao momento dessa interrupção. A quebra da capacidade de rendimento afecta, ainda que de forma diferente, as capacidades condicionais, coordenativas e técnicas. As capacidades condicionais e nomeadamente a resistência e a força, serão as mais afectadas. A regressão será tanto mais acentuada quanto mais rápida tiver sido a evolução da capacidade de rendimento, isto AFA Carlos Miragaia Página 15

16 é, todo o rendimento obtido muito rapidamente cai abruptamente após uma interrupção, enquanto o rendimento obtido progressivamente e com estabilidade se mantém e posteriormente reduz-se de forma muito mais lenta. O princípio da repetição ou da continuidade da carga não pode ser reduzido à simples exigência de repetir assiduamente uma determinada carga. Essa repetição tem de estar ligada por um lado a uma progressão dessa carga e por outro lado a uma variação no sistema de elaboração das unidades de treino, para que possamos obter um óptimo desenvolvimento da capacidade de rendimento. iii) Princípio da ciclicidade da carga A carga não pode ser aplicada durante todo o ano nos limites das possibilidades individuais do desportista, isto é, ele não pode manter-se durante todo ano na sua máxima forma. Neste contexto, torna-se necessário que a dinâmica da carga seja sujeita a periódicas mudanças, nomeadamente no âmbito das componentes volume e intensidade, além de variações nos conteúdos e métodos. Só assim é possível obter a forma óptima num determinado período, como seja por exemplo o período onde se realizam as competições mais importantes, sem no entanto deixar de considerar o princípio da continuidade da carga. Nesta base provou-se ser conveniente a divisão do processo de treino num período de preparação, seguido de um período de competição e ainda de um período de transição periodização do treino. Uma tal divisão torna possível evitar que o desportista entre em super treino e consiga assim obter elevados rendimentos, os quais não seria possível alcançar com uma carga que se mantivesse nos limites durante toda a época. Para além dos princípios já referenciados e para que sejam provocados novos processos de supercompensação devemos ter em consideração Princípio da progressão da carga e o Princípio da variação da carga. Se tivermos em conta os processos de supercompenção na formação do atleta a longo prazo, devemos respeitar o Princípio da conformidade da carga com o desenvolvimento e o crescimento o Princípio da individualidade e o Princípio da relação entre formação geral e especial e da especialização progressiva Princípios da aplicação dos métodos e conteúdos do treino. A escolha dos métodos e conteúdos do treino dependem das particularidades lógicas e específicas da modalidade, podendo ser subdivididos em gerais e específicos. Os métodos gerais tem uma influência oral, em que as transmissões do conteúdo, a instrução antes e após a execução dos exercícios, bem como, as explicações e as apreciações do tipo estimulante ou correctivo dos AFA Carlos Miragaia Página 16

17 comportamentos motores e técnico-tácticos assumem um papel fundamental na condução do processo de treino. Quanto aos métodos específicos, torna-se essencial interligar todos os factores que intervêm no processo de preparação desportiva do atleta e da equipa, pressupondo um domínio conceptual ao nível dos conhecimentos do foro das ciências do desporto, em geral, e da modalidade que treina e um domínio técnico na organização e condução do processo de treino, através de competências pedagógicas e técnicas, apostando na qualidade de treino. Em suma, os princípios, os métodos e os conteúdos aplicados em contexto de treino e de jogo, devem respeitar a interligação entre o conhecimento científico e conhecimento prático adquirido ao longo dos anos. Subunidade 2. Planeamento da formação Desportiva 2.1. Justificação da construção do desenvolvimento dos jovens atletas a longo prazo Atualmente a preparação desportiva objectivada para a competição inicia-se em idades muito baixas. Este facto não inibe que todo o processo de preparação desportiva seja feito no seu sentido global de educação e formação. É fundamental que o jovem jogador tenha uma preparação desportiva de base, em que todos os processos de atividade motora e desportiva sejam orientados, tendo sempre em consideração as capacidades táticas, técnicas, psicológicas, cognitivas, físicas e volitivas correlacionadas com uma inteligência de jogo. Perante esta necessidade, pensamos que é fundamental definir as linhas orientadoras ao nível do modelo de formação, para que se possa atingir o rendimento dos jogadores e das equipas. Só assumindo um compromisso de responsabilidade, de dedicação, de fidelidade com os objetivos instituídos pelo modelo de formação é que poderemos ser capazes de atingir o rendimento desportivo dos jovens atletas. Neste contexto, os principais objetivos a perseguir na formação dos jovens futebolistas a longo prazo são os seguintes: Formação global do jovem, quer como simples cidadão quer como futuro praticante de alta competição, em que destacamos o sentido da responsabilidade, a autodisciplina, os hábitos de concentração e organização, a solidariedade e o companheirismo; Criar as premissas indispensáveis para que os jovens alcancem em cada etapa, a optimização do seu desenvolvimento, tendo em vista a obtenção plena das suas potencialidades quando praticante adulto, com particular destaque para o seu desenvolvimento físico geral, equilibrado e harmonioso e para a aprendizagem e aperfeiçoamento das técnicas fundamentais; AFA Carlos Miragaia Página 17

18 Desenvolver o gosto e o hábito da prática regular desportiva, mantendo viva a motivação que os jovens, naturalmente, manifestam por esta atividade. Para a manutenção deste objectivo teremos de ter em atenção de que muitos deles abandonam a prática desportiva devido à interferência nociva dos adultos, nomeadamente de pais, dirigentes e treinadoras que desconhecem ser a satisfação e o prazer de participar, pré-requisitos fundamentais do desporto infantil e juvenil; Desenvolver nos praticantes uma atitude positiva de participação, persistência e de empenho na procura de uma melhoria constante, dando particular ênfase às necessidades de esforço individual necessárias à sua progressão e à obtenção de performances que antes não conseguia atingir, ajudando-os, assim, a encarar o insucesso como uma situação momentânea susceptível de ser ultrapassada. Conseguir fazer melhor é sempre uma vitória, independentemente do resultado que se vier a alcançar. Orientar corretamente as expetativas dos jovens, formulando-as em função das suas capacidades efetivas e definindo, para cada um, objectivos realistas. Em síntese, a construção desportiva dos jovens, não reside só a nível do ensino dos conteúdos da modalidade, é necessário também educar e acompanhar o jovem futebolista noutros domínios da sua vida, tais como, os seus trajetos, escolar, social e cultural Fases da construção do rendimento a longo prazo A formação desportiva do jovem jogador constitui um aspecto fundamental no quadro global da preparação desportiva do jogador de futebol. A obtenção de elevados níveis de prestação, passa necessariamente pela realização de um trabalho a longo prazo, que deverá assentar em bases sólidas e devidamente estruturadas, isto é, a formação desportiva deverá ser estruturada por fases, com uma definição clara e precisa dos objectivos a atingir em cada uma delas. Para a construção da formação do jovem futebolista, propomos um modelo em pirâmide, baseado em etapas de acordo com o enquadramento competitivo instituído pela Federação portuguesa de Futebol e respectivas Associações de Futebol. A figura 2, apresenta-nos o modelo. AFA Carlos Miragaia Página 18

19 Formação de Alto Rendimento (Sub 23 / Sub 26) Formação de Rendimento (Sub 18 e 19) Formação Especializada (Sub 16 e 17) Formação Pré-especialização (Sub 14 e 15) Formação Geral IV (Sub 12 e 13) Formação Geral III (Sub 10 e 11) Formação Geral II (Sub 8 e 9) Formação Geral I (Sub 6 e 7) Figura 2 Modelo de formação desportiva 2.3. Definição dos principais objectivos/conteúdos das várias fases de preparação a longo prazo Etapa da Formação Geral I Petizes (5 e 6 anos) Esta etapa é o pilar do modelo de formação geral, tendo como objetivos contribuir para a educação e formação dos petizes. Nesta fase, pretende-se tornar o Futebol apelativo para as crianças, de modo a captar o seu entusiasmo e consequente interesse pela sua prática. Paralelamente, a formação a este nível procurará promover por um lado a melhoria da eficiência e da execução das tarefas motoras (técnica individual), não em função do nível dos resultados obtidos mas sim no sentido do desenvolvimento dos argumentos perceptivos-motores que AFA Carlos Miragaia Página 19

20 ampliam e enriquecem as capacidades e habilidades que permitem realizar tarefas, por outro lado, a participação ativa, direta, na organização das atividades. Este é um período da formação em que não é importante analisar os resultados obtidos, mas sim os seus progressos individuais. A este nível, os exercícios deverão ser simples, em que o espírito de jogo deverá ser estimulado como meio de reforçar o espírito de grupo e companheirismo para além da vontade de vencer, como factor psicológico fundamental para a obtenção de sucesso na sua vida desportiva. A bola deve ser convertida no seu principal brinquedo o mais depressa possível, sendo a sua utilização fundamental para o desenvolvimento da sensibilidade e habilidade para jogar. Não é exigível que, nestas idades, estas crianças apreendam o futebol na verdadeira ascensão da palavra, dado que as suas capacidades de retenção de informação, de coordenação de movimentos e de capacidade de atenção estão ainda subdesenvolvidas, prevalecendo mais a emotividade do que a racionalidade. Princípios Metodológicos e Pedagógicos No processo de ensino/treino do futebol, uma das regras básicas é atender à sua especificidade, pelo que devemos respeitar algumas diretrizes metodológicas e pedagógicas. Assim, e seguindo este princípio, propomos para esta fase de formação, os seguintes princípios: O treino não deve ser projetado com o objetivo de constituir uma forma de obtenção de rendimentos máximos imediatos, rejeitando-se a utilização de exercícios unilaterais, uniformes e monótonos; Respeito pelas leis do crescimento e desenvolvimento da criança, não devendo ser programadas sessões de treino com elevadas cargas físicas e psicológicas; Utilização predominante da metodologia global jogo (simplificação da estrutura complexa do jogo: 1 x 0; 1 x 1; 2 x 1 / Jogos reduzidos: 2 x 2; 3 x 3; 4 x 4; 5 x 5); Definição de Lateralidade - Desenvolvimento do lado fraco e aperfeiçoamento do lado forte; Grau de complexidade reduzida e número elevado de repetições dos exercícios técnicotácticos; Intensidade baixa e execução correta dos exercícios técnicos; Apropriação consciente das ações táticas; Exercícios com grupos pequenos em espaços largos; 3 Momentos de avaliação (inicial / intermédia / final) dos progressos individuais através de testes da capacidade de aprendizagem (skills; circuito técnico); 2 Sessões de treino por semana com um tempo útil de 60 minutos; O sistema de competição deverá ser informal, através de torneios/jogos com outras escolas de formação. AFA Carlos Miragaia Página 20

21 Conteúdos técnico-tácticos Os treinos deverão ser canalizados para a assimilação de um conjunto de princípios comuns consubstanciados com o relacionamento com a bola, a forma de comunicar com os colegas, de contra-comunicar com os adversários e pela noção da ocupação racional do espaço de jogo. Para esta etapa de formação propomos o ensino/treino do 1º e 2º princípio do ataque e da defesa e as respectivas ações técnico-táticas que suportam os respectivos princípios (Quadro 5). Finalização X Impedir a finalização Princípios Específicos Ataque / Defesa Penetração / Contenção 1 X 0 + G.R 1 X 1 + G.R Criação de situações de finalização X Anular as situações de finalização Princípios Específicos Ataque / Defesa Cobertura ofensiva / Cobertura defensiva 2 X 0 + G.R 2 X 1 + G.R 2 X 2 + G.R G.R + 3 X 3 + G.R G.R + 5 X 5 + G.R CONTEUDOS 1º Princípio de ataque - Penetração 1. Ações individuais ofensivas Condução Remate (pés e cabeça) Drible, finta e simulação 1.1 Técnica de lançamento linha lateral 1º Princípio da defesa - Contenção 2. Ações individuais defensivas Técnica de marcação Alguns princípios gerais Desarme 3. Técnica do Guarda-redes Todas as Ações técnico-táticas anteriores 2º princípio do ataque Cobertura ofensiva 1. Ações individuais ofensivas Recepção, controlo e domínio de bola Passe 2. Ações coletivas elementares ofensivas Desmarcações Apoio frontal ; lateral; retaguarda; Combinações Simples entre dois jogadores (passe desmarcação); Diretas entre dois jogadores (passe desmarcação Recepção) 2º princípio da defesa Cobertura defensiva 3. Ações individuais defensivas Intercepção Quadro 5 Conteúdos técnico-táticos para a 1ª etapa: Formação Geral I Conteúdos Físicos Nesta etapa é fundamental respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade durante a infância e a juventude. Como se pode observar no quadro 6, devemos procurar treinar a velocidade de reacção, deslocamento e execução, o ritmo, a resistência aeróbia, a flexibilidade, o equilíbrio, a orientação e a coordenação geral. AFA Carlos Miragaia Página 21

22 Capacidades Idade 6 aos 9 anos Aprendizagem das técnicas *** Reacção **** Ritmo **** Equilíbrio **** Orientação *** Diferenciação **** Velocidade **** Força máxima Força Veloz *** Resistência aeróbia *** Resistência anaeróbia Quadro 6 Modelo das fases sensíveis Estas capacidades devem ser treinadas de uma forma integrada. Por exemplo, o treino da velocidade de execução deve ser treinada em regime de finalização, o treino da resistência aeróbia deve ser treinado em regime técnico-tático, através de jogos reduzidos. Conteúdos Psicológicos No que concerne a esta temática, deveremos concentrar-nos nas competências psicológicas básicas e avançadas, nomeadamente a motivação para a prática desportiva, a concentração, a autoestima, o foco atencional, e a imagética. A nível das capacidades cognitivas devemos estimular a criatividade, e a capacidade de raciocínio do jovem atleta. É importante salientar que estamos numa fase de jogo deliberado, na qual se pretende contribuir para a formação do jovem atleta ao invés de se perseguir resultados desportivos. Em suma, a função do treinador será a de alimentar, apoiar e desenvolver todas as características dos jovens atletas no desempenho das suas tarefas e, acima de tudo, promover um clima motivacional propicio à aprendizagem, promover o divertimento introduzindo dinâmicas de grupo onde o objetivo será iniciar a criação de laços entre os jogadores para atingirem determinado resultado (promoção da noção de cooperação). Para que a formação desportiva dos jovens seja a mais completa possível, não se pode esquecer em nenhuma etapa de formação os aspectos relacionados com o chamado treino invisível ou, por outras palavras, o treino teórico, que se traduz na transmissão constante de informação e na colaboração em questões sobre os conteúdos abordados em sessões de treino anteriores. Deverá ser efectuada uma avaliação teórica dos conhecimentos adquiridos pelos jogadores relativamente AFA Carlos Miragaia Página 22

23 às leis do jogo, aos gestos técnicos das equipas de arbitragem, a conteúdos de natureza técnicotáctica e física relacionados com a metodologia do treino e com a preparação para jogos, a regras de conduta e de ética desportiva, etc. Sobre a higiene e o regime de vida, como por exemplo, tipo e regras da alimentação, que líquidos ingerir, quando e em que quantidade, a importância do repouso e de outras formas de recuperação após o esforço, os cuidados a ter perante jogadores com lesões e os princípios do espírito desportivo. Etapa da Formação Geral II, III e IV Traquinas (Sub 7 e 8 anos), Benjamins (Sub 9 e 10 anos), Infantis (Sub 11 e 12 anos) Nestas etapas deve-se continuar a prosseguir os objetivos de ordem educativa e formativa, procurando incidir na integração social dos jovens atletas e na orientação desportiva dos mesmos. Procura-se dar continuidade ao trabalho feito na etapa anterior, tentando elevar a qualidade da prestação competitiva. Princípios Metodológicos e Pedagógicos É inquestionável para qualquer treinador que a forma de transmitir ensinamentos de qualquer conteúdo de treino deve ser de uma forma metódica e sequencial. Os princípios metodológicos e pedagógicos que propomos para estas etapas são: O treino não deve constituir uma forma de obter rendimentos máximos imediatos, rejeitando-se a utilização de programas específicos e unilaterais Uso de uma grande diversidade de meios e métodos; Respeito pelas leis do crescimento e desenvolvimento do jovem praticante; Utilização predominante de uma intervenção que apele à razão e à compreensão das situações; Desenvolvimento do lado fraco e aperfeiçoamento do lado forte Uso de exercícios de preparação técnica diversificados; Coordenação dos programas de treino, atendendo aos quadros competitivos organizados; Planificação dos programas de treino em ciclos mensais e/ou trimestrais ou em ciclos anuais e/ou bianuais em função dos níveis de aptidão a atingir e em resposta às exigências da competição. Progressão dos graus de complexidade à medida que se avança nas etapas de formação e um aumento do número de repetições dos exercícios técnico-tácticos; Elevação moderada da intensidade e da velocidade na execução das ações técnico-tácticas individuais e coletivas à medida que se avança nas etapas de formação; Exercícios com grupos pequenos e diminuição progressiva do espaço, utilizando ações de oposição jogos reduzidos ; AFA Carlos Miragaia Página 23

24 Início do trabalho de força construção muscular, através do treino funcioal para os membros superiores e inferiores com maior incidência no escalão de infantis A. Três sessões de treino por semana com um tempo útil entre os 60 a 80 minutos. A avaliação será feita com base dos progressos coletivos (equipa), através dos modelos de jogo perconizados pela equipa técnica / Modelo de formação do clube; Estimular e fomentar a rotatividade das funções dos atletas numa 1ª fase e uma especialização progressiva a nível das funções dos atletas numa 2ª fase; O sistema de competição é formal com carácter competitivo, no entanto, pretende-se que estas sejam multilaterais e de solicitações motoras e desportivas diferenciadas A competição é uma extensão do treino. Conteúdos técnico-táticos Quando observamos um jogo de futebol minimamente organizado, verificamos uma relação de oposição/cooperação na qual, para esta se tornar eficaz, exige por parte dos seus intervenientes nas situações de jogo, comportamentos que respondem positivamente aos objectivos pretendidos pela equipa. Nesta etapa de formação propomos (quadro 7) o ensino/treino do 1º, 2º e 3º princípio do ataque e da defesa e as respectivas ações técnico-táticas que suportam os respectivos princípios. Finalização X Impedir a finalização Princípios específicos ataque / defesa Penetração / Contenção 1 X 0+ G.R 1 X 1+ G.R CONTEUDOS 1º Princípio de ataque - Penetração 1. Ações individuais ofensivas Condução Remate (pés e cabeça) Drible, finta e simulação 1.1Técnica de lançamento linha lateral 1º Princípio da defesa - Contenção 2. Ações individuais defensivas Técnica de marcação Alguns princípios gerais Desarme 3. Técnica do Guarda-redes AFA Carlos Miragaia Página 24

25 Criação de situações de finalização X Anular as situações de finalização Princípios específicos ataque / defesa Cobertura ofensiva / Cobertura defensiva 2 X 0 + G.R 2 X 1 + G.R 2 X 2 + G.R 2 X 2 + G.R Todas as Ações técnico-táticas anteriores 2º Princípio do ataque Cobertura Ofensiva 1. Ações individuais ofensivas Recepção, controlo e domínio de bola Passe 2. Ações coletivas elementares ofensivas Desmarcações Apoio frontal ; lateral; retaguarda; Combinações Simples entre dois jogadores (passe desmarcação); Diretas entre dois jogadores (passe desmarcação Recepção) 2º Princípio da defesa Cobertura defensiva 3. Ações individuais defensivas Intercepção 4. Ações coletivas elementares defensivas Princípios gerais da marcação Dobra Construção das ações ofensivas X Impedir a construção das ações Ofensivas Princípios específicos ataque / defesa Mobilidade / Equilíbrio 3 X 0 + G.R. 3 X 1 + G.R. 3 X 2 + G.R 3 X 3 + G.R G.R+ 5 X 5 + G.R G.R+ 7 X 7 + G.R Todas as Ações técnico-táticas anteriores 3º Princípio do ataque Mobilidade 1. Ações coletivas elementares ofensivas Combinações Indiretas entre três jogadores Desmarcações Ruptura 3º Princípio da defesa Equilíbrio 2. Ações coletivas elementares defensivas Compensações 3. Ações coletivas complexas Organização geral da equipa: corredores / sectores / tarefas Modelo de jogo Sistemas táticos Esquemas tácticos simples Circulações tácticas simples Quadro 7 Conteúdos técnico-tácticos: Formação Geral II, III e IV Conteúdos Físicos Nesta etapa deve-se continuar a respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade (quadro 8), durante a infância e a juventude. Devemos procurar treinar a velocidade reacção, deslocamento e execução em regime de finalização, a resistência base em regime técnico (Acções individuais), a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação geral. Início do trabalho de força construção muscular, no escalão de infantis A, através do treino funcioal para os membros superiores (flexões/abdominais/dorsais e multi-lançamentos com a bola medicinal 2 kilos), e membros inferiores deficit de força, (coordenação intermuscular e intramuscular), através multi-saltos, pés juntos, saltar à corda, tração à corda, e exercícios de finalização em regime anaeróbio. AFA Carlos Miragaia Página 25

26 Capacidades 6 aos 9 anos 10 aos 12 anos Aprendizagem das técnicas *** **** Reação **** Ritmo **** **** Equilíbrio **** **** Orientação *** Diferenciação **** **** Velocidade **** **** Força máxima Força Veloz *** **** Resistência aeróbia *** *** Resistência anaeróbia ** Quadro 8 Modelo das fases sensíveis Conteúdos Psicológicos A divisão do treino nos seus diferentes factores, treino físico, técnico, táctico e psicológico, é fundamental para a compreensão do funcionamento particular de cada um destes componentes, embora, na prática se assuma que o treino é um processo global, no qual todas as suas componentes interagem simultaneamente para o mesmo fim. Assim, a preparação psicológica deve ser realizada através do exercício específico, quer em treino, quer em competição. Desta forma, o treino psicológico deve estar subjacente em todos os exercícios. Quanto mais o treino simular o esforço e o ambiente de competição, mais específico será o treino psicológico. Todavia, à semelhança das outras capacidades, torna-se necessário realizar um treino isolado com o fim de melhorar aspectos mais deficitários e potenciar as competências adquiridas até ao momento. Sublinhe-se que é através do treino psicológico que consiste na possibilidade real de modificar, através do treino, as competências psicológicas dos atletas pelo que devemos fazer incidir a nossa atenção nas competências psicológicas básicas e avançadas, nomeadamente a motivação para a prática desportiva, a concentração e a autoconfiança. Á medida que é cumprida a maturação psicológica associada a estas idades, é importante ter atenção às expetativas dos atletas, e mantê-las controladas através de um estabelecimento de objetivos bem estruturado, ressalvando que saber ser um suplente e saber perder também são virtudes no mundo futebolístico. A nível das capacidades cognitivas devemos continuar a estimular a criatividade, e a capacidade de raciocínio do jovem atleta. AFA Carlos Miragaia Página 26

27 Comportamentos técnico-táticos Na transição do futebol sete para o futebol onze, os jovens atletas terão que dominar os seguintes comportamentos: Posição Função no Futebol 11 Comportamentos tácticos com posse de bola Comportamentos tácticos sem posse de bola 1 G. Redes Decisão (jogar em profundidade, passe curto) 2 Lateral / Médio ala Abrir o jogo (Mobilidade) criação de linhas de passe Assume 1 X 1 no último terço do campo (repertório no drible). 3 Central Privilegiar o passe intencional qualidade de passe (pé dto/esq.); Leitura de jogo; Liderança Ofensiva 4 Lateral / Médio ala 5 Médio defensivo / Ofensivo 6 Médio defensivo / Ofensivo Abrir o jogo (Mobilidade) criação de linhas de passe; Assume 1 X 1 no último terço do campo (repertório no drible) Privilegia o passe (curto/médio e longo) intencional qualidade de passe (pé dto/esq.) Leitura de jogo; Muda o sentido do jogo (largura e profundidade); Capacidade de remate Privilegia o passe (curto/médio e longo) intencional qualidade de passe (pé dto/esq.); Leitura de jogo; Muda o sentido do jogo (largura e profundidade); Capacidade de remate Jogo de posições, comunicação Em posição de receber o passe atrás Fecha por dentro Noção da contenção Rápida recuperação posicional Capacidade de desarme (1 X 1) Capacidade de desarme e intercepção; Rápida recuperação posicional e liderança defensiva Fecha por dentro Noção da contenção; Rápida recuperação posicional; Capacidade de desarme (1 X 1) Agressividade defensiva capacidade de choque ; Noção de contenção e cobertura defensiva; inteligência de jogo; Rápida recuperação defensiva Agressividade defensiva capacidade de choque ; Noção de contenção e cobertura defensiva; inteligência de jogo; Rápida recuperação defensiva 7 Médio Ofensivo / Ponta de Lança Capacidade de remate (pé/cabeça); Mobilidade constante desmarcações de ruptura; Forte no 1 X 1; Qualidade na condução e na recepção da bola; Protecção da bola costas para a baliza ; Uso frequente de combinações tabelas fecha as linhas de passe; Pressão sobre o portador da bola; Compensação na posição 5 ou 6 se for necessário Noção do 3º princípio da defesa (equilíbrio) Etapa da Formação Pré-especializada Iniciados (Sub 13 e 14 anos) Esta etapa, embora sem se desviar dos objectivos educativos e formativos da formação geral, visa, no entanto, melhorar a qualidade da prestação competitiva e consequentemente o nível dos resultados obtidos através de uma preparação desportiva cuidadosamente planeada e objectiva. AFA Carlos Miragaia Página 27

28 Nesta etapa acentua-se a especificidade da preparação do treino em todas as suas componentes, aumenta-se o volume e a intensidade dos esforços, alarga-se a participação competitiva, sistematiza-se o processo de treino, planificando e periodizando todas as tarefas. Princípios Metodológicos e Pedagógicos Para que o desenvolvimento desportivo do atleta seja optimizado é necessário organizar o processo de treino de uma forma sistemática, no sentido de possibilitar ao atleta a vivência de situações de aprendizagem, devidamente estruturadas concorrentes para a sua formação. Neste contexto, para este grupo etário devemos cumprir os seguintes princípios metodológicos e pedagógicos: Continuação da preparação geral (exercícios gerais), aumento de exercícios especiais e introdução de exercícios de competição Introdução progressiva dos treinos específicos ; Respeito pelas leis do crescimento e desenvolvimento do jovem praticante; Utilização predominante de uma intervenção que apele à razão e compreensão das situações; Trabalho da parte forte e fraca em equivalência; Coordenação dos programas de treino, em função dos quadros competitivos Periodização dupla - dos níveis de aptidão a atingir e dos graus de rendimento observados em competição; Graus de complexidade superiores à etapa anterior e um elevado número de repetições dos exercícios técnico-tácticos; Intensidade progressiva da velocidade de execução dos exercícios técnico-táticas; Seleção progressiva das técnicas individuais ofensivas e defensivas para a realização de tarefas e funções específicas; Rigor na execução dos exercícios técnico-táticos; Exercícios com grupos pequenos e médios e diminuição do espaço, através situações reduzidas e específicas com oposição; Início da especialização a nível funcional, setorial e a nível das tarefas específicas; Os atletas das equipas de nível competitivo superior campeonatos nacionais serão sujeitos a uma avaliação da performance aeróbia e a uma avaliação da flexibilidade muscular (isquiotibiais; flexores da anca; quadricípite femoral; Adutores); Caracterização do perfil psicológico dos atletas das equipas de nível competitivo superior campeonatos nacionais Continuação do treino funcional força para os membros superiores e inferiores (início da pliometria); AFA Carlos Miragaia Página 28

29 Privilegiar o desenvolvimento da capacidade aeróbia, aumentando o volume de trabalho, através de treinos bi-diários na pré-época e 4 Sessões de treino por semana com um tempo útil entre 70 a 80 minutos durante o período competitivo; Registo e análise da competição scouting (ficha de observação); O sistema de competição é formal com carácter competitivo, aproximando-se da estrutura especializada A competição é uma extensão do treino. Conteúdos técnico-tácticos O problema primário que se coloca ao indivíduo que pratica esta modalidade, é sempre de natureza tática, no qual os fatores de execução técnica são determinados por um contexto tático. Deste modo, uma das regras básicas no processo ensino/treino é transmitir aos atletas, tudo o que está inerente às fases de jogo, isto é, devemos procurar que os nossos atletas, respeitem de forma imperiosa os princípios específicos, pois só assim é que conseguimos transmitir uma certa lógica ao jogo de futebol, permitindo assim, uma evolução no domínio tático. Os princípios de jogo permitem aos jogadores a utilização de uma linguagem comum, originando uma melhor seleção e articulação das ações técnico-táticas, a partir das quais se desenvolve a expressão tática da equipa. Os jogadores devem ter consciência da importância dos princípios de jogo, pois estes valorizam constantemente o desenvolvimento eficaz da equipa, tanto no processo ofensivo como no processo defensivo, contudo, não devemos restringir alguma liberdade de ação dos jogadores. Em cada situação de jogo o atleta deve ter toda a liberdade de agir e decidir por um comportamento mais adaptado à situação de jogo, salvaguardando sempre os interesses e objetivos da equipa. Desta forma, nesta etapa procura-se aperfeiçoar a realização do 1º, 2º e 3º princípios específicos do ataque e defesa (quadro 9). Finalização X Impedir a finalização Princípios específicos ataque / defesa Penetração / Contenção 1 X 0+ G.R 1 X 1+ G.R CONTEUDOS 1º Princípio de ataque - Penetração 1. Acções individuais ofensivas Condução Remate (pés e cabeça) Drible, finta e simulação 1.1. Técnica de lançamento linha lateral 1º Princípio da defesa - Contenção 2. Acções individuais defensivas Técnica de marcação Alguns princípios gerais Desarme 3. Técnica do Guarda-redes AFA Carlos Miragaia Página 29

30 Criação de situações de finalização X Anular as situações de finalização Princípios específicos ataque / defesa Cobertura ofensiva / Cobertura defensiva 2 X 0 + G.R 2 X 1 + G.R 2 X 2 + G.R 2 X 2 + G.R Todas as Acções técnico-tácticas anteriores 2º Princípio do ataque Cobertura Ofensiva 1. Ações individuais ofensivas Recepção, controlo e domínio de boa Passe 2. Ações coletivas elementares ofensivas Desmarcações Apoio frontal ; lateral; retaguarda; Combinações Simples entre dois jogadores (passe desmarcação); Diretas entre dois jogadores (passe desmarcação Recepção) 2º Princípio da defesa Cobertura defensiva 3. Ações individuais defensivas Intercepção 4. Ações coletivas elementares defensivas Princípios gerais da marcação individual, à zona Dobra Construção das ações ofensivas X Impedir a construção das ações Ofensivas Princípios específicos ataque / defesa Mobilidade / Equilíbrio 3 X 0 + G.R. 3 X 1 + G.R. 3 X 2 + G.R 3 X 3 + G.R G.R+ 5 X 5 + G.R G.R+ 7 X 7 + G.R G.R+ 10 X 10 + G.R Todas as Acções técnico-táticas anteriores 3º Princípio do ataque Mobilidade 1. Ações coletivas elementares ofensivas Combinações Indirectas entre três jogadores Desmarcações Ruptura 3º Princípio da defesa Equilíbrio 2. Ações coletivas elementares defensivas Compensações 3. Ações coletivas complexas Organização geral da equipa: Tarefas/funções/ corredores / sectores Esquemas táticos Circulações táticas Sistemas táticos ofensivos e defensivos Métodos de jogo ofensivos (Ataque organizado / ataque rápido) Métodos de jogo defensivos (Pressão alta, lateral e intermêdia) Quadro 9 - Conteúdos técnico-táticos para a 4ª etapa: Formação Pré-especializada Conteúdos Físicos Nesta etapa deve-se continuar a respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade durante a infância e a juventude. Devemos procurar treinar a velocidade reação, deslocamento e execução em regime de finalização, a resistência base em regime técnico e em forma de corrida contínua, a resistência específica em forma de jogos reduzidos e jogo formal, a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação geral. Deve-se continuar o treino funcional força para os membros superiores (flexões/abdominais/dorsais e multi-lançamentos com a bola medicinal 3 kilos). A nível dos membros inferiores deve-se introduzir os seguintes exercícios: multi-saltos a pés juntos e com apoios alternados; saltar à corda; Tração à corda; salto de barreiras. AFA Carlos Miragaia Página 30

31 Conteúdos Psicológicos O futebol de 11, marca uma etapa especial no desenvolvimento desportivo dos atletas, deixa-se de se olhar para a modalidade de uma forma tão descontraída, e começa-se a exigir rendimentos mais elevados dos atletas, periodizada por objetivos. A promoção de estratégias motivacionais de definição de objetivos individuais e coletivos torna-se primordial. Estes deverão seguir a instrução SMART : S (specific) específicos; M (measurable) mensuráveis; A (attainable) atingíveis; R (realistic) realistas; T (Time-bound) balizados no tempo. Assim, devem ser acolhidos preferencialmente os atletas que estejam psicologicamente determinados a entregar-se ao treino, ao esforço e ao elevado compromisso que esta fase requer. Continuar o treino das competências psicológicas básicas motivação, concentração e a autoconfiança, e iniciar o treino e disgnóstico das competências avançadas em distintos contextos (treino e competição) e por último devemos introduzir nesta etapa noções de responsabilidade, nomeadamente a nível da assiduidade, comportamento, cumprimento dos horários e do regulamento interno. Etapa da formação especializada Juvenis (Sub 15 e 16 anos) A especialização desportiva constitui uma tarefa de interiorização de todos os factores que intervêm e condicionam a aquisição da forma desportiva, que para o atleta representa uma etapa de síntese de todas as aquisições consolidadas nas etapas anteriores. Nesta etapa, todas as componentes da preparação e do treino são direcionados no sentido da aquisição da forma desportiva que permita a obtenção de resultados de elevado nível. Trata-se aqui de promover o máximo rendimento correspondente à mobilização das capacidades e qualidades, em regime próximo do limiar da exaustão das disponibilidades energéticas. Isto é, trabalha-se em termos de rendimento, ou seja, procura-se que os resultados obtidos sejam máximos numa prestação competitiva em que o atleta utiliza todos os seus argumentos físicos, técnicos, tácticos e psicológicos em regime de esforço predeterminado e dependente do seu processo físico-psicólogico de adaptação a esse esforço específico. O sucesso desportivo já não é garantido pela participação, pela demonstração do saber-fazer, pela opção táctica, etc., mas sim pela vitória ou pelo nível da classificação obtida. Princípios Metodológicos e Pedagógicos: A metodologia utilizada deve corresponder a critérios pré-determinados, assentes em objectivos e conteúdos bem definidos. Além das questões metodológicas e pedagógicas, o treinador durante a sua intervenção na sessão de treino deverá procurar explicar/demonstrar convenientemente ao atleta o que procura ensinar, deverá saber observar para poder corrigir corretamente os erros dos seus atletas. AFA Carlos Miragaia Página 31

32 Para este escalão consideramos ser fundamental respeitar as seguintes linhas metodológicas e pedagógicas: A preparação técnico-táctica deve apontar para o aperfeiçoamento e para a obtenção de rendimentos altos a médio prazo, com base em treinos cada vez mais específicos; Continuação da preparação geral (exercícios gerais) e aumento de exercícios especiais e aumento de exercícios de competição; Intervenção que apele à razão e a compreensão tática e ao aperfeiçoamento individual dos pontos fortes e fracos dos atletas; Coordenação dos programas de treino em função dos quadros competitivos Periodização tática dos níveis da aptidão a atingir e dos graus de rendimento observados em competição; Exercícios de complexidade superior predominando a velocidade de execução; Diminuição do número de repetições e aumento da intensidade e complexidade dos exercícios; Predominância do treino tático/técnico funcional e sectorial; Adequação dos exercícios, respeitando a especificidade e a simplificação da estrutura complexa do jogo jogos reduzidos Aumento do volume de trabalho intensivo, com 4 treinos semanais no período competitivo e com treinos bi-diários no período preparatório, privilegiando o desenvolvimento da capacidade aeróbia; Aperfeiçoamento do modelo de jogo (sistema tático), das rotinas de jogo ofensivas (circulações tácticas), das rotinas de saída para o ataque (transições defesa ataque ) e dos esquemas tácticos (cantos, lançamentos de linha lateral, livres diretos e indiretos) iniciados no escalão anterior; Avaliação da performance aeróbia e da flexibilidade muscular; Continuação do treino funcional força para os membros superiores e inferiores (pliometria); Sessão de treino com um tempo útil entre 80 a 85% do tempo programa 90 minutos ; Registo e análise da competição scouting (ficha de observação); Avaliação e caracterização do perfil psicológico; O sistema de competição é formal com caracter competitivo, altamente especializado, em que a competição marca o sentido do treino. Conteúdos técnico-tácticos O grande objectivo nesta etapa de formação é permitir que esta seja contínua, regular e sistematizada apontada, segundo uma ordem programática racional e de complexidade crescente, em que a formação desportiva deverá incidir no plano cognitivo e motor do atleta, isto é, saber AFA Carlos Miragaia Página 32

33 fazer e fazer sabendo. A melhoria da componente técnica (meio de fazer) deverá ser feita através do aumento da velocidade ou da eficácia das ações técnico-táticas ou de ambas, no entanto, devemos ter em consideração que o crescimento e o desenvolvimento das estruturas biológicas do jovem atleta ainda não se encontram finalizado. Os conteúdos técnico-táticos, são todos os itens definidos nos conteúdos programáticos das etapas anteriores, procurando atingir a excelência desportiva. Conteúdos Físicos Nesta etapa deve-se continuar a respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade durante a infância e a juventude, procurando treinar a velocidade reacção, deslocamento e execução em regime de finalização, a velocidade resistente, a resistência base em regime técnico e em forma de corrida contínua, a resistência específica em forma de jogos reduzidos e jogo formal, a flexibilidade. O trabalho de força máxima e da força resistência será feito na sala de musculação através do treino funcional, e a força X velocidade (Potência) será realizado no terreno através do treino pliométrico. Devemos procurar estimular as três fontes energéticas aeróbia, anaeróbia láctica e aláctica, para que os atletas estejam em condições de responder às exigências fisiológicas do próprio jogo. Conteúdos Psicológicos Continuar o treino das competências psicológicas avançadas (figura 4) introduzida na etapa anterior. Perceber a muldimensionalidade (intensidade o quanto quero, direção o que quero, persistência durante quanto tempo quero) do conceito da motivação, nesta fase, já deve estar adquirido e treinável. Continuar a introduzir nesta etapa noções de responsabilidade, nomeadamente a nível da assiduidade, comportamento, cumprimento dos horários e do regulamento interno. Estimular a combatividade, a determinação, rigor, coragem, espírito de sacrifício durante os treinos e jogos e a definição de objectivos desportivos e profissionais para cada atleta. Implementação de um programa de treino de competências psicológicas para o controle da ansiedade, melhoria da auto-instrução, aumento dos níveis de concentração e foco atencional, e controlo dos níveis de frustração, ou seja, a preparação mental pré-competitiva, e competitiva. Torna-se fundamental estimular uma dinâmica de vitória. Etapa de formação de Rendimento (Sub 19) e Alto Rendimento (Sub 23) Considera-se que no decorrer desta etapa o indivíduo concluirá o seu processo de crescimento e desenvolvimento, aprestando-se para a obtenção de rendimentos máximos que se pretende ainda manter durante o maior número de anos possíveis. AFA Carlos Miragaia Página 33

34 O objectivo neste escalão é a obtenção de rendimentos máximos imediatos (curto prazo), com base numa metodologia do treino que se objectiva para a obtenção da maior eficácia das ações técnico-táticas individuais e colectivas, constituindo a equipa e a competição fins em si mesmo. Princípios Metodológicos e Pedagógicos: A preparação técnico-tática deve apontar para a obtenção de rendimentos máximos com base em treinos específicos, com predominância de exercícios especiais e de competição, não descurando a formação geral através de exercícios gerais. "Potencialização máxima" dos pontos fortes e aperfeiçoamento dos pontos fracos: Planificação do treino em função da estratégia da equipa, potencializando os pontos fortes e minimizando os pontos fracos, tendo como referência as características e as exigências da competição; Periodização do treino em função de metas e dos objectivos estabelecidos Periodização tática. Consolidação do modelo de jogo (sistema táctico), das rotinas de jogo ofensivas (circulações tácticas), das rotinas de saída para o ataque (transições defesa ataque ) e dos esquemas tácticos (cantos, lançamentos de linha lateral, livres diretos e indiretos); Aumento do volume de trabalho intensivo, entre 4 a 6 treinos por semana no período competitivo e com treinos bi-diários no período preparatório; Avaliação e controle do treino ao nível dos factores de jogo técnico/tático, físico e psicológico Tempo útil da sessão de treino deverá aproximar-se dos 90% do tempo programa 90 minutos ; O sistema de competição terá um com caracter competitivo, altamente especializada em que a competição marca o sentido do treino. Conteúdos técnico-tácticos O problema primário que se coloca ao indivíduo que joga futebol é sempre de natureza táctica, isto é, o praticante deve saber o que fazer, para poder resolver o problema subsequente, o como fazer, seleccionando e utilizando a resposta motora mais adequada. Assim, para os praticantes de futebol exige-se uma adequada capacidade de decisão, que decorre duma ajustada leitura do jogo. No momento de materializar a acção, torna-se necessário utilizar uma gama de recursos motores específicos, genericamente designado por técnica. Nestas etapas, propomos a consolidação de todos os itens definidos nos conteúdos programáticos das etapas anteriores. AFA Carlos Miragaia Página 34

35 Conteúdos Físicos Todos os itens definidos nos conteúdos físicos das etapas anteriores, no qual se procurará elevarem os níveis físicos dos atletas. Conteúdos Psicológicos Nesta fase espera-se um culminar de todo o trabalho psicológico feito anteriormente, no entanto deverá haver ainda uma intensificação da preparação psicológica, a nível do controle da ansiedade, concentração, autoconfiança, preparação mental pré-competitiva e competitiva, motivação, coesão social e coesão na tarefa, liderança, comunicação, controlo emocional, lidar com situações de frustração, tomadas de decisão, atribuições causais, e por fim mas não menos importante, as transições de carreira tanto académicas como futebolísticas. Comportamentos técnico-táticos Formar um jogador que seja capaz de vir a integrar a equipa principal do clube, dotado de dimensões de natureza tático/técnica, física e psicológica é um dos grandes objectivos de todo o processo de formação. Guarda-Redes (Jogador 1) Tática (em organização ofensiva) Jogo de posições Decidir (jogar em profundidade, Em posição de receber o passe atrás conservar a posse de bola, sair curto) Tática (em organização defensiva) Posição Controlo de remate e de centros Comunicação Controlo dos passes em profundidade Controlar as diferentes formas de Em situação de jogo defender (a baliza, a área, o ½ campo) Em jogadas de bola parada Sempre em atitude de pensar e executar Domínio 1X1 Qualidades técnicas Uso da velocidade de execução Distâncias (curtas, média, e longa) Qualidade no passe com os pés Velocidade Técnica de lançamento com as mãos e pés direção Qualidades Físicas Velocidade em curta e média distância Velocidade de análise e reacção AFA Carlos Miragaia Página 35

36 Boa impulsão Força de lançamento Força para defender a bola Passe e saída Poder nos duelos (no ar e 1X1) Qualidades Psicológicas Ambição Autoritário Disciplinado e responsável Com capacidade de comunicação Evitar riscos (com as defesas, médios e Líder avançados) Defesa Central (Jogador 3 e 4) Tática (em organização ofensiva) Controlo da velocidade; sempre em posição de receber a bola; primeiro de direcção do jogo e/ou jogar em profundidade; passe sem riscos; Realizar campo grande na 1ª fase da Decidir bem e rápido em função do construção ofensiva e campo contexto do jogo (Saber diferenciar quando tem que jogar de primeira ou pequeno na 2ª fase de construção ofensiva; conservar a bola; saber quando mudar Marcador de golos em situações de esquemas táticos (cantos, livres). Tática (em organização defensiva) Orientação espacial e saber Noção de coberturas e dobras; comunicar; Sempre em atitude de pensar e Conhecer e controlar os diferentes tipos de marcação (individual e à zona); executar e nunca perder o seu posicionamento. Qualidades técnicas Técnica de passe (distância, direcção) e de desarme; Domínio e controlo da bola e boa recepção. Bom jogo aéreo; Qualidades Físicas Velocidade de deslocamento curta, Potência muscular (impulsão, média e longa distância e agilidade; mudanças de direcção); AFA Carlos Miragaia Página 36

37 Medidas antropométricas acima da média nacional Estatura ; Poder nos duelos (1X1). Qualidades Psicológicas Decididos e corajosos Mentalidade Disciplinados, responsáveis e assassina ; autoritários. Líderes e coordenadores do sector defensivo; Defesa Lateral (Jogador 2 e 5) Tática (em organização ofensiva) Velocidade com e sem bola; Noção do primeiro passe sem risco; Saber decidir quando: manter a posse Jogo de posições: sempre em posição de bola; passar em profundidade no de receber a bola; ver e utilizar os corredor, em diagonal espaços no corredor interior; curta/média/longa; Saber pedir a bola no espaço e no pé; Cruzar 1º /2º poste ou 2º linha de Dar amplitude e profundidade às finalização utilizando diferentes acções ofensivas da equipa; trajectórias; Articulação intra-corredor e Capacidade de drible e de remate; intersectorial com os companheiros. Tática (em organização defensiva) Orientação e comunicador; Boa capacidade de desarme em Saber fechar por dentro, evitando a situações de 1X1 perda posicional; Não realiza faltas desnecessárias Encurtamento dos espaços, de modo Inteligência de jogo defensivo a evitar o cruzamento; Qualidades técnicas Técnica de passe (distância, direcção) Técnica de desarme e de drible Bom jogo aéreo Capacidade de remate com os dois Domínio e controlo da bola e recepção pés orientada Qualidades Físicas Velocidade de deslocamento curta, Potência aeróbia e anaeróbia; média e longa distância e Agilidade; AFA Carlos Miragaia Página 37

38 Potência muscular (impulsão e Poder nos duelos (1X1); mudanças de direcção); Potência muscular no remate e passe. Qualidades Psicológicas Decididos, corajosos, disciplinados, Concentrados; responsáveis e autoritários; Autoconfiança. Espírito de sacrifício; Médio Centro Pivot (Jogador 6) Tática (em organização ofensiva) Controlo da velocidade; sempre em posição de receber a bola; primeiro passe sem riscos noção da zona 5 ; quando tem que jogar de primeira ou conservar a bola; saber quando tem que mudar o sentido do jogo e/ou Decidir bem e rápido em função do jogar em profundidade; contexto do jogo (Saber diferenciar Noção de cobertura ofensiva. Tática (em organização defensiva) Orientação e Comunicador; Sempre em atitude de pensar e Inteligência na pressão sobre a bola; executar e nunca perder o seu Noção de coberturas e dobras; posicionamento; Fechar os espaços e ajustar distâncias Equilíbro defensivo. Qualidades técnicas Técnica de passe (distância, Domínio e controlo da bola e recepção direcção); orientada; Técnica de desarme; Capacidade de remate em momento Bom jogo aéreo; de finalização de 2ª 3ª linha. Qualidades Físicas Velocidade de deslocamento curta, média longa distância e agilidade; Alternância de ritmo intensidade de jogo Potência aeróbia e anaeróbia; Poder nos duelos (1X1) Potência muscular (impulsão, Potência muscular no remate e passe mudanças de direcção) AFA Carlos Miragaia Página 38

39 Qualidades Psicológicas Sereno, confiante, autoritário, carisma, concentrado, ambicioso e inteligência de jogo. Médios (Jogador 8 e 10) Tática (em organização ofensiva) Decidir bem e rápido em função do contexto do jogo (Saber diferenciar Noção de mobilidade (desmarcações de ruptura); quando tem que rematar ou assistir) Aparecer em zonas óptimas de Leitura de jogo; finalização (1ª e 2ª linha ofensiva). Tática (em organização defensiva) Orientação e Comunicação; posicionamento rápido reajustamento Inteligência na pressão individual e posicional ; coletiva; Fechar os espaços interiores e ajustar Sempre em atitude de pensar e distâncias Equilíbrio defensivo; executar e nunca perder o seu Recuperador de bolas. Qualidades técnicas Uso da velocidade com bola Domínio e controlo da bola e recepção Técnica de passe (distância, direcção) orientada Técnica de desarme Capacidade de remate em momento Bom jogo aéreo de finalização de 1ª e 2ª linha Qualidades Físicas Velocidade de deslocamento curta, média, longa distância e Agilidade; Alternância de ritmo intensidade de jogo Potência aeróbia e anaeróbia; Poder nos duelos (1X1); Potência muscular (impulsão e Potência muscular no remate e no mudanças de direcção); passe. Qualidades Psicológicas Agressividade, confiança, ambição, disciplinado, responsável e inteligência de jogo. AFA Carlos Miragaia Página 39

40 Extremos, Alas (Jogador 11 e 7) Tática (em organização ofensiva) Sempre em posição de receber a bola Jogo de posições: sempre em posição abertos e encarando a baliza de receber a bola; ver e utilizar os recepção orientada espaços no corredor; Cruzar 1º /2º poste ou atrasado, Saber pedir a bola no espaço e no pé; utilizando diferentes trajectórias; Articulação intra-corredor e intersectorial Capacidade de driblar e rematar; com os companheiros Dar largura e profundidade às acções ofensivas da equipa desmarcações de ruptura ; Tática (em organização defensiva) Orientação e comunicação; Boa capacidade de desarme em Saber fechar por dentro, evitando a situações de 1X1 perda posicional Não realiza faltas desnecessárias Encurtamento dos espaços pressão Inteligência de jogo defensivo individual e coletiva Articulação intra-corredor e intersectorial com os companheiros Qualidades técnicas Técnica de passe (distância, direcção) Técnica de desarme Técnica de drible reportório alargado Bom jogo aéreo e imprevisível Domínio e controlo da bola e boa Técnica de remate com os dois pés recepção Qualidades Físicas Velocidade de deslocamento curta, média, longa distância e agilidade; Poder nos duelos (1X1) Potência aeróbia e anaeróbia; Potência muscular no remate e no Potência muscular (impulsão e passe mudanças de direcção); Qualidades Psicológicas Decididos e corajosos; Disciplinados; responsáveis e autoritários AFA Carlos Miragaia Página 40

41 Espírito de sacrifício Autoconfiança Concentrados Ponta de Lança, Avançado Centro (Jogador 9) Tática (em organização ofensiva) Dar profundidade às acções ofensivas da equipa desmarcações de ruptura ; Criação de espaços para a penetração dos médios Jogo de posições: sempre em posição Capacidade finalizadora de receber a bola; enquadramento dos apoios em Saber pedir a bola no espaço e no pé; relação à bola e à baliza e forte em situações de 1X1 Tática (em organização defensiva) Orientação posicional, fechando por Articulação intra-corredor e dentro, evitando a perda posicional intersectorial com os companheiros Encurtamento dos espaços pressão individual e coletiva Qualidades técnicas Técnica de passe tabelas e Técnica de drible reportório alargado protecção da bola esconder a bola do e imprevisível ; adversário ; Técnica de remate com pés e com a cabeça jogo aéreo. Qualidades Físicas Velocidade de deslocamento curta, Poder nos duelos (1X1); média, longa distância e agilidade; Potência muscular no remate com os Potência aeróbia e anaeróbia; dois pés. Potência muscular (impulsão e mudanças de direcção); Qualidades Psicológicas Decidido e corajoso mentalidade assassina ; Disciplinado, responsável, e autoritário; Espírito de sacrifício; AFA Carlos Miragaia Página 41

42 2.4. Treinabilidade das componentes-chave da prestação Factores de treino Factor físico: força, resistência; velocidade; flexibilidade O futebol caracteriza-se por ser uma modalidade de esforços intermitentes de períodos de alta e baixa intensidade ou aeróbicos-anaeróbicos alternados contendo fases de esforço e repouso aleatórios, isto é, os jogadores têm de realizar esforços de sequência imprevista e aleatória, com diferentes intensidades e durações, separados por intervalos que de uma maneira geral não permitem uma recuperação completa. As características dos esforços dos atletas varia em função do seu posicionamento, sendo o sector médio, aquele que normalmente percorre as maiores distâncias (10 a 13 km) por jogo, o que nós leva a concluir que o treino do factor físico deverá ser direccionado por sectores e por funções. O treino do factor físico tem sofrido alterações substanciais ao longo dos tempos, a nossa experiência temnos revelado várias tendências e visões diferenciadas entre os treinadores. Presentemente existem três perspectivas de treino do factor físico: i) visão exclusivamente física, isto é, dissociada dos outros factores de treino; ii) visão integrada, isto é, inserida com os outros factores de treino; iii) visão integrada e separada, isto é, predominantemente treinada integrada com os outros factores de treino, no entanto, é possível em determinados momentos, de acordo com os objectivos de carácter geral ser treinada separada dos outros factores de treino. Defendemos, no que se refere à preparação do atleta ou da equipa, na maioria das vezes, não se pode e não se deve perspectivar nenhum factor de treino isoladamente, isto é, todos os exercícios de treino devem ser conceptualizados e organizados em função da dimensão estratégica e tática da equipa. No entanto consideramos, que o jogador de futebol deverá ser portador de uma óptima condição física geral, com base num bom desenvolvimento muscular, um eficiente sistema de transporte de oxigénio e uma fraca percentagem de adiposidade no peso corporal e uma excelente capacidade física específica, para que possa atingir um rendimento máximo no plano das qualidades físicas mais solicitadas pela própria modalidade. Por conseguinte, a nossa visão aproxima-se da perspectiva preconizada na opção iii) O treino do factor físico no plano da Resistência O treino da resistência no futebol visa atrasar a fadiga e otimizar os processos de recuperação no seguimento do esforço. A solicitação metabólica ao nível do esforço é Aeróbia e Anaeróbia Resistência de base e Resistência específica. Os seus principais objectivos são: i) Criar a base para um treino amplo da técnica e da táctica; ii) Incrementar a capacidade de recuperação durante as fases de carga menos intensa em competição e incrementar a tolerância psíquica ao esforço. Métodos 1. Método contínuo este método é utilizado preferencialmente para desenvolver a resistência de base, durante os períodos preparatórios Método contínuo uniforme extensivo utlizado preferencialmente para desenvolver a resistência base, durante o período preparatório e manutenção/recuperação da resistência base durante o período competitivo. AFA Página 42

43 Intensidade da carga 60 a 80% da velocidade da competição entre o limiar aeróbio e anaeróbio 45 a 65 % do VO2 máx. FC 125 a 160 P/m Duração da carga 30 a 40 Objectivos Economia do rendimento cardiovascular Treino do metabolismo lipídico Estabilização do nível de rendimento alcançado Aceleração da regeneração 1.2. Método contínuo uniforme intensivo Método por intervalos utilizado preferencialmente para desenvolver a resistência específica, durante os períodos preparatórios do mesociclo competitivo e período competitivo i) Método por intervalos com pausas incompletas (Intervalado intensivo) Método por intervalos com pausas incompletas desenvolvimento do limiar anaeróbio Períodos de esforço Longa duração (8 15 ) Média Duração (2 8 ) Curta duração II (45 2 ) Curta duração I (15 45 ) Vol.: densidade 1:1 a 1:1/8 1:1/4 a 1:1/12 1:1/8 a 1:1/12 1:1/8 a 1:1/12 Intensidade FC (bat/min) La (mmol/l) VO2 máx Volume total > 30 > 30 > 30 > 30 Frequência (Séries x rep) 1 x (2 a 4) 2 a 3 x (4 a 12) 1 a 3 x (20 a 40) 1 a 3 x (30 a 60) Método por intervalos com pausas incompletas desenvolvimento da potência aeróbia Períodos de esforço Longa duração (8 15 ) Média Duração (2 8 ) Curta duração II (45 2 ) Curta duração I (15 45 ) Vol.: densidade 1:1 a 1:1/2 1:1 a 1:1/4 1:1/8 a 1:1/12 1:1/8 a 1:1/12 Intensidade > FC (bat/min) > 170 > 170 > 170 > 170 La (mmol/l) VO2 máx > 90 > 90 > 90 > 90 Volume total < 45 < 45 8 a 12 por série 8 a 12 p/ série AFA Página 43

44 Frequência (Séries x rep) 1 x (1 a 3) 3 a 5 x (2 a 8) 3 a 5 x (6 a 12) 3 a 5 x (12 a 20) Método por intervalos com pausas incompletas desenvolvimento da tolerância láctica Períodos de esforço Média Duração (2 8 ) Curta duração II (45 2 ) Curta duração I (15 45 ) Vol.: densidade 1:1 a 1:2 1:1/2 a 1:6 1:1/2 a 1:1/6 Intensidade FC (bat/min) máx máx máx La (mmol/l) > 10 > 10 > 10 VO2 máx Volume total < 30 < 30 6 a 8 p/ série Frequência (Séries x rep) 3 a 5 x (2 a 8) 1 a 3 x (3 a 12) 3 a 5 x (6 a 12) Método por intervalos com pausas incompletas desenvolvimento da potência láctica Períodos de esforço Curta duração I (15 45 ) Vol.: densidade 1:1 a 1: 6 Intensidade > 95 FC (bat/min) máx La (mmol/l) > 6 VO2 máx - Volume total < 20 Frequência (Séries x rep) 1 a 3 x (3 a 12) ii) Método por intervalos com pausas completas (Intervalado extensivo) Caracteriza-se por períodos de repouso que permitem a recuperação completa dos parâmetros cardiocirculatórios e ventila tórios, utilizado preferencialmente no período preparatório durante o mesociclo précompetitivo. Método por intervalos com pausas completas treino de repetições Método de repetições com intervalos longos Método de repetições com intervalos médios Método de repetições com intervalos curtos Intensidade Submáxima a máxima % da veloc. comp Máxima % da veloc. comp Duração Pausa Completa: 10 a 12 FC < 100 bat/min Completa: 8 a 10 FC < 100 bat/min Máxima % da veloc. comp Completa: 8 a 10 FC < 100 bat/min Volume 3 5 rep 4 6 rep 6 8 rep AFA Página 44

45 O treino do factor físico no plano da velocidade Em termos metabólicos, a velocidade é solicitada a nível anaeróbia aláctica e láctico. No futebol, consideramos várias solicitações ao nível da competição: i) Velocidade complexa relacionada com a dinâmica do próprio jogo, no qual o treino deverá ser orientado para o processo de percepção, análise da situação e tomada da decisão. Está estritamente ligada com o processo de aperfeiçoamento táctico-técnico, através de exercícios realizados em espaços de dimensões mais reduzidas e exercícios com menor número de atletas envolvidos, permitindo um maior número de toques na bola e uma maior estimulação da percepção, análise e decisão. ii) Velocidade - Resistência relacionada com a capacidade de resistir à fadiga durante a aplicação de cargas de intensidade maximal ou submáxima. Está estritamente ligada com a exigência específica do jogo, através do método intervalado intensivo recuperações incompletas em que a intensidade é maximal/submáxima, a duração varia entre os 5 e 20 metros, esporadicamente 30 metros, o volume é de 2 a 3 series de 6 repetições e a densidade deverá ser a trote entre as repetições e de cinco minutos em trote entre as séries. iii) Velocidade de reacção - Velocidade de aceleração - Velocidade de deslocamento ou máxima cíclica - Velocidade de execução ou máxima acíclica, deve ser treinada de forma combinada com bola e sem bola. Esta deverá estar estritamente ligada com a exigência da competição através do método das repetições recuperações completas em que a intensidade deverá ser maximal, a duração é de 5 a 20 metros, esporadicamente 30 metros, o volume deverá ser de 2 a 3 series de 8 repetições com uma densidade de 1 a 3 minutos entre as repetições (andar) e recuperação ativa de 10 minutos entre as séries, através de exercícios técnicos. O treino desta capacidade deverá obedecer a um conjunto de indicações metodológicas, no qual passamos a descrever: Presente em todas as sessões de treino, desde dos jovens aos adultos Exige um bom aquecimento Deve estar integrado na parte inicial do treino Deve-se estimular o atleta para a realização do exercício no seu máximo Em situação de fadiga do atleta não se deve treinar a velocidade Uma boa relação entre a carga e a recuperação No dia anterior à competição deve-se realizar uma curta sessão de acelerações ex: 5 X 20 metros Variação dos métodos, dos conteúdos e dos meios do treino da velocidade Deve-se procurar que o treino da velocidade tenha a tensão dramática do jogo AFA Página 45

46 O treino do factor físico no plano da força A força no futebol está em interdependência com a resistência e a velocidade, em que consiste na capacidade de reagir contra uma resistência exterior, com base na intervenção dos sistemas nervoso e muscular. A sua solicitação metabólica é aeróbia, e anaeróbia aláctica / láctica. i) Força - velocidade relacionada com a força de aceleração (concêntrica) e com a força de travagem (excêntrica). É o fator de força mais importante para o futebolista, participa nos remates, saltos, mudanças de direcção, etc. Ela deve ser treinada através do treino pliométrico (concêntrica Dinâmica positiva / excêntrica Dinâmica negativa), pela execução de movimentos explosivos entre 6 a 10 repetições e 2 a 3 séries ou 3 a 5 séries em atletas de alto rendimento, com uma densidade entre séries de 2 minutos. Aconselha-se o treino desta capacidade através de um circuito e após um bom aquecimento. iii) Força - Resistência Esta capacidade juntamente com a força velocidade representam para o futebolista fatores muito importante para a melhoria da sua prestação, estando estritamente ligada a melhoria da velocidade resistência. Esta deverá ser treinada através do método das máximas repetições esforços dinâmicos com o máximo de repetições, em que a intensidade deverá ser média, séries de 15 a 30 repetições com recuperações incompletas entre as repetições e entre as séries. Podemos utilizar a estratégia em forma de circuito, com exercícios gerais (luta de galos) e específicos (remates consecutivos à baliza). iv) Força máxima capacidade do sistemas neuromuscular realizar grandes impulsos de força numa contração voluntária, apresentando um papel decisivo nos Guarda redes. Esta estritamente ligada com a força velocidade. Esta deverá ser treinada numa sala de musculação, utilizando os seguintes métodos: a) Método da Hipertrofia muscular aumento da massa muscular Métodos da carga constante 80% do máximo individual (1RM), devem realizar-se 3 a 5 séries com 10 a 12 repetições cada e um intervalo de 3 minutos entre cada série b) Método da coordenação intra e intermuscular Melhoria da atividade nervosa 90 a 95% % do máximo individual (1RM), devem realizar-se 1 a 3 séries com 2 a 5 repetições cada e um intervalo de 5 minutos entre cada série O treino do factor físico no plano da flexibilidade Os seus modos de exercitação poderão ser estáticos ou dinâmicos suave / balístico. Os métodos utilizados são: passivo; ativo; passivo-ativo; ativo-passivo; e facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF). O quadro 10, apresenta-nos a descrição dos métodos referidos. AFA Página 46

47 Método Estático Dinâmico PNF Descrição A posição de estiramento é obtida sem movimento articular nem contração voluntária das massas musculares. Mantém-se a posição durante aprox. 30 seg Consiste num movimento rápido, com grande amplitude, produzido pelo peso do corpo ou pela contração muscular do antagonista. 1º - O estiramento inicia-se no modo estático, no limite da capacidade do músculo aprox 30 seg. 2º - Contração isométrica do músculo em estiramento (aprox. 10 seg.) e relaxamento de seguida; 3º - Cuidadosamente, devemos forçar a elasticidade muscular um pouco mais. Quadro 10 Métodos de treino Pessoalmente, o método que se aproxima as necessidades e à exigência do futebol é o método Facilitação Neuromuscular Propriocetiva PNF sendo uma técnica realizada através de uma alternância entre os processos de contração e relaxamento dos músculos agonistas e antagonistas. Baseia-se em dois princípios 1º - o relaxamento da massa muscular é maior após a contração do músculo (inibição autogénica); 2º - o relaxamento de um dado músculo é maior quando o seu antagonista contrai (inibição recíproca). O treino desta capacidade deverá obedecer a um conjunto de indicações metodológicas, no qual passamos a descrever: Aquecimento prévio; Exercícios gerais/específicos; Evoluir dos exercícios estáticos para os dinâmicos; Trabalhar a flexibilidade antes da fadiga; Não treinar flexibilidade sentindo dor; Dar prioridade ao treino ativo ; Evitar a apneia; Não insistir com o objectivo de ir mais além ; Adotar posições funcionais. Os erros mais comuns no treino desta capacidade são: Má posição no exercício; Escolha dos métodos; Insistir para ir mais longe ; Apneia; Alongar em amplitudes máximas na presença de dor AFA Página 47

48 O trabalho de flexibilidade deve ser feito durante toda a época desportiva, e sempre que possível diariamente, pois quanto maior for a frequência de treino desta capacidade, mais efeitos de treino obtemos. Na unidade de treino deve ser incluída no aquecimento, na transição entre os exercícios e na parte final do treino Em Síntese, O atleta tem de ter resistência de Base, específica, força Máxima, velocidade pura / complexa, força-resistência, velocidade resistente, força X velocidade, flexibilidade, agilidade, equilíbrio e Coordenação de forma conjugada. As capacidades motoras intervêm numa forma mista (em regime), no qual o nível de prestação é fruto de uma relação harmoniosa de interdependência. O treino destas capacidades de preferência não deve privilegiar o treino isolado, mas sim integrado com os factores táticos e técnicos Factor técnico Para Rothig (1983) a técnica desportiva é uma sequência específica de acções motoras que têm como objectivo solucionar as tarefas exigidas por determinadas situações desportivas. Ao dizer-se que um atleta tem uma boa técnica, significa que a sua forma de resolver umas tarefas motoras são mais precisa, mais segura, e mais económica. Os objectivos do treino técnico-desportivo assentam na aquisição de um reportório de respostas motoras e no desenvolvimento gradual dos atletas ao longo do seu processo de formação. Estimulação da relação Eu e a Bola Factor táctico O acto / comportamento táctico desportivo é definido pelo processo intelectual de solução dos problemas competitivos, sendo uma componente indissociável da actividade, devendo ser rápida e deliberado, visando o maior grau de eficiências possível (Mahlo, 1996). Desta definição podemos concluir que o comportamento táctico dos atletas pressupõe uma actividade cognitiva, sendo resultado de complicados mecanismos de recepção, transmissão, avaliação e elaboração da resposta, relacionando o resultado dessa acção com a memória. É esta actividade cognitiva ou intelectual, que amplia significativamente a capacidade das respostas adaptativas dos praticantes às situações competitivas, permitindo que este reconheça, oriente e regule a sua acção motora. AFA Página 48

49 Fig. 3 - Fases do processamento da informação Decisão rápida e correta Percepção Captação da informação Perceber-compreender Atenção; concentração Solução mental tratamento da informação seleccionar-decidir Inteligência de jogo; conhecimento tático/estratégico Experiência competitiva Solução motora Reacção motora responder-executar Reportório motor Factor psicológico No que concerne a esta temática, deveremos perceber que o treino de competências psicológicas ocorre de uma sistematização de três fases distintas: Fase I: Fase de Educação (apresentação da temática, explicar o que são as competências psicológicas, como e quando se podem treinar) Fase II: Fase de Aquisição (permite ao jogador perceber como funcionam as técnicas de treino das competências psicológicas, sendo devidamente acompanhado pelo psicólogo em contexto controlado ex: gabinete) Fase III: Fase de Prática (o jogador utiliza as técnicas e estratégias psicológicas em contexto real de treino e competição para conseguir minimizar necessidades e potenciar as suas competências). A nível das capacidades cognitivas devemos estimular a criatividade, e a capacidade de raciocínio do jovem atleta. A preparação psicológica deve ser realizada através do exercício específico, quer em treino, quer em competição. Quanto mais o treino simular o esforço e o ambiente de competição, mais específico será o treino psicológico. Todavia, à semelhança das outras capacidades, o treino poderá ser associado aos restantes fatores da performance desportiva. No entanto, deverá ser individualizado (adaptado às características de cada jogador) e sistemático, com o fim de melhorar aspectos mais deficitários e promover as competências já adquiridas até então. Sublinhe-se que é através do treino psicológico que consiste na possibilidade real de modificar, através do treino, as competências psicológicas dos atletas pelo que devemos fazer incidir a nossa atenção nas competências psicológicas básicas, como também, delinear o treino psicológico para AFA Página 49

50 competências avançadas e competências de equipa (figura 4). Durante todo o processo de formação dos jogadores, deverá ser dada também atenção às competências facilitadoras. Estas competências dizem respeito à gestão do estilo de vida (ex: hábitos alimentares, sono, higiene, etc) e às relações interpessoais que o jogador vai estabelecendo. Á medida que é cumprida a maturação psicológica associada ao crescimento cronológico e biológico, é importante ter atenção às expectativas dos atletas, auxiliando no processo de gestão de carreira, prevenindo o abandono desportivo (não apenas da modalidade, mas da prática desportiva) e mantê-las controladas através de um estabelecimento de objetivos bem estruturados, ressalvando que saber ser um suplente e saber perder também são virtudes no mundo futebolístico. COMPETÊNCIAS BÁSICAS Visualização Mental; Formulação de Objetivos; Relaxamento e Controlo do Pensamento COMPETÊNCIAS AVANÇADAS Motivação; Auto-confiança; Ativação; Stress e Ansiedade; Concentração e Lidar com Adversidade COMPETÊNCIAS EQUIPA Identidade; Confiança; Coesão; Comunicação e Liderança COMPETÊNCIAS FACILITADORAS Gestão do Estilo de Vida Relações Interpessoais Figura 4 -Treino de competências psicológicas 2.5. Importância das competições no desporto das crianças e jovens A competição assume uma importância imprescindível no desporto do adulto, do jovem e da criança. Diversos autores consideram que a competição desenvolve o jovem atleta ao nível da sua personalidade, da sua socialização, e melhoria da sua prestação desportiva. As experiências competitivas vividas pelo jovem atleta permitem melhorar os aspectos psicológicos e sociais, privilegiando a formação integral do jovem atleta. Nas etapas iniciais da formação desportiva, a competição não deve ser entendida como o culminar de todo o processo de treino, mas como um instrumento e um complemento da formação, isto é, a importância dos resultados nas etapas de formação devem acontecer de forma progressiva. A nossa experiência, diz-nos que a competição tem um papel decisivo no processo evolutivo do jovem atleta, permitindo vivenciar experiências que dificilmente em contexto de treino ele conseguirá sentir. É usual os treinadores, diretores e os pais, transmitir aos atletas o slogan o importante é participar. No AFA Página 50

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