República de Angola Comissão da Reforma da Justiça e do Direito Subcomissão Técnica da Reforma ANTEPROJECTO DE CÓDIGO DA FAMÍLIA

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1 República de Angola Comissão da Reforma da Justiça e do Direito Subcomissão Técnica da Reforma ANTEPROJECTO DE CÓDIGO DA FAMÍLIA

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3 FICHA DE CONTROLO DOCUMENTAL Elaboração Grupo de Trabalhos do Código Civil e do Código de Família 2015 Aprovação 1 Subcomissão Técnica da Reforma Revisão Aprovação 2 Órgãos Políticos Subcomissão Técnica da Reforma 3

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5 Parte I. Relatório de fundamentação Introdução ÍNDICE Do objecto, motivação e conteúdo Legislação ordinária existente sobre a matéria Iniciativas legislativas relacionadas com a matéria Avaliação sumária dos meios financeiros e humanos envolvidos na respectiva execução a curto e médio prazo Inserção no programa de Governação do Presidente da República Necessidade da forma proposta para o diploma Sumário a publicar no Diário da República Legislação a revogar Índice sistemático da proposta de lei Parte II Síntese do conteúdo do diploma Análise na especialidade Parte III. Texto da Proposta de Lei 5

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7 PARTE I RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO 7

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9 RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO INTRODUÇÃO O presente documento consubstancia o anteprojecto do Código da Família e é constituído pelo conjunto de princípios e normas destinadas a regular as relações jurídicas que se estabelecem entre os membros duma família. Tais relações podem resultar do parentesco por laços de sangue ou por adopção, do casamento, da união de facto ou da afinidade. Os factos revelam que o Código da Família em vigor remonta a um tempo em que a sociedade angolana era enformada pelo sistema político de partido único e pelo modelo de economia planificada. Equivale isto a dizer que as condições políticas e económicas existentes, aquando da aprovação do Código da Família e de grande parte da legislação familiar existente, eram completamente diferentes das que viriam a surgir, a partir de 1992 e, principalmente, de 2010 com a aprovação da Constituição da República Popular de Angola. As alterações introduzidas no Código da Família vigente situam-se dentro da reforma da justiça e do direito em curso no país e o seu espírito e âmbito atendem a uma reforma do tipo médio. 1. DO OBJECTO, MOTIVAÇÃO E CONTEÚDO A Constituição da República de Angola deve enformar a instituição familiar e, por consequência, as normas que enquadram esta última devem ser desenvolvidas no sentido de se serem compatibilizadas com o texto constitucional vigente. Acresce que, a despeito de a regulamentação geral das sobreditas relações familiares estar contida no Código da Família, a verdade é que existem muitos outros princípios e normas jusfamiliares inseridos noutros diplomas legais como o Código Civil, a Lei do Julgado de Menores, o Código de Processo do Julgado de Menores ou a Lei da Protecção e Desenvolvimento Integral da Criança. Ao nível de alguns processos familiares, são também de destacar as normas relativas ao processo de casamento, que actualmente constam do Decreto n.º 14/86, de 2 de Agosto, muitas normas do actual Código de Registo Civil, que visam efectivar as normas do Código da Família, bem como as normas sobre a composição do nome, constantes parcialmente da Lei n.º 10/77, de 5 de Maio, e da Lei n.º 10/85, de 19 de Outubro. Nesta linha de raciocínio, o Diagnóstico do Código da Família oportunamente apresentado estabeleceu a necessidade de conformar o Código da Família com a Constituição vigente e de evitar a dispersão legislativa actualmente reinante, em matéria jusfamiliar, recodificando normas constantes de outros diplomas legais, na medida em que tal fosse possível. 9

10 Uma primeira questão que foi enfrentada foi a de saber se o Código da Família deveria manter a sua autonomia legislativa em face do Código Civil ou se, pelo contrário, deveria estar inserido no Código Civil, como um dos seus livros. As teses em confronto podem mobilizar vários argumentos, mas impõe-se sublinhar apenas que a inclusão do Código da Família no Código Civil, eventualmente no âmbito do movimento da unificação do direito privado - apesar de também se discutir a natureza privada, pública ou intermédia do Direito da Família -, implicaria, provavelmente, não já uma reforma de tipo médio, mas de alcance profundo. As alterações feitas ao Código da Família vigente situam-se dentro deste espírito e atendem ao facto de se inscreverem no quadro de uma reforma do tipo médio, sem obnubilar as actualizações decorrentes das regras de legística formal. Não se pretendeu fazer um novo Código, mas apenas alterar o existente, atendendo as grandes mudanças ocorridas no seio da família e no panorama constitucional. O regime consubstanciado apresenta como soluções normativas mais relevantes: Em termos formais: i. A nova arrumação e sequência de muitas das matérias do Código e com isso nova numeração como, por exemplo, se pode ver do índice sistemático constante do ponto n.º 9 deste relatório de fundamentação; ii. As normas de natureza adjectiva (processual) foram retiradas do Código, sempre que tal se mostrou possível, e deverão integrar o correspondente diploma adjectivo, tendo, no entanto, sido incluídas provisoriamente no título XI do Código, que contém disposições transitórias, enquanto se espera pela aprovação do diploma acima referido (artigos 251.º e seguintes); Em termos substanciais: iii. A consagração de um conceito formal de família que pela sua natureza poderá durar ao longo muito tempo (artigo 1.º); iv. O estabelecimento de normas relativas à natureza dos direitos familiares (artigo 2.º) e à interpretação (artigo 4.º) que permitirão uma melhor aplicação das normas aos casos concretos, bem como o suprimento de eventuais lacunas de acordo com a orientação das referidas normas; v. A consagração expressa de um artigo relativo à fecundação artificial e aos seus efeitos, quando haja ou não consentimento do cônjuge, bem como a forma de prestar o consentimento para o efeito (artigo 22.º) vi. A definição de quando se deve considerar os filhos como tendo ou não nascido na constância do casamento ou da união de facto reconhecida (artigo 27.º); vii. A referência à possibilidade de haver lugar à maternidade de substituição, que, pela sua especificidade, deverá ser regulada por lei especial (artigo 31.º, n.º 2); 10

11 viii. O esclarecimento de que em caso de declaração de filiação de nascituro a mesma produzirá efeitos mesmo ocorrendo a morte do declarante (artigo 39.º, n.º 2); ix. A remissão para as normas do Código de Registo Civil da definição do processo de impugnação (administrativa) da filiação (artigo 43.º); x. A consagração da possibilidade de o Ministério Público intentar a acção de estabelecimento de filiação durante toda a menoridade (artigo 46.º, n.º 2, alínea a); xi. A sagração da faculdade de a adopção ter lugar mediante consentimento expresso dos progenitores (artigo 59.º, n.º 2); xii. A adopção do conceito de responsabilidade parental em substituição do conceito de autoridade parental, conformando assim o ordenamento jurídico angolano com o disposto sobretudo na Convenção dos Direitos da Criança (todo o título V, bem como outras normas pertinentes doutros títulos); xiii. A consagração expressa da possibilidade de a guarda do filho ser exercida, alternadamente, em caso de exercício em separado, de acordo com o superior interesse do filho (artigo 94.º); xiv. A definição dos órgãos que devem acompanhar a tutela e os termos em que tal será feito quando o órgão seja o conselho de família (artigo 122.º); xv. O estabelecimento da possibilidade de o casamento religioso poder produzir efeitos civis, nos termos previstos no Código da Família (artigos 129.º, 130.º, n.º 2 e 222.º a 227.º); xvi. O estabelecimento do prazo de um ano para a propositura da acção de indemnização nos casos de ruptura injustificada da promessa de casamento, quando haja lugar (artigo 132.º); xvii. A fixação da idade dos menores em 16 anos, para, excepcionalmente, poderem casar, apesar de não terem ainda completado 18 anos de idade (artigo 134.º, n.º 2); xviii. A extensão do impedimento relativo ao casamento em caso de parentesco até ao 4.º grau, evitando-se, assim, o casamento entre tio e sobrinha ou entre tia e sobrinho (136.º, alínea b); xix. O estabelecimento do prazo de 1 ano para a propositura da acção de indemnização nos casos de ruptura injustificada da promessa de casamento, quando a ela haja lugar (artigo 132.º); xx. A extensão do impedimento relativo ao casamento em caso de parentesco até ao 4.º grau, evitando-se, assim, o casamento entre tio e sobrinha ou entre tia e sobrinho (136.º, alínea b) xxi. A consagração da faculdade de celebração de convenções matrimoniais que podem ser antenupciais ou pós-nupciais (140.º, n.º 2 e 3 e 154.º a 163.º); xxii. O estabelecimento da faculdade de, em caso de divórcio, o ex-cônjuge continuar a utilizar o apelido do outro, verificadas determinadas condições (artigo 141.º, n.º 2); xxiii. A possibilidade de serem adoptados outros regimes de bens que não o da comunhão de adquiridos ou da separação de bens, mediante a sua estipulação em convenção antenupcial (artigo 165.º); 11

12 xxiv. A definição do destino de um bem de natureza mista, isto é, em parte próprio e em parte comum, de integrar o património próprio ou comum (artigo 169.º); xxv. A ampliação do leque de bens que podem ser administrados por apenas um dos cônjuges no regime da separação de bens (artigo 171.º, n.º 2); xxvi. A necessidade de a alienação, oneração, arrendamento ou constituição de outros direitos pessoais de gozo sobre a residência familiar carecer sempre do consentimento de ambos os cônjuges, mesmo quando vigore o regime de separação de bens (artigo 173.º, n.º 4); xxvii. A definição de que as dívidas do cônjuge comerciante presumem-se contraídas em proveito comum do casal (artigo 179.º, n.º 5); xxviii. O estabelecimento da faculdade de serem feitas doações para casamento e entre casados (artigos 183.º a 193.º); xxix. A consagração da faculdade de os cônjuges requererem divórcio por mútuo acordo, a qualquer momento (artigo 210.º); xxx. A definição do regime aplicável à dissolução da união de facto reconhecida por remissão para o regime do divórcio, com as necessárias adaptações (artigo 234.º); xxxi. O estabelecimento de um critério único para a fixação da medida dos alimentos em geral, com a indicação de alguns parâmetros precisos para tal desiderato (artigo 240.º). 2. LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA EXISTENTE SOBRE A MATÉRIA I. Código Civil Decreto-Lei n.º , de 25 de Novembro de 1966 Portaria n.º 22869, de 4 de Setembro de 1967 (do Ministro do Ultramar). II. Lei do Julgado de Menores, Lei n.º 9/96, de 29 de Abril III. Lei sobre a Protecção e Desenvovimento Integral da Criança Lei n.º 25/12, de 22 de Agosto IV. Código de Processo Civil Decreto-Lei n.º 44129, de 28 de Dezembro de V. Lei da Composição do nome Lei n.º 10/85, de 19 de Outubro VI. Lei Contra a Violência Doméstica Lei n.º 25/11, de 14 de Julho VII. Regime jurídico do reconhecimento da união de facto por mútuo acordo e dissolução da união de facto reconhecida Decreto Presidencial n.º 36/15, de 30 de Janeiro. VIII. Código do Registo civil Decreto-Lei n.º 47678, de 5 de Maio de

13 IX. Iniciativas legislativas relacionadas com a matéria Esta iniciativa é complementar aos seguintes anteprojectos de lei: Anteprojecto de Lei que altera o Código de Família, elaborado pelo Ministério da Família e da Promoção da Mulher; Anteprojecto de Lei sobre o Reconhecimento de Efeitos Civis aos Casamentos Religiosos, elaborado pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos; Anteprojecto de Código de Registo Civil, em fase de elaboração na Comissão da Reforma da Justiça e do Direito. 3. AVALIAÇÃO SUMÁRIA DOS MEIOS FINANCEIROS E HUMANOS ENVOLVIDOS NA RESPECTIVA EXECUÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZOS O impacto financeiro relativo à implementação do Código da Família não será significativo. 4. INSERÇÃO NO PROGRAMA DE GOVERNAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Este diploma materializa as orientações políticas constantes do Despacho Presidencial n.º 30/15, de 8 de Abril, que «Reajusta e Altera a Composição da Comissão da Reforma da Justiça e do Direito», o qual prevê na al. d) do n.º 2 do artigo 3.º que a Comissão de Reforma da Justiça e do Direito deve dar continuidade ao processo de elaboração dos diplomas legais ligados à reforma da justiça e do direito, entre os quais está incluído o Código de Família. 5. NECESSIDADE DA FORMA PROPOSTA PARA O DIPLOMA A iniciativa legislativa será apresentada pelo Titular do Poder Executivo, no âmbito do seu poder de iniciativa legislativa, nos termos do disposto na alínea i) do artigo 120.º, conjugado com o n.º 4 do artigo 167.º, ambos da Constituição da República de Angola (CRA), em virtude da natureza da matéria em causa. Está matéria encontra consagração constitucional nos artigos 35.º da CRA, sob a epígrafe «família, casamento e filiação» e 80.º da CRA, sob a epígrafe «infância». Tendo em conta que a matéria sobre a organização familiar está enquadrada nos direitos fundamentais, o artigo 164.º da CRA atribui à Assembleia Nacional competência legislativa com reserva absoluta, por se tratar de direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos. 6. SUMÁRIO A PUBLICAR NO DIÁRIO DA REPÚBLICA Eis o sumário que deverá constar da Iª Série do Diário da República (DR): 13

14 Lei n.º /16 Aprova o Código da Família. Revoga a Lei n.º 1/ LEGISLAÇÃO A REVOGAR Deve ser revogada a Lei 1/ ÍNDICE SISTEMÁTICO DA PROPOSTA DE LEI. A proposta de lei apresenta o seguinte índice sistemático: LEI QUE APROVA O CÓDIGO DE FAMÍLIA Artigo 1.º (Objecto) Artigo 2.º (Noção) Artigo 3.º (Objectivos) Artigo 4.º (Âmbito de aplicação) Artigo 5.º (Exclusão de aplicação) O título I, com a epígrafe disposições gerais, contém um único capítulo e 12 artigos. O capítulo único, sob a epígrafe princípios fundamentais, fontes e conselho de família, tem 12 artigos. Secção I Conceito, Natureza, Fontes e Interpretação Artigo 1.º (Conceito de Família) Artigo 2.º (Natureza dos Direitos Familiares) Artigo 3.º (Fontes das Relações Jurídicas Familiares) Artigo 4.º (Interpretação) Secção II Princípios Fundamentais Artigo 5.º (Direito a integrar e de constituir família) Artigo 6.º (Protecção da família e dos seus membros) Artigo 7.º (Princípios fundamentais da família) Artigo 8.º (Igualdade entre o homem e a mulher) SECÇÃO III CONSELHO DE FAMÍLIA Artigo 9.º (Noção e intervenção) Artigo 10.º (Constituição do Conselho de Família) Artigo 11.º (Indicação) Artigo 12.º (Funcionamento e deliberações) O título II, sobre o parentesco, é composto por 2 capítulos e tem 6 artigos. O capítulo I tem como epígrafe disposições gerais e comporta 2 artigos. 14

15 Artigo 13.º (Modalidades do parentesco) Artigo 14.º (Parentesco por laços de sangue e por adopção) O capítulo II tem como epígrafe parentesco por laços de sangue e é composto por 4 artigos. Artigo 15.º (Elementos do parentesco) Artigo 16.º (Linhas do parentesco) Artigo 17.º (Cômputo dos graus) Artigo 18.º (Limites do parentesco) O título III tem como epígrafe filiação, contém 2 capítulos e 38 artigos. O capítulo I, com a epígrafe estabelecimento da filiação, tem 3 secções e 30 artigos. A Secção I, com a epígrafe disposições gerais, tem 14 artigos. Artigo 19.º (Igualdade dos filhos) Artigo 20.º (Direito à filiação, a ser registado e a usar um nome) Artigo 21.º (Deveres dos filhos) Artigo 22.º (Fecundação artificial) Artigo 23.º (Prova da filiação e retroactividade dos efeitos) Artigo 24.º (Atendibilidade da filiação) Artigo 25.º (Posse de estado) Artigo 26.º (Filiação no caso de casamento ou de união de facto reconhecida dos pais) Artigo 27.º (Filhos concebidos na constância do casamento ou da união de facto reconhecida) Artigo 28.º (Novo casamento da mãe) Artigo 29.º (Casamento posterior) Artigo 30.º (Período legal de concepção) Artigo 31.º (Estabelecimento de maternidade) Artigo 32.º (Casos de estabelecimento da paternidade) A Secção II, com a epígrafe filiação por declaração, tem 13 artigos. Artigo 33.º (Declaração de filiação) Artigo 34.º (Declaração de maternidade) 15

16 Artigo 35.º (Declaração de paternidade) Artigo 36.º (Natureza da declaração) Artigo 37.º (Capacidade) Artigo 38.º (Forma de declaração) Artigo 39.º (Declaração de paternidade de nascituro) Artigo 40.º (Declaração de filiação de filho maior ou falecido) Artigo 41.º (Afastamento da paternidade do marido) Artigo 42.º (Declaração de paternidade por quem não seja o marido da mãe) Artigo 43.º (Impugnação da declaração de filiação) Artigo 44.º (Efeitos da impugnação) Artigo 45.º (Filiação incestuosa) A secção III tem por epígrafe estabelecimento judicial da filiação e contém 3 artigos. Artigo 46.º (Estabelecimento da filiação) Artigo 47.º (Omissão de filiação) Artigo 48.º (Efeitos da improcedência da acção oficiosa) O capítulo II, sob a epígrafe impugnação judicial da filiação, contém 2 secções e 8 artigos. A secção I tem por epígrafe disposições gerais e contém 6 artigos. Artigo 49.º (Impugnação pelos herdeiros) Artigo 50.º (Declaração anulável) Artigo 51.º (Declaração nula) Artigo 52.º (Impugnação da paternidade do marido da mãe) Artigo 53.º (Legitimidade) Artigo 54.º (Prazo da impugnação) A secção II, com a epígrafe disposições gerais, tem 2 artigos. Artigo 55.º (Meios processuais) Artigo 56.º (Meios de prova) O título IV que tem como epígrafe adopção, contém 2 capítulos e 17 artigos. 16

17 O capítulo I tem como epígrafe disposições gerais e comporta 6 artigos. Artigo 57.º (Fins da adopção) Artigo 58.º (Requisitos do adoptante) Artigo 59.º (Requisitos do adoptando) Artigo 60.º (Proibição de declaração de filiação) Artigo 61.º (Consentimento do adoptando) Artigo 62.º (Adopção por estrangeiro) O capítulo II, sob a epígrafe formas de adopção e consentimento, tem 11 artigos. Artigo 63.º (Tipos de adopção) Artigo 64.º (Adopção dupla) Artigo 65.º (Adopção unipessoal) Artigo 66.º (Apelidos) Artigo 67.º (Novo assento de nascimento) Artigo 68.º (Proibição de mais de uma adopção) Artigo 69.º (Irrevogabilidade por acordo) Artigo 70.º (Forma de processo) Artigo 71.º (Obrigatoriedade do consentimento dos pais) Artigo 72.º (Natureza do consentimento) Artigo 73.º (Consentimento na falta dos pais) O título V tem como epígrafe responsabilidade parental, contém 2 capítulos e 28 artigos. O capítulo I, sob a epígrafe disposições gerais, tem 8 artigos. Artigo 74.º (Igualdade do pai e da mãe) Artigo 75.º (Responsabilidade parental) Artigo 76.º (Âmbito) Artigo 77.º (Direitos e deveres dos pais) Artigo 78.º (Poder de representação e administração) Artigo 79.º (Dever de obediência) Artigo 80.º (Duração) 17

18 Artigo 81.º (Residência dos menores) O capítulo II, com a epígrafe exercício da responsabilidade parental, tem 3 secções e 20 artigos. A secção I, com a epígrafe exercício da responsabilidade parental em conjunto, tem 8 artigos. Artigo 82.º (Exercício conjunto) Artigo 83.º (Intervenção judicial) Artigo 84.º (Actos sujeitos a autorização judicial) Artigo 85.º (Bens excluídos da administração) Artigo 86.º (Usufruto legal) Artigo 87.º (Dever de diligência) Artigo 88.º (Anulação de actos) Artigo 89.º (Validação de actos) A secção II, com a epígrafe exercício único ou em separado da responsabilidade parental, tem 6 artigos. Artigo 90.º (Exercício único) Artigo 91.º (Exercício em separado) Artigo 92.º (Efeitos da atribuição do exercício em separado) Artigo 93.º (Exercício da responsabilidade parental por parte do outro progenitor) Artigo 94.º (Guarda alternada) Artigo 95.º (Exercício por terceiro) A secção III, com a epígrafe inibição da responsabilidade parental, tem 6 artigos. Artigo 96.º (Inibição por condenação penal) Artigo 97.º (Inibição por incapacidade ou ausência) Artigo 98.º (Extinção da inibição) Artigo 99.º (Inibição por decisão judicial) Artigo 100.º (Levantamento da inibição) Artigo 101.º (Obrigação de alimentos) O título VI tem como epígrafe tutela, contém 4 capítulos e 25 artigos. 18

19 O capítulo I, sob a epígrafe disposições gerais, tem 9 artigos. Artigo 102.º (Sujeitos) Artigo 103.º (Fins da tutela) Artigo 104.º (Menores sujeitos a tutela) Artigo 105.º (Maiores sujeitos a tutela) Artigo 106.º (Nomeação do tutor) Artigo 107.º (Tutela de vários irmãos) Artigo 108.º (Requisitos do tutor) Artigo 109.º (Voluntariedade da tutela) Artigo 110.º (Gratuitidade da tutela) O capítulo II tem como epígrafe constituição da tutela e contém 6 artigos. Artigo 111.º (Instauração da tutela) Artigo 112.º (Actividade oficiosa) Artigo 113.º (Audição obrigatória) Artigo 114.º (Nomeação de tutor de menor) Artigo 115.º (Tutor de menor abandonado) Artigo 116.º (Nomeação de tutor de interdito) O capítulo III, sob a epígrafe exercício da tutela, tem 6 artigos. Artigo 117.º (Direitos e deveres do tutor) Artigo 118.º (Deveres do tutor) Artigo 119.º (Actos dependentes da autorização do tribunal) Artigo 120.º (Actos praticados sem autorização) Artigo 121.º (Responsabilidade do tutor) Artigo 122.º (Acompanhamento da tutela) O capítulo IV, com a epígrafe termo da tutela, tem 4 artigos. Artigo 123.º (Causas da cessação da tutela) Artigo 124.º (Remoção do tutor) Artigo 125.º (Renúncia do tutor) 19

20 Artigo 126.º (Substituição do tutor) O título VII que tem como epígrafe Casamento, contém 3 subtítulos e 101 artigos. O subtítulo I tem a epígrafe casamento civil e religioso, tem um único capítulo e 6 artigos. O capítulo único tem como epígrafe disposições gerais e comporta 6 artigos. Artigo 127.º (Conceito) Artigo 128.º (Igualdade de direitos e deveres) Artigo 129.º (Casamento) Artigo 130.º (Validade do casamento) Artigo 131.º (Ineficácia da promessa de casamento) Artigo 132.º (Caducidade) O subtítulo II tem a epígrafe casamento civil, 7 capítulos e 89 artigos. O capítulo I, sob a epígrafe pressupostos para a celebração do casamento civil, tem 4 artigos. Artigo 133.º (Capacidade matrimonial) Artigo 134.º (Idade núbil) Artigo 135.º (Impedimentos absolutos) Artigo 136.º (Impedimentos relativos) O capítulo II, com a epígrafe celebração do casamento, tem 6 artigos. Artigo 137.º (Acto de casamento) Artigo 138.º (Local da celebração) Artigo 139.º (Intervenientes no acto do casamento) Artigo 140.º (Mútuo consenso) Artigo 141.º (Adopção de apelidos ou nomes de família) Artigo 142.º (Casamento urgente) O capítulo III, tem como epígrafe registo do casamento e comporta 5 artigos. Artigo 143.º (Obrigatoriedade de registo) Artigo 144.º (Data da produção dos efeitos) Artigo 145.º (Registo por inscrição ou transcrição) Artigo 146.º (Registo por inscrição) 20

21 Artigo 147.º (Registo por transcrição) O capítulo IV, sob a epígrafe efeitos do casamento, tem 2 secções e 35 artigos. A secção I, com a epígrafe efeitos pessoais, tem 6 artigos. Artigo 148.º (Deveres recíprocos dos cônjuges) Artigo 149.º (Coabitação e residência dos cônjuges) Artigo 150.º (Dever de cooperação e assistência) Artigo 151.º (Contribuição para os encargos da vida familiar) Artigo 152.º (Exercício de profissão ou actividade) Artigo 153.º (Decisão comum e representação) A secção II, com a epígrafe efeitos patrimoniais, tem 3 subsecções e 29 artigos. A subsecção I tem por epígrafe convenções matrimoniais, 3 divisões e 10 artigos. A divisão I tem por epígrafe liberdade de celebração e modalidades e 1 artigo. Artigo 154.º (Princípio geral) A divisão II tem por epígrafe convenções antenupciais e 8 artigos. Artigo 155.º (Restrições ao princípio da liberdade de celebração) Artigo 156.º (Capacidade para celebrar convenções antenupciais) Artigo 157.º (Anulabilidade por falta de autorização) Artigo 158.º (Forma das convenções antenupciais) Artigo 159.º (Publicidade das convenções antenupciais) Artigo 160.º (Revogação ou modificação da convenção antenupcial antes da celebração do casamento) Artigo 161.º (Convenções sob condição ou a termo) Artigo 162.º (Caducidade das convenções antenupciais) A divisão III, com a epígrafe convenções pós-nupciais, tem 1 artigo. Artigo 163.º (Âmbito e regime) artigos. A subsecção II, com a epígrafe regimes económicos, tem 3 divisões e 7 A divisão I tem por epígrafe disposições gerais e 3 artigos. Artigo 164.º (Regime supletivo e início de vigência) 21

22 Artigo 165.º (Remissão genérica para uma lei estrangeira ou revogada, ou para usos locais) Artigo 166.º (Regime imperativo da separação de bens) A divisão II tem por epígrafe comunhão de adquiridos e 3 artigos. Artigo 167.º (Património comum) Artigo 168.º (Bens próprios) Artigo 169.º (Bens de natureza mista) A divisão III tem por epígrafe separação de bens e 1 artigo. Artigo 170.º (Bens próprios) A subsecção III, com a epígrafe administração dos bens e dívidas dos cônjuges, tem 12 artigos. Artigo 171.º (Administração dos bens) Artigo 172.º (Exercício da administração) Artigo 173.º (Alienação ou oneração de bens) Artigo 174.º (Disposição do direito ao arrendamento) Artigo 175.º (Aceitação de doações, sucessões, repúdio da herança ou do legado) Artigo 176.º (Forma do consentimento) Artigo 177.º (Suprimento judicial do acordo) Artigo 178.º (Sanções) Artigo 179.º (Dívidas que responsabilizam ambos os cônjuges) Artigo 180.º (Dívidas da exclusiva responsabilidade de cada um dos cônjuges) Artigo 181.º (Bens que respondem pelas dívidas de ambos os cônjuges) Artigo 182.º (Bens que respondem pelas dívidas da exclusiva responsabilidade de cada um dos cônjuges) O capítulo V, tem como epígrafe doações para casamento e entre casados, contém 2 secções e 11 artigos. A secção I, com a epígrafe doações para casamento, tem 7 artigos. Artigo 183.º (Noção e normas aplicáveis) 22

23 Artigo 184.º (Espécies) Artigo 185.º (Regime) Artigo 186.º (Forma) Artigo 187.º (Incomunicabilidade dos bens doados pelos nubentes) Artigo 188.º (Redução por inoficiosidade) Artigo 189.º (Caducidade) A secção II, com a epígrafe doações entre casados, tem 4 artigos. Artigo 190.º (Disposições aplicáveis) Artigo 191.º (Forma) Artigo 192.º (Objecto e incomunicabilidade dos bens doados) Artigo 193.º (Caducidade) O capítulo VI sob a epígrafe anulabilidade do casamento tem 2 secções e 7 artigos. A secção I, com a epígrafe disposições gerais, tem 6 artigos. Artigo 194.º (Anulabilidade do casamento) Artigo 195.º (Acção de anulação) Artigo 196.º (Legitimidade) Artigo 197.º (Prazos) Artigo 198.º (Efeito do casamento ou anulado) Artigo 199.º (Boa fé) A secção II, com a epígrafe validação do casamento, tem 1 artigo. Artigo 200.º (Formas) O capítulo VII, com a epígrafe dissolução do casamento, tem 3 secções e 21 artigos. A secção I, com a epígrafe disposição geral, tem 1 artigo. Artigo 201.º (Causas da dissolução do casamento) A secção II, com a epígrafe dissolução por morte, tem 1 artigo. Artigo 202.º (Efeitos da dissolução por morte) A secção III, tem por epígrafe presunção de morte e 2 artigos. Artigo 203.º (Requerimento da declaração) Artigo 204.º (Efeitos da presunção de morte) A secção IV, com a epígrafe dissolução por divórcio, tem 3 subsecções e 17 23

24 artigos. A subsecção I, tem por epígrafe disposições gerais e 5 artigos. Artigo 205.º (Fundamentos) Artigo 206.º (Modalidades do divórcio) Artigo 207.º (Efeitos do divórcio) Artigo 208.º (Data da produção dos efeitos nas relações pessoais) Artigo 209.º (Produção dos efeitos nas relações patrimoniais) A subsecção II, tem por epígrafe divórcio por mútuo acordo e 5 artigos. Artigo 210.º (Legitimidade) Artigo 211.º (Fundamentação) Artigo 212.º (Acordos complementares) Artigo 213.º (Competência) Artigo 214.º (Condições para o processo no registo civil) A subsecção III, tem por epígrafe divórcio litigioso e 7 artigos. Artigo 215.º (Fundamentos gerais) Artigo 216.º (Fundamentos específicos) Artigo 217.º (Relevância dos fundamentos do divórcio) Artigo 218.º (Impossibilidade do pedido) Artigo 219.º (Perda do direito) Artigo 220.º (Caducidade do direito) Artigo 221.º (Gravidez da mulher) O subtítulo III tem a epígrafe casamento religioso, um único capítulo e 6 artigos. O capítulo único, sob a epígrafe disposições gerais, tem 6 artigos. Artigo 222.º (Casamento religioso) Artigo 223.º (Capacidade matrimonial) Artigo 224.º (Processo preliminar do casamento religioso) Artigo 225.º (Certificado de capacidade matrimonial) Artigo 226.º (Casamento religioso urgente) Artigo 227.º (Intervenientes no acto de casamento) 24

25 O título VIII tem como epígrafe união de facto, contém 3 capítulos e 7 artigos. O capítulo I, sob a epígrafe disposições gerais, tem 4 artigos. Artigo 228.º (Conceito) Artigo 229.º (Pressupostos legais) Artigo 230.º (Atendibilidade da união de facto que não possa ser reconhecida) Artigo 231.º (Legitimidade) O capítulo II tem como epígrafe reconhecimento por mútuo acordo e contém 2 artigos. Artigo 232.º (Competência) Artigo 233.º (Anulação do reconhecimento) O capítulo III, sob a epígrafe dissolução da união de facto reconhecida, tem 1 artigo. Artigo 234.º (Regime aplicável) O título IX tem como epígrafe afinidade, contém 2 artigos. Artigo 235.º (Noção) Artigo 236.º (Elementos e duração da afinidade) O título X, com a epígrafe Alimentos, tem 14 artigos. Artigo 237.º (Noção) Artigo 238.º (Quem pode requerer alimentos) Artigo 239.º (Quem está obrigado a prestar alimentos) Artigo 240.º (Medida dos alimentos) Artigo 241.º (Modo de prestar alimentos) Artigo 242.º (Pluralidade de obrigados) Artigo 243.º (Momento a partir do qual são devidos) Artigo 244.º (Execução de alimentos) Artigo 245.º (Alimentos provisórios) Artigo 246.º (Alteração dos alimentos fixados) Artigo 247.º (Cessação da obrigação de alimentos) Artigo 248.º (Carácter dos alimentos) Artigo 249.º (Apanágio do cônjuge ou companheiro sobrevivo) 25

26 Artigo 250.º (Alimentos à mãe) O título XI tem como disposições transitórias, contém 5 capítulos e 44 artigos. O capítulo I, sob a epígrafe disposição geral, tem 1 artigo. Artigo 251.º (Regime aplicável) O capítulo II tem como epígrafe tutela e tem uma secção e 4 artigos. A secção única, com a epígrafe decisões judiciais, tem 4 artigos. Artigo 252.º (Âmbito) Artigo 253.º (Órgãos consultivos) Artigo 254.º (Fim da decisão) Artigo 255.º (Transitoriedade das decisões) O capítulo III, sob a epígrafe casamento, tem 4 secções e 9 artigos. A secção I, com a epígrafe processo de casamento, tem 1 artigo. Artigo 256.º (Regime aplicável) A secção II, com a epígrafe processo preliminar, tem 4 artigos. Artigo 257.º (Processo preliminar) Artigo 258.º (Declaração inicial) Artigo 259.º (Declaração de existência de impedimentos) Artigo 260.º (Despacho para casamento) A secção III, com a epígrafe processo de casamento urgente, tem 3 artigos. Artigo 261.º (Assento provisório) Artigo 262.º (Formalismo do casamento urgente) Artigo 263.º (Homologação do casamento urgente) A secção IV, com a epígrafe registo de casamento, tem 1 artigo. Artigo 264.º (Falta e desaparecimento do registo) O capítulo IV tem como epígrafe divórcio e tem 2 secções e 18 artigos. A secção I, com a epígrafe divórcio por mútuo acordo, tem 10 artigos. Artigo 265.º (Requerimento) Artigo 266.º (Documentação necessária) Artigo 267.º (Autuação do requerimento) Artigo 268.º (Conferência de cônjuges) 26

27 Artigo 269.º (Conferência de cônjuges) Artigo 270.º (Falta de comparência dos cônjuges) Artigo 271.º (Procedimento) Artigo 272.º (Efeitos do divórcio provisório) Artigo 273.º (Divórcio definitivo) Artigo 274.º (Efeitos do divórcio definitivo) A secção II, com a epígrafe divórcio litigioso, tem 8 artigos. Artigo 275.º (Processo do divórcio litigioso) Artigo 276.º (Tentativa de conciliação) Artigo 277.º (Conversão do divórcio litigioso em divórcio por mútuo acordo) Artigo 278.º (Decisão provisória) Artigo 279.º (Regulação do exercício da responsabilidade parental) Artigo 280.º (Acordo sobre a regulação do exercício da responsabilidade parental) Artigo 281.º (Atribuição da residência familiar) Artigo 282.º (Atribuição dos alimentos) O capítulo V tem como epígrafe união de facto e comporta 3 secções e 12 artigos. A secção I, com a epígrafe reconhecimento da união de facto, tem 1 artigo. Artigo 283.º (Regime aplicável) A secção II, com a epígrafe reconhecimento em caso de morte ou ruptura, tem 9 artigos. Artigo 284.º (Competência) Artigo 285.º (Legitimidade) Artigo 286.º (Prazos) Artigo 287.º (Conselho de Família) Artigo 288.º (Efeitos da sentença) Artigo 289.º (Aplicação subsidiária) Artigo 290.º (Despacho de reconhecimento) 27

28 Artigo 291.º (Efeitos) Artigo 292.º (Registo) A secção III, com a epígrafe reconhecimento por mútuo acordo, tem 2 artigos. Artigo 293.º (Competência) Artigo 294.º (Formalidade) PARTE III SÍNTESE DO CONTEÚDO DO DIPLOMA 28

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30 SÍNTESE DO CONTEUDO DO DIPLOMA i. Análise na especialidade A proposta de lei comporta um conjunto de 294 artigos, divididos por onze títulos. 30

31 TÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO ÚNICO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, FONTES E CONSELHO DE FAMÍLIA SECÇÃO I CONCEITO, NATUREZA, FONTES E INTERPRETAÇÃO A secção I contém quatro artigos, dos quais três são novos. O artigo 1.º é novo. Nele destaca-se o conceito jurídico de família, estabelecido em termos formais, à semelhança do anteriormente previsto no Código de A sua epígrafe é nova. O artigo 2.º é novo. Realça a natureza especial do Direito de Família, tendo em conta a forte intervenção de normas imperativas. No artigo 3.º foi alterada a epígrafe e nele consagram-se as fontes das relações familiares, nos mesmos termos em que o fazia o Código de O artigo 4.º é novo. Estabelece os critérios à luz dos quais as disposições do Código da Família devem ser interpretadas. Destarte, os vectores que pontificam na hermenêutica das normas jurídicas familiares são os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade de direitos e deveres de todos os membros da família e dos cônjuges entre si, do superior interesse da criança, da especial protecção da criança e da estabilidade familiar. SECÇÃO II PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS A secção II contém quatro artigos (5.º a 8.º), sendo que dois são novos. O artigo 5.º é novo. É uma concretização do princípio da liberdade de constituir família, consagrado no n.º 2 do artigo 35.º da CRA, situando-se na linha de o legislador ordinário dever receber e desenvolver o referido comando constitucional. A Constituição refere-se apenas ao direito de constituir família, mas está-lhe, igualmente, subjacente o direito a integrar uma família. A ideia do direito a integrar uma família assume particular relevância no domínio da protecção das crianças, constituindo uma disposição que, do ponto de vista do direito ordinário, não tem qualquer correspondência. O artigo 6.º tem uma nova epígrafe. Consagra o princípio da protecção à família e aos seus membros. A protecção do Estado à família é um dos princípios basilares do direito da família e resulta do reconhecimento da essencialidade do grupo familiar para o próprio Estado e para a sociedade. Manteve-se, assim, um princípio que já decorre do actual Código da Família. Foi, entretanto, aditado o adjectivo especial, na linha da concretização do correspondente dispositivo da Constituição (artigo 35.º, n.º 1). 31

32 A protecção é dispensada, em posição de igualdade, a todas as formas de constituição da família. A parte final da norma em vigor (quer se fundamente em casamento, quer em união de facto) é suprimida por estar em contradição com o disposto nos artigos 1.º e 10.º ora propostos. Com efeito, a parte agora suprimida inculca a ideia de a família apenas se fundar no casamento ou na união de facto, quando dos artigos acima citados resulta existirem outras fontes, com destaque para o parentesco. O artigo 7.º é novo, com excepção do disposto na alínea f), que já decorre do disposto no artigo 6.º do Código de Com efeito, nele consagram-se alguns princípios fundamentais da família que são importantes em termos pedagógicos para aquilo que se pretende para uma família, assim como também relevam para efeitos de interpretação das normas do Código e como critérios para o julgador decidir. SECÇÃO III CONSELHO DE FAMÍLIA A secção III contém quatro artigos (9.º a 12.º). Destaca-se o artigo 10.º que vem alargar a participação dos companheiros de união de facto nos conselhos de família em virtude da igual dignidade de que, no plano das fontes das relações familiares, goza relativamente ao casamento, nos termos do artigo 35.º da Constituição, garantindo a representação equitativa das linhas materna e paterna de parentesco. Foi ainda reforçado o poder do tribunal no processo de indicação dos membros e do funcionamento daquele órgão, conforme os artigos 11.º e 12.º. TÍTULO II PARENTESCO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS O capítulo I tem dois artigos (13.º e 14.º). Realça-se no artigo 14.º, n.º 2, a consagração de um conceito de adopção, pois consagrando o n.º 1 o conceito de parentesco por laços de sangue faltava a consagração da noção que agora se acrescenta. CAPÍTULO II PARENTESCO POR LAÇOS DE SANGUE O capítulo II está contido entre os artigos 15.º e 18.º, não tendo sido feitas alterações nesta matéria. TÍTULO III FILIAÇÃO O título III está dividido em dois capítulos, compreendidos entre os artigos 19. e 73.º. CAPÍTULO I ESTABELECIMENTO DA FILIAÇÃO Este capítulo subdivide-se em três secções, entre os artigos 19.º e 48.º 32

33 SECÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Esta secção tem três novos artigos (artigos 22.º, 24.º e 27.º). Foram também feitas alterações parciais aos artigos 19.º, 20.º, 21.º, 23.º, 26.º e 31. Os demais artigos não sofreram alterações. Destaca-se no artigo 20.º o reconhecimento do direito ao registo de nascimento, ao uso do nome próprio e dos apelidos de ambos os progenitores. Ganha igualmente destaque a inovação apresentada pelo artigo 22.º na regulação da fecundação artificial heteróloga, tendo sido definido o critério do consentimento esclarecido do marido para o estabelecimento da paternidade. No artigo 27.º, foram determinados os critérios de presunção de paternidade dos filhos concebidos na constância do casamento ou da união de facto reconhecida, com especial destaque para as regras referentes aos casos de fecundação e concepção artificial homólogas e inseminação artificial heteróloga. O Código prevê ainda a figura da maternidade por substituição no n.º 2 do artigo 31.º, remetendo, entretanto, a sua regulação para lei especial. SECÇÃO II FILIAÇÃO POR DECLARAÇÃO A secção II contém doze artigos (33.º a 45.º), que, no geral, mantêm o regime anterior. No artigo 37.º, permite-se que a declaração de filiação seja feita pelo incapaz, desde que autorizado pelos representantes legais. Nos artigos 41.º e 42.º, estabelece-se a possibilidade de afastamento da paternidade do marido, desde que a mulher casada declare que o marido não é o pai, que o filho não tem posse de estado em relação ao marido e a declaração possa ser pessoalmente notificada ao marido, apenas considerando-se estabelecida 1 ano após a notificação, se o marido não impugnar a declaração. Os termos da declaração de impugnação da declaração de filiação são remetidos para o Código de Registo Civil (artigo 43.º). Para o caso de o marido da mãe impugnar a declaração de filiação, o artigo 44.º consagrou a não produção de efeitos, devendo o registo ser considerado omisso quanto ao progenitor constante do registo. No artigo 45.º, foi alargado o âmbito do carácter secreto da filiação, indo agora até ao terceiro grau da linha colateral (mais um grau face ao regime actual). SECÇÃO III ESTABELECIMENTO JUDICIAL DA FILIAÇÃO A terceira secção contém três artigos (46.º a 48.º) 33

34 Realça-se no artigo 46.º, n.º 2, alínea a), a consagração da possibilidade de o Ministério Público intentar a acção de estabelecimento de filiação durante toda a menoridade, diferentemente do que dispunha o Código de 1988, que limitava a actuação do Ministério Público, nesses casos, apenas aos 3 primeiros anos de vida. CAPÍTULO II IMPUGNAÇÃO JUDICIAL DA FILIAÇÃO O capítulo II tem duas secções e estende-se entre os artigos 49.º e 56.º. No essencial, mantém-se o regime consagrado no Código de 1988, tendo sido feitas actualizações linguísticas onde se mostrou necessário, visando tornar as normas mais claras. TÍTULO IV ADOPÇÃO O título IV contém dois capítulos e dezassete artigos que se estendem do artigo 57.º ao 73.º. No essencial mantém o regime que decorre do Código de 1988, salvas algumas alterações que visam tornar as normas mais claras. Destaca-se, no artigo 59.º, n.º 2 (capítulo I), a consagração da faculdade de a adopção ter lugar mediante consentimento expresso dos progenitores naturais, bem como, no artigo 62.º, a atribuição da competência ao departamento ministerial indicado pelo Titular do Poder Executivo para formular parecer relativamente à adopção internacional TÍTULO V RESPONSABILIDADE PARENTAL O título V tem dois capítulos e vinte e oito artigos, indo do artigo 74.º ao 101.º. A grande alteração, nesta sede, prende-se com a adopção do conceito de responsabilidade parental em substituição do conceito autoridade paternal, conformando assim o ordenamento jurídico angolano com o disposto, sobretudo, na Convenção dos Direitos da Criança (Todo o título V, bem como outras normas pertinentes doutros títulos). É ainda de realçar, no artigo 94.º, a consagração expressa da possibilidade de a guarda do filho ser exercida de maneira alternada, em caso de exercício em separado, de acordo com o superior interesse do filho. TÍTULO VI TUTELA O título VI contém quatro capítulos e vinte e cinco artigos (artigos 101.º ao 126.º). No essencial mantém-se o estabelecido no Código de Destaca-se, no entanto, no artigo 122.º a definição dos órgãos que devem acompanhar a tutela e os termos em que tal será feito quando o órgão (de acompanhamento) seja o conselho de família. Foram também feitas as alterações necessárias em função da adopção do conceito de responsabilidade parental. 34

35 TÍTULO VII CASAMENTO O título VII contém três subtítulos e cento e um artigos, entre os artigos 127.º e 227.º SUBTÍTULO I CASAMENTO CIVIL OU RELIGIOSO O subtítulo I tem um único capítulo e seis artigos (artigos 127.º a 132.º). CAPÍTULO ÚNICO DISPOSIÇÕES GERAIS No artigo 129.º reitera-se a validade do casamento civil, mas consagra-se a possibilidade de os casamentos religiosos produzirem efeitos civis, desde que observem as exigências do Código. É de realçar, igualmente em termos inovatórios, o estabelecimento do prazo de 1 ano para a propositura da acção de indemnização nos casos de ruptura injustificada da promessa de casamento (artigo 132.º). SUBTÍTULO II CASAMENTO CIVIL O subtítulo II tem sete capítulos e 89 artigos (133.º e 221.º). CAPÍTULO I PRESSUPOSTOS PARA A CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO CIVIL O capítulo I é constituído por quatro artigos (artigos 133.º ao 136.º). No essencial, reitera-se o disposto no Código de No entanto, o artigo 134.º, n.º 2, fixa os 16 anos, para ambos os sexos, como a idade a partir da qual os menores, excepcionalmente, podem contrair casamento, em nome do princípio da igualdade entre o homem e a mulher. Por sua vez, o artigo 136.º, alínea b) estendeu o impedimento matrimonial resultante do parentesco na linha colateral até ao quarto grau, em respeito do que já ocorre, em geral, nas relações entre pessoas do referido grau de parentesco, no direito costumeiro. Assim, evita-se o casamento entre tio e sobrinha ou entre tia e sobrinho. CAPÍTULO II CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO O capítulo II é constituído por seis artigos que vão do artigo 137.º ao artigo 142.º. No artigo 138.º, foi simplificada e, com isso, melhorada a redacção quanto ao lugar da celebração do casamento. No artigo 139.º, n.º 2, consagrou-se expressamente que a procuração para casamento deve conter poderes especiais e identificar a pessoa do outro nubente, algo que a doutrina já vinha 35

36 sublinhando, mas que não tinha respaldo legal. No artigo 140.º, n.º 2 e 3, consagra-se a faculdade de celebração de convenções matrimoniais (antenupciais ou pós-nupciais) e reitera-se que, com elas, não se pode sujeitar os efeitos pessoais do casamento a uma condição ou termo; neste caso, ter-se-ão por não escritas tais disposições. No artigo 141.º, estabelece-se a faculdade de, em caso de divórcio, o ex-cônjuge continuar a utilizar o apelido do outro, verificadas determinadas condições. CAPÍTULO III REGISTO DO CASAMENTO O capítulo III tem cinco artigos que vão do artigo 143.º ao artigo 147.º. Destaca-se, no artigo 147.º, a respeito do registo do casamento por transcrição, a alteração da alínea a), acrescentando-se os assentos de casamentos religiosos, por força da possibilidade de os referidos casamentos produzirem efeitos civis. CAPÍTULO IV EFEITOS DO CASAMENTO O capítulo IV tem 2 secções e 35 artigos (148.º a 182.º). SECÇÃO I EFEITOS PESSOAIS A secção I tem seis artigos (148.º a 153.º). Nesta secção, não foram feitas alterações relativamente ao disposto no Código de SECÇÃO II EFEITOS PATRIMONIAIS A secção II tem 3 subsecções e 29 artigos (154.º a 182.º). SUBSECÇÃO I CONVENÇÕES MATRIMONIAIS A subsecção I é nova. Tem 3 divisões e 10 artigos (154.º a 163.º). DIVISÃO I LIBERDADE DE CELEBRAÇÃO E MODALIDADES A divisão I contém um artigo. O artigo 154.º consagra o princípio da liberdade de celebração de convenções matrimoniais, bem como apresenta a classificação das mesmas, referindo que podem ser convenções antenupciais ou pós-nupciais. DIVISÃO II CONVENÇÕES ANTENUPCIAIS A divisão II contém oito artigos (155.º a 162.º). 36

37 O artigo 155.º estabelece restrições à liberdade de celebração de convenções antenupciais. O artigo 156.º consagra a capacidade para a celebração de convenções antenupciais por equiparação à capacidade para contrair matrimónio. Estabelece também a forma de suprimento da incapacidade para celebrar convenções antenupciais. O artigo 157.º comina com a anulabilidade a convenção antenupcial celebrada por incapaz não autorizado, bem como estabelece o modo de sanação da referida anulabilidade. O artigo 158.º estabelece a forma das convenções antenupciais, dispondo que devem ser celebradas por escritura pública ou por documento autenticado por notário. O artigo 159.º impõe o registo das convenções antenupciais, sob pena de não produzirem efeitos relativamente a terceiros. Por outro lado, estipula também a necessidade de registo na conservatória competente dos factos objecto da convenção. O artigo 160.º consagra o princípio da livre revogabilidade da convenção antenupcial até à data da celebração do casamento. O artigo 161.º permite a celebração de convenções antenupciais sob condição, termo ou modo. O artigo 162.º estabelece o regime da caducidade das convenções nupciais. DIVISÃO III CONVENÇÕES PÓS-NUPCIAIS A divisão III tem um artigo. O artigo 163.º estabelece o âmbito e regime das convenções pós-nupciais. Permite a celebração das mesmas, quer para alterar uma convenção antenupcial, quer para alterar o regime de bens adoptado. SUBSECÇÃO II REGIMES ECONÓMICOS A subsecção II tem três divisões e sete artigos (164.º a 170.º), dos quais quatro são novos. DIVISÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS A divisão I tem três artigos novos. O artigo 164.º estabelece o regime económico da comunhão de adquiridos como supletivo do casamento, tal como já o fazia o Código de Fixa também o momento a partir do qual o regime económico começa a vigorar. 37

38 O artigo 165.º, permitindo, embora, a adopção de outros regimes de bens que não o da comunhão de adquiridos ou da separação de bens, mediante a sua estipulação em convenção antenupcial, proíbe que se fixe o regime por remissão genérica a uma lei estrangeira. O artigo 166.º consagra casos em que o regime de separação de bens é imperativo. DIVISÃO II COMUNHÃO DE ADQUIRIDOS A divisão II tem três artigos (167.º, 168.º e 169.º), dos quais um é novo. No essencial mantém o regime do Código de 1988, com excepção do disposto no novo artigo. O artigo 169.º é novo e define o destino (integrar o património próprio ou comum) de um bem de natureza mista, isto é, em parte próprio e em parte comum, fixando o critério do maior valor (se próprio ou comum) para o supracitado destino. DIVISÃO III SEPARAÇÃO DE BENS A divisão III tem um artigo (170.º) e mantém a solução do Código de SUBSECÇÃO III ADMINISTRAÇÃO DOS BENS E DÍVIDAS DOS CÔNJUGES A subsecção III tem doze artigos (171.º a 182.º). Estes artigos mantêm-se, no geral inalterados em relação ao Código de O artigo 171.º foi parcialmente alterado, tendo-se operado a ampliação do leque de bens que podem ser administrados por apenas um dos cônjuges no regime da separação de bens. O artigo 172.º tem dois novos números que, no essencial, regulam o exercício da administração dos bens de um dos cônjuges no caso de haver mandato ou, não havendo, quando o outro opõe-se ou não ao referido exercício sem mandato. O artigo 173.º tem um novo número (4) em que se consagra que a alienação, oneração, arrendamento ou constituição de outros direitos pessoais de gozo sobre a residência familiar carece sempre do consentimento de ambos os cônjuges, mesmo quando vigore o regime de separação de bens. O artigo 176.º é novo e determina a forma (a mesma exigida para a procuração) que se deve observar para a prestação do consentimento conjugal, quando exigido. O artigo 179.º mantém no geral o disposto no Código de 1988, com excepção do seu n.º 5 em que se opera a definição de que as dívidas do cônjuge comerciante presumem-se contraídas em proveito comum do casal. CAPÍTULO V DOAÇÕES PARA CASAMENTO E ENTRE CASADOS 38

39 O capítulo V é inteiramente novo. Tem duas secções e onze artigos (183.º a 193.º). SECÇÃO I DOAÇÕES PARA CASAMENTO A secção I tem sete artigos (183.º a 189.º). O artigo 183.º define o que são doações para casamento bem como fixa o regime jurídico aplicável às mesmas. O artigo 184.º estabelece as espécies de doações para casamento, consoante sejam feitas por um dos nubentes ao outro, por ambos entre si ou por um terceiro a um ou a ambos os nubentes. O artigo 185.º rege que as doações para casamento produzem os seus efeitos a partir da data da celebração do casamento. Dispõe, igualmente, que as que devam produzir os seus efeitos para depois da morte de um dos cônjuges são havidas como pactos sucessórios. O artigo 186.º determina a forma das doações para casamento e a consequência jurídica da inobservância da referida forma. O artigo 187.º determina a incomunicabilidade dos bens doados pelos nubentes, independentemente do regime matrimonial, desde que não haja disposição em contrário. O artigo 188.º submete as doações para casamento ao regime da redução por inoficiosidade, em respeito pelos herdeiros legitimários. O artigo 189.º estabelece o regime da caducidade das doações para casamento. SECÇÃO II DOAÇÕES ENTRE CASADOS A secção II tem quatro artigos (190.º a 193.º). O artigo 190 estabelece o regime aplicável às doações entre casados. O artigo 191.º fixa a forma das doações entre casados, sendo que, no caso de se tratar de coisas móveis, deverá observar-se a tradição da coisa e quanto às imóveis deverá constar de documento escrito. O artigo 192.º determina que apenas bens próprios do doador podem ser objecto da doação e que não há comunicabilidade dos bens doados, independentemente do regime matrimonial. O artigo 193.º regula a caducidade das doações entre casados. CAPÍTULO VI ANULABILIDADE DO CASAMENTO 39

40 O capítulo VI tem duas secções e sete artigos (194.º a 200.º). No essencial, mantém o regime do Código de 1988, salvas ligeiras alterações de sistematização e de actualização de linguagem. CAPÍTULO VII DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO O capítulo VII tem três secções e vinte e um artigos (201.º a 222.º). No essencial, mantém o regime do Código de No artigo 210.º há, no entanto, uma nova solução que decorre da consagração da faculdade de os cônjuges requererem divórcio por mútuo acordo a qualquer momento, diferentemente do que sucedia com o Código de SUBTÍTULO III CASAMENTO RELIGIOSO O subtítulo III é novo, tem um único capítulo e seis artigos (222.º a 227.º). CAPÍTULO ÚNICO DISPOSIÇÕES GERAIS O artigo 222.º estabelece os pressupostos para que o casamento religioso produza efeitos civis (estar a instituição religioso reconhecida pelo Estado angolano e ter sido celebrado de acordo com a lei vigente no Estado angolano). O artigo 223.º estabelece a capacidade matrimonial por remissão para as normas que regulam a capacidade matrimonial dos casamentos civis. O artigo 224.º impõe, como no casamento civil, a realização de um processo de casamento preliminar. O artigo 225.º, ainda a despeito do processo preliminar de casamento religioso, impõe a passagem de certificado matrimonial, sem o qual o casamento religioso não pode ser celebrado. O artigo 226.º consagra o regime do casamento religioso urgente, com os mesmos pressupostos para o casamento civil urgente. O artigo 227.º estabelece os intervenientes no acto de casamento religioso. TÍTULO VIII UNIÃO DE FACTO O título VIII tem três capítulos e sete artigos (228.º a 234.º). O capítulo III e o seu único artigo são novos. No essencial, mantém-se no capítulo o regime do Código de 1988, salvo o disposto no novo artigo. CAPÍTULO III DISSOLUÇÃO DA UNIÃO DE FACTO RECONHECIDA 40

41 O artigo 234.º estabelece o regime aplicável à união de facto reconhecida por remissão para as normas sobre a dissolução do casamento. TÍTULO IX AFINIDADE O título IX tem dois artigos (235.º e 236.º) e não apresentam alterações relativamente ao regime do Código de TÍTULO X - ALIMENTOS O título X tem catorze artigos (237.º a 250.º). No geral, foi mantido o que já dispunha o Código de No entanto, enquanto o Código de 1988 regulava a matéria sobre a medida dos alimentos em dois artigos, o actual fá-lo num único artigo (240.º) O artigo 240.º estabelece os critérios para se estabelecer a medida dos alimentos em geral, não distinguindo se relativos a menores ou a maiores. Com efeito, reitera a regra da proporcionalidade da medida dos alimentos entre a capacidade de quem deva prestá-los e a necessidade de quem deva recebê-los. Nos números dois e três deste artigo, oferecem-se critérios ao julgador que permitam concretizar o disposto no número um (capacidade de quem presta e necessidade de quem deva prestá-los). TÍTULO XI DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS O capítulo XI é constituído por cinco capítulos e quarenta e quatro artigos (251.º a 294.º). Este capítulo é novo, embora as suas soluções advenham do já disposto quer em normas de natureza adjectiva do Código de 1988, quer de outros diplomas adjectivos vigentes, como o Regulamento do Acto de Casamento. Tem cinco capítulos e quarenta e quatro artigos. CAPÍTULO I DISPOSIÇÃO GERAL O capítulo I é constituído pelo artigo 251.º, que é novo. Este artigo legitima a aplicação do presente Código aos processos de família, enquanto não forem aprovados os diplomas adjectivos próprios. CAPÍTULO II TUTELA O Capítulo II tem uma única secção e é constituído por quatro artigos (252.º a 255.º). Mantém-se o disposto no Código de CAPÍTULO III CASAMENTO 41

42 O capítulo III tem quatro secções e nove artigos (256.º a 264.º). Mantém-se o disposto quer no Código de 1988 (secções I, II e IV), quer o disposto no regulamento do acto de casamento (secção III). CAPÍTULO IV - DIVÓRCIO O capítulo IV tem duas secções e dezoito artigos (265.º a 282.º). Mantém-se o disposto no Código de 1988, com a actualização imposta pela consagração da admissibilidade de celebração de convenções antenupciais (artigo 266.º) e da adopção do conceito de responsabilidade parental. CAPÍTULO V UNIÃO DE FACTO O capítulo V tem três secções e doze artigos (283.º a 294.º). Mantém, no essencial, o disposto no Código de 1988, salvo o disposto no artigo 283.º, que é novo e que determina o regime aplicável ao reconhecimento da união de facto. 42

43 PARTE IV TEXTO DO ANTEPROJECTO DA PROPOSTA DE LEI ASSEMBLEIA NACIONAL Lei n.º /16 De de Considerando a Constituição da República de Angola, aprovada em 2010, consagrou princípios e normas de fundamental relevância para a ordenação jurídica da família; 43

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