SIMON DE MONTFORT E A FIGURA DO VASSALO PERFEITO NA OBRA HISTOIRE ALBIGEIOSE DE PIERRE DES VAUX DE CERNAY

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1 SIMON DE MONTFORT E A FIGURA DO VASSALO PERFEITO NA OBRA HISTOIRE ALBIGEIOSE DE PIERRE DES VAUX DE CERNAY Palavras-chave: Cruzada, vassalagem, projeto unificador francês. Autor: Eduardo Luiz de Medeiros Orientadora: Fátima Regina Fernandes O estudo do fenômeno conhecido como Cruzadas, é uma tarefa muitas vezes difusa, devido a toda a mística que envolve o tema, vide a recente produção literária que aborda o assunto 1 e a filmografia hollywodiana, que tem valorizado os épicos históricos 2, debruçandose sobre os conflitos medievais entre cristãos e muçulmanos, séculos antes dos entraves contemporâneos, mostrando que o assunto ainda gera interesse e fascínio entre o público leigo. Ao observarmos este fenômeno, a partir do momento em que ocorre dentro dos domínios da Cristandade, como no episódio ao qual me proponho investigar, qual seja, a Cruzada albigense, percebe-se a singularidade e complexibilidade em buscar apreender elementos que esclareçam ou ao menos auxiliem na clarificação das motivações e personagens envolvidos num conflito desta magnitude. Para tanto, a análise da Cruzada será realizada através da trajetória do líder cruzado, o conde Simon de Montfort, na medida em que, através de sua singularidade, é possível verificar elementos que transpassem a própria Cruzada. Entre estes elementos é possível citar, por exemplo, o desenvolvimento de dois projetos expansionistas antagônicos entre a região norte do território conhecido hoje como França, e o reino de Aragão, na Península Ibérica. Para iniciar esta discussão, proponho a análise de alguns elementos pertinentes ao contexto relativo ao tema proposto, seguido de um olhar mais aproximado da fonte documental intitulada Histoire Albigeoise, escrita pelo monge cisterciense Pierre des Vaux de Cernay. Desenvolvida no formato de crônica, entre 1213 e 1218, é o documento considerado pela historiografia contemporânea como a matriz da visão oficial do conflito 3. Pierre era o sobrinho de Guy, abade do mosteiro de Vaux de Cernay, no sudoeste de Paris, fundado por Simon de Neauphle em 1118 ou A Histoire Albigeoise é uma fonte escrita por um clérigo em formato de crônica como uma elegia a um vassalo real. Entender estes elementos, ou seja: as razões para a escrita da obra e para a exaltação da figura de um personagem que estava à sombra do rei tendo como pano de fundo a Cruzada albigense e o contexto europeu do século XIII, serão os alvos deste resumo. Para tanto, será necessário deslocar o foco da Cruzada e dos hereges apenas, e analisar figuras como o papa Inocêncio III, o rei Felipe Augusto e o rei Pedro II, o católico, 1 - Por exemplo, o best seller de Dan Brown, O Código da Vinci, que faz menção inclusive aos cátaros e aos cavaleiros templários, numa obra ficcional que mescla elementos históricos e um enredo polêmico. 2 - O filme de Ridley Scoot, Cruzada de MACEDO, José Rivair. Heresias, cruzada e inquisição na França Medieval. Porto Alegre: EDIPUCRS, p PIERRE DES VAUX DE CERNAY. Histoire Albigeoise. Traduction par Pascal Guebin et Henri Maisonneuve. Paris: Libraire J. Vrin, p. IX. Deste ponto em diante, a obra será indicada como PVC. 1

2 numa intrincada rede de ações políticas e projetos antagônicos que auxiliaram na formação da geografia política da Europa. A realização de uma leitura que busque uma visão da obra do monge Pierre des Vaux de Cernay que não contemple apenas a Cruzada albigense ou as doutrinas dos hereges, é a contribuição do presente trabalho para a historiografia. A elevação de Simon de Montfort a um papel central dentro da crônica eclesiástica de Pierre nos levou a conectá-la à formação da proposta de unificação do reino francês, tão díspare em seu território, como a Cruzada e a heresia mostraram ser. A necessidade de um modelo de vassalidade, fé católica, fidelidade ao rei e coragem, faz da Historia Albigeoise uma obra em certa medida de cunho didático, tanto para os habitantes do norte, quanto para os habitantes do Languedoc, que em termos culturais e sociais estavam muito mais associados ao reino de Aragão, que aos domínios de Filipe Augusto. De acordo com a pesquisa realizada, dividimos o presente trabalho em três capítulos principais, os quais vão tratar respectivamente dos seguintes elementos: O argumento legitimador, qual seja a heresia cátara; os personagens, onde discutimos a respeito dos papéis de Filipe Augusto e Inocêncio III no conflito e a existência de um projeto da monarquia francesa apoiado pela Igreja Romana que visava expandir os territórios do norte buscando uma saída para o mar Mediterrâneo; e uma análise da figura de Simon de Montfort. Esta análise acontece em quatro pontos específicos, quais sejam: a descrição de sua participação na Cruzada albigense, suas características físicas, cristãs e nobres, e como estas características, na obra de Pierre, corroboram para nossa hipótese de criação de um Vassalo Perfeito que serviria de exemplo tanto para a os servos de um pretenso reino francês unificado, como para a Igreja. Para o primeiro ponto, o desenvolvimento das heresias no contexto europeu dos séculos XII e XIII, optamos por dois trabalhos principais: Heresias Medievais de Nachman Falbel e Reforma na Idade Média, de Brenda Bolton. Na primeira obra, Falbel traça uma síntese das principais heresias que obtiveram repercussão frente à cristandade durante período medieval, como por exemplo, os cátaros, valdenses, beguinos e pseudo-apóstolos. O autor também apresenta clérigos saídos das ordens monásticas que questionavam dogmas da doutrina cristã, como por exemplo, Pedro de Bruys, que negava a santa missa, o batismo de crianças, a cruz enquanto símbolo tradicional do cristianismo 5. Além de atentar apenas para a própria descrição dos acontecimentos, é importante perceber como o autor entende os conceitos aos quais nos propomos utilizar em nossa pesquisa. A principal contribuição de Falbel está em sua explicação para o conceito de heresia: A palavra heresia (do grego hairesis, hairen, que significa escolher) acompanhou a vida da Igreja desde os inícios e, para os escritores eclesiásticos o termo designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada. 6 O autor distingue as heresias ocorridas entre os séculos XII e XIII daquelas ocorridas no início do cristianismo como religião oficial no Ocidente, dizendo que estas possuíam um caráter filosófico e teológico, onde os dogmas cristãos eram submetidos ao crivo racional, enquanto as heresias da Idade Média possuíam enquanto características, [...] um cunho popular assentado sobre uma nova visão ética da instituição eclesiástica e do cristianismo 5 - FALBEL, N. Heresias Medievais. São Paulo: Perspectiva, p FALBEL, N. op.cit. p

3 como religião vigente na sociedade ocidental. 7 Quando retratar o conceito heresia, estarei me referindo à visão do autor de que as heresias medievais mobilizavam tanto clérigos quanto camponeses e até senhores, num contexto propício para mudanças, sejam elas intelectuais, econômicas ou sociais. Esta percepção está de acordo com a historiografia 8 mais recente sobre o tema. Para o fortalecimento da heresia albigense no sul da França, é necessário analisar o contexto que norteia o Ocidente nos séculos XII e XIII, que diferem, por exemplo, das apreensões percebidas na virada do ano mil 9, bem como nos séculos XIV e XV 10. Na tentativa de buscar hipóteses para a peculiaridade do recorte escolhido, foi analisado o segundo autor proposto para nortear esta pesquisa teoricamente: Brenda Bolton e sua obra, Reforma na Idade Média. A idéia de um período ímpar de mudança no Ocidente neste recorte temporal não surge com Brenda Bolton, aliás, é muito mais antigo 11. Marc Bloch em seu Ocidente Medieval mostra suas ressalvas na utilização do termo Renaissence, 12 numa analogia direta ao movimento italiano do século XV. É neste sentido que consideramos o termo adotado por Bolton, Reformatio, mais adequado em nossa opinião enquanto conceito balizado. Segundo a autora: [...] foi tão grande este fermento espiritual e alterou-se de tal modo a concepção dos homens quanto à vida cristã e sua finalidade no mundo, que alguns historiadores da espiritualidade medieval consideram que esta representa uma mudança tão fundamental profunda e duradoura como a Reforma do século XVI. 13 A base para a Reformatio estaria na profunda crise da cristandade ocidental, onde a mudança no pensamento cristão resultou na mutação da espiritualidade, que por sua vez gerou 7 - FALBEL, N. op. cit. P As heresias estão catalogadas desde o fim do século II, a lista estereotipada alongou-se e a Idade Média conheceu-a por intermédio de Santo Agostinho (De heresibus, começo do século V: 88 heresias) e do resumo de Isidoro de Sevilha (Etimologias, século VII: 70 heresias).zerner, Monique Heresia. In. LE GOFF, Jaques e SCHMITT, Jean Claude (Org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: EDUSC, 2002, pp Para maiores informações sobre os séculos X e XI, BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, Desde el tiempo em que el misticismo lírico y dulcemente doloroso de Bernardo de Claraval, había introducido en el siglo XII la fuga de la emocíon florida por la Passíon de Cristo, habíase ido llenando el espíritu, em medida siempre creciente, de uma rendida compassíon por los dolores del Salvador; había llegado a estar totalmente penetrado, saturado de Cristo y la cruz. HUIZINGA, J. El outono de la Edad Media. Madrid: Revista de Ocidente,1930.p Em um livro clássico publicado em 1927, o medievalista americano Charles H. Haskins lançou, para designar este grande movimento de impulso, a expressão de Renascimento do século XII. VERGER, J. Cultura, Ensino e Sociedade no Ocidente nos séculos XII e XIII. Edusc, 2001.p O aparecimento dos grandes poemas épicos, na França do século XI, pode conceber-se como um dos sintomas precursores que anunciavam o poderoso desenvolvimento cultural do período seguinte. Chamam-lhe muitas vezes de Renascença do século XII. Esta fórmula poderá empregar-se se se fixerem as devidas reservas sobre uma expressão que, interpretada à letra, evocaria uma simples ressurreição, em vez de uma mudança: com a condição, no entanto, de não relacionarmos com uma significação cronológica demasiado precisa. BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, BOLTON, Brenda. A Reforma na Idade Média. Século XII. Lisboa, Edições 70, 1983, p. 13,14. 3

4 outras crises que influenciaram todo o conjunto da vida religiosa que libertaram uma efervescência considerável de idéias 14. Esta efervescência une-se ao que Jaques Verger chama de contexto favorável 15. Este breve panorama constitui-se na base do surgimento do catarismo 16, na medida em que, [...] o movimento herético foi um dos aspectos do renascimento religioso da época e, em parte, um subproduto das mudanças culturais, sociais e econômicas dos séculos XI e XII. 17 Para Brenda Bolton, as reações da Igreja a este contexto de mudança são tão importantes quanto às conseqüências representadas pela eclosão das heresias. Neste ponto, a figura do papa Inocêncio III é central. Segundo a autora, [...] ele não só estabeleceu a distinção ou distinctio, entre heréticos irredutíveis e aqueles que eram meramente desobedientes, como também assinalou a suprema insensatez que era excluir-se da Igreja tanto os últimos como os primeiros. Com grande perspicácia, habilidade e energia, Inocêncio conseguiu incorporar estes grupos desobedientes na hierarquia da Igreja. 18 O segundo tópico qual seja, os personagens trata basicamente de duas figuras: Inocêncio III e Filipe Augusto. Foram escolhidos, pois de acordo com minha hipótese de trabalho, a descrição de Simon de Montfort por Pierre, contém em seu âmago, o ideal de dois universos distintos, porém complementares: o guerreiro exemplar e o cristão fiel. Este era o modelo que ambos, Filipe e Lotário, buscavam para si. O papel da Sé Católica no conflito está personificado na pessoa do papa Inocêncio III que assumiu o trono de Pedro entre Considerado pela historiografia católica como um dos maiores papas da Idade Média, foi hábil em unificar o poder de Roma, desgastado após um século de conflitos internos entre monarcas e os nobres de Roma 19. A região do Midi francês, centro da heresia cátara, requereu a atenção do papa devido à simpatia dos nobres locais ao credo herético. Porém, Lotário dei Conti de Segni preferiu a diplomacia onde ela fosse aceita, enviando diversos legados à região, com a missão de devolver os hereges à 14 - BOLTON, Brenda. op. cit. p O autor trata de quatro pontos para a existência deste contexto favorável: crescimento demográfico e econômico em geral, desenvolvimento agrícola que sustentou o desenvolvimento urbano, o retorno da economia monetária. Estes fatores favoráveis para a existência de uma intelectualidade medieval, segundo a denominação de LEGOFF, os intelectuais da Idade Média Cathares, cathari, Kathari, catari, em alemão Ketzer (herético). Também cazari ou gazari. FALBEL, N. op. cit. p FALBEL, N. op.cit. p BOLTON, B. op. cit. p. 116 e Lotário queria certificar-se que os próximos 100 anos seriam menos turbulentos que os precedentes. Os anos 1100 não tinham sido uma época feliz para os delegados de Cristo. Antes de Inocêncio, onze dos dezesseis pontífices do século XII viram os papas mantidos à força longe de Roma por amotinados, republicanos ou agentes de reinos distantes. A comuna romana, liderada Por Arnold de Brescia na metade do século, foi um episódio particularmente vívido em um pesadelo recorrente. Em 1145, o papa Lúcio II morreu por conta de ferimentos sofridos em uma batalha pelo controle do Capitólio; trinta anos antes, um fraco e velho Gelásio II foi posto sentado em uma mula e forçado a suportar as zombarias de seus inimigos. Antipapistas eram freqüentemente eleitos pelos clãs romanos rivais e por homens da Igreja que serviam ao imperador germânico, que representavam a única ameaça maior à idependência do papado. 4

5 verdadeira fé. Entre os mais ilustres pregadores enviados por Inocêncio III, encontra-se Domingos de Gusmão, futuro São Domingos. O período de conversações termina com o assassinato do legado papal Pedro de Castelnau, supostamente a mando do conde de Tolouse Raimundo VI, em 14 de Janeiro de , dando início à Cruzada albigense, legitimada pela carta papal endereçada à nobreza do norte da França. 21 Para a análise de Inocêncio em meu trabalho utilizei o clássico francês. Innocent III la croisade des albigeois., de Achille Luchaire, escrito em Filipe Augusto é descrito pela historiografia apenas pela sua disputa com os reis plantagenetas, os quais derrotou em É importante salientar que o projeto expansionista de Filipe possuía outra frente de suma importância para o reino francês: uma saída para o Mediterrâneo. A dificuldade para alcançar este objetivo estava no território do Languedoc que se interpunha a Filipe. Os grandes feudos da região como Béziers, Carcassome e Toulouse eram regidos por vassalos do rei de Aragão, Pedro II. Filipe encontrou na Cruzada, a oportunidade de estabelecer sua hegemonia sobre a região, através da criação de laços de matrimônio entre as nobres locais com senhores do norte, destruindo desta forma a unidade dos feudos, que fortaleciam a região. Conforme as cidades eram conquistadas pelos cruzados, estes casamentos foram estabelecidos. Após as guerras cátaras, a antiga identidade do sul praticamente desapareceu, sendo toda a região do Midi sujeitada à Paris, concretizando assim, o projeto de Filipe Augusto. O projeto expansionista do rei francês está descrito na obra de Stephen O Shea, intitulada, A heresia perfeita: A vida e a morte revolucionária dos cátaros na Idade Média, uma das referências para o desenvolvimento de meu trabalho. O terceiro capítulo é uma análise da figura do líder cruzado Simon de Montfort, numa tentativa de verificar se a hipótese da criação da figura de um Vassalo Perfeito seria pertinente ao contexto descrito por Pierre des Vaux de Cernay. Para tanto, consideramos como ponto de partida, o pressuposto de que para criar um modelo, devem ser adotados parâmetros existentes no contexto ao qual o escritor está inserido. Na introdução crítica da fonte, os autores da tradução revelam um fator de suma importância para este raciocínio, qual seja, a leitura dos escritos de Bernardo de Claraval por Pierre des Vaux de Cernay. 22 Nas obras completas de São Bernardo, foi encontrada uma apologia a uma casta de guerreiros superiores aos cavaleiros comuns, na medida em que os Templários possuíam, para Bernardo, o melhor de dois mundos: 20 - PVC. Op. cit. Cap. 55 p. 25. A près ce bref prèliminaire sur les predicateurs de la parole de Dieu, venor-en avec l`aide du Siegneur, au martyre de cet homme venerable, de ce vigoureux champion, frére Pierre de Castelnau PVC. Op. Cit. Cap.56 p.25 Innocent évêque, serviteur dês serviteurs de Dieu, à nos fils bien-aimés lês nobles hommens, comte set barons et à tous lês habitnats dês provinces de Narbonne, Embrum, Aix et béne diction apostolique. 22 La Bibliothèque comprenait aussi des oeuvres relativement contemporaires de Saint Anselme, Yves de Chartres, Hugues de Saint Victor, Pierre Lombard. En bonne place figuraient évidemment lês traités, commentaries et sermons de Saint Bernard. PVC Op. cit p. X. 5

6 eram guerreiros temporais e espirituais. 23 Partindo do cruzamento de minha fonte primária com a obra de Bernardo de Claraval, encontrei três categorias qualitativas ao entorno da descrição de Simon: aspectos físicos, nobres e cristãos. As características físicas descritas apontam para um ideal de beleza, que em meu estudo está em conformidade com o conteúdo literário da Provença do século XII, onde a descrição do herói desprovido de falhas físicas era um sinal da Providência Divina favorável. Outro fator para a descrição física detalhada de Simon por Pierre está de acordo com a narrativa bíblica de heróis guerreiros como Absalão, Davi ou Sansão, todos retratados como homens perfeitos. Quanto às características nobres de Simon, Pierre retrata inúmeras situações onde a coragem do cavaleiro é provada, além de sua compaixão e senso de justiça. Este léxico moral estava inserido no imaginário de cavalaria, que incluía ainda o caráter do amor cortês. Esta característica estava descrita em Simon, na medida em que sua esposa, a condessa Alice de Montgomercy, é uma figura sempre presente nas conquistas do marido. Simon é descrito como esposo fiel, enquanto seus adversários, como por exemplo, o conde de Toulouse, é retratado como pervertido e poligâmico. Nas características religiosas, percebem-se todas as qualidades de um cristão fiel, como fé, fidelidade à Igreja e seus líderes e respeito inexorável pela ortodoxia católica. Toda descrição destas características converge para corroborar com minha hipótese da criação de um vassalo Perfeito, que servisse como um exempla tanto para a monarquia francesa em formação, como para a Igreja que precisava fortalecer seu vínculo com o século, na medida em que o papado buscava aumentar sua hegemonia no século através da Teocracia Papal. Para que estes pontos fossem aprofundados em meu trabalho, algumas obras foram de suma importância e merecem menção. Para uma melhor compreensão do conflito armado intitulado Cruzada albigense, duas obras foram fundamentais: A heresia Perfeita A vida e a morte revolucionária dos cátaros na Idade Média, de Stephen O shea, e Atlas de los Cátaros, organizado por Jesus Mestre Campi. Em a heresia Perfeita, O shea descreve todos os nuances pertinentes à Cruzada, auxiliando na compreensão do contexto mais amplo sobre os eventos do Languedoc. A existência de dois projetos expansionistas dirigidos por Filipe Augusto de França de um lado, e Pedro II de Aragão de outro, está de acordo com a obra de O shea. A segunda obra foi de grande valia para ambientar a pesquisa aos espaços territoriais envolvidos, como, por exemplo, verificar qual o território pertencente ao norte francês, qual a delimitação do Midi francês e a região de Aragão. Outros textos de relevância no amadurecimento de conceitos pertinentes à pesquisa merecem menção. A obra de José Rivair Macedo, Heresia, Cruzada e Inquisição na França Medieval, única obra encontrada sobre o tema na historiografia brasileira, auxiliou na percepção da construção da memória histórica sobre a heresia cátara. Na compreensão do conceito e dos preceitos de cavalaria de Pierre, foram clarificados através de duas obras. O verbete cavalaria de Jean Flori, no já citado Dicionário Temático da Idade Média contraposto com o clássico sobre o tema de Leon Gautier, La chevalerie, foi importante no sentido de compreender a noção de cavalaria no universo no qual o cronista Pierre estava inserido, para 23 De los caballeros de Jesus Cristo, pues combaten solamente por los interesses de su Señor, sin temor de incurrir en algún pecado por la muerte de sus enemigos ni en peligros ninguno por la suya propia, porque la muerte que se da o recibe por amor de Jesus Cristo, muy lejos de ser criminal, es digna de mucha gloria. CLARAVAL, Bernardo de. Obras Completas, Tomo II. Madrid: Biblioteca de los autores cristianos, p

7 então, transpô-lo aos seus escritos. Foi necessário também buscar textos que auxiliassem na compreensão das relações vassálicas entre senhor e vassalo, bastante presente na Crônica albigense. Para tanto, Sociedade Feudal de Marc Bloch e Senhorio e Feudalidade na Idade Média foram as obras escolhidas para suprir este vácuo. Por fim, a fonte utilizada em nossa pesquisa é a Historia Albigeoise, de Pierre des vaux-de-cernay. Foi traduzida para o francês por Pascal Guébin e Henri Maisonneuve em 1951 do original contido na Patrologia Latina: História Albigensium et Sacribelli in eos anno 1209 suspect Duce et Príncipe Simone de Monforti, crônica de Petri monachi coenobii Valium Cernaii. Utilizamos esta tradução por ser a mais conhecida pela historiografia relacionada ao tema. O título original nos fornece uma pista de nossa proposta de trabalho, ao incluir o nome de Simon de Monfort, suprimida pela versão francesa. A fonte possui 621 capítulos divididos em três partes principais que possuem subdivisões internas. A primeira parte intitulada Os hereges, está contida entre os capítulos 5 e 19, trata das práticas consideradas heréticas e suas doutrinas, com ênfase na proteção dos senhores do sul francês aos hereges. A segunda parte, Os pregadores, contempla os capítulos 20 até 54. Mostra o envio de missionários até a região em conflito por parte do papa Inocêncio III e a ineficácia na conversão dos hereges. A terceira e última parte do documento, As Cruzadas é também a mais extensa: 557 capítulos subdivididos em 12 partes. Tem como objetivo descrever a Cruzada albigense em todos os seus pormenores, além de exaltar a figura do cavaleiro Simon de Monfort ao mesmo tempo em que deprecia o conde de Toulouse, personificação do verdadeiro perigo da heresia para a Igreja: uma nobreza que apoiasse os hereges e desse suporte a ela, diminuindo o poder eclesiástico nas áreas de sua influência, neste caso, o Midi Francês. Ao término da pesquisa, foi possível, através dos dados obtidos, confirmar a hipótese de trabalho da criação da figura do Vassalo Perfeito na obra de Pierre des Vaux de Cernay, utilizando para tanto, o conde Simon de Montfort como exempla a ser seguido, tanto pelo reino francês em formação, quanto pela cristandade. A criação desta figura pode ser percebida, na medida em que existe uma discrepância entre o conde de Montfort descrito pela Crônica albigense e o Simon observado pela historiografia. Foi possível, da mesma forma, confirmar a existência de dois projetos expansionistas antagônicos tendo como denominador comum, a região do Languedoc francês e como idealizadores os monarcas Filipe Augusto e Pedro II de Aragão. Através da pesquisa, foi possível perceber que o apoio da Igreja, na figura do papa Inocêncio III ao projeto francês, foi decisivo para a realização de seu projeto expansionista. 7

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