A Indústria como atividade Econômica

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Lucinda Van Der Vinne Rico
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1 A Indústria como atividade Econômica Histórico 1. Noções Históricas: A atividade industrial pode ser analisada por meio das fases que antecederam a caracterização moderna, nas quais a elaboração de matérias primas e sua posterior transformação em bens (produtos finais) era realizada de forma simples e a mão de obra artesã era fundamental. Assim, temos as fases: a) Fase Artesanal: Até o século XV Nenhuma divisão do trabalho/uso de ferramentas/menor produção/produtos personificados/a força de trabalho/a força de trabalho eram as mãos do artesão. b) Fase Manufatureira: Século XVI ao século XVIII Divisão primária do trabalho/uso de máquinas simples/quantidades maiores produzidas/trabalho ainda dependente das mãos do artesão. c) Fase Moderna: A partir da Revolução Industrial na Inglaterra (século XVIII), outros países europeus e EUA grande divisão do trabalho/especialização do trabalhador/máquinas modernas com uso de fontes de energia/produtos em grandes quantidades e padronizados, feitos em série e nos mesmos modelos. A Indústria moderna resulta da Revolução Industrial e da expansão do Capitalismo. A organização da produção em fábricas esteve associada, ao longo do seu processo histórico, à teoria elaborada com o intuito de aumentar a produção, fato que ocorreu na época da Revolução Industrial, que foi um dos momentos mais importantes da Idade Moderna, marcada por um conjunto de mudanças econômicas, sociais, políticas e de ordem geográfica, ocorridas a partir dos séculos XVIII e XIX e que influenciou diretamente na Urbanização. A cidade pode ou não ser industrializada, caso seja industrializada, teremos implicações ambientais.

2 2. As doutrinas econômicas, a indústria e a evolução capitalista: O modo de produção capitalista evoluiu de uma fase comercial, interação econômica decorrente da expansão marítima que ocorreu entre os séculos XV e XVII promovida pelas potências europeias, até a industrial, constituída por uma primeira etapa abrangendo toda a segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX. Revolução Industrial: Processo de mudança de uma economia agrária e baseada no trabalho manual para uma dominada pela indústria mecanizada. Tem início na Inglaterra por volta de 1760 e alastra-se pelo resto do mundo. Caracteriza-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que aumentam a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria. Provoca profundas transformações na sociedade: o declínio da terra como fonte de riqueza, o direcionamento da produção em larga escala para o mercado internacional, a afirmação do poder econômico da burguesia, o surgimento do operariado e a consolidação do Capitalismo como sistema dominante na sociedade.

3 Primeira Revolução Industrial: O pioneirismo inglês, no século XVIII, devese ao acúmulo de capital em razão da rápida expansão do comércio ultramarino e continental -, às reservas de carvão e ferro e à grande quantidade de mão de obra, ao avanço tecnológico e à existência de mercados consumidores. A disponibilidade de capital e o sistema financeiro eficiente facilitam os investimentos dos empresários, que constroem ferrovias, estradas, portos e sistemas de comunicação, favorecendo o comércio. Os campos são apropriados pela burguesia, no processo chamado de Cercamento, originando extensas propriedades rurais. Com isso, os camponeses são expulsos das terras, migram para as cidades e tornam-se mão de obra à disposição. Por outro lado, aumenta a produção de alimentos, contribuindo para o crescimento populacional. Avanços Técnicos: O desenvolvimento das máquinas (como a máquina a vapor e o tear mecânico) permite o crescimento da produtividade e a racionalização do trabalho. Com a aplicação da força a vapor nas máquinas, a mecanização passa a ser mais aplicada na produção têxtil (tecidos). Para melhorar a resistência delas, o metal substitui a madeira, estimulando a siderurgia e o surgimento da indústria para produzir máquinas. A invenção da locomotiva e do navio a vapor acelera a circulação das mercadorias. Oferta de mão de obra: O novo sistema industrial institui duas novas classes opostas: os empresários (donos do capital, dos meios e bens de produção) e os operários (que vendem sua força de trabalho em troca de salário). A Revolução Industrial concentra os empregados em fábricas e muda radicalmente o caráter do trabalho. Para aumentar o desempenho dos operários, a produção e dividida em várias etapas. O trabalhador executa uma única etapa, sempre do mesmo modo. Com a mecanização, o trabalho desqualifica-se, o que reduz os salários. No início, os empresários impõem duras condições aos operários para ampliar a produção e garantir margem de lucro crescente. Estes, então, organizam-se em associações para reivindicar melhores condições de trabalho, dando origem aos Sindicatos. Segunda Revolução Industrial e Fordismo: Inicia-se a partir de 1870, com a industrialização da França, Alemanha, Itália, EUA, Japão e outros. Novas fontes de energia (eletricidade e petróleo) e produtos químicos (como o plástico) são desenvolvidos e o ferro é substituído pelo aço. Além disso, surgem máquinas e ferramentas mais modernas. Em 1909, Henry Ford cria a linha de montagem e a produção em série. Na segunda metade do século XX, quase todas as indústrias já estão mecanizadas e a automação alcança todos os setores das fábricas. As inovações técnicas aumentam a capacidade produtiva das indústrias e o

4 acúmulo de capital. As potências industriais passam a buscar outros mercados consumidores. Terceira Revolução Industrial e Pós-Fordismo: No período Pós-Segunda Guerra Mundial, a partir da década de 50, surgem complexos industriais e empresas multinacionais. As indústrias química e eletrônica crescem. Os avanços da automação, da informática e da engenharia genética são incorporadas ao processo produtivo, que depende cada vez mais da alta tecnologia e de mão de obra especializada. A informação substitui, em alguns casos, a mão de obra humana, contribuindo para a eliminação de inúmeros postos de trabalho, além disso, amplia-se a terceirização.. Em termos mundiais, define-se uma divisão internacional do trabalho e com ela desenvolve-se o processo de globalização com uma relação de interdependência entre as grandes potências e as áreas que lhes forneceriam matérias primas e mão de obra. A acumulação do capital nos períodos anteriores (mercantilismo e capitalismo industrial) determinou a formação de conglomerados em países industrializados, o que partiu de interesses de investimentos industriais internacionalizados, caracterizando assim a globalização, na qual as empresas ou são multinacionais ou transnacionais. O capitalismo financeiro (ou monopolista) solidificou-se após a Primeira Guerra Mundial, embora tivesse seu desenvolvimento desde o século XIX. Para que o produto final fosse viabilizado, as empresas passaram a atuar em diferentes setores de atividades, constituindo os: Trustes: Empresas que detém grande parte da produção e do mercado de determinado produto; Cartéis: Grupos de empresas unidas por acordos que detêm em conjunto grande parte da produção e do mercado de determinado produto. Em 1929 ocorre a quebra da bolsa de Nova York, quando o preço das ações, que estava em alta, começa a baixar, o que provocou pânico no mercado e muitos investidores perderam tudo o que possuíam. Tal crise marcou momentos difíceis para o capitalismo financeiro, afetando o mundo e, consequentemente, o Brasil, prejudicando a balança comercial devido à dificuldade de vender café nosso principal produto na época.

6 3. A Industrialização Contemporânea A fase mais recente da indústria internacional está relacionada à Evolução Técnico-Científica-Informacional, à maior qualificação da mão de obra e à desconcentração tanto em países ricos, quanto nas economias em desenvolvimento. A atividade industrial se espalhou pelo mundo. Concentra-se, hoje, em alguns países superindustrializados e os emergentes (Tigres Asiáticos, México, Brasil, África do Sul) e outros subdesenvolvidos mais pobres. O desenvolvimento da atividade industrial e a expansão do capitalismo produzem uma interdependência entre os países, mas concentram riqueza em certas áreas e, evidente, aumentam a pobreza em outras. No mundo inteiro, o desenvolvimento industrial produz um domínio da cidade sobre o campo e uma urbanização da sociedade. Podemos identificar atualmente, três principais tipos de indústrias. a) Tradicionais: Utilizam muita mão de obra e poucas máquinas; b) Indústrias de Transformação: Tipo mais comum, característico de atividades industriais e que podem ser divididas de acordo com a natureza dos bens produzidos; c) Bens de produção (ou bens de capital): Petroquímica, Siderúrgica, máquinas e equipamentos; d) Bens intermediários: Peças de máquinas, ferramentas; e) Bens duráveis: Automóveis, eletrodomésticos, informática; f) Bens não-duráveis: Bebidas, cigarros, alimentos. A robotização, automação da produção e a terceirização caracterizam uma maior divisão internacional do trabalho. produtiva Nesses termos, o fundamental para o avanço do processo industrial não é mais a disponibilidade de matérias primas ou mão de obra barata. Tal fato representa centros universitários e de pesquisa os Tecnopólos -, que se distribuem por várias áreas do mundo, incluindo alguns no Brasil: São Carlos (USP e UFSCAR), Campinas (Unicamp), São José dos Campos (ITA, INPE e Unifesp), São Paulo (USP, INPE e outros importantes institutos universitários).

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