PERFIL DE MULHERES ADULTAS EM RELAÇÃO AOS FATORES ASSOCIADOS AO SOBREPESO E OBESIDADE

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1 PERFIL DE MULHERES ADULTAS EM RELAÇÃO AOS FATORES ASSOCIADOS AO SOBREPESO E OBESIDADE Anita de Oliveira Silva* Ana Paula da Silva Prado** Renata do Nascimento Souza*** Maria Eliana Alvez Barreto da Glória**** Luciana Araújo Reis***** Éder Ricardo de Moraes****** RESUMO Objetivo: Caracterizar mulheres adultas em relação ao sobrepeso e obesidade. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal no qual foram entrevistadas mulheres adultas, atendidas no hospital UNIMEC que atende tanto a rede pública quanto particular no município de Vitória da Conquista/BA. As características avaliadas foram: circunferência da cintura (CC), controle alimentar, sedentarismo, história familiar de Doença Arterial Coronariana (DAC), etilismo, tabagismo. Os dados foram submetidos a uma análise estatística descritiva. Resultados: A amostra foi selecionada por conveniência sendo constituída por 53 mulheres. A maioria (54.7%) apresentou um IMC acima de 25 kg/m²; 79.2% da amostra apresentaram valores de CC acima de 86 cm; a maioria não se submetia a controle alimentar; o sedentarismo e história familiar de DAC foram predominantes, apresentando frequências na amostra iguais a 71,7% e 84,9%, respectivamente. O tabagismo foi presente em 11%. Entre as mulheres entrevistadas, 34% consumia pelo menos 1 dose de álcool semanalmente. Conclusão: A maioria das mulheres apresentou IMC acima dos valores normais, contudo dentre os fatores de riscos para doenças cardiovasculares, as porcentagens observadas para circunferência da cintura, sedentarismo e história familiar de Doenças Arterial Coronariana, os dados se apresentaram mais expressivos no grupo pesquisado. Palavras-chave: Mulheres. Sobrepeso. Obesidade. Doença Arterial Coronariana. relatos de pesquisa *Núcleo de Extensão e Pesquisa- NPPE. Departamento de Fisioterapia e Estética e Cosmética. anitaoliveirasilva@gmail.com ** ana.fysio@hotmail.com *** renata_hege@yahoo.com.br **** ljlila12@hotmail.com ***** lucianareisfainor@gmail.com ****** ermoraes79@gmail.com 182 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez. 2015

2 Anita de Oliveira Silva, Ana Paula da Silva Prado, Renata do Nascimento Souza, Maria Eliana Alvez Barreto da Glória, Luciana Araújo Reis, Éder Ricardo de Moraes 1 INTRODUÇÃO A obesidade é um dos mais graves problemas de saúde pública e sua prevalência vem crescendo acentuada-mente, inclusive nos países em desenvolvimento, levando a doença à condição de epidemia global (PRIMEIRO CONSENSO LATINO- AMERICANO EM OBESI-DADE, 1998). A distribuição de gordura corporal tem forte determinação genética, mas outros fatores como sexo, idade, tabagismo e sedentarismo podem ser determinantes (MACHADO; SICHI-ERI, 2002). Além disso, os riscos à saúde associados ao ganho de peso são numerosos, incluindo o aumento de doenças cardiovasculares, diabetes, hiperdislipidemia, hipertensão arterial, câncer, entre outros (DUBNOY, BRZEZINSKI, BERRY, 2003). A ênfase na prevenção do ganho de peso em mulheres adultas é particularmente importante uma vez que encaminham para a menopausa e consequente aumento da incidência de doenças cardiovasculares com a idade (MOSCA et al., 1999), sendo esses acometimentos a primeira causa de mortalidade nessas mulheres nos países ocidentais (1 em cada 2 mulheres) (CARR, 2003). A transição da pré para a pósmenopausa tem sido relacionada com o agravo do perfil das doenças coronarianas (MACHADO; SICHIERI, 2002). As mudanças no peso estão relacionadas com as mudanças nos fatores de risco dessas doenças. É possível que as mulheres que ganham mais peso apresentem piora de seus fatores de risco. Se isto for verdade, pode ser possível amenizar o efeito da menopausa nos fatores de risco de doenças coronarianas através da prevenção no ganho de peso (MACHADO; SICHIERI, 2002). Além disso, o perfil dos fatores de risco para obesidade e doenças coronarianas varia de acordo com a cidade/região do Brasil. Portanto, são importantes estudos de caracterização da população local para que possam ser realizadas intervenções mais específicas e efetivas para essa população (BARBOSA et al., 2008). Neste sentido, esse estudo teve como objetivo identificar a presença de fatores de risco para doenças coronarianas e sobrepeso/obesidade em mulheres adultas. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez

3 Perfil de mulheres adultas em relação aos fatores associados ao sobrepeso e obesidade 2 MATERIAIS E MÉTODOS Nosso trabalho caracteriza-se como um estudo observacional, descritivo e transversal, no qual foram entrevistadas mulheres adultas, atendidas no Hospital UNIMEC do município de Vitória da Conquista/BA. Esse hospital atente tanto a rede pública (SUS) quanto à rede privada de saúde e está localizado em uma região central da cidade, o que possibilita atingir uma população bastante heterogênea, além da alta rotatividade do local. A coleta de dados foi realizada no período de Dezembro de 2014 a Fevereiro de As mulheres foram convidadas para participação na pesquisa pela alunas de iniciação científica, previamente orientadas quanto aos critérios de inclusão no estudo. Foram selecionadas 53 mulheres, com base no seguinte critério de inclusão: idade acima de 30 anos (BARBOSA et al., 2008) e não estar na menopausa, isto é, apresentar amenorréia nos últimos 12 meses (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995). Foram excluídas do estudo mulheres acima de 65 anos. Anteriormente a entrevista, todas as voluntárias assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Independente do Nordeste e a coleta de dados foi realizada de acordo com a Resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde. Foi utilizado o método de entrevista semi-estruturada, com questionário pré-elaborado pelos pesquisadores, contento 13 questões, que abordavam os seguintes itens: Idade; profissão (se ativa ou aposentada); presença de doenças cardiovasculares e uso de medicamentos para essas patologias; altura e peso auto-relatados para o cálculo do índice de massa corporal (IMC), calculado pela razão entre o peso corporal (em kg) e a altura² (em m²); onde valores acima de 25 kg/m 2 foram classificados como sobrepeso de acordo com Menezes, Souza e Duarte (2003); história familiar de hipertensão e de doenças coronarianas; presença de etilismo (consumo semanal igual ou acima de 1 dose de álcool, sendo considerado uma unidade o equivalente a uma lata de cerveja, ou uma taça de vinho, ou ainda uma dose de qualquer 184 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez. 2015

4 Anita de Oliveira Silva, Ana Paula da Silva Prado, Renata do Nascimento Souza, Maria Eliana Alvez Barreto da Glória, Luciana Araújo Reis, Éder Ricardo de Moraes outra bebida alcoólica destilada); presença de tabagismo (consumo mínimo de 1 cigarro por dia); realização de controle alimentar (apenas se foi orientado por um médico ou nutricionista) e sedentarismo (menos de 30 minutos de exercícios regulares durante a semana ou não realização de exercícios físicos regulares) (READY, 1996). Ao final da entrevista, foi realizada avaliação física para registro dos seguintes dados: Circunferência da cintura: utilizouse uma fita métrica inextensível de 1,0 cm de largura. Foram feitas 3 medidas, a 2,5 cm acima da linha do umbigo, sendo considerada a média dos valores, desde que não ultrapasse a diferença de 1,0 cm entre elas; neste caso, as duas medidas eram refeitas. Valores do perímetro da cintura acima de 86 cm foram considerados como fator de risco para DAC em mulheres (ALMEIDA; ALMEIDA; ARAÚJO, 2010). Por se tratar de um estudo observacional descritivo, os dados foram submetidos à análise descritiva, organizada, e apresentados através de distribuição de frequências em porcentagem, média e desvio-padrão. Os resultados foram apresentados em forma de tabelas e gráficos. 3 RESULTADOS Nesse estudo foram entrevistadas mulheres com idade média igual a 39,9 (+ 7,2) anos. A maioria delas (54,7%) apresentou IMC acima de 25 kg/m², estando, portanto, acima do seu peso ideal. Na tabela I, podem-se observar os dados da população estudada. Além dos valores do IMC outros dados que se destacam são a circunferência da cintura acima de 86 cm em 64,1% das mulheres e a história familiar de DAC relatada por 84,9%. Para melhor observação dos dados, a amostra foi dividida em dois grupos: grupo 1 (n=22; peso ideal, ou seja, IMC < 25 kg/m²) e grupo 2 (n=31; sobrepeso e obesidade, ou seja, IMC 25kg/m²). Em relação à circunferência da cintura, no grupo 1, 22,7 % apresentaram valores 86 cm, enquanto no grupo 2, 90,3% apresentaram esses índices. As demais variáreis (sedentarismo, história familiar de DAC e tabagismo), estão apresentados na C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez

5 Perfil de mulheres adultas em relação aos fatores associados ao sobrepeso e obesidade tabela II, onde as duas primeiras apresentam porcentagens próximas em ambos os grupos, contudo dados discrepantes foram observados em relação ao tabagismo: a porcentagem observada no grupo 1 (9,1%) foi a metade dos dados observados no grupo 2 (18,2%). Também foram observados altos índices de sedentarismo (grupo 1, 68,2%; grupo 2, 74,2%) e história familiar de hipertensão e doenças coronarianas (grupo 1, 90,9%; grupo 2, 80,6%) em ambos os grupos estudados. Em relação ao consumo de álcool 27,3% das mulheres do grupo 1 consumiam pelo menos uma dose semanalmente. No grupo 2, o percentual observado foi 38,7%. (Gráfico 1). Além disso, 13,6% das mulheres do grupo 1 fazem dieta orientada por nutricionista, enquanto no grupo 2, somente 3,2% das mulheres fazem dieta assistidas por um profissional. 4 DISCUSSÃO A idade acima de 30 anos e o sobrepeso/obesidade são considerados fatores de risco para hipertensão e doenças cardiovasculares (BARBOSA et al., 2008). Foi possível observar neste estudo que a maioria das mulheres encontrava-se acima do seu peso ideal. Uma vez que o sobrepeso/obesidade está relacionado a um aumento da prevalência de hipertensão arterial em mulheres acima de 30 anos, torna-se importante o incentivo de medidas preventivas focadas nessa população (BARBOSA et al., 2008). As duas principais medidas preventivas contra o sobrepeso e obesidade são a dieta orientada por um profissional e exercícios físicos regulares. Quanto à dieta orientada por nutricionista, mesmo sendo uma porcentagem muito superior a do grupo 2 (13,6%) quando comparada ao grupo 1 (3,2%), ainda é baixa em relação à porcentagem que apresenta a circunferência acima de 86 cm desse mesmo grupo. Apenas 3,2% das mulheres do grupo 2 faziam dieta orientada por médico ou nutricionista, apesar de estarem acima do peso ideal. Esse percentual foi inferior ao descrito por Raskin et al. (2000) em seu estudo, no qual 44% da amostra (mulheres com idade entre 45 e 65 anos) apresentava dieta adequada. No estudo de Milewicz (1996), a associação entre dieta e educação nutricional mostrou-se efetiva na promoção de mudanças no consumo 186 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez. 2015

6 Anita de Oliveira Silva, Ana Paula da Silva Prado, Renata do Nascimento Souza, Maria Eliana Alvez Barreto da Glória, Luciana Araújo Reis, Éder Ricardo de Moraes habitual de alimentos. As faltas de uma dieta adequada associada a uma diminuição do gasto energético no repouso e diminuição da atividade física contribuem para o aumento da gordura corporal e acúmulo de gordura abdominal (GAMBACCIANI et al., 2000). Observou-se também que a maioria das mulheres em ambos os grupos não praticava atividade física. A redução da capacidade de exercício e atividade pode contribuir para a diminuição da massa magra corporal e aumento da adiposidade central com a menopausa (ARANHA et al., 2004). Atividade física durante o tempo livre é reduzida em mulheres na pósmenopausa (PHOEHLMAN; TOTH; GARDNER, 1995), aumentando, consequentemente, as chances de ganho de peso (WING, 1991). Além disso, também contribui para o menor depósito de cálcio nos ossos e o desenvolvimento da osteoporose. A medida da circunferência da cintura é um padrão importante como fator de risco para doenças coronarianas em mulheres (ALMEIDA; ALMEIDA; ARAÚJO, 2010). No presente estudo, a circunferência da cintura 86 cm foi mais freqüente no grupo 2. Esse dado é esperado pelo que já foi colhido da população em geral, contudo preocupa pelo fato dessas mulheres estarem em período pré-menopausa. A menopausa caracteriza-se, neste contexto, pelo aumento dos fatores de riscos para desenvolvimento de doenças cardíacas, pois há uma diminuição da produção de hormônios cardioprotetores e alterações na distribuição da gordura corporal. Tremóllieres, Powilles e Ribot (1996) observaram, em seu estudo, que há mudanças na distribuição da gordura corporal na pós-menopausa relacionada à alteração hormonal na mulher, que passa a apresentar um perfil andróide, isto é, começa a acumular mais gordura na região abdominal. A distribuição do tecido adiposo influencia na morbidade e na mortalidade causadas pela obesidade. A obesidade andróide tem importante papel no desenvolvimento de Hipertensão Arterial em mulheres (CARR, 2003; SILVA; FLEXA; ZANELLA, 2006), aumentando o risco de morte por doenças cardiovasculares. Apesar de já esperado, é importante ser ressaltado, pois nota-se que grande parte dessas mulheres (90,3%) chegará à menopausa e na terceira idade já com risco maior de desenvolver DAC e outras C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez

7 Perfil de mulheres adultas em relação aos fatores associados ao sobrepeso e obesidade patologias associadas ao sobrepeso e obesidade (GIOTTO; ANDRADE; CABRERA, 2010) Também é importante ressaltar uma alta porcentagem de mulheres com peso normal, mas que apresentaram valores de circunferência da cintura acima de 86 cm no grupo 1 (22,7%). Esse dado pode ser mais alarmante que do grupo 2, uma vez que essas mulheres, por não serem obesas, podem não se preocupar em práticas preventivas como fazer dietas e exercícios físicos. Os resultados deste estudo mostram que, mesmo na ausência de sobrepeso e obesidade, a maioria dos fatores associados a doenças cardiovasculares está presente na amostra estudada. Alguns fatores de risco são consumo de álcool, atividade física e dieta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006). Estudos recentes têm mostrado a relação de índice de massa corporal, circunferência da cintura e idade com hipertensão arterial (NASCENTE, 2010). Além disso, a transição da pré para a pósmenopausa tem sido relacionada com o agravo do perfil das doenças coronarianas. As mudanças no peso estão relacionadas com as mudanças nos fatores de risco dessas doenças. É possível que as mulheres que ganham mais peso apresentem piora de seus fatores de risco. Quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, 27,3% das mulheres com peso normal bebiam regularmente e no grupo 2, 38,7%. Apesar de uma porcentagem maior de mulheres com sobrepeso consumirem álcool regularmente em relação às com peso normal nesse estudo, na população estudada, essa porcentagem é de 34%. Esses dados estão de acordo com outros estudos como o de Raskin et al. (2000) no qual 80,3% da amostra não era etilista. Além disso, alguns estudos como Machado et al. (2002) e Barbosa et al. (2006) não observaram a associação entre o consumo total de álcool e perímetro da circunferência da cintura elevado ou hipertensão arterial. Há controvérsias na literatura em relação ao consumo de álcool como fator de risco para doenças cardiovasculares, uma vez que é difícil quantificar e qualificar o impacto do uso regular de álcool. Contudo, não há dúvidas de que o uso abusivo de álcool é prejudicial à saúde da mulher. Mais estudos são necessários a fim de verificar a influência 188 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez. 2015

8 Anita de Oliveira Silva, Ana Paula da Silva Prado, Renata do Nascimento Souza, Maria Eliana Alvez Barreto da Glória, Luciana Araújo Reis, Éder Ricardo de Moraes do uso regular de álcool e a instalação de doenças coronarianas. No presente estudo, no que tange a instalação de doenças cardiovasculares nas mulheres do grupo 2 o valor foi de 80,6% das mulheres com história familiar correlacionada. Esse é um fato preocupante, pois a predisposição genética é um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, e a existência desse fator associado à obesidade poderá aumentar as chances do desenvolvimento dessa patologia, sendo esse o fator de risco enfatizado pelo uso de cigarros. Nossos dados demonstraram que 11,3% das mulheres entrevistadas eram tabagistas, sendo o grupo 1 com menor porcentagem (9,1%) em relação ao grupo 2 (18,2%). Esses dados são próximos às porcentagens observadas por Jardim et al. (2007) em estudo com mulheres acima de 18 anos. Apesar de não ser uma porcentagem alta, é um dado muito relevante, pois o hábito de fumar aumenta a incidência de maior resistência à insulina, assim como maior incidência de problemas cardiovasculares, tromboembolíticos, doença pulmonar obstrutiva e bronquite crônica (FONSECA; JUNQUEIRA; POLAK, 2001). Com base nos dados apresentados, nota-se a importância de medidas de prevenção para se evitar o tratamento das consequências geradas pela obesidade. Para tanto, é necessário que se façam mais estudos para o conhecimento dos fatores de risco e o perfil de mulheres adultas com sobrepeso. O estabelecimento de programas de intervenções preventivas nessa população, principalmente naquela atendida pelo Sistema Único de Saúde, poderia diminuir as internações hospitalares e, conseqüentemente, os gastos públicos. 5 CONCLUSÃO A maioria das mulheres apresentou IMC acima dos valores normais, contudo dentre os fatores de riscos para doenças cardiovasculares, as porcentagens observadas para circunferência da cintura, sedentarismo e história familiar de doenças arterial coronariana, os dados se apresentaram mais expressivos no grupo pesquisado. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez

9 Perfil de mulheres adultas em relação aos fatores associados ao sobrepeso e obesidade 6 AGRADECIMENTOS À gerente do Hospital UNIMEC do município de Vitória da Conquista/BA por disponibilizarem o local para que fosse feita a coleta de dados. ADULT WOMEN PROFILE RELATED TO THE RISK FACTORS ASSOCIATED WITH OVERWEIGHT AND OBESITY ABSTRACT Objective: To characterize adult women compared to overweight and obesity. Methodology: observational, descriptive and cross-sectional study in which adults women who taken care of in the UNIMEC hospital of the city of Vitória da Conquista/BA had been interviewed. The evaluated characteristics had been, circumference of the waist (CC), alimentary control, sedentary, familiar history of Coronary Disease (DAC), alcoholism, and tabagism. The data had been submitted to a descriptive analysis. Results: 53 women had been selected. The majority (54,7%) presented one IMC above of 25 kg/m²; 79.2% of the sample presented values of CC above of 86 cm; in both the groups the majority did not submit the alimentary control; the sedentary and familiar history of DAC were predominant. Tabagism was present in 11% of the sample. The women interviewed, 34% used to drink at least one dose of alcohol weekly. Conclusion: The majority of the women presented IMC above of the normal values however, between the factors of risks for cardiovascular diseases, the percentages viewed in relation the circumference of the waist, sedentary and familiar history of cardiovascular diseases, there was an expressive data in the studied sample. Keywords: Women. Overweight. Obesity. Coronary Heart Disease. Artigo recebido em 04/11/2015 e aceito para publicação em 10/11/2015 REFERÊNCIAS ALMEIDA, R.T.; ALMEIDA, M.M.G.; ARAÚJO, T.M. Abdominal obesity and cardiovascular risk. Arq Bras Cardiol, v.92, n.5, p , 2009 ARANHA, R.N. et al. Análise de correspondência para avaliação do perfil de mulheres na pós- menopausa e uso da terapia de reposição hormonal. Cad. Saúde Pública,v.20, p , BARBOSA, J.B. et al. Prevalence of arterial hypertension in São Luís, state of Maranhão. Arq Bras Cardiol, v.91,n.4, p , CARR, M.C. The emergence of the metabolic syndrome with menopause. J Clin Endocrinol Metab, p.88, p , C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez. 2015

10 Anita de Oliveira Silva, Ana Paula da Silva Prado, Renata do Nascimento Souza, Maria Eliana Alvez Barreto da Glória, Luciana Araújo Reis, Éder Ricardo de Moraes DUBNOY, G.; BRZEZINSKI, A.; BERRY, E.M. Weight control and the management of obesity after menopause: the role of physical activity. Maturitas, v.44, p , FONSECA, A.M.; JUNQUEIRA, P.A.A.; POLAK, J.O.M. Tabagismo e climatério. Rev Ass Med Brasil,v.47,p.172, GAMBACCIANI, M. Prospective evaluation of body weight and body fat distribution in early postmenopausal women with and without hormonal replacement therapy. Maturitas,v.39p , GITOTTO, E.; ANDRADE, S.M.; CABRERA, M.A.S. Prevalence of abdominal obesity in hypertensive patients. Arq Bras Cardiol. [online]. ahead print, p.0-0, JARDIM, P.C.B.V. et al. Systemic hypertension and risk factors. Arq Bras Cardiol.,v. 88, n.4, p , MACHADO, P.A.N.; SICHIERI, R. Relação cintura-quadril e fatores de dieta em adultos. Rev Saúde Publica, v.36, p , MENEZES, A.S.; SOUZA, G.S.; DUARTE, M.F.S. O perímetro da cintura como preditor de sobrepeso e hipertensão arterial em mulheres idosas. Rev Bras de Ativ Física e Saúde, v.8, p.12-18, MILEWICZ, A.; BIDZINSKA, B.; SINDOROWICZ, A. Perimenopausal obesity. Gynecol Endocrinal, v.10, p , MOSCA, L. et al. Guide to preventive cardiology for women. Circulation, v.11, p , NASCENTE, F.M.N. et al. Hypertension and risk factors in a small town. Arq Bras Cardiol., v.95, n.4, p , PHOEHLMAN, E.T.; TOTH, M.I.; GARDNER, A.W. Changes in energy balance and body composition at menopause: a controlled longitudinal study. Ann Intern Med., v.123, p , PRIMEIRO CONSENSO Latino-Americano em Obesidade. In: Convenção Latino- Americana para consenso em obesidade,1., 1998, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Ministério da Saúde do Brasil, RASKIN, D.B.F. et al. Fatores associados à obesidade e ao padrão andróide de distribuição da gordura corporal em mulheres climatéricas. Rev Bras de Gin e Obst., v.22, p , READY, A. E. et al. Influence of walking volume on health benefits in women postmenopause. Medicine:Science in Sports, Exercise, v.28, p , SILVA, E.A.; FLEXA, F.; ZANELLA, L.T. Abdominal obesity, insulin resistance and hypertension. Arq Bras Cardiol,. v.89, n.2, p.77-82, Sociedade brasileira de cardiologia, sociedade brasileira de hipertensão, sociedade brasileira de nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens., v.13, n.4, p , WING, R.R. Weight gain at the time of menopause. Arch Intern Med., v.151, p , WORLD Health Organization. Physical Status: The Use and Interpretation of C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez

11 Perfil de mulheres adultas em relação aos fatores associados ao sobrepeso e obesidade Anthropometry. Report of a WHO Expert Commitee. WHO Report Series 854. Geneva: WHO, TREMÓLLIERES, F.A.; POWILLES, J.M.; RIBOT, C.A. Relative influence of age and menopause on total and regional body composition changes in postmenopausal women. Am J Obstet Gynecol., v.175, p ,1996. Tabela 1 - Dados da Amostra total. Amostra (n=53) Porcentagem (%) Amostra (n=53) Porcentagem (%) IMC acima de 25 História familiar de 58,5 kg/m² DAC 84,9 Consumo de bebidas alcoólicas 34 Tabagismo 11,3 Dieta orientada por nutricionista 7,5 Sedentarismo 71,7 Consumo de Circuferência da medicamentos 17 Cintura acima de 86 64,1 regulares cm Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 2 - Identificação de fatores de risco para doenças cardiovasculares nos grupos 1 (IMC < 25 kg/m² ) e 2 ( IMC 25 kg/m²). Fatores de Risco GRUPO 1 (n=22) GRUPO 2 (n=31) Circuferência da Cintura acima de 86 cm 22,7% 90,3% Sedentarismo 68,2% 74,2% História Familiar de DAC 90,9% 80,6% Tabagismo 9,1% 18,2% Fonte: Dados da Pesquisa 192 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez. 2015

12 Anita de Oliveira Silva, Ana Paula da Silva Prado, Renata do Nascimento Souza, Maria Eliana Alvez Barreto da Glória, Luciana Araújo Reis, Éder Ricardo de Moraes Gráfico 1 - Porcentagem de mulheres que realizam dieta orientada por nutricionista e ingerem bebidas alcoólicas regularmente nos grupos 1 e 2. Barras pretas: Grupo 1 (IMC < 25 kg/m² ) Barras cinzas: Grupo 2 ( IMC 25 kg/m²) Fonte: Dados da Pesquisa C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p , jul./dez