Gerenciamento do Saneamento Municipal em um só órgão água, esgoto, drenagem pluvial e resíduos sólidos (limpeza pública).
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- Maria do Carmo Ventura de Carvalho
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1 Gerenciamento do Saneamento Municipal em um só órgão água, esgoto, drenagem pluvial e resíduos sólidos (limpeza pública). Janimayri Forastieri de Almeida (1) Assessora de Meio Ambiente do SAAE São Lourenço. Mestra em Engenharia da Energia pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Bacharel em Administração com Licenciatura Plena em Administração. Conselheira no Conselho Estadual do Meio Ambiente SUPRAM Sul de Minas, presidente do CODEMA de São Lourenço e Conselheira no Comitê de Bacia do Rio Verde Adauto Lucio Cardoso Presidente do SAAE, advogado com mestrado em Direito Ambiental Endereço (1) : Rua Ana Justino de Souza, 115 apt. 102, Jardim Juliana - São Lourenço MG - CEP: País - Tel: +55 (35) janimayri@uol.com.br RESUMO Baseado na Lei nº de 2007 (BRASIL, 2007) sancionada pelo Decreto nº (BRASIL, 2010), que obriga os municípios brasileiros a desenvolverem seus planos municipais de Saneamento Básico e, considerando que tal plano está sendo desenvolvido pelo município desde 2009, a gestão municipal visualizou serem tais serviços (água, esgoto, drenagem pluvial e resíduos) participantes de um mesmo tema, todos ligados também à saúde pública, trabalha-los em um mesmo local tornaria os serviços mais eficientes e facilitaria a implantação e execução do plano. Sendo o Serviço Autonomo de Água e Esgoto de São Lourenço-MG (SAAE), uma autarquia que presta serviços à população, com regularidade e eficácia, entendeu-se tratar a essa o tema saneamento, sendo possível atender as solicitações e necessidades do plano. Houve uma grande movimentação de funcionários entre os entes públicos, legalização das alterações e adequações de funções na autarquia. Foram aproximadamente um ano de trabalho, sendo que ao mesmo tempo os dados do diagnóstico do plano de saneamento municipal vinham sendo levantados. Hoje os trabalhos são gerenciados pelo SAAE e funcionam adequadamente. Palavras-chave: SAAE, Resíduo, Água, Esgoto, Drenagem. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 1
2 INTRODUÇÃO/OBJETIVOS A gestão dos serviços de saneamento básico municipais vem sendo tema de grandes discuções e leis pois estão diretamente ligados à saúde pública, atuar em saneamento básico significa prevenir doenças e oferecer qualidade de vida à população. A Lei /07 prevê a obrigatoriedade de elaboração do plano de saneamento definindo-o como um conjunto de serviços de abastecimento público de água potável; coleta, tratamento e disposição final adequada dos esgotos sanitários; drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, além da limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010, p.1). Em dezembro de 2008 foi lançado o "Pacto pelo Sanamento Básico: mais saúde, qualidade de vida e cidadania documento cujo propósito é buscar a adesão e o compromisso de toda a sociedade em relação aos eixos, estratégias e ao processo de elaboração do PLANSAB" (BRASIL, 2007). Nuvolari (2011) afirma que para se ter um sucesso na aplicabilidade dos serviços que compõem o saneamento básico é necessário ações integradas entre governo e sociedade que são representados por: Comitê de Bacia, Consorcio Intermunicipal, Secretarias Municipais e Estaduais do Meio Ambiente, da Educação, de Recursos Hídricos Saneamento e Obras Política Florestal, Organizações Não Governamentais (ONG) e representantes das comunidades Philippi Junior (2005) elata que contribuição da disponibilização de água de boa qualidade à melhoria da saúde pública aumentam da expectativa de vida, melhoria do setor produtivo e melhor aproveitamento escolar. Diz ainda que o ançamento de resíduos sólidos nos córregos, a inexistência de um órgão gestor e coordenador específico para a área, inexistência de normas técnicas para projetos de drenagem e outros, tudo isso influencia e prejudica o sistema de drenagem urbana. Muitos Sistemas de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE s) do Brasil já aderiram a essa forma de gerir e estão obtendo resultados positivos, como é o caso dos municípios de Viçosa- MG, Atibaia-SP, Casimiro de Abreu-RJ e Vilhena-RO. Contudo, alguns municípios, como é o caso de Itaúna-MG, vem sendo pressionado para não unificar tais serviços, visto o exemplo da manchete de um Jornal Local Taxa do Lixo será incorporada à conta de água. Com Prefeitura falida, serviços públicos sufocam autarquia, que deveria cuidar só da água e do esgoto (Folha do Povo, 2015). Com análise dos princípios anteriores representados, o SAAE de São Lourenço uniu a gestão dos serviços que envolvem o plano de saneamento, sendo necessário para tal alteração de leis e mudança significativa no organograma da autarquia. Foi objetivo geral, atender às solicitações da lei Lei nº /2007, a qual exige o desenvolvimento e implantação do Plano Municipal de Saneamento Básico e objetivos específicos ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 2
3 de facilitar o gerenciamento dos itens referentes ao saneamento básico no município e melhorar a prestação do serviço considerando o envolvimento direto de todos os temas trabalhados. METODOLOGIA Para atender a legislação coube ao prefeito delegar responsabilidades para elaboração do Plano de Saneamento, o qual percebeu que os temas estavam sendo geridos por mais de um órgão e que não havia uma ligação entre tais serviços, ou seja, não executávamos a universalização dos serviços de saneamento. Uni-los seria a solução, passando todo o serviço ao SAAE, contudo, para tal várias adequações deveriam ser feitas. A lei municipal N 1181 de outubro de 1979 que criou o SAAE, atribuía somente os serviços de Água e Esgoto (Figuras 2a), o que até então vinha sendo executado. Para receber novos serviços a lei foi alterada, tratando-se agora da lei municipal N 3.158/2014 a qual, no item a do seu art. 2 ; determina: O SAAE exercerá a sua ação em todo o Município de São Lourenço, competindo-lhe com exclusividade: a) estudar, projetar e executar diretamente ou mediante contrato com especialistas e ou organizações especializadas, as obras relativas à construção, ampliação ou remodelação dos sistemas públicos de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, serviços de limpeza Urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas que não forem objeto de convênio entre a Prefeitura e os órgãos federais ou estaduais específicos; Para atender a nova legislação foi necessária uma adequação física da autarquia e de pessoal, sendo criada uma nova Estrutura Organizacional Administrativa regerida pela presente Lei 3.157/2014. Com a responsabilidade de gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos, delegado ao SAAE a cobrança da taxa de limpeza pública e coleta de lixo, que atualmente é obrado mensalmente no mesmo boleto de água e esgoto. Em torno de 50 funcionários foram transferidos passado da prefeitura ao SAAE para a execução da varrição, capina (Figura 1a) e poda, além de bens móveis tais como caminhões, tratores, motopodas, motosserras e outros equipamentos. O serviço de coleta de lixo foi terceirizado (Figura 1b) e a destinação final (Figura 1c) se mantém no aterro controlado público, o qual é gerenciado por funcionários do SAAE. Para a adequação da destinação final, o município de São Lourenço aderiu em 2010 ao Consórcio CIDESEA e esse já possui licença ambiental bem como projetos para inicio da construção de sua usina, aguardando somente o lançamento do edital da obra pela SEDRU/MG, por se tratar de obra do Governo do Estado de Minas Gerais. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 3
4 (a) (b) (c) Figura 1 Capina realizada pelo SAAE (a); Coleta de resíduo sólido urbano realizado por empresa terceirizada (b); Aterro controlado gerido pelo SAAE (c). Quanto à drenagem pluvial (Figura 2b), o serviço era realizado em partes pela Secretaria de Obras do Município e, na nova estrutura foi criado um departamento especifico, que tem como função o levantamento de dados e execução de obras para tal. (a) (b) Figura 2 - Recuperação e construção de captação de esgoto na cidade (a); Limpeza de canalização de drenagens pluviais já existentes bem como recuperação dessas (b). RESULTADOS Atender as solicitações na construção do Plano Municipal de Saneamento Básico foi um dos princípios que norteou a mudança da estrutura do SAAE, pois, além de ser uma exigência legal, leva a um gerenciamento unificado do saneamento no município. Grandes foram as dificuldades, contudo, a mais impactante foi a duplicação do número de funcionários na autarquia, o que gerou sobrecarga na administração. Em um período de oito meses após as mudanças muito já se regularizou sendo de conhecimento a necessidade, e já confirmação, de um concurso público para 2015, visando em atender com o objetivo atender à necessidade de mão de obra. Com intuito de regulamentar as funções do SAAE perante a população, foi instituído o Controle Social, solicitado no Plano Municipal de Saneamento, elegendo o CODEMA (Conselho Municipal ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 4
5 de Meio Ambiente). O conselho vem cumprindo seu papel e já recebeu várias solicitações da autarquia para analise e pareceres (Figura 3a). O SAAE deu andamento na obra de sua ETE (Figura 3b) como já acontecia anterior à junção dos serviços bem como manteve os serviços já realizados. Foi realizado um convênio com a ONG Terra das Águas e essa vem apoiando a cooperativa de catadores (COOPRECI) a realizar a coleta no município. A parceria possibilitou a aquisição de pontos de coleta voluntária na cidade (Figura 4a), um dia de coleta de lixo eletrônico (Figura 4b) e a coleta seletiva diária na cidade (Figura 4c). (a) (b) Figura 3 Visita da diretoria do SAAE a reunião do CODEMA para solicitações e esclarecimentos (a); Construção da ETE (b). (a) (b) (c) Figura 4 - Pontos de coleta seletiva voluntário, parceria SAAE, ONG Terra das Águas, Cempre e Nestlé (a); Coleta de lixo eletrônico realizada em parceria com ONG e INATEL (b); Parceria com ONG para realização da coleta seletiva no município (c). DISCUSSÃO Unificar o gerenciamento dos itens água, esgoto, drenagem e resíduo sólido possibilita uma menor geração de trabalho, principalmente burocrático entre órgãos e executiva, pois, trabalhos de manutenção de esgoto, por exemplo, podem detectar necessidades especiais de drenagem. Realizar o serviço no mesmo órgão facilita contato, elaboração de projetos e utilização de mão de ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 5
6 obra, o que antes era feito em duas etapas, abria-se a rua para manutenção do esgoto, fechavase e depois abria novamente para as obras de drenagem necessárias. Gerir a destinação correta de resíduos garante um melhor saneamento de cursos d água, fontes de coleta de água para uso humano, o que consequentemente diminui a necessidade de produtos para tratamento dessa água na ETA. Podemos assim afirmar a necessidade de se unir, em um só órgão, a gerencia dos itens elencados no Plano Municipal de Saneamento básico, pois isso representará um saneamento adequado e principalmente, diminuição de custos para a administração pública. CONCLUSÃO O trabalho desenvolvido pela prefeitura e SAAE de São Lourenço trouxe resultados positivos para o gerenciamentos e execução do Plano Municipal de Saneamento Básico e principalmente permitiu uma gerencia mais funcional de obras de saneamento, tornando os serviços do SAAE mais eficiente e eficazes. A Lei nº /2007 foi atendida em sua totalidade, sendo que a população foi beneficiada, a qual tem um saneamento, se não adequado, em vias para tal. As legislações criadas foram devidamente atendidas e podemos concluir que o SAAE encontra-se em pleno crescimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Presidência da República. Lei /2017 cópia feita ao site em 10 de fevereiro de BRASIL. DECRETO Nº 7.217, DE 21 DE JUNHO DE FOLHA DO POVO Jornal de Itaúna, MG obtido em Acesso em 08/04/2015. MINISTÉRIO DAS CIDADES, PLANSAB - Plano Nacional de Saneamento Básico. Disponível em: < 013.pdf> Acesso em 09 fevereiro de 2014 NUVOLARI, A. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. 2 edição, São Paulo, ed. Blucher, PHILIPPI JR., A. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. 2 edição, Barueri - SP, ed. Manole, ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 6
7 RAUSE. Agência publicitária, prestadora de serviços para o SAAE. Fotos e publicações retiradas de em 10 de fevereiro de SÃO LOURENÇO Prefeitura. Leis municipais N 1181/1979, N 3.158/2014, 3.157/2014. Pesquisa ao site em 10 de fevereiro de ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 7
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