Lição nº 7 INVESTIMENTOS COMPENSADORES NA AÇÃO SOCIAL CRISTÃ

Transcrição

1 Lição nº 7 INVESTIMENTOS COMPENSADORES NA AÇÃO SOCIAL CRISTÃ Tânia de Medeiros Wutzki 15 fev 2015

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3 TEXTO ÁUREO A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo. Tiago 1. 27

4 Conhecer A ideia bíblica que dá base à ação social cristã. Perceber As oportunidades, que existem ao nosso redor, para a prática do bem na comunidade. Praticar Incentivar a Igreja a formar um ministério de ação social e incrementá-lo sistematicamente.

5 Texto da Nova Versão Internacional Texto Bíblico Inspirativo Gálatas

6 Introdução

7 A carta aos Gálatas, segundo Pr. Hernandes Dias Lopes é a mais polêmica dos escritos de Paulo. A defesa de um cristianismo baseado na graça e não na lei para uma comunidade que estava voltando ao legalismo judaico deve ter provocado muita discussão. Conhecida como a carta magna da liberdade cristã, tem sido a referência que levou (e leva) muitos à conversão ao afirmar a justificação pela fé.

8 A carta também é rica em orientações sobre o comportamento, atitudes e relacionamentos daqueles que são chamados a viver o evangelho da graça de Cristo. A liberdade que Paulo apresenta nos faz livres para o serviço e para a prática do amor. Nesta lição vamos nos deter mais em apenas dois versículos, porém vamos considerar também o contexto geral da carta.

9 1. SEMEADORES INCANSÁVEIS DO BEM

10 No cap. 6 da carta aos Gálatas, Paulo oferece orientações sobre o relacionamento entre os cristãos. Nos versos iniciais, diz como a igreja deve tratar aqueles que caem, ou literalmente aqueles que pisam fora do caminho. Salienta o ambiente terapêutico e de cura da comunidade, e o cuidado que cada um deve ter com o orgulho, quando coloca-se na posição de confrontar o que caiu.

11 É neste contexto que Paulo usa a metáfora da semeadura, que pode ser no terreno da carne ou no terreno do Espírito (6.8), e da colheita, que sempre será resultado da semeadura. É quase impossível não nos lembrarmos dos frutos da carne e do Espírito listados no capítulo anterior ( ). Se considerarmos a metáfora, do fruto (do Espírito), nascem as sementes para a semeadura no terreno do Espírito.

12 Faz o bem, então, aquele que semeia no Espírito porque tem o fruto do Espírito. Fazer o bem é coisa de gente espiritual, que anda no Espírito, que é guiado por Ele. É interessante notar que Paulo nos versos 9 e 10 muda a forma de escrever. Podemos ver a diferença: não se enganem (vocês) no verso 7, para não nos cansemos (eu Paulo, e vocês ), no verso 9, dando a entender que o cansaço na semeadura do bem é uma ameaça real para todos, inclusive para Paulo.

13 A palavra usada para desfalecermos dá a ideia da fadiga de quem trabalhou na colheita sob sol escaldante, e indica a dificuldade inerente no trabalho de quem decide fazer o bem. É necessário firmeza para não desfalecer e aguardar o tempo certo da colheita. Este tempo certo, segundo alguns comentaristas, pode ser a segunda vinda de Cristo, o dia do julgamento final, indicando que muitas vezes, somente nesta ocasião, colheremos os frutos da nossa semeadura, o que reforça a necessidade de persistência..

14 Em Mt , podemos encontrar esta ideia: as nações são julgadas pelo bem que fizeram (ou não) aos pequeninos da sociedade. Muitas vezes então o cansaço na semeadura vem porque não vemos a colheita, parece que o trabalho é infrutífero. Paulo está dizendo a todos: a recompensa pode demorar, mas ela é certa!

15 Aplicação

16 Qual a resposta para as seguintes perguntas? Fazer o bem é um compromisso de todo cristão? Fazer o bem, faz parte da nossa vida espiritual como as outras disciplinas cristãs: orar, ler a Bíblia, evangelizar? Ou temos uma hierarquia, umas são mais espirituais que outras?

17 2. OPORTUNIDADES PARA SEMEADURA DO BEM

18 Paulo continua sua orientação aos gálatas e no versículo 10, é como se desse sequência ao seu pensamento anterior: sabendo que semear o bem é nossa responsabilidade e que a colheita é certa, é como se o apóstolo respondesse a duas perguntas:

19 a. Quando fazer o bem? O texto diz: Enquanto tivermos oportunidade. Segundo o Pr. Hernandes Dias Lopes, a necessidade do próximo é a oportunidade escancarada diante dos nossos olhos. Qualquer necessidade humana é uma chance de servirmos aos outros e de lhes fazermos o bem. Foi assim que o sacerdote e o levita perderam seu momento oportuno: passaram ao lado do homem caído e não o viram, foram omissos, e o samaritano enxergou a oportunidade e fez o bem ao próximo (Lc ).

20 Aqui fica explícito um princípio às vezes esquecido por aqueles que desejam fazer o bem: é a necessidade do próximo que diz o que deve ser feito de bem a ele, e não aquilo que quem está fazendo a ação pensa ou decide o que o outro precisa.

21 Isso foi inclusive a prática de Jesus que perguntava àqueles que iam receber um milagre: O que queres que eu te faça? (Mt ). Muitas vezes nos movimentamos em direção ao outro, que no momento está com uma necessidade, com uma atitude de superioridade, decidindo por ele, dizendo o que ele precisa, do nosso ponto de vista, e não procurando saber (e perguntando) de que ele necessita.

22 3. PARA QUEM FAZER O BEM?

23 O texto é claro: a todos, sem barreiras de raça, condição social, cultura, religião, etc... O princípio que temos aqui tem base na Imago Dei, imagem e semelhança de Deus presente em cada ser humano e que lhe confere dignidade inerente, apesar da queda. Assim como toda a humanidade é alvo do amor de Deus, todo ser humano que apresenta uma necessidade deve ser alvo de nossa ação.

24 Novamente usando o exemplo de Jesus, nem todos os que receberam o bem feito por Jesus tornaram-se parte daqueles que o seguiam. O bem que fazia era fruto de seu amor, e não estratégia para aumentar o número de seguidores. Fica explícito que o objetivo de Jesus era fazer o bem como um dos sinais do Reino que veio instalar. Era a compaixão que o movia em direção ao outro.

25 É comum que cristãos encarem as ações de misericórdia, diaconia, ação social das igrejas (várias formas de expressões do fazer o bem ) como estratégia de evangelismo, isca para a evangelização. Não temos este ensino na Palavra. Temos como filhos de Deus, alcançados pelo seu amor, a responsabilidade de manifestar este amor que nos alcançou, fazendo o bem a todos; e também a tarefa de falar deste amor. As duas ações testemunham nossa fé em Jesus.

26 O texto coloca uma hierarquia, mas principalmente aos da família da fé. Ao representar a igreja como uma família, Paulo realça a unidade que deve haver no Corpo de Cristo. Outros textos apresentam esta ideia: Ef 2.19; I Tm 3.15.

27 Às vezes, nos esquecemos do significado do fato de nos chamarmos de irmãos, desvinculando-se o termo do sentido que tem na família. Paulo está usando um termo da esfera terrena/sanguínea, mas com um sentido espiritual (domésticos da fé). Do ponto de vista da família de Deus, os cristãos formam uma irmandade. O conceito de família reforça a responsabilidade que devemos ter uns com os outros.

28 Quando um dos membros da família sofre ou passa necessidade, isso afeta toda a família. Se fazemos o bem aos mais próximos, ficamos habilitados para fazer o bem aos outros, ou falando de outra forma, como faremos o bem aos de longe se não nos sensibilizarmos e fizermos bem aos de perto?

29 Aplicação

30 Podemos concordar com o Pr. Carlos Queiroz na sua afirmação: A falta de pão na mesa do pobre pode ser uma denúncia da falta de espiritualidade no altar dos cristãos? Como esta afirmação se relaciona com o texto áureo desta lição? Qual deve ser nossa atitude, individual e coletiva, diante de um irmão que passa necessidades materiais. Podemos listar ações práticas a serem executadas?

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32 Sabendo que todos somos chamados a fazer o bem. Esse é um compromisso do seguidor de Jesus, ou seja, precisamos estar atentos às necessidades dos nossos irmãos, da comunidade de fé, e das pessoas que nos cercam no nosso dia a dia. Tenhamos a necessidade do outro como oportunidade de servir e testemunhar do amor de Deus. Assim, semearemos sementes que frutificarão para a eternidade. Poderemos até nos cansar eventualmente, mas no tempo certo ceifaremos!

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