Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade

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1 Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade Paulo Prado e o uso político do passado paulista Danilo J. Zioni Ferretti (UFSJ) Para compreender a crítica de caráter historiográfico de Paulo Prado, procurarei seguir um caminho até hoje pouco enfatizado pelas análises de sua obra, que normalmente colocam em primeiro plano sua atuação como mecenas modernista, deixando em posição secundária a natureza de seu posicionamento diante do embate político de seu tempo 1. Esta despreocupação em relação aos aspectos políticos da obra de Paulo Prado é tanto mais incompreensível na medida em que o próprio autor, em diversas passagens, ressaltava a centralidade da questão política no conjunto de suas preocupações intelectuais. Em 1923, pelas páginas da Revista do Brasil, antes de publicar sua primeira obra (Paulística), reclamava: Todos esquecem que nesta terra só existe realmente, empolgante e irredutível, uma única questão a questão política. Dela decorrem todas as outras, como as criaram o romantismo da monarquia e o arrivismo da república. 2 Assim, visando compreender o lugar social a partir do qual Paulo Prado realizou sua representação historiográfica do passado colonial paulista, e o uso político que fez desta mesma reconstrução do passado regional, procura-se retraçar a sua trajetória, atentando para a sua atuação nos universos cultural e político dos anos 20. O que se segue é versão 1 Em LEVI, Darrel. A Família Prado. São Paulo: Cultura 70; 1976, o autor estuda Paulo Prado e sua obra no quadro da dinâmica familiar, privilegiando a definição de paralelos entre sua obra e a de outros membros da família Prado, estudados ao longo do livro. O principal estudo acadêmico específico sobre Paulo Prado é o de BERRIEL, Carlos Eduardo. Tietê, Tejo, Sena: A obra de Paulo Prado. Campinas: tese de doutorado, dep. Teoria Literária, IEL, Unicamp; A obra se destaca pela definição das relações entre a produção da geração portuguesa de 1870 e a obra de Paulo Prado. Da mesma maneira que as eruditas notas e estudos introdutórios de Carlos Augusto Calil, o trabalho de Berriel procura analisar a obra historiográfica de Paulo Prado sob o prisma do movimento modernista, sem preocupações maiores com sua inserção no debate historiográfico de seu tempo e deixando em segundo plano a aspecto político. 2 O Momento, Revista do Brasil, São Paulo, n º 99, março de

2 reduzida de capítulo de minha tese de doutorado, defendida no Departamento de História da USP, em Paulo da Silva Prado não somente era paulistano de nascimento (1869) como pertencia à mais importante família da elite paulista: o arqui-poderoso clã dos Prado 3. Detentores de um império econômico que incluía desde latifúndios produtores de café até uma das maiores casas exportadoras deste produto (a casa Prado, Chaves & Cia.), passando por estradas de ferro e bancos, os Prado eram os maiores representantes do grande capital cafeeiro paulista. Apesar do inegável poder econômico de sua família, durante a maior parte de sua vida, até os anos 1920, Paulo Prado não parece ter se envolvido em questões de política partidária, mantendo um comportamento de adesão ao regime republicano, sem atuação direta no grupo perrepista. Em termos culturais, porém, Paulo Prado muito se aproximava de seu tio Eduardo Prado. Com ele manteve estreito contato durante os anos de 1890 e 1897, em que viajou pela Europa e se fixou em Paris, participando do cenáculo parisiense de Eduardo Prado, círculo cultural que congregava figuras de excelência da intelectualidade luso-brasileira de finais do séc. XIX 4. Em 1897, Paulo Prado foi chamado de volta ao Brasil por seu pai, o conselheiro Antônio Prado, que lhe entregou a gerência da casa Prado, Chaves & Cia. Paulo Prado afirmou-se como importante homem de negócios e grande produtor cafeeiro, não se envolvendo em qualquer iniciativa cultural ou política de vulto. Mas a Primeira Guerra Mundial e o subseqüente fortalecimento da vaga nacionalista coincidiram com uma mudança de atitude em sua vida: ao mesmo tempo em que se voltou para o incentivo da cultura, passou a se manifestar politicamente. No terreno das artes, em 1919, Paulo Prado organizou a Exposição de pintura e escultura francesas, no hall do Teatro Municipal, evidenciando, segundo Berriel, a busca de atualização cultural que o levaria a ser um dos principais financiadores da semana de arte moderna de No terreno historiográfico, que aqui mais nos interessa, estreitou laços com Capistrano de Abreu e, juntos, organizaram a publicação de documentos sobre a 3 Para um estudo da família Prado ver LEVI, Darrell. Op. Cit. Para a bibliografia de Paulo Prado, baseio-me na Introdução e cronologia elaboradas por Carlos Augusto Calil In PRADO, Paulo. Retratos do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, BERRIEL, Carlos E. O. Op. Cit. 5 Idem,Ibidem, p

3 Inquisição e o período colonial, através da Série Eduardo Prado: Para melhor conhecer o Brasil 6. Na conjuntura de renovado interesse pelo Brasil e seu passado, fruto da vaga nacionalista do primeiro pós-guerra, Paulo Prado encontrava na obra de Capistrano o seu caminho de Damasco. A partir de 1920, seu interesse pela história, até então restrito à organização e publicação de fontes, se expande e, conforme sua correspondência indica, empenhou-se em estudar a história do Caminho do Mar. A este respeito, o principal incentivador de Paulo Prado parece ter sido ninguém menos que o presidente do estado de São Paulo, Washington Luís Pereira de Souza. Em plena implantação de sua política rodoviária, o presidente projetava a abertura de um novo Caminho do Mar: uma moderna estrada de rodagem que ligasse São Paulo a Santos. Procurando legitimar seu plano rodoviário, Washington Luís passou a se dedicar ao estudo pormenorizado de sua história. Para tanto, desde finais de 1919 procurou contatar o maior conhecedor da história dos caminhos coloniais: Capistrano de Abreu. Como intermediário, Washington Luís apelou para Paulo Prado, que acabou, a partir de então, se envolvendo com o tema do caminho do mar, núcleo de seu primeiro ensaio historiográfico publicado pelas páginas do jornal O Estado de São Paulo (OESP) em Paulo Prado traçava seu primeiro esboço de estudo do passado regional em perfeita comunhão com a visão do chefe do governo e maior representante da historiografia republicana paulista. O que vale ressaltar é a proximidade e a importância do diálogo entre Paulo Prado e o Presidente Washington Luís no início dos anos 20. Contudo, a partir de 1921 parece ter ocorrido uma mudança na posição de Paulo Prado frente ao governo estadual perrepista, marcada por uma crescente indisposição que o fez intervir no universo da política, aproximando-se da dissidência liberal paulista então em processo de reconstituição. Como apontou Carlos Augusto Calil, o motivo mais plausível para o descontentamento inicial de Paulo Prado parece ter sido o conflito entre o Presidente paulista Washington Luis e seu pai, o conselheiro Antônio Prado, por este ter assinado, em finais de 1921, a Convenção de Ouchy com o governo italiano 7. 6 Idem, Ibidem, p. 127, A sugestão foi dada por Calil em uma de suas eruditas notas à edição de PRADO, P. Retrato do Brasil, São Paulo; Cia. das letras; 1997,nota 10, p

4 Por comentários publicados após o evento, percebe-se que Paulo Prado compartilhou com seu pai das críticas ao governo perrepista de Washington Luís, servindo o episódio para iniciar um processo de dissensão política frente ao status quo republicano que somente se agravou ao longo dos anos 20. A indisposição de Paulo Prado com a situação seria externada a partir de 1923, quando se tornou co-proprietário, juntamente com Monteiro Lobato, da prestigiosa Revista do Brasil. Esta, ao mesmo tempo em que era uma privilegiada arena de debates culturais de notória tendência nacionalista, também se tornaria foco de difusão do discurso político da dissidência liberal paulista, tendências acentuadas após a compra pro Paulo Prado 8. Do ponto de vista político, destacaram-se os próprios editoriais escritos por Paulo Prado. Sob o título de O Momento, e publicados de fevereiro de 1923 a maio de 24, eles constituem os melhores documentos para se compreender o posicionamento do autor no debate político de sua época e, assim, definir o lugar político a partir de onde Paulo Prado elaborou sua representação do passado paulista. Eles são a chave para a compreensão da historiografia regionalista de Paulo Prado. Em oito breves artigos escritos como editoriais para a revista, Paulo Prado concentrava suas críticas ao status quo republicano. As críticas iam tanto contra o crescente autoritarismo do governo republicano, preocupado em conter as oposições que se afirmavam nos anos 20, quanto contra a adesão ao governo e apatia política dos cidadãos diante do cerceamento das liberdades públicas. Quanto ao primeiro elemento, seu ataque se concentrou na longa vigência, na capital federal, do estado de sítio, proclamado pelo presidente Artur Bernardes. Paulo Prado passava então à crítica geral do sistema republicano vigente. Considerava-o como uma república da Camaradagem onde prevalecia a férrea organização das oligarquias 9. Em outras palavras, Paulo Prado criticava o falseamento do sistema representativo republicano pela vigência da política dos governadores. Na sua crítica ao autoritarismo efetivo da República, podemos vislumbrar ecos do anti-republicanismo de seu tio Eduardo Prado. Mas, ao contrário desse, a solução que Paulo Prado propunha para a questão não era a volta ao parlamentarismo monárquico, 8 LUCA, Tânia. A Revista do Brasil: um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo: ed. Unesp; ADUCCI, Cássia Chrispiniano. Uma nação à paulista. Nacionalismo e regionalismo em São Paulo ( ). São Paulo: tese doutorado, Dept. Ciências Sociais, PUC-SP; O Momento, Revista do Brasil, São Paulo, n º 99, março de

5 nem ainda a revolução, mas sim o aperfeiçoamento do sistema representativo vigente pela verdade do voto : Só a restauração estrepitosa da verdade do voto poderá restituir à imensa maioria dos que pagam e sofrem os direitos perdidos pela indiferença e pelo absenteísmo. A solução apontada aproximava Paulo Prado dos grupos liberais dissidentes que em 1926 formariam o PD, agremiação fundada por seu pai o conselheiro Antônio Prado e à qual não se tem notícia de que o autor fosse oficialmente filiado, o que não invalida seu alinhamento ao grupo. Para Paulo Prado a questão não era de reinventar a República, mas de voltar às bases legítimas do regime. Desta forma, pelas posturas apresentadas, se alinhava ao setor dissidente do liberalismo paulista que, conforme o estudo de Maria Lígia Prado, tinham como mote político Republicanizar a República e como bandeiras principais exatamente o voto secreto e a alfabetização em massa 10. Mas é importante ressaltar que seu diagnóstico político vinha indissociado de uma discussão sobre o caráter paulista. Pela (auto)crítica do paulista moderno, Paulo Prado veiculava seu descontentamento com a situação política de sua época. A seu ver, a população de São Paulo. em questões públicas, divide-se em três grandes grupos: os políticos, os fazendeiros, os indiferentes 11. Definindo os políticos, Paulo Prado usava toda sua ironia para desferir um ataque direto à unidade férrea imposta pela Comissão Executiva do PRP ao universo partidário estadual. Já entre os fazendeiros era o sucesso da política de valorização do café que impedia qualquer indisposição com o governo: O café está caro, e quem o sustenta é o governo paternal e onipotente. Votemos no governo. Por fim, havia a massa dos indiferentes: os recém chegados, os cosmopolitas, os enriquecidos depressa, a gente rica brasileira e estrangeira, que tudo aceitam, tudo toleram, tudo aplaudem e só se agitam para correr atrás dos poderosos do dia. Paulo Prado acabou traçando uma imagem do paulista moderno como um indivíduo protegido pelo mais feroz individualismo, exclusivamente preocupado em enriquecer, e completamente desprovido de qualquer espírito público, de qualquer preocupação com o 10 PRADO, Maria Lígia Coelho. A democracia ilustrada. São Paulo: Brasiliense, 1987 e CAPELATO, Maria Helena R. Os arautos do liberalismo: Imprensa Paulista ( ). São Paulo: Brasiliense, O momento Revista do Brasil, São Paulo, n º 89, maio de Todas as citações do parágrafo seguinte se remetem a este texto. 5

6 universo da política. Desta constatação Paulo Prado retirou o problema maior de sua reflexão historiográfica: explicar o adesismo do paulista do presente, o que implicava explicar a supressão da liberdade primitiva do paulista. Ele o fez através da elaboração de uma nova interpretação do tema da decadência de São Paulo no início do séc. XVIII. O desenvolvimento desta questão foi o objetivo central do livro Paulística, publicado em Paulo Prado estruturou sua obra Paulística seguindo um esquema apresentado em carta por seu mestre Capistrano de Abreu. Para ele, a história de São Paulo havia passado por quatro fases claramente discerníveis: a ascensão (séc.xvi), o clímax (séc. XVII), o declínio (séc.xviii) e a regeneração (fins do Séc.XIX). Fases representadas, a grosso modo, pelos quatro primeiros artigos do livro 12. No que se refere à sua escrita da história, Paulo Prado evidenciava sua proximidade com o universo das artes e definia seu método como impressionista : pinceladas fortes retratando as principais características do período representado, sem a pretensão a minúcias factuais decorrentes do apego documental típico da historiografia metódica 13. Bastante original também era o declarado apelo à imaginação e à poetização como recursos legítimos do historiador 14. Paulo Prado ousava metodologicamente em uma época em que predominava o mais ortodoxo objetivismo cientificista (pelo menos nas intenções), fosse originário da escola metódica, fosse dos diversos determinismos sociológicos. Mas para Paulo Prado a história também era mestra da política. Longe de ser luxo intelectual e patriotada, a historiografia era dotada de critério de utilidade, sendo importante fonte de ensinamentos à atuação política. A partir destas posturas, Paulo Prado abordava o passado colonial paulista. O primeiro capítulo O Caminho do Mar, publicado originalmente no OESP em 1922, era o resultado final do empenho iniciado pelo diálogo com Washington Luís e constituía o núcleo de todo o livro. Nele Paulo Prado definia sua interpretação da exceção paulista, pois o autor continuava tributário da visão republicana que atribuía a São Paulo um passado 12 A ascensão foi tratada em O Caminho do Mar ; o clímax, além deste citado, nos dois artigos sobre As bandeiras ; o declínio no A Decadência e a regeneração na Introdução da obra. A carta em que Capistrano apresenta o esquema é de 23 de dezembro de A referência a um método impressionista está na introdução a Retrato do Brasil (1928), mas é também esclarecedor do método empregado no Paulística. 14 PRADO, Paulo. Paulística: história de São Paulo. São Paulo: Editora Monteiro Lobato, 1925, p. IX, X. 6

7 original e uma formação diferente da dos demais brasileiros, advindo daí o seu progresso e o destaque no conjunto da federação. Em Paulística, pelo estudo dos caminhos, e principalmente no capítulo sobre O Caminho do Mar, o autor procurava definir a origem da liberdade do paulista. Ao modo da historiografia territorialista de Capistrano, Paulo Prado procurava definir os caminhos que, no séc. XVI, uniam o planalto paulista à costa. Na visão de Paulo Prado as péssimas condições do Caminho do Mar acabaram por isolar completamente Piratininga da costa e do resto do mundo, criando as condições únicas para a futura grandeza de São Paulo, representadas pela formação de uma raça específica paulista, dotada de um conjunto de hábitos políticos peculiares. Assim, o Caminho do Mar ao invés de ligar, acabou separando, servindo como chave explicativa para a versão de Paulo Prado da exceção paulista. Este autor também retomava a tese, já desenvolvida anteriormente por Capistrano de Abreu e Alberto Salles, do efeito positivo da Serra do Mar, considerando que atuou como fator de seleção étnica 15.Assim, no seu discurso historiográfico, ao contrário do que ocorria no norte do Brasil, o planalto paulista, livre do absolutismo colonial de Portugal, transformou-se no lugar de elaboração de uma raça nova e superior: a raça paulista. Para Paulo Prado, ela era composta pelos melhores elementos. Primeiramente, havia o elemento português anterior à decadência, todos fisicamente duros e agrestes, mas de caráter independente e rude, não constrangido pela disciplina ou contrafeito pela convenção. Neste grupo, Prado ainda incluiu a presença de um contingente de judeus, cuja contribuição à formação do caráter paulista é positivamente analisada pelo autor. Eles teriam marcado o paulista com as virtudes fundamentais de tenacidade e maleabilidade, aliadas à preocupação constante do enriquecimento e do arrivismo além de uma extraordinária vitalidade, notável e fecunda 16. Com o destaque ao elemento judaico na formação paulista, Paulo Prado pretendia conferir ao segundo os valores típicos da modernidade capitalista que então atribuía aos primeiros: não somente o espírito 15 Idem, Ibidem; p Idem, Ibidem, p

8 econômico, mas principalmente a idéia de dinamismo e mobilidade 17. Como os judeus (e pela presença de seu sangue), os paulistas também teriam uma índole afinada aos valores dinâmicos e utilitários da modernidade. Assim, o elemento branco formador da raça paulista aliava o espírito aventureiro e independente do português anterior à decadência ao dinamismo e espírito econômico do hebreu. Este colonizador iria se caldear com o indígena, dominado por uma fatalidade nômade e vagabunda. E assim, do cruzamento desse índio nômade, habituado ao sertão como um animal à sua mata, e do branco aventureiro, audacioso e forte, surgiu uma raça nova 18, a raça mameluca, a raça paulista. Ela estaria definida a partir de finais do séc. XVI, completando o período de ascensão da história paulista. Após definir os aspectos raciais, Paulo Prado considerava como traço mais importante do espírito paulista o fato deste ser independente e insubmisso às leis da metrópole e às ordens dos seus representantes. Paulo Prado retomava o clássico tema da liberdade primitiva do paulista que havia sido transformado, pelos autores republicanos Washington Luís e Antônio de Toledo Piza, em mito de origem do republicanismo paulista. Na sua opinião, diversas foram as manifestações desta liberdade do paulista antigo, desde João Ramalho até a expulsão dos jesuítas e a revolta contra os representantes do governador Salvador Correia de Sá durante o séc. XVII, passando, é claro, pela epopéia das bandeiras, que devassavam sertões contra as ordens da coroa. Se a formação da raça livre mameluca no final do séc. XVI consolidava o período de ascensão da história de São Paulo, o clímax seria representado pelo episódio das bandeiras, tratado nos dois capítulos homônimos. Mas, para Paulo Prado, o traço marcante da história paulista foi a sua decadência, a partir do início do séc. XVIII. Como explicação para esse fenômeno, o autor apresentou várias causas; desde a perda da parte mais dinâmica da população paulista, até a abertura do Caminho Novo para Minas em 1698, além da guerra dos emboabas em que São Paulo perdeu Minas para os reinóis. Todos os elementos levaram ao despovoamento da vila de São Paulo e à perda das virtudes originais, perda essa ocasionada pela busca de riquezas. O 17 Quanto à identificação do judeu com o espírito da modernidade capitalista, Ver HERF, Jeffrey. O Modernismo Reacionário. Tecnologia, Cultura e Política na República de Weimar e no 3 º Reich. São Paulo, Campinas; Ensaio, ed. Unicamp; 1993, Cap. 6, principalmente p. 156, PRADO, P. Op. Cit.1925, p

9 resultado foi marcado não somente pelo desmembramento territorial e administrativo da capitania de São Paulo, mas principalmente pela perda da liberdade primitiva do paulista. Se no auge de seu desenvolvimento histórico o paulista se caracterizara como ambicioso, dinâmico, livre e independente, a partir do séc. XVIII ele teria seu caráter modificado pela perda da energia e liberdade primitivas. O paulista degenerado retirou-se para os matos e sedentarizou-se, transformando-se no Jeca Tatu 19. O cabo de tropa bandeirante, de livre e independente, transformou-se em entusiasta do governo, antepassado direto daquele que será hoje o chefe político 20. Recuperando a tradição historiográfica de republicanos paulistas como Martim Francisco III, Antônio de Toledo Piza (diversas vezes citado), e Washington Luís; Paulo Prado identificava a decadência paulista como resultado também da imposição do despotismo colonial português. Mesmo carregando um pouco mais nas cores, até este ponto a representação do passado paulista de Paulo Prado não apresentava diferenças de monta com a tradição historiográfica republicana regional. Mas a diferença entre a representação de Paulo Prado e a da tradicional versão republicana, estaria no tratamento do período da regeneração do paulista. É na abordagem deste tema que podemos, com precisão, definir o sentido político de sua historiografia. Para Paulo Prado, como vimos, durante todo o séc. XVIII e XIX a decadência predominou na história paulista. Prado sugere que a regeneração iniciou-se com o decreto de 1856 que oficializava a construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí. Mas para Paulo Prado nem todos os valores tradicionais da raça seriam retomados a partir do séc.xix. A regeneração não era vista como uma pura e simples restauração da época de ouro. Para ele: No traçado gráfico que imaginamos para indicar a evolução histórica e social de São Paulo, a linha de regeneração, a seguir, se bifurca em direções opostas uma ascende à culminância do progresso material e econômico dos dias presentes, outra conserva-se na horizontalidade em que a abandonou a tirania colonial: é esta a linha dos sentimentos cívicos e políticos do habitante desta província Idem, Ibidem, p Idem, Ibidem, p Idem, Ibidem, p. XV. 9

10 Para Paulo Prado, com a regeneração somente se recuperara o aspecto econômico e material do caráter paulista, não tendo ocorrido a recuperação daquilo que para ele constituía a principal virtude regional: o espírito de liberdade e independência. Apresentando a bifurcação da linha de regeneração, Paulo Prado fechava o círculo de sua interpretação historiográfica, retomando e respondendo à questão lançada nos editorias O Momento. Paulo Prado procurava, desta maneira, explicar o fosso entre o paulista antigo, livre e independente, e o paulista moderno, adesista e exclusivamente preocupado em ganhar dinheiro, apelando primeiramente para a decadência do caráter primordial livre do paulista e complementando sua interpretação com a idéia da não retomada desde mesmo caráter no momento da regeneração. O paulista moderno não era o digno herdeiro do bandeirante independente. Em termos políticos ele se mantinha decadente, e essa decadência era identificada com o adesismo, com a falta de participação independente no universo da política, com o predomínio inconteste do governo perrepista. A compreensão do sentido político de sua representação da decadência do caráter paulista fica mais clara se a considerarmos no quadro do debate historiográfico regional. Neste quadro, o seu principal interlocutor implícito foi Washington Luís que anteriormente havia estabelecido a versão republicana do tema da decadência paulista. O tratamento da decadência paulista em Paulística pode ser visto como uma contestação àquele definido pelo presidente historiador no texto Na Capitania de São Paulo, o governo de Dom Rodrigo César de Meneses, publicado em livro em Nele Washington Luís acabava consolidando um mito de origem perrepista, através da sugestão do renascimento, ( como a fênix das cinzas ) da primitiva liberdade paulista no presente republicano. A originalidade do livro Paulística estava justamente em negar esta recuperação da primitiva liberdade, contestando a identificação que a elite política regional procurava estabelecer do perrepismo como sendo o herdeiro da independência política bandeirante. O intuito central da historiografia regional de Paulo Prado era exatamente de solapar este mito de origem do republicanismo paulista, mediante a afirmação do divórcio entre o paulista moderno adesista e dependente do governo e o paulista antigo livre e independente frente ao governo. Para Paulo Prado o paulista moderno, fiel ao PRP, antes de ser o herdeiro do bandeirante independente era o representante maior da raça decadente e a 10

11 própria adesão ao partido dominante PRP era o principal sintoma da perda das virtudes ancestrais de liberdade e independência. Ao mesmo tempo, a historiografia de Paulo Prado servia como uma convocação à restauração destas virtudes ancestrais paulista, o que implicaria na legitimação da postura contestatória e independente adotada pelo autor, seja em termos políticos (oposicionismo), seja em termos artísticos culturais ( modernismo). Em Paulística, Paulo Prado apontava para um pessimismo que seria aprofundado à medida que aumentava seu descontentamento com o quadro conjuntural dos anos 20, atingindo seu ápice na publicação de seu ensaio de interpretação nacional Retrato do Brasil, de

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